Artes/cultura
24/02/2018 às 09:00•1 min de leitura
O xadrez é um jogo de estratégia complexo, mas que envolve cálculos matemáticos que podem prever resultados e os movimentos de um oponente. E foi dessa forma que um computador conseguiu derrotar um humano pela primeira vez. E não foi um reles mortal: foi um campeão mundial.
O ano era 1997, e o humano em questão era Garry Kasparov, um russo, o jogador mais novo a se tornar campeão mundial de xadrez — em 1985, quando tinha 22 anos. Ele manteve o título mundial de melhor jogador até 1993. Além disso, é largamente conhecido justamente por sua derrota para o Deep Blue, um supercomputador criado pela IBM.
O Deep Blue era uma máquina capaz de calcular em média 200 milhões de posições por segundo. E mesmo sabendo disso, Kasparov se manteve confiante antes da partida, até mesmo porque ele já tinha derrotado outra versão da máquina em 1996 e era considerado quase imbatível. O problema foi esse quase.
A derrota do campeão de xadrez foi diante da audiência global, e logo após o embate as pessoas começaram a se perguntar se era apenas uma questão de tempo até que as máquinas superassem os humanos em outros aspectos da vida.
Entretanto, essa foi apenas a primeira de seis partidas realizadas na Filadélfia, nos Estados Unidos. Kasparov se recuperou nas cinco partidas seguintes, empatando dois jogos e ganhando três, o que representou uma vitória no total de pontos.
Na época, a vitória de Deep Blue foi vista de uma maneira simbólica, um sinal de que a inteligência artificial estava alcançando a inteligência humana, já que um computador conseguiu derrotar um dos maiores campeões intelectuais até então.
Porém, anos depois alguns analistas minimizaram a derrota de Kasparov e julgaram seus movimentos como de uma “jogabilidade incomum”, ou seja, ele não jogou bem contra a máquina. Além disso, o valor intelectual do xadrez foi minimizado, um jogo que pode ser vencido na “força bruta”.