Ciência
23/12/2019 às 09:00•1 min de leitura
Morar em São Paulo é estar acostumado ao barulho urbano quase durante as 24 horas do dia. Os sons das buzinas, sirenes e motores dos carros parecem pertencer naturalmente à metrópole, mas em meio a tanto barulho produzido pelo homem, um som bem mais natural e suave se destaca nas primeiras horas do dia. E esse som parece estar sendo produzido cada vez mais cedo.
Um passarinho se tornou um despertador natural para os paulistanos. O sabiá-laranjeira faz seu canto se espalhar por diversas áreas da cidade e disputa espaço com os primeiros carros e buzinas que tomam o trânsito paulista.
O comportamento de iniciar o dia com a cantoria é natural do passarinho, mas para se adaptar ao ambiente urbano e às interferências, ele tem começado cada vez mais cedo. O biólogo Fabio Olmos explicou, em entrevista à Veja São Paulo, que os machos dessa espécie cantam para marcar território ou atrai as fêmeas e com a competição pelo espaço sonoro nas grandes cidades, o passarinho aproveita os horários mais silenciosos para cantar. “É uma forma de adaptação”, disse.
Ele afirmou ainda que o sabiá-laranjeira se adaptou à realidade urbana e costumam ser mais ouvis em áreas mais arborizadas, como a Praça da República e o Largo Paissandu. Mas, não é só o sabiá-laranjeira que canta em São Paulo, embora ele seja bem musical. Além dele, há os passarinhos bem-te-vis e sanhaços.
Se de um lado a poluição sonora está cada vez maior, de outro, os passarinhos se adaptam para garantir a cantoria aos ouvidos mais atentos.