Pássaro ancestral tinha envergadura grande como a de um avião caça

11/07/2014 às 08:592 min de leitura

Você consegue imaginar um baita pássaro do tamanho de um planador ou uma aeronave do tipo caça? Pensa no tamanho do bicho? Pois uma ave com dimensões aproximadas pode ter vivido na Terra há milhares de anos, segundo uma nova pesquisa que foi divulgada no site da revista Science.

Os fósseis, que foram encontrados durante as escavações para um projeto de construção na Carolina do Sul, nos Estados Unidos, pertencem a um pássaro com a maior envergadura já conhecida. Segundo as análises, o animal media 6,4 metros de asa a asa, se aproximando do dobro do tamanho do albatroz-errante (ou albatroz-gigante), o recordista de envergadura até hoje — que tem de asa a asa cerca de três metros e meio.  

Apesar de ter sido apenas divulgado agora, o material fossilizado foi descoberto em 1983, sendo composto pelos fragmentos de ossos de um crânio bastante completo, bem como de uma asa e uma perna. E a construção em questão, onde eles foram encontrados, era para um novo terminal do Aeroporto Internacional de Charleston.

Tempo de estudo

SploidEste caça tem uma envergadura de 7,46 metros, apenas um metro a mais que a do pássaro estudado

De acordo com o paleontólogo Daniel Ksepka, do Bruce Museum de Greenwich, os fósseis foram praticamente “sepultados” em rochas estabelecidas como sedimentos do fundo do mar em algum momento entre 25 e 28 milhões de anos.

Ksepka foi convidado para conferir as amostras, que fazem parte da coleção do Museu de Charleston, quando ele trabalhava na Universidade da Carolina do Norte. O atraso de mais de três décadas para a conclusão das análises e de toda pesquisa em torno desses fósseis se deu, em parte, pelo tempo que era necessário para retirá-los da rocha com o máximo de cuidado.

Achados

O maior osso do grupo foi um fragmento de úmero com 81 centímetros de comprimento, que em seres humanos se estende do ombro ao cotovelo. As análises de Ksepka sugerem que o osso, se fosse completo, teria cerca de 94 centímetros de comprimento. Ele fez a suposição baseado nas proporções do esqueleto de parentes próximos desta espécie, em que cada asa teria cerca de dois metros e meio.

Adicionando penas nas pontas das asas e na largura do corpo, a envergadura total da ave era provavelmente de 6,4 metros, mas possivelmente até maior em alguns exemplares.

A nova espécie, batizada de Pelagornis sandersi, é um dos poucos do gênero Pelagornis — que significa "pássaro do mar aberto" em grego antigo. Estas gigantes aves marinhas — todas extintas e do tamanho de albatrozes atuais ou maiores — existiam em todo o mundo, porque os seus fósseis foram encontrados em todos os continentes. Segundo a Science, as proporções dos ossos sugerem que a ave pesava entre cerca de 22 a 40 quilos.

De acordo com Michael Habib, um paleontólogo de vertebrados da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, essa ave provavelmente era capaz de atravessar grandes extensões de mar, aproveitando as térmicas (aumento de colunas de ar sobre faixas mais quentes do que o normal do oceano) para ganhar altitude.

A capacidade de voar longas distâncias e procurar alimento com um mínimo de esforço pode ajudar a explicar como Pelagornis sandersi e seus parentes próximos prosperaram no mundo todo. As possíveis causas da extinção incluem mudanças climáticas que afetaram a velocidade do vento ao longo dos mares, uma mudança na disponibilidade de alimentos preferidos ou alguma combinação dos dois.

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