Ciência
16/11/2018 às 14:00•2 min de leitura
Na província de Zanjan, no noroeste do Irã, a região das aldeias de Hamzehli, Mahrabad e Chehrabad abriga — além de muitas minas de sal — um mistério de mais de 2 mil anos. De 1993 a 2018, restos mortais de pelo menos 8 indivíduos foram encontrados naturalmente mumificados, preservados pelo sal e pelas condições extremas da região. A primeira descoberta aconteceu por mero acaso, durante uma operação rotineira de mineração.
Os mineiros acharam uma cabeça desmembrada tão bem conservada que a orelha inclusive carregava um brinco de ouro, e ainda hoje é possível observar os longos cabelos e a barba do primeiro “Homem de Sal”. Posteriormente, uma bota de couro, ainda com partes da perna e do pé mumificados também foi encontrada. Junto ao corpo, foram descobertos outros artefatos, como facas de ferro, uma calça de lã, uma agulha de prata, um estilingue, alguns pedaços de cerâmica e fragmentos de tecido e ossos.
Passaram-se 10 anos até que um segundo corpo fosse encontrado nas minas com mais artefatos históricos. A múmia estava a apenas 15 metros de distância da primeira e, a partir de 2005, uma escavação arqueológica teve início com o objetivo de recuperar mais Homens de Sal. De lá para cá, estima-se que as expedições tenham encontrado pelo menos outros 6 indivíduos, entre eles, a múmia de um garoto de 16 anos e diversas partes de outros corpos.
Datados por radiocarbono, os restos mortais dos Homens de Sal têm idades variadas: do Primeiro Império Persa, dos Aquemênidas, cerca de 2,2 mil anos atrás, até 1,7 mil e 1,5 mil anos, passando pelo último império Persa, até o auge do Império Sasaniano. Tantos as múmias quanto os artefatos forneceram informações históricas valiosas sobre as diferentes épocas às quais pertenceram. Cientistas puderam constatar, por exemplo, como se vestiam, se organizavam e até mesmo como se alimentavam os trabalhadores das minas.
Extremamente bem preservados pela salinidade e baixa umidade da caverna, cabelo, carne, ossos e mesmo órgãos internos foram encontrados intactos. Um dos corpos, por exemplo, continha ovos de tênia em seu intestino — uma das mais antigas evidências da existência desses parasitas na Antiguidade. Mas, se por um lado, a Ciência aponta respostas; por outro, levanta ainda mais mistérios: o brinco de ouro e a bota encontrados com a cabeça, em 1993, são indícios de que o primeiro Homem de Sal era alguém de mais poses e de posição social elevada. O que ele estaria fazendo ali, em meio à mina?
Além disso, os pesquisadores descobriram que seu crânio apresentava uma fratura ao redor do olho e vestígios de um forte golpe, responsável por sua morte. Teria sido o primeiro Homem de Sal vítima de um acidente na mina, como os demais, ou de um assassinato? Ainda sem respostas definitivas, a cabeça mumificada pode ser vista compondo o catálogo do Museu Nacional do Irã, na capital Teerã.
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