Estilo de vida
31/01/2018 às 03:00•3 min de leitura
Motivo: cocô
Mortes: mais de 13 mil
Guano é a palavra em espanhol para o cocô das aves e morcegos. Por conter muito fósforo e azoto, ele é excelente para a produção de adubos e pólvora. E foi por causa disso que o Chile, a Bolívia e o Peru entraram em guerra no final dos anos 1800! Dá para acreditar?
Um grande depósito de guano se encontrava no deserto do Atacama, principalmente em terras peruanas e bolivianas. A Bolívia, entretanto, não tinha dinheiro e nem equipe para explorar esse recurso, por isso contratou empresas chilenas para esse serviço. Com o passar dos anos, os países começaram uma disputa para ver quem tinha mais autoridade sobre essas fezes.
Peru e Bolívia fizeram um acordo secreto, que beneficiaria principalmente o primeiro país. Só que para isso a Bolívia precisaria acabar com a mão de obra chilena e tentou fazer isso através do aumento dos impostos cobrados do Chile para a exploração do material. Os chilenos ficaram possessos e dominaram a região, levando os outros dois países a declararem guerra. O Chile tinha mais poder armardo e ganhou a batalha, algo que fragilizou as economias do Peru e da Bolívia por décadas e tem reflexos até hoje na região.
Disputa por cocô de pássaros terminou em guerra
Motivo: corrida de cavalo
Mortes: desconhecidas
As tribos árabes ABS e Dhubiyan entraram em guerra por conta de uma corrida de cavalos, quando uma delas acusou a outra de trapaça. Tudo começou quando o líder da ABS, montando o cavalo Dahis, desafiou o chefe dos Dhubiyan, com o equino Ghabra, para uma corrida. A aposta valeria 100 camelos do rival, e a corrida deveria ter 100 voltas.
O cavalo Ghabra assumiu a liderança logo no começo da disputa, sendo ultrapassado pelo Dahis, que quase ganhou a corrida. Só que os Dhubiyan emboscaram o cavalo da dianteira e fizeram-no sair do percurso, garantindo a vitória para sua tribo. O pessoal da ABS não curtiu, é claro, e se declarou vitorioso mesmo assim.
Só que os Dhubiyan não queriam pagar a aposta, e o líder dos ABS mandou matar o irmão do chefe do grupo agora “inimigo”. Isso gerou retaliação, com a morte do irmão do líder dos ABS, e a mer** foi jogada no ventilador. Seguiu-se uma batalha de 40 anos! E não houve um claro vencedor.
Trapaça em corrida foi o estopim
Motivo: destruição de uma padaria
Mortes: mais de 300
Tudo começou em 1828, quando um confronto civil no México supostamente destruiu a padaria de um chef francês que morava por lá. Ele alegava que os responsáveis pelos danos foram oficiais do exército do país. O chef tentou uma reparação, mas nunca conseguiu. Dez anos depois, ele reportou o caso ao rei francês Luís Felipe I, para que ele tomasse alguma providência.
Como a França já estava irritada com o governo mexicano por conta de calotes em empréstimos, essa história serviu como a gota-d’água. Os franceses tomaram um porto do país latino e o confronto armado começou. Ele durou apenas um ano e terminou quando a Inglaterra interveio em um acordo de paz.
Guerra civil mexicana gerou confronto internacional
Motivo: barba raspada
Mortes: desconhecidas
O rei Luís VII, da França, se casou com Eleanor, Duquesa da Aquitânia, em 1137. Ele recebeu duas grandes províncias francesas como dote pelo casamento e foi feliz durante alguns anos até o rei participar das cruzadas. O rei era bem barbudo, mas quando retornou da viagem a sua cara estava lisinha. Eleanor não curtiu nem um pouquinho a novidade – e vocês achando que a veneração aos homens de barba era coisa atual, hein?
O casal brigou tanto que acabou se separando. Eleanor foi pra Inglaterra e se casou com o rei de lá, Henrique II. Só que daí ela pediu a devolução das terras dadas como dote no primeiro casamento, levando os dois países a entrarem em guerra! E o pior é que a batalha durou 301 anos, com a França saindo vitoriosa. Dá para acreditar?
Rei fez a barba e perdeu a esposa, mas ganhou a guerra
Motivo: um banco de ouro
Mortes: mais de 3 mil
Entre o final do século 19 e começo do século 20, a Inglaterra estava explorando novos continentes, como a África. O exército britânico já era muito poderoso, então raramente encontrava resistência nas terras que queriam dominar. O reino de Ashanti, atual Gana, foi um desses lugares que se renderam rapidinho aos ingleses.
O rei de Ashanti, Premeph I, foi exilado. Em 1900, durante uma apresentação, o governador britânico Frederik Mitchell Hodgson exigiu que iria se sentar em um trono de ouro, que pertencera a Premeph. O povo não curtiu muito isso e acabou declarando uma guerra que os britânicos não estavam esperando. Claro que a Inglaterra ganhou, mas a história entrou para os anais de guerras por motivos bizarros.
Treta por causa de um banquinho
*Publicado em 10/11/2016