Mitos e verdades: tratamentos a laser

O laser é o queridinho dos médicos e pacientes e um dos procedimentos mais procurados nas clínicas de dermatologia e cirurgia plástica. Afinal, supera todos os outros métodos na hora de rejuvenescer a face e o corpo, eliminar pelos, apagar manchas e diminuir cicatrizes de acne, além de devolver ao rosto parte do viço e do tônus perdidos com o passar do tempo.

Sigla para a expressão light amplification by stimulated emission of radiation, traduzida como "ampliação de luz por meio da emissão estimulada de radiações", o laser tem uma ampla gama de benefícios e seus efeitos são duradouros. Ele é capaz de promover na pele efeitos intensos o suficiente para conter os estragos do tempo.

Isso acontece por meio da ativação da produção de colágeno (fibra responsável pela firmeza e elasticidade da pele). Quando o colágeno falta ou está enfraquecido – o que acontece com o envelhecimento –, aparecem as linhas de expressão, as rugas e a flacidez.

De acordo com pesquisa Datafolha de 2008, encomendada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, os lasers correspondem a 24% dos procedimentos não cirúrgicos feitos no Brasil e o valor das sessões é variável de acordo com o profissional que o realiza e de sua formação e em geral são necessárias várias sessões dependendo do que se pretenda, sendo possível rejuvenescer a pele de maneira prolongada.

Ainda assim, existem muitas lendas sobre a aplicação do laser. Veja algumas delas esclarecidas pelo diretor da Sociedade Brasileira de Laser, Dr. Claudio Roncatti:

Mitos

O laser é uma simples “luzinha”

Os lasers, LEDs (light emission diode) ou LIPs (luz intensa pulsada) são radiações eletromagnéticas e como tal respeitam as leis da física quântica. Uma simples "luzinha" dessas, que indevidamente se utilizam nos campos de futebol, pode cegar temporária ou definitivamente uma pessoa, ou ainda estimular o desenvolvimento de uma lesão maligna.

O laser só dá bons resultados quando usado na face

Além da face, o laser dá bons resultados na diminuição de pelos, varizes, celulite, estrias, marcas de cicatrizes e remoção de tatuagens e tumores. Existe ainda em estudo a aplicação na recuperação dos cabelos e contenção da queda dos fios, já que alguns lasers podem aumentar a atividade celular na raiz dos fios.

O laser cura todo e qualquer tipo de lesão

Com o advento de técnicas para tratamento dos cânceres, surgem muitas notícias falsas de que os lasers curam todos os tipos de lesões malignas e o desenvolvimento das máquinas fracionadas, leva a crer que servem para tudo. Cortes e lesões mais sérias não podem ser curadas com laser.

O laser apaga todas as cores de tatuagens

Para atenuar tatuagens pretas profissionais são necessárias aproximadamente 6 sessões de aplicação de laser e às vezes se consegue apagá-las. No caso de tatuagens coloridas, em torno de 8 a 12 sessões (dependendo do caso e de seu tamanho) e esta tecnologia é eficiente para apagar todas as cores de tatuagens. As mais difíceis de atenuar são as cores claras, como branco, amarelo e vermelho.

A aplicação de laser causa dores insuportáveis

Dependendo do laser, há a sensação de dor e queimação quando é aplicado. Em muitos casos, é preciso passar um anestésico uma hora antes de cada sessão para que o desconforto seja amenizado ou anestesiando a área a ser tratada, tornando o procedimento totalmente suportável.

Verdades

Existem vários tipos de lasers

Os mais eficazes, para rejuvenescimento, são: Lasers de CO2 e de erbium-glass, fracionados ou não. Os fracionados têm como principal característica emitir raios que entram na pele de forma intermitente. Os feixes penetram em pontos microscópicos, formando uma imagem como uma rede de pescador, com malhas mais finas do que um fio de cabelo. Esse tipo de técnica permite que os raios atuem, mas deixem intactas algumas áreas da pele, tornando o laser menos agressivo.

Os não fracionados são lasers mais agressivos, que promovem um peeling intenso a ponto de remover a superfície da pele, fazendo com que o paciente saia de sua rotina por alguns dias. Há ainda uma outra radiação, a luz intensa pulsada, usada com inúmeras finalidades específicas, pois possui comprimentos de onda variáveis.

A depilação a laser não é 100% definitiva

O objetivo na epilação é destruir o nascedouro dos pelos (bulbos capilares) o que algumas vezes se consegue após cinco meses de tratamento, com uma sessão por mês, quando os pelos praticamente desaparecem.

O laser não consegue destruir os bulbos de pelos claros

O resultado dos lasers em pessoas de pelo claro não será tão satisfatório, já que a luz dos lasers tem como alvo os pigmentos, dificultando sua ação na ausência de cor e tornando necessário um número maior de sessões. Neste caso, utiliza-se uma pasta preta de carbono no sentido de tingir os pelos brancos, aumentando a absorção da luz e, consequentemente, sua ação.

Pessoas de pele negra não podem utilizar laser

Pessoas de pele escura são mais suscetíveis a manchas e, por isso, necessitam de tratamentos específicos para evitar despigmentações em sua pele, quando expostas aos lasers. No entanto, existem aparelhos de depilação e tratamento de manchas específicos para este tipo pele e os resultados são bem satisfatórios, porém exigem um número maior de sessões, quando comparados a pessoas de pele clara.

O laser só pode ser aplicado no paciente por profissionais formados

O que determina a área legal de atuação de um profissional da saúde é sua formação universitária e não cursos que faça posteriormente, por isso ter uma excelente formação no laser de CO2 não capacita o cirurgião plástico a fazer uma conização de colo uterino ou o fisioterapeuta a promover rejuvenescimento de pele, e isto vale para todas as áreas da saúde.