Conheça a lenda de Sawney Beane, o líder de um clã de escoceses canibais

09/02/2017 às 09:413 min de leitura

A lenda de Sawney Beane existe há vários séculos e, embora ela faça parte do folclore da Escócia — e tenha sido contada milhares de vezes ao longo dos anos especialmente para assustar a criançada escocesa —, muitas pessoas acreditam que essa figura diabólica existiu de verdade.

Começo obscuro

Pouco se sabe sobre o início da vida desse personagem, mas, de acordo com a história, Alexander Sawney Beane teria nascido em East Lothian no final do século 13 — apesar de algumas fontes apontarem que ele teria vivido no início do século 15, durante o reino de Jaime I da Escócia, enquanto outras afirmam que Beane tocou o terror mais para o final do século 16, durante o reinado de Jaime IV — também conhecido como Jaime I da Inglaterra.

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Ele seria filho de um homem que se dedicava a cuidar de sebes e construir fossos e valas, e seu pai o teria encorajado a trabalhar com as mesmas atividades. Só que Beane não curtia muito essa coisa de dar duro na vida e também não era o que podemos chamar de pessoa mais honesta do mundo.

E sabe aquele papo de que todo mundo tem sua “tampa da panela”? Pois Beane encontrou a sua: uma jovem de reputação duvidosa que vivia no mesmo vilarejo, e, em determinado momento, os dois teriam decidido fugir juntos. Mas, como o casal não tinha condições de bancar uma casa, eles decidiram se instalar em uma espaçosa caverna à beira-mar em Ballantrae, Ayrshire, e lá iniciaram sua pavorosa vida de crimes.

Caverna dos horrores

Beane e sua mulher não trabalhavam e, para sobreviver, eles começaram a atacar e a roubar viajantes e habitantes da região. Outra dificuldade era que os alimentos eram bastante escassos na área. No entanto, o casal uniu o útil ao agradável: eles começaram a matar suas vítimas para não ter testemunhas de seus crimes e a consumir seus corpos.

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Por sorte — ou azar dos viajantes que caíam nas mãos do casal —, a caverna ficava situada em uma região isolada, e quando a maré subia, a entrada ficava inundada e o acesso era bloqueado. Assim, Beane e sua companheira tinham o esconderijo perfeito. E, com o tempo, o casal começou a ter filhos e a família, que não via qualquer problema em praticar o incesto, foi crescendo até se transformar em um clã composto por 48 integrantes.

Segundo a lenda, ao longo de mais de duas décadas, gerações de Beanes cresceram na caverna, e todos se dedicavam a atacar, roubar, assassinar e devorar humanos. Inclusive dizem que o clã desenvolveu várias receitinhas para preparar os cadáveres, salgando e fazendo conservas com a carne. Agora, imagine a quantidade de vítimas necessárias para sustentar o apetite dessa gente toda e por tanto tempo!

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Dizem que os canibais começaram a organizar emboscadas e capturar até meia dúzia de pessoas por vez — que eram mortas e levadas para a caverna para serem preparadas pelas mulheres para consumo. Algumas fontes apontam que o clã de “Hannibal Lecters” escoceses chegou a assassinar cerca de mil pobres coitados.

Fim do banquete

Tudo bem que estamos falando de crimes ocorridos na Idade Média, quando as informações não corriam da forma que correm hoje em dia — e sim, estamos falando de uma lenda —, mas as autoridades eventualmente notaram que muitos desaparecimentos vinham acontecendo na região. Além disso, de vez em quando um braço aparecia em uma praia, uma perna em outra... e a população da área começou a ficar esperta.

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Então, durante uma emboscada para conseguir comida, os Beanes atacaram um casal que retornava de uma festa local. A mulher, coitada, foi derrubada do cavalo e eviscerada na frente do marido. Por milagre, o homem conseguiu escapar das garras dos canibais e alertou um grupo de pessoas que também retornavam do festejo.

Esses indivíduos se reuniram e chegaram a lutar contra os Beanes — que acabaram fugindo e se refugiando em sua caverna. Vários grupos se organizaram e começaram a vasculhar a região em busca dos criminosos e, em dado momento, encontraram o covil dos canibais. No interior de seu “lar”, foram descobertos pilhas e mais pilhas de restos humanos.

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Os integrantes do clã foram, então, aprisionados e enviados até Edimburgo para serem julgados por seus crimes, e os juízes não tiveram pena desse povo, não! Segundo a lenda, os homens tiveram as pernas e os braços cortados de forma que eles sangrassem até a morte, enquanto as mulheres foram condenadas a queimar na fogueira.

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