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01/10/2018 às 06:30•2 min de leitura
Mesmo que você não seja um grande conhecedor de répteis, você certamente saberia identificar uma — sinistra — cobra-real, não é mesmo? Afinal, uma das características mais marcantes desse animal é a espécie de “capa” que se abre na altura do pescoço quando ele se sente ameaçado. Aliás, caso você tenha o azar de cruzar o caminho com uma dessas criaturas (nunca se sabe, certo?), essa é a “deixa” para você começar a correr.
As cobras-reais são nativas do Sul Asiático e Ásia Meridional, portanto, as chances de alguém tropeçar com uma delas aqui no Brasil, por sorte, são mínimas. Sorte porque, apesar de seu veneno não ser dos mais tóxicos de que se tem notícia, esses animais são capazes de injetar grandes quantidades dele a cada picada, e é isso o que as torna tão perigosas e letais.
A tranquilidade é pura aparência (Wikimedia Commons/Rushenb)
Para você ter uma ideia, as cobras-reais podem expelir quantidade suficiente para matar um tigre adulto e até um elefante com uma única picada, então, imagine o que aconteceria com um mísero humano... Mas vamos falar a respeito da ação da toxina produzida por esse formidável réptil mais adiante. Antes, deixe a gente contar mais sobre sua descrição, distribuição e comportamento.
Embora seja conhecida popularmente como cobra-real, seu nome científico é Ophiophagus hannah — onde “Ophiophagus” se traduz como “devoradora de serpentes”. Não foi a toa que os cientistas as batizaram dessa forma, uma vez que a dieta das cobras-reais consiste quase que exclusivamente do consumo de outras cobras. Isso mesmo, caro leitor, essas criaturas obtêm seus nutrientes devorando suas coleguinhas sem dó!
Conforme mencionamos no título da matéria, as cobras-reais são as maiores cobras venenosas do mundo, podendo chegar a medir até perto de 6 metros de comprimento! Outra curiosidade é que, ademais de longas, as cobras-reais também são pra lá de longevas, já que existem registros de exemplares que viveram mais de 25 anos.
Sobre os locais onde essas perigosas criaturas preferem fixar residência — algo em ter em mente caso você esteja planejando se aventurar pela Ásia um dia desses —, as cobras-reais geralmente buscam os manguezais e regiões de vegetação ribeirinha, desde a Índia, passando pelas Filipinas, a Ilha de Java e o sul da China. Agora, vamos aos detalhes sórdidos da tenebrosa ação do veneno que, vamos combinar, é o que a maioria quer saber!
Sem dó de devorar as amiguinhas (Wikimedia Commons/Lip Kee)
O veneno das cobras-reais é de ação neurotóxica e começam sua ação pelo sistema nervoso central da vítima. De acordo com o médico Arturo Valledor de Lozoya, especialista em toxicologia animal consultado pelo pessoal do portal de notícias El País, os sintomas da picada incluem as náuseas, vômito e paralisia da faringe e da língua, o que significa que quem for atacado, terá bastantes dificuldades em emitir sons e gritar por socorro.
Além disso, o veneno causa ainda dificuldades para engolir, salivação excessiva, visão embaçada, vertigem, sonolência e paralisia. Como se fosse pouco, a picada é bem dolorosa e, se a vítima não receber os cuidados adequados rapidinho, o quadro evolui para problemas respiratórios e colapso cardiovascular, seguido de coma e morte por insuficiência respiratória. Tudo isso pode ocorrer em um período de até três agonizantes horas!
Vale mencionar também que as cobras-reais são capazes de elevar o corpo até ficarem quase da altura de um humano, o que deve ser uma visão pra lá de aterrorizante, e que inclusive os filhotes devem ser temidos, uma vez que eles já vêm ao mundo venenosos! E já que falamos dos “bebês-reais”, as mamães chegam a pôr entre 20 e 40 ovos por vez, e uma peculiaridade curiosa é que elas constroem ninhos e os defendem com dedicação até as vésperas de as cobrinhas eclodirem — tudo para não cair na tentação de devorar os próprios "filhos".
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