Estilo de vida
18/12/2021 às 12:00•2 min de leitura
De acordo com a mitologia grega, o Cavalo de Troia foi uma das invenções mais mirabolantes já utilizadas pelos soldados da Grécia para derrotar um inimigo. Reza a lenda que os gregos teriam construído essa enorme estrutura de madeira em formato do animal para ludibriar os troianos e invadir a cidade de seus adversários — o que decretaria o fim da guerra entre os dois povos.
Mas até que ponto essa história é realmente verdadeira? Nos últimos anos, historiadores passaram a se perguntar se a exibição exagerada do poderio militar grego não era apenas um mito, construído para fazer o exército grego parecer mais uma força divina e menos os meros mortais que eram. Entenda!
(Fonte: Shutterstock)
Existe apenas uma menção ao Cavalo de Troia relatada na antiguidade e ela acontece no poema épico A Eneida, escrito por Virgílio, um poeta romano, no século I a.C. Na história contada pelo escritor, um soldado grego chamado Sinon convenceu os troianos de que ele teria sido abandonado por suas tropas e que os gregos teriam rumado para casa.
Porém, os gregos teriam deixado para trás um cavalo de madeira como forma de oferenda para a deusa Atena. Segundo o soldado, seus aliados esperavam obter um favor da divindade após Troia ter devastado suas terras. A lenda, entretanto, diz que o sacerdote Laocoön havia percebido que algo estava errado, mas foi ignorado pelos outros habitantes da cidade.
Logo, os troianos aceitaram a oferenda e colocaram o cavalo para dentro da cidade — sem saber que soldados gregos estariam escondidos dentro da estrutura. Isso foi o suficiente para que os adversários pudessem romper a fortaleza e reivindicar o controle de Troia.
(Fonte: Shutterstock)
Antes mesmo de A Eneida ser escrita, uma peça de teatro chamada A Mulher de Troia, de Eurípedes, também já tinha feito uma referência ao cavalo de madeira. Escrita pela primeira vez em 415 a.C., a obra, assim como o poema, ilustrava o animal como um prenúncio da vitória sobre a derrota.
Porém, dessa vez o cavalo era interpretado no sentido figurado, diferente do que aconteceu na versão escrita da lenda. É por conta disso que muitos historiadores acreditam que houve uma interpretação exagerada do que aconteceu de fato na Guerra de Troia.
Pausanias, um viajante e geógrafo grego do século II d.C., foi um dos primeiros a questionar a existência de tal cavalo. Em seu livro Descrições da Grécia, Pausanias chega inclusive a levantar a possibilidade de o cavalo ter sido construído em bronze em vez de madeira.
(Fonte: Shutterstock)
Recentemente, estudos feitos pela Universidade de Oxford em 2014 apresentaram mais informações a respeito do que aconteceu em Troia. Segundo os historiadores, a cidade de fato teria sido queimada até o chão, mas há indícios de que o cavalo de madeira tenha sido apenas uma fábula criada pelos gregos.
De acordo com o comunicado da universidade, é possível que a inspiração para a lenda tenha surgido a partir da forma como as antigas máquinas de cerco eram vestidas com peles úmidas de cavalo para evitar que se incendiassem, facilitando a movimentação das tropas aliadas.
Entretanto, em agosto de 2021, arqueólogos encontraram dezenas de pranchas de madeira que datam de milhares de anos nas colinas de Hisarlik — comumente considerada a localização histórica da cidade de Troia. Apesar do ceticismo, muitos creem que essa comprove as evidências sobre a existência do cavalo.
Independente da história que você escolher acreditar, é certo que o termo “Cavalo de Troia” passou a fazer parte do nosso vocabulário e é constantemente usado para se referir a um agente infiltrado em uma organização ou simplesmente um vírus que esteja danificando seu computador.