Ciência
07/09/2015 às 08:45•2 min de leitura
Rochas vulcânicas antigas podem ter fornecido a geólogos a melhor evidência até agora de que a atividade catastrófica dos vulcões desencadeou uma extinção em massa da vida na Terra. Segundo pesquisadores, a devastação limou 90% das espécies marinhas e 75% das espécies terrestres há cerca de 250 milhões de anos.
As erupções vulcânicas expeliram lava suficiente para cobrir a Austrália inteira no final do Período Permiano. Segundo os especialistas, esta teria sido a maior extinção em massa da história, varrendo as espécies por cerca de 60 mil anos.
Simulação da destruição vulcânica
Seth Burgess, um dos principais pesquisadores da equipe, disse ao site de notícias Live Science que a principal pergunta feita é o que causou as extinções em massa. De acordo com eles, os eventos moldaram a trajetória evolutiva do planeta, sendo assim considerados alguns dos mais importantes ao longo dos 600 milhões de anos em que a vida complexa habitou a Terra.
Os cientistas já sabiam que havia ocorrido uma gigantesca erupção vulcânica que se transformou em catástrofe a nível planetário. Uma região na Sibéria, conhecida como Trapps Siberianos, foi palco de uma explosão vulcânica que expeliu lava por sete milhões de quilômetros quadrados.
Todo esse material lançou gases na atmosfera causando aquecimento global, além de chuva ácida, que acabou com o solo de muitas regiões. Mas não haviam dados precisos sobre quando exatamente a extinção em massa e as erupções ocorreram. Para tentar descobrir mais informações, os cientistas investigaram cristais dentro de antigas rochas vulcânicas em 21 locais da Sibéria.
Região dos Trapps Siberianos hoje
Os resultados apontaram que as erupções começaram cerca de 300 mil anos antes da extinção em massa, continuaram durante o período de aniquilação das espécies, durando por mais 500 mil anos. A maior parte da lava (cerca de dois terços) foi expelida antes e durante o evento catastrófico.
O que permitiu a temporização relativa da extinção em massa foi o avanço na datação da idade de rochas antigas, medidas pelo nível de urânio e chumbo. Para Burgess, isso levou a resultados mais precisos.