Cabeças vão rolar: conheça o precursor da famosa guilhotina francesa

09/12/2018 às 11:002 min de leitura

Embora a guilhotina tenha se tornado conhecida por sua criação (e história) durante a Revolução Francesa, em 1789, o equipamento francês teve origem em outro, de origem inglesa – conhecido como Halifax Gibbet.

Halifax é uma cidade no condado de Yorkshire, na Inglaterra. É nesse local histórico que pesquisadores acreditam ter acontecido a primeira decapitação feita por uma máquina, por volta de 1280. Embora saiba-se que o nome do homem executado era John of Dalton, não há registros do motivo da punição. Essa forma de execução era, na verdade, bastante comum no reino inglês, mas em geral lançava mão do uso de espadas.

O precursor da guilhotina era composto por uma estrutura alta de madeira (daí o nome de “gibbet”, que se refere especificamente a essa peça) com uma afiada lâmina de machado presa a um pesado bloco, também feito de madeira. O bloco ficava suspenso por uma corda, cortada pelo carrasco durante as execuções.

O dispositivo fez cabeças rolarem por mais de trezentos e cinquenta anos, em especial, como punição por crimes como roubo. Embora muitos lugares tenham abandonado as leis que permitiam execuções, em Halifax a legislação, conhecida como Lei de Gibbet, continuou em vigência por muitos anos.

Origem

A Lei de Gibbet origina-se do direito de executar ladrões e outros criminosos concedido, pela Coroa, aos nobres. Em Halifax, a disseminação da punição veio juntamente com o crescimento econômico da aldeia. Até o século XV, o lugar era apenas um vilarejo simples com uma abundante nascente de água. Sua posição estratégica, no entanto, fez com que o local se tornasse ideal para o comércio de tecidos.

Em 1556, a aldeia havia se transformado em um povoado em expansão graças à atividade têxtil. Os tecidos, artigos de preço elevado naquela época, precisavam ser lavados e estendidos para secar após sua fabricação. Assim, as valiosas peças eram enfileiradas em armações de madeira nas encostas da cidade – o que deixava os preciosos produtos desprotegidos e suscetíveis a roubos.

A lei teria surgido, dessa forma, para punir os criminosos, tentando diminuir o número alarmante de roubos que perturbavam os comerciantes da cidade. Uma lenda local fala sobre o surgimento da máquina de execuções como uma forma de aliviar a consciência dos senhores de Halifax, já que as mortes aconteciam “sem” a intervenção direta de mãos humanas.

Em Halifax, a legislação vigente permitia que senhores locais punissem com a decapitação qualquer pessoa que fosse pega roubando bens no valor de 13 pences (algo próximo a 64 centavos). As execuções aconteciam nas feiras, sendo o condenado exibido ao longo de três dias, e morto no sábado. Os itens roubados também eram expostos, junto com o criminoso.

Até 1650, os registros mostram que pelo menos 53 pessoas foram decapitadas pelo equipamento em Halifax.  Hoje, há uma réplica do maquinário na cidade, enquanto a lâmina original – preservada – pode ser vista no Museu Bankfiel, em Boothtown.

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