Ciência
24/10/2016 às 09:19•2 min de leitura
Um jovem educado, inteligente, fã de Nirvana e Charlie Brown JR.: é dessa forma que amigos e vizinhos descrevem Armando Bezerra de Andrade. Dos 6 aos 16 anos, ele viveu com o pai, a madrasta e o meio-irmão em uma residência no Jardim Leblon, em Guarulhos, Grande São Paulo.
Segundo um morador próximo, João Batista, de 58 anos, o garoto era sociável e tinha muitos amigos. "O Armandinho cresceu e vivia sentado aqui na frente da minha casa conversando comigo e com todos os vizinhos. Era um bom menino, mesmo quando a madrasta batia nele na frente de todos", revela.
Armando Bezerra de Andrade
Um dia, quando tinha 16 anos, Armando sumiu. Na época, ele tocava guitarra em uma banda de rock, lutava karatê e jogava futebol. Dali em diante, os amigos nunca mais o viram.
Ao perguntarem do jovem, o pai contava como ele estava bem vivendo no interior. Mesmo achando a história estranha, ninguém nunca desconfiou do motivo do desaparecimento.
No dia 20 deste mês, policiais foram até a região após uma denúncia de tráfico de drogas e, por acaso, quando entraram na casa da família, acabaram descobrindo o cativeiro. Em uma edícula, com quarto e banheiro, eles encontraram um homem acorrentado a uma cama. Ele tinha uma barba que chegava ao umbigo e o local estava repleto de fezes e urina.
Questionados, os vizinhos chocados disseram que nunca ouviram nada: "Fazíamos churrasco a poucos metros de onde ele estava. Nunca ouvi um pio dele. Acredito que a madrasta, que era enfermeira, o mantinha dopado. É muita crueldade, desumano", diz o homem que era amigo do jovem.
No sábado, a família se mudou com a escolta da polícia e pessoas próximas ficaram indignadas com a facilidade com que eles saíram da casa. No muro, foram pichadas as palavras: "Justiça", "Três Safados" e "Armandinho". O rapaz foi levado ao hospital para atendimento médico.
Atualização
Em entrevista, o pai disse que Armando não estava morando com a família e teria retornado há poucos dias para a casa.