São Judas Tadeu: a história do santo padroeiro do Flamengo

Às vésperas da final da Copa Libertadores 2022, em que Flamengo e Athletico-PR se enfrentarão em um jogo único no Equador, torcedores ao redor do Brasil buscam todos os recursos possíveis para conquistarem mais uma taça. Especialmente para os rubro-negros do Rio de Janeiro, uma figura milagrosa será chamada por milhões de vozes: São Judas Tadeu.

O dia 28 de outubro não apenas é o Dia do Flamenguista, mas também é a data que celebra o dia de São Judas Tadeu, o santo padroeiro das causas difíceis e do Flamengo. Quer saber mais sobre como começou toda essa história? Então fique atento aos próximos parágrafos!

Quem era São Judas Tadeu?

(Fonte: Wikimedia Commons)

Judas Tadeu era um contemporâneo de Jesus Cristo. Embora sua data de nascimento e de óbito são incertas historicamente, acreditasse que tenha morrido por volta do ano 70. Além disso, ele teria sido um dos primeiros seguidores do Filho de Deus, sendo assim um dos 12 apóstolos mencionados na Bíblia.

Alguns historiadores chegam até mesmo a dizer que ele poderia ter um parentesco sanguíneo com Jesus, possivelmente sendo seu primo — filho de uma irmã de Maria. Ele foi pouco citado nas passagens do evangelho, mas acredita-se que teria sido escolhido por Jesus por ser uma pessoa muito generosa.

Durante muito tempo, Judas Tadeu foi chamado apenas de "Tadeu", de forma que não fosse confundido com Judas Iscariotes, o homem que traiu Jesus Cristo. Segundo historiadores, é provável que Judas Tadeu tenha ido pregar em outras regiões do Oriente Médio após a morte de Jesus e foi executado justamente por conta do seu trabalho de evangelização. 

O título de santo das causas perdidas surgiu por conta de outra santa, a beneditina e teóloga alemã Gertrudes (1256-1306), que disse que foi "orientada por Jesus a colocar os casos mais desesperados sob a intercessão de São Judas Tadeu". Desde então, passamos a ver uma forte devoção por acreditar que é ele quem intercede nas situações mais adversas.

Qual a relação entre São Judas Tadeu e o Flamengo?

(Fonte: Gilvan Souza/Flamengo)

No início da década de 1950, o Clube de Regatas do Flamengo passava por uma fase delicada. A agremiação estava há quase uma década sem ganhar nenhum tipo de título relevante, sendo a última grande conquista o Campeonato Carioca de 1944. Em 1953, então, o pároco da Igreja de São Judas Tadeu, em Cosme Velho, foi até a Gávea — sede do clube — celebrar uma missa junto aos jogadores.

O objetivo era mandar todo o azar que circundava os últimos anos embora. De acordo com quem estava no local, o padre teria pedido para que todos os presentes acendessem uma vela e dedicassem esse gesto a São Judas Tadeu, algo que também acabou sendo aderido pelos torcedores rubro-negros.

Surpreendentemente, o resultado deu certo. O Flamengo acabou sendo tricampeão carioca em 1953, 1954 e 1955, dando fim a uma enorme maré de azar. Com isso, São Judas, que já era considerado o santo das causas impossíveis, também passou a ser conhecido como protetor do time de maior torcida do Brasil — algo que só aumentou sua popularidade entre os brasileiros.