Projeto fotográfico mostra toda a extravagância suburbana de Tóquio

16/09/2014 às 07:452 min de leitura

As primeiras imagem de Tóquio (Japão) que vêm à cabeça de um ocidental normalmente trazem enormes arranha-céus, por entre os quais multidões conectadas a todo tipo de tecnologia portátil se acotovelam. Isso é um sem-número de propagandas que não pedem permissão para entrar no seu consciente — e também no seu inconsciente.

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Bem, mas será toda a capital japonesa assim, uma muvuca hi-tech eternamente apressada? É melhor olhar novamente.

Uma cidade horizontal

De fato, foi o que fez o fotógrafo francês Jérémie Souteyrat. Em seu projeto “Tokyo No Le” (Casas de Tóquio), Souteyrat abandonou alegremente os conglomerados fervilhantes de centros como Shinjuku e Shinbuya para provar que, ao contrário do que pensa o senso-comum, Tóquio ainda é uma cidade eminentemente “horizontal” e com estilo arquitetônico até bastante liberal.

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“No que se refere a Tóquio, os ocidentais normalmente sabem muito pouco além das altas construções de Shibuya e Shinjuku e das multidões empacotadas dos distritos comerciais. Mas Tóquio é, na verdade, uma cidade horizontal, com menos densidade populacional por metro quadrado do que Paris”, explica o autor do projeto em seu sita oficial.

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Ele continua: “Vizinhanças inteiras de moradias familiares se espalham além do horizonte. Em vias tranquilas, às vezes em ruelas, cada família tenta construir o seu ninho, normalmente em espaços mínimos, produzindo um casulo aberto aos elementos, embora escondido dos olhares indiscretos”.

Arquitetura liberal

Conforme o sujeito explica, as casas das imagens foram projetadas por diversos arquitetos renomados de Tóquio. Entretanto, talvez mais chamativo do que as assinaturas dos “experts” seja a imensa variedade de influências culturais disputando cada metro quadrado. “No Japão, as noções de arquitetura são liberais até o ponto da quase inexistência de um legado de edifícios sobreviventes do passado, permitindo aos arquitetos que expressem suas próprias ideias.”

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“Dessa forma”, ele continua, “Tóquio pode ser encarada como um teatro a céu aberto, com seu parque imobiliário proporcionando um conjunto teatral único, no qual seus habitantes são, simultaneamente, atores e audiência”.

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Composições fotográficas

Ademais, Souteyrat reforçao que, para o projeto “Tokyo No Le”, a ideia foi registrar tudo a título de “composição fotográfica”, de maneira que os conjuntos normalmente ganham contextos para além das próprias construções — explorando também os arredores.

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“A fim de mostrar o papel de cada construção na cidade, eu tentei reconciliar a humanidade subjacente das fotografias urbanas ao rigor das representações arquitetônicas”, explica o fotógrafo. “Uma construção é projetada como algo vivo, tanto de dentro como de fora. A arquitetura ganha o seu significado maior em seu relacionamento com os habitantes humanos”, ele conclui.

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