Imagens aéreas mostram tribo indígena isolada na Amazônia

28/11/2016 às 05:462 min de leitura

À primeira vista, pode parecer estranho pensar nisso, mas ainda existem centenas de comunidades indígenas brasileiras que não mantém contato com pessoas de fora da tribo. Um desses grupos é o dos moxihatetema, que apareceram em imagens aéreas divulgadas na última semana.

A aldeia desses índios abriga cerca de 100 pessoas e fica localizada na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A Funai (Fundação Nacional do Índio) sabia da existência desse grupo, mas já fazia mais de um ano desde que eles foram vistos pela última vez.

A tribo parece estar bem e sua população está crescendo. A maloca – estrutura circular onde eles moram – está maior do que o visto nas últimas fotos, o que quer dizer que mais famílias surgiram durante esse tempo.

Nem tudo são boas notícias

Foto: Guilherme Gnipper Trevisan/Hutukara

Mas o monitoramento também nos deu conhecimento de alguns problemas. De acordo com Davi Kopenawa Yanomami, presidente da Hutukara Associação Yanomami, em entrevista ao jornal inglês The Guardian, a tribo está correndo sérios riscos, principalmente devido a presença de garimpeiros que estão ilegalmente na área.

Um dos maiores riscos é o da contaminação por doenças. Como vivem isolados, o organismo desses habitantes não tem proteções contra diversas enfermidades. Nesses casos, doenças que não são um problema para a maioria das pessoas, como o sarampo ou mesmo um simples resfriado, podem ser fatais.

Kopenawa cobrou uma posição do Governo Federal em relação ao caso. Desde o início do ano, a Funai está recorrendo à ajuda de órgãos de outros países para reforçar o caixa e conseguir manter em funcionamento projetos como esse, que monitoram as terras indígenas para tentar evitar invasões.

Foto: Guilherme Gnipper Trevisan/Hutukara

Isso porque o orçamento da fundação para este ano foi de R$ 533 milhões, quase 25% menor que o do ano passado e o mais baixo desde 2012. As ações de localização e proteção de índios isolados foram exatamente as que receberam mais cortes. Houve uma queda de 44% em relação a 2015.

É por isso que algumas organizações e especialistas da área acreditam que as fotos podem ser usadas para divulgar e conseguir apoio para a causa. Em nota, o diretor da Survival International, organização dedicada a proteção dos povos indígenas, diz: “Estas imagens extraordinárias são prova de que mais tribos isoladas ainda existem. Eles não são selvagens, mas sim sociedades contemporâneas complexas que devem ter seus direitos respeitados.

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