A história do rei sueco que odiava tanto café que proibiu a bebida no país

13/10/2018 às 06:012 min de leitura

Imagine viver em um país onde o café é proibido. Já pensou como seria uma segunda-feira sem esse líquido maravilhoso? Não dá! Mas na Suécia, no século XVIII, o então rei Adolf Frederick (mais um Adolf fazendo bobagem) estava decidido a eliminar a ameaça da cafeína. E mais: seu filho e sucessor quis provar os malefícios da bebida em um experimento “científico”.

Como tudo começou

O gosto pelo ouro líquido na Suécia começou no século XVII, assim que as grandes trocas comerciais ficaram mais acessíveis. A nova mercadoria agradou logo de cara e ganhou uma legião de apreciadores, em todas as gamas sociais... Até que Adolf chegou ao poder na Suécia. Ele acreditava piamente que café fazia com que as pessoas se comportassem mal, e isso era perigoso para a sociedade na época.

Em 1756, Frederick tomou ações mais concretas para tentar eliminar a “ameaça” da cafeína. Primeiro, começou taxando quem quisesse continuar consumindo ou importando o produto. Segundo, um ano mais tarde, proibiu o consumo da bebida. Obviamente, medidas assim não funcionaram. Especialmente porque os mais ricos continuavam a ingerindo quase que livremente, aumentando o contrabando.

Apesar de ter um rei, a Suécia na época era um governo parlamentar. Após a grande guerra do Norte, a “Era da Liberdade” foi instaurada, e houve três monarcas no período, sendo Adolf o último. O sucessor foi Gustav III, filho do rei, que assumiu o cargo em 1771 e logo tratou de chegar a um acordo para restabelecer poder total à Monarquia e dissolver o Parlamento.

O experimento

Convencido dos efeitos nocivos do café, assim como seu pai, ele decidiu provar cientificamente que a bebida era ruim e trazia malefícios à saúde. Para tal experimento, foram selecionados dois criminosos que haviam sido condenados à morte. Em troca da cooperação no teste, eles ganharam prisão perpétua. Aqui as versões divergem um pouco, pois há quem diga até que os rapazes eram irmãos gêmeos.

O teste consistia em beber diariamente três doses, sendo que um preso deveria ingerir café e o outro, chá. Gustav estava certo de que os resultados seriam satisfatórios e logo a cobaia que ingeria café teria complicações e viria a falecer, provando assim os danos desse elixir dos deuses. A ironia? Os condenados viveram mais do que o próprio rei.

O monarca estava com 46 anos quando sofreu um atentado a tiros de um grupo de opositores, todos da nobreza. Morreu algumas semanas depois, em decorrência dos ferimentos. Já os “voluntários” do seu experimento foram um pouco mais longe. O indivíduo que tomou chá faleceu com 83 anos; sobre seu companheiro, que ingeriu café, não existem dados precisos.

Assim como a Lei Seca nos Estados Unidos, a Suécia parece ter estimulado o consumo da cafeína com a proibição. Se analisarmos a lista dos maiores consumidores globais, veremos nomes interessantes. Apesar de o Brasil despontar como um dos líderes na produção desse bem tão precioso da sociedade moderna, a Suécia é o sexto maior consumidor global. Lá, os habitantes registram uma média de 8,2 quilos de café por pessoa anualmente — um comparativo interessante, já que aqui, no país do café, a estimativa é de “apenas” 5,8 quilos por ano.

Hoje em dia, sabemos dos benefícios dessa bebida, como estímulo do metabolismo, redução do risco de diabetes II e da Doença de Parkinson, entre alguns outros. Essa parte não foi comprovada na época, como pudemos perceber. Um fato curioso é que na Suécia o café foi banido em cinco oportunidades. Todavia, em 1822 finalmente foi liberado e permanece assim até hoje. Os escandinavos inclusive são mundialmente reconhecidos por preparar essa poção divina de maneira magnífica.

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