Ciência
18/02/2023 às 10:00•3 min de leitura
No livro Moby Dick (1851), Herman Melville narra a saga obsessiva de Ahab, capitão de um navio baleeiro, para capturar uma cachalote albina que havia lhe arrancado a perna no passado. Anos após sua publicação, o livro se tornou um clássico da literatura mundial e é considerado um dos melhores livros sobre navegação marítima da história.
Mas não é apenas na ficção que criaturas marinhas e humanos se enfrentam. Confira abaixo cinco desses embates.
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Dramatização de um encontro entre uma cachalote e uma lula gigante. (Fonte: Wikimedia Commons)
A lula-colossal é a maior espécie de lula conhecida. Embora ela nunca tenha sido registrada com vida, em 2007, pescadores neozelandeses capturaram a maior carcaça de lula-colossal de até então. O animal possuía 495 kg e quase 14 metros de comprimentos.
É possível que um animal desse tamanho tenha atacado acidentalmente o USS Stein em 1978. A fragata da Marinha dos Estados Unidos estava realizando um treinamento no Oceano Pacífico quando seu sistema responsável por identificar ameaças submarinas ficou inoperante. Ao retornar para um porto, foi descoberto que o sistema de sonar tinha grandes cortes de mais de um metro de comprimento.
Analisando melhor os danos, a equipe encontrou diversas garras gigantes, que essas lulas possuem nas ventosas e usam para se proteger de cachalotes.
(Fonte: Unsplash)
Em 1945, o cruzador USS Indianapolis, da Marinha dos EUA, retornava de uma missão para levar urânio enriquecido para a bomba atômica “Little Boy”, com destino às Filipinas. Em algum ponto do trajeto, a embarcação foi atacada por um submarino japonês, que afundou com 300 tripulantes e deixou os 900 restantes à deriva em mar aberto.
Em pouco tempo, centenas de tubarões foram atraídos ao local, graças ao cheiro de sangue na água e agitação dos marinheiros. Os tubarões atacaram a maior parte da tripulação, que se defendia com o que conseguisse encontrar.
O ataque durou três dias, e só teve fim por um mero acaso, quando um piloto da Força Aérea dos EUA passou pelo local e avistou os corpos. Apenas 321 marinheiros foram resgatados com vida.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O Círculo Polar Ártico é um local com diversas expedições de pesquisa, mas de difícil acesso. Para facilitar o trabalho desses pesquisadores e ajudar a proteger a região, em 1937, o governo da antiga URSS criou a Frota do Norte como parte da marinha soviética especializada em regiões polares.
Embora sua principal atuação atualmente seja para o transporte de pesquisadores, em 2019 ela precisou ser acessada para resgatar uma equipe que foi atacada por uma morsa. Pouco antes de chegar na Ilha Wilczek, a pequena embarcação que transportava um grupo de cientistas foi interceptada pelo animal furioso — provavelmente uma fêmea tentando proteger seus filhotes.
A morsa conseguiu subir no barco e afundá-lo. Como a tripulação estava perto da ilha, eles conseguiram se aproximar do cais para que todos pudessem chegar com segurança à costa e esperar pelo resgate da Frota do Norte.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O tubarão-luminoso — também conhecido como tubarão-corta-carne — é uma das menores espécies de tubarão do mundo. Ele mede cerca de 45 cm e é encontrado em todo o mundo em águas profundas. Eles costumam se alimentar da carne de baleias e grandes peixes, arrancando um pedaço do animal e deixando buracos pelo corpo.
Por muito tempo, esses animais deram terríveis dores de cabeças para os marinheiros dos EUA, acidentalmente atacando os submarinos do país. Durante a década de 1970, houve uma preocupação que os danos pudessem ser causados por alguma arma soviética.
Quando o verdadeiro culpado foi descoberto, os submarinos passaram a ter seus pontos fracos protegidos com caixas de fibra de vidro rígidas.
(Fonte: Unsplash)
Baleias são animais bastante inofensivos, sem nenhum registro de ataque a seres humanos até hoje. Apesar disso, baleias selvagens causaram uma série de problemas para a marinha britânica durante a Guerra das Malvinas, em 1982.
Como a costa da Argentina é uma rota comum de grandes baleias, era comum que elas fossem confundidas com submarinos inimigos. Durante todo o conflito, diversos navios se colidiram com as gigantes do mar. Houve ainda dois casos em que baleias foram assassinadas após serem atingidas por torpedos e uma vez por um helicóptero.