Nan Madol: a cidadela “mal-assombrada” no meio do oceano Pacífico

06/11/2017 às 15:522 min de leitura

A história do mundo ainda é cheia de mistérios que ninguém sabe responder: formações rochosas que ninguém consegue explicar, o desaparecimento dos Rapa Nui, a queda de Machu Picchu, e por aí vai. Um desses enigmas, que pouca gente conhece, diz respeito às ilhas artificiais de Nan Madol, nos Estados Federados da Micronésia.

O lugarzinho fica no meio do oceano Pacífico, distante mais de 2,5 mil km da Austrália e 4 mil km dos Estados Unidos, mas guarda vestígios de um grande império. Trata-se de um conjunto de aproximadamente 100 ilhas e ilhotas feitas sobre corais, que datam do século 1 antes de Cristo.

Porém, as construções megalíticas de Nan Madol só foram aparecer no século 12 ou 13 d.C. — na mesma época, por exemplo, do surgimento da Catedral de Notre Dame, em Paris, e do templo de Angkor Wat, no Camboja. O espaço geográfico é bem limitado: são 1,5 km de comprimento por 500 metros de largura, em mais de 100 ilhotas!

Nan MadolVárias ilhas construídas sobre corais formam Nan Madol

O complexo arquitetônico fica na cidade de Pohnpei, capital da Micronésia, mas ninguém de lá sabe como ele foi erguido – tanto que a hipótese de que envolveu magia é extremamente popular. Os irmãos Olisihppa e Oloshopa são ditos como os primeiros visitantes da ilha, tendo usado o poder da feitiçaria para erguer algumas construções.

E para quem curte cultura pop, uma informação curiosa: o escritor H.P. Lovercraft usou a lenda de Nan Madol para criar a fictícia cidade de R’lyeh, lar da criatura mítica Cthulhu. Inclusive, a verdadeira Phonpei aparece nessa história, chamada 'The Call of Cthulhu' e lançada em 1928.

Em várias ilhas, palacetes com até 8 metros de altura foram erguidos com pedras de basalto e coral. Os cientistas acreditam que o basalto chegou via jangadas do outro lado da Micronésia, ou seja, não envolveu nada de magia ou feitiço – mas o povo de lá prefere acreditar nas lendas locais.

Entre as ilhas e construções, canais rasos formam uma espécie de “Veneza tropical” perdida no meio do Pacífico. A dinastia Saudeleur – da qual os irmãos citados acima faziam parte – dominou a região de Nan Madol até a chegada dos europeus, no século 19. Acredita-se que, por conta disso, a maioria dessas construções abandonadas tenha servido como moradia, ainda que uma ou outra tenha tido a função de ser uma oficina de canoas ou de produção de óleo de coco.

Nan MadolAlgumas construções chegam a ter quase 8 metros de altura

Acredita-se, também, que em seu auge a população de Nan Madol era de mil pessoas. Sendo que o total de habitantes em Pohnpei era de 25 mil, o número nas “ilhas mal-assombradas” era bem expressivo. Os micronésios mais antigos se referem ao local como Soun Nan-leng, que significa “Recife do Céu”.

A Micronésia espera em breve se juntar às Nações Unidas para conseguir um apoio internacional de preservação do complexo de Nan Madol – inclusive o nomeando para Patrimônio Histórico da Humanidade. Por enquanto, o lugar está praticamente abandonado, dominado pela vegetação. Inclusive, tufões também contribuíram para destruir ainda mais o que restou da cidadela.

Nan MadolMapa mostra a localização das ilhas

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