Ciência
19/01/2020 às 09:00•1 min de leitura
“Istão” é uma forma de dizer “lugar de morada” em algumas línguas, como o hindi, o persa e o quirguiz, faladas na Ásia. Especificamente, elas podem ser encontradas em países como Afeganistão e Índia. Essa tradução se refere a um povo ou etnia exclusiva e por isso, quando se fala do Cazaquistão, seria o mesmo que dizer “morada dos cazaques”, os nativos do país. Quirguistão é o “lugar dos quirguizes”, do mesmo modo que Afeganistão é o “território dos afegãos” e assim por diante.
Os outros países asiáticos que possuem essa terminação (Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão) seguem exatamente a mesma lógica.
De acordo com Mário Ferreira, doutor em linguística pela Universidade de São Paulo (USP), o “stão” é, provavelmente, derivado de um termo indo-europeu, algo semelhante a “sthã”, especula. É possível traduzir esse vocábulo para português com o sentido de "estar", “parar” ou "permanecer".
Ele foi usado, inclusive, como a raiz do verbo “stand”, em inglês, que carrega a ideia de “permanecer”.
O Paquistão, que também termina com “istão” e deveria ser incluso na tradução como os outros países, tem um sentido próprio. Ele foi batizado por Rahmat Ali, o principal responsável pela independência paquistanesa, 20 anos de o território do país ser sequer constituído, em 1947.
O termo “Paki” foi escolhido porque as letras “p” e “k” simbolizavam as áreas que a nação em construção reivindicava para si. No caso, “p” se referia a província do Punjab, enquanto o “k” designava os limites de Cachemira, no noroeste indiano.
“Istão” foi unido ao “paki” e, assim, o país teve seu nome escolhido, antes mesmo de ter um território propriamente dito, afirma Márcio Ferreira.