Ciência
22/08/2016 às 11:24•3 min de leitura
Se você assistiu à série “Stranger Things”, da Netflix, pode encontrar algumas similaridades com este mistério que intriga especialistas há mais de três décadas.
Marco Aurélio Simon, de 15 anos, estava com três amigos e o líder dos escoteiros quando desapareceu sem deixar pistas. O caso envolveu uma das maiores equipes de buscas do país e, mesmo 31 anos depois do sumiço, a família ainda acredita que ele está vivo.
Era dia 8 de junho de 1985, e Marco Aurélio se encontrou com três amigos para acampar no Pico dos Marins, em São Paulo. Os adolescentes foram guiados por Juan Bernabeu Céspedes, líder dos escoteiros e muito respeitado na região.
Marco Aurélio como escoteiro
O local fica no município de Piquete, em São Paulo, e possui mais de 2.400 metros de altura, sendo considerado o segundo maior pico no estado. É uma região de subidas íngremes, mas não necessita de equipamentos especiais e costuma ser visitada por turistas.
Afonso Xavier, um senhor que conhecia muito bem o local, ofereceu um espaço para que o grupo se acomodasse. Mesmo sendo experiente, naquele dia, Juan se perdeu na mata. Para complicar ainda mais a situação, um dos garotos, Osvaldo Lobeiro, acabou lesionando o joelho, o que deixou o líder ainda mais tenso. Sem querer assustar os garotos, ele não disse nada sobre isso e permitiu que Marco Aurélio fosse sozinho abrindo caminho.
Juan disse que o garoto deveria levar um giz e marcar as pedras durante o trajeto com o número 240, que identificava o Grupo de Escoteiros Olivetanos.
Se estiver vivo, Marco Aurélio tem 46 anos atualmente
Quando eles começaram a seguir o caminho, viram três pedras com as marcações de Marco Aurélio, até que chegaram a uma bifurcação: o jovem havia escolhido seguir pela trilha do lado esquerdo, onde havia alguns obstáculos que iriam atrapalhar a locomoção do grupo com o jovem machucado.
Dessa forma, Juan decidiu seguir pelo lado direito, mesmo contrariando a opinião dos garotos. Para acalmá-los, ele disse que as trilhas se encontrariam novamente à frente, e assim eles veriam Marco – essa informação não era verdadeira.
Essa decisão fez com que eles pegassem um caminho mais longo: o acidente aconteceu às 14h, mas eles só conseguiram retornar ao acampamento por volta das 5h da manhã do dia seguinte, enfrentando uma madrugada com temperaturas abaixo de zero.
Juan era o líder dos escoteiros na época
O grupo chegou ao acampamento esperando encontrar Marco Aurélio dormindo em uma barraca, mas não havia nenhum sinal de que o jovem teria passado pelo local.
Na manhã seguinte, Juan voltou às trilhas e procurou o jovem por 5 horas. Sem sucesso, ele finalmente avisou as autoridades sobre o desaparecimento.
Durante 28 dias, mais de 300 pessoas vasculharam o local em busca de qualquer pista que indicasse o que teria acontecido
Durante 28 dias, mais de 300 pessoas vasculharam o local em busca de qualquer pista que indicasse o que teria acontecido com Marco. Estavam envolvidos soldados e oficiais da Polícia Militar, do Batalhão de Infantaria do Exército, bombeiros, alpinistas, mateiros, guias, especialistas em salvamento, voluntários, cães, além de helicópteros e até um avião da Força Aérea. Até mesmo sensitivos, videntes e cartomantes participaram da operação.
Essa foi a maior busca já realizada no país; mesmo assim, nada nunca foi encontrado.
As teorias sobre o desaparecimento são muitas, e um delegado já chegou a citar até mesmo o envolvimento de extraterrestres, já que o Pico dos Marins é considerado uma região com muito poder magnético.
Na segunda noite de buscas, os adolescentes que estavam com Marco Aurélio se preparavam para dormir próximo ao ponto do desaparecimento quando ouviram um som de apito vindo da mata. Sabendo que o jovem, sendo escoteiro, tinha um apito, o grupo saiu correndo em direção ao local, quando, inesperadamente, viram flashes azuis que se acenderam e apagaram três vezes. Eles gritaram e usaram seus apitos, mas não tiveram nenhuma resposta.
O grupo saiu correndo em direção ao local, quando, inesperadamente, viram flashes azuis que se acenderam e apagaram três vezes. Eles gritaram e usaram seus apitos, mas não tiveram nenhuma resposta
Alguns ufólogos, sabendo do relato, dizem que este foi o momento em que o jovem poderia ter sido abduzido.
Desesperados, os pais de Marco foram até Brasília conversar com um general da Aeronáutica que dizia se comunicar com os ETs. Eles pediram a devolução do garoto, mas nunca houve qualquer resposta por parte do general.
Os familiares também procuraram o médium Chico Xavier, que lhes disse: “Só me comunico com pessoas que desencarnaram, e não com os vivos”.
Jornal com a notícia sobre o desaparecimento
Mais de 30 videntes entraram em contato com a família e, coincidentemente, a maioria deu relatos parecidos: teriam tido visões do jovem andando no campo, próximo a um rio. Tudo isso transmite a esperança de que Marco não morreu.
Durante as buscas, todos os lugares da região foram investigados, e, segundo João Correa, um dos guias que auxiliaram na operação: “Em tudo que é local que pudemos entrar nós entramos. Se ele não foi encontrado é porque não estava na área; se estivesse lá, nós o teríamos encontrado”.
Naturalmente, o líder Juan foi apontado como principal suspeito e chamado de irresponsável, por deixar um adolescente sozinho em um local que não conhecia. Ele foi investigado e muito interrogado, mas nunca foram encontradas provas que o liguem ao desaparecimento.
Marco Aurélio tem um irmão gêmeo, Marco Antônio, que atualmente está com 46 anos. São as fotos dele que servem de referência para a polícia continuar a busca.
Marco Antônio é irmão gêmeo de Marco Aurélio
Agradecemos ao leitor Diego, que sugeriu o tema desta matéria. Quer sugerir a próxima história? Deixe o seu comentário aqui!