Ciência
25/07/2018 às 04:00•2 min de leitura
Durante o período da Guerra Fria, os Estados Unidos davam tanta ênfase à capacidade de se defender rapidamente de um ataque da União Soviética que tomaram algumas decisões no mínimo estranhas. Entre elas, está o fato de que todas as instalações do país capazes de lançar mísseis nucleares utilizavam o código 00000000 para permitir a realização dessa ação.
Para entender como isso pode ser possível, é preciso voltar a 1962, ano no qual o então presidente John F. Kennedy criou um documento destinado a assegurar que todas as instalações armamentistas do país tivessem uma tecnologia conhecida como “Permissive Action Link” (PAL) instalada. Basicamente, esse dispositivo tinha o objetivo de que somente a autoridade certa, munida do código correto, conseguisse iniciar um ataque.
Apesar de extremamente seguro, o sistema demorou a ser adotado por todas as instalações militares sob o controle dos Estados Unidos. Em 1972, por exemplo, metade dos mísseis instalados na Europa não contava com a proteção, e a maioria dos locais que possuíam a tecnologia instalada só foram ativá-la em 1977.
Fonte da imagem: Reprodução/TodayIFoundOut
Dentro do território norte-americano, coube ao secretário de defesa do governo Kennedy, Robert McNamara, se certificar de que o PAL estava instalado e funcionando. Porém, devido a uma richa entre ele e o Comando Aéreo Estratégico do país, todos os códigos de lançamento das 50 instalações foram configurados para 00000000 assim que McNamara deixou seu cargo.
Para tornar tudo mais estranho, caso uma pessoa se esquecesse da sequência de números, era possível consultá-los em uma lista entregue a cada um dos soldados. Essa atitude, que pode parecer pouco segura, tinha como objetivo garantir a sobrevivência do país e a capacidade de contra-ataque em caso de uma ofensiva inimiga.
Os códigos de lançamento estavam prontamente disponíveis porque, no caso de um ataque nuclear realmente acontecer, esperar pela confirmação presidencial poderia desperdiçar o tempo necessário para bombardear a Rússia. Além disso, como centros de comunicação poderiam ter sido destruídos, isso poderia resultar em diversos mísseis nucleares inutilizáveis simplesmente porque ninguém teria seus códigos de lançamento.
*Publicado originalmente em 29/11/2013.
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