Saúde/bem-estar
20/06/2018 às 09:00•2 min de leitura
Futebol é um esporte emocionante exatamente por sua imprevisibilidade. Da mesma forma que o time favorito pode entrar em um jogo e golear o oponente, como esperado, duas equipes em condições técnicas de igualdade podem protagonizar uma situação totalmente fora dos padrões, como o fatídico Brasil e Alemanha em 2014.
Apesar disso, algumas situações possuem um pouco mais do que sorte envolvida. Quando uma disputa vai para a cobrança alternada de pênaltis, como é comum nas fases decisivas da Copa do Mundo, quem dá o primeiro chute tem vantagens. Isso é um fato conhecido entre profissionais da área e estatísticos e, por isso, Steve Brams, da Universidade de Nova York, e Mehmet Ismail, da Universidade Maastricht, resolveram sugerir uma nova ordem nas cobranças.
Os dois pesquisadores estudam teoria dos jogos, e a sugestão deles é algo que mudaria a dinâmica de cobranças, mas está longe de uma alteração radical. Aquilo que chamaram de “Catch-Up Rule”(catch-up em inglês significa acompanhar) faria com que as cobranças não mantivessem a mesma ordem do início ao fim.
Na nova situação, seria necessário considerar as cobranças de pênaltis como rodadas separadas, uma para cada lado. Caso ambos os times marquem, a ordem se inverte na próxima rodada, e quem bateu primeiro agora espera para dar o segundo chute. Mas se um dos times não faz o gol, ele será o primeiro cobrador da próxima rodada, independente da ordem das batidas.
A sequência de cobranças é definida pela escolha do capitão do time, após o juiz girar uma moeda para sortear quem fará a definição. Pode parecer complicado, mas a modificação diminuiria a pressão de sempre estar atrás no placar.
Estudos anteriores já analisaram resultados de disputas de pênaltis em grandes torneios, que aconteceram entre 1970 e 2013, e concluíram que, em 60% das vezes, quem deu o primeiro chute ganhou a disputa. Até mesmo times e treinadores têm consciência dessa vantagem, pois um estudo publicado pelo American Economic Review confirmou que 90% das escolhas dos capitães, após o juiz sortear quem decidiria a ordem das cobranças, foi para bater a primeira penalidade.
O artigo não se limitou ao futebol; foram analisados também outros esportes e se alterações nas regras deles beneficiariam o jogo. Uma situação que os pesquisadores consideraram justa foi a forma como funciona o tie-break em uma partida de tênis, pois ele fornece condições de igualdade para cada um dos jogadores. Nele os serviços, ou saques, se alternam, e é necessária uma diferença de 2 pontos para que a vitória no set seja decretada.
Os autores do estudo disseram que “em quase todos os esportes competitivos, as regras permitem algum elemento de sorte”, e o trabalho deles procurou apontar quais situações podem ter as regras levemente alteradas para que a responsabilidade sobre os resultados seja, em sua maior parte, dos atletas.
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