Artes/cultura
03/06/2019 às 04:00•2 min de leitura
Se você pensava que ir ao dentista para tratar as cáries é sofrimento comum da vida moderna, temos notícias para você! De acordo com Bruce Bower, do site ScienceNews, antropólogos da Universidade de Bolonha na Itália, encontraram evidências de que esses incômodos problemas dentais já eram tratados na Idade da Pedra.
Mais precisamente, os pesquisadores analisaram dois dentes de um indivíduo que viveu no norte da Itália entre 13 mil e 12.740 anos atrás, os quais mostram sinais de intervenção. Segundo os cientistas, um “dentista” pré-histórico parece ter raspado e removido tecidos do interior dos dentes e preenchido a “obturação” com betume, uma substância grudenta que os nossos ancestrais da Idade da Pedra usavam para criar ferramentas.
Conforme explicaram os pesquisadores, a descoberta é fascinante e indica que técnicas para o tratamento de cáries começaram a ser desenvolvidas milhares de anos antes de as dietas ricas em carboidratos tornarem esses problemas dentais mais comuns. Aliás, esses dois dentes nem são os exemplares mais antigos mostrando sinais de intervenção.
Dentes mostrando sinais de intervenção
O mesmo time de cientistas encontrou evidências do uso de um instrumento de pedra que foi usado para tratar o dente de um homem que morreu há 14 mil anos. Também existem registros de humanos usando apetrechos para raspar e descamar dentes, assim como do emprego de objetos de pedra para abrir espaço e permitir a remoção de cáries e tecidos infectados há 9 mil anos. E, ademais de betume, análises realizadas nos dentes revelaram que os dentistas da pré-história usavam fibras naturais e possivelmente pelos para proteger as áreas tratadas de possíveis infecções.
Os pesquisadores acreditam que esses tratamentos foram desenvolvidos a partir do costume de usar pedacinhos de pedra e palitos de madeira para cutucar os dentes — algo que os membros do gênero Homo, que inclui os humanos modernos, já faziam há mais de 1,7 milhão de anos. E se você está se contorcendo só de imaginar o quão dolorosos os tratamentos deviam ser — sem anestesias ou instrumentos moderninhos —, os antropólogos disseram que a coisa devia ser sofrida mesmo!
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