Ciência
23/11/2017 às 04:00•4 min de leitura
Phoebe <3
Digamos que sua meta seja aprender a tocar violão. Em vez de começar a estudar o instrumento de forma generalizada e querer aprender logo de cara todas as notas e acordes, prefira aprender aos poucos e estudar, por exemplo, uma nota de cada vez e depois a melhor forma de ir de uma nota para a outra.
Com o passar do tempo, você começará a realizar os movimentos de maneira automática e a coisa vai fluir. Agora se você quiser já começar tentando fazer igual ao Yamandu Costa, a coisa vai ser bem mais difícil.
Sério. Não rola.
É bacana acreditar que você é capaz de assoviar e chupar cana ao mesmo tempo, mas a verdade é que o cérebro humano, por mais desenvolvido que seja, simplesmente não é capaz de prestar atenção em mais de uma tarefa por vez. Sem saber no que direcionar sua atenção, o cérebro acaba divagando e só consegue se focar de novo depois de 25 minutos, em média.
É até possível que você consiga ser multitasking, mas, em longo prazo, tudo o que você terá aprendido será em termos superficiais, e não muito profundos.
Escrever é sempre legal!
Digamos que um dia na sua vida você tenha feito cola para uma prova – que feio! É bem possível, bem possível mesmo, que na hora exata de usar o material ilícito você nem tenha precisado, afinal acabou se lembrando do que escreveu naquele pedacinho microscópico de papel que enfiou na tampa da caneta. Por que isso acontece? Porque escrever sobre o conteúdo aprendido é uma forma excelente de fixar o assunto na memória.
Mas pode viajar à vontade nesse GIF maravilhoso.
A máxima de que “ninguém é perfeito” é mais do que verdadeira, mas nem sempre a levamos a sério e frequentemente sentimos a necessidade de cobrar resultados além do que deveria ser cobrado. Aceitar a capacidade de errar é saudável em termos de aprendizado, até mesmo porque errar é uma forma de aprender – e um estudo feito em 2014 já comprovou isso.
Loucura, né, pensar que as coisas podem dar certo...
Não estamos falando aqui daquele comportamento excessivamente positivo, quase desenfreado, típico de uma Pollyanna, mas manter a mente focada no estranho fato de que as coisas podem, sim, dar certo, é uma forma de evitar o aparecimento da ansiedade e da falta de confiança em si mesmo. Encarar o aprendizado como uma experiência de exploração nos deixa mais determinados.
=)
Da mesma maneira que crianças se interessam mais pelas coisas novas e curiosas, nós, ainda que crescidinhos, tendemos a prestar mais atenção em coisas que não sejam chatas. Isso é meio óbvio, mas às vezes a obviedade precisa ser lembrada.
O segredo? Apostar em apelos visuais, canetas coloridas, marcadores de texto e relações divertidas entre conteúdos. Joshua Foer, memorista campeão dos EUA, consegue se lembrar de uma sequência aleatória feita por um baralho completo em menos de dois minutos. Como? Ele associa cada carta a uma imagem estranha, e assim melhora substancialmente seu poder de memorização.
Você consegue.
Há estudos que sugerem que ler mais rápido nos faz aprender mais rapidamente. A questão aqui é treinar o cérebro para que ele processe palavras mais rapidamente, de modo que, com o passar do tempo, você vai conseguir ler blocos inteiros de palavras em vez de interpretar cada uma delas individualmente. Como fazer esse treinamento? Lendo muito e sempre.
Pode ser divertido.
Parece até mentira, mas a verdade é que treinar coisas novas aumenta a massa cinzenta do cérebro. Em 2004, isso foi comprovado em um estudo que avaliou a massa cerebral de pessoas que estavam aprendendo a fazer malabarismo – enquanto treinavam, a matéria cinzenta aumentou e, quando pararam de treinar, ela simplesmente sumiu. Bora treinar alguma coisa nova?
A galera de Exatas curte.
Essa técnica é batuta. Funciona assim: digamos que você ama vôlei e é do tipo que joga, treina e sofre mais que o Bernardinho quando vê a seleção brasileira em quadra – tá com saudade das Olimpíadas, né? (a gente também). Na hora de estudar, no entanto, você é aquela criatura que sua frio quando a aula é de matemática – ninguém é perfeito.
Para você, descobrir uma relação entre matemática e vôlei seria uma forma sensacional de se dar bem com os números, afinal, você acabaria percebendo que algumas jogadas são tão espetaculares por questões de posicionamento, ângulos, cálculos de força, impulso e por aí vai. É por causa da aprendizagem associativa que alguns professores usam temas do cotidiano, como o famigerado Pokémon Go, para explicar conteúdos em sala de aula. Funciona, viu.
Só não seja chato.
Einstein dizia que um jeito de saber se você aprendeu um conteúdo é ver se você consegue repassar esse conteúdo a alguma pessoa que ainda não sabe nada sobre ele. Faz ou não faz sentido? Claro que faz!
Se você acabou de ter uma aula sobre o Existencialismo, por exemplo, experimente explicar para alguém algum ponto de vista do filósofo francês Jean-Paul Sartre ou do escritor Albert Camus. A pessoa entendeu o que você explicou? Bingo! Todo mundo sai ganhando: você e a pessoa. Ela, porque aprendeu algo novo; você, porque reforçou o conteúdo que havia entrado recentemente em seu cérebro.
E aí, você tem alguma dica boa para aprender alguma coisa de forma eficiente e rápida? Conte para a gente nos comentários!
*Publicado em 08/09/2016