Estilo de vida
13/11/2014 às 07:58•3 min de leitura
Conhecida como a capital do mundo e a cidade que nunca dorme, Nova York também tem outro apelido que talvez seja o mais famoso pelo qual é reconhecida: “Grande Maçã” (ou “Big Apple”). Mas você sabe de onde veio esse título? Você acha que tem a ver com o formato que a cidade tem vista de cima ou com alguns de seus pontos turísticos? Nenhuma dessas opções.
De acordo com as informações do Mental Floss, existem algumas ideias sobre como esse apelido teria surgido. Uma delas diz que vem das antigas famílias que vendiam maçãs nas ruas da cidade para conseguir algum dinheiro durante a época difícil da Grande Depressão (entre 1929 e toda a década de 1930).
Outros dizem que o título tem a ver com o termo que uma cafetina do século 19, chamada Eve, que o utilizava para descrever as suas meninas. Existe um registro documentado que refere que “The Big Apple” veio de um livro de 1909, de Edward Martin, que usa o apelido em um sentido metafórico, ao invés de um nome próprio para a cidade:
Kansas é capaz de ver em Nova York uma cidade gananciosa. O que leva a pensar que a big apple recebe uma parcela desproporcional da vitalidade nacional...
Porém, a história que mais é creditada para a origem do apelido “The Big Apple” é a que conta sobre um slogan, que foi utilizado na década de 1920, pelo jornalista esportivo John J. Fitzgerald, no jornal New York Morning Telegraph.
De acordo o Today I Found Out, John J. Fitzgerald tinha uma coluna dedicada às corridas de cavalo, que começou a partir do dia 18 de fevereiro de 1924. Nesse dia, ele começou a coluna com o cabeçalho: “A Grande Maçã. O sonho de todo garoto que já montou um puro-sangue e o objetivo de todos os cavaleiros. Há apenas uma Grande Maçã. Isso é Nova York”.
Na época, os jóqueis e treinadores diziam querer fazer uma "Grande Maçã", nome para os grandes prêmios em dinheiro em corridas maiores e em torno da cidade de Nova York. Mas, na verdade, a princípio, Fitzgerald disse que ouviu o termo pela primeira vez ao ser usado por dois afro-americanos durante os bastidores de uma corrida em uma famosa feira de New Orleans.
Segundo o jornalista, ele teria presenciado a conversa desses dois homens perto de um estábulo, enquanto ambos estavam cuidando de cavalos, que disseram algo como: “para onde vocês vão daqui?”, perguntou um. O outro teria respondido: “daqui vamos direto para a big apple”. Então, o jornalista “emprestou” o termo para a sua coluna.
De acordo com o que o linguista Dr. Gerald Cohen disse ao Today I Found Out, essa forma de se referir a Nova York não era incomum, mesmo fora das corridas de cavalos. “As maçãs foram importantes ao longo da história, mas as grandes maçãs vermelhas desenvolvidas em Iowa na década de 1870 eram consideradas especiais. Por isso o título ‘Big Apple’ passou a ser aplicado a coisas e pessoas muito especiais”, disse ele.
O termo pegou rápido e entrou no vocabulário da sociedade de todo o norte dos Estados Unidos. Então, a popularidade se espalhou lentamente para fora do contexto de corridas de cavalos, aparecendo nas mais diversas áreas.
Uma delas ganhou destaque, os músicos de jazz de Nova York usavam o apelido para fazer referência a sua cidade natal em suas canções, fazendo o nome se espalhar também para as outras regiões do país.
Porém, por volta de 1960, já não se falava mais sobre esse termo e poucas pessoas fora da cidade entendiam essa referência. Mas isso mudou em 1970, quando uma campanha para aumentar o turismo de Nova York adotou a Big Apple como uma referência reconhecida oficialmente como sendo a grande metrópole.
Nessa época, a região também era ainda uma grande produtora de maçãs, o que ajudou a alavancar o termo. Os materiais da campanha continham maçãs vermelhas para retratar uma imagem brilhante e alegre de Nava York, em contraste com a crença comum de que a cidade era obscura, suja e perigosa. Então, o nome pegou e ficou até hoje.