Amazon planeja entrar no mercado de roupas de luxo

16/07/2012 às 15:514 min de leitura

Fonte: Divulgação/amazon.com

Discreta, a Amazon anunciou com orgulho o patrocínio e a transmissão ao vivo do MET Ball 2012, um dos eventos de gala mais esperados do ano devido à presença de grandes estrelas da música, do cinema e da moda. Na ocasião, alguns estilistas elegem suas musas e criam modelos exclusivos – em geral mais ousados e dramáticos – para que as celebridades desfilem no tapete vermelho.

O que ninguém imaginava era que, por trás desse cenário, a Amazon preparava uma incrível novidade. Depois de oferecer preços praticamente imbatíveis, entregas gratuitas em tempo recorde e uma imensa variedade de produtos que já balançou o mercado editorial, a indústria de eletrônicos e as fabricantes de brinquedos, a gigante anuncia sua estreia no mercado de roupas de luxo.

Como já é de praxe, a empresa entrará de cabeça no novo ramo. Investimentos com muitos dígitos e dedicação total são alguns dos fatores que ditam o comportamento da empresa quando o que está em jogo é o domínio do mercado.

Há poucos dias no ar, a seção exclusiva de roupas grifadas no site da Amazon já revela nomes de peso. No entanto, Jeff Bezos – executivo chefe da empresa – revela ao jornal The New York Times que o maior desafio tem sido mostrar para as marcas que o objetivo do novo projeto não é trabalhar contra as grifes e, sim, junto com elas.

O grande passo dado pela empresa fez com que muitas grifes se unissem na tentativa de sobreviver. “A Amazon tem tamanho suficiente para definir preços e cobrar o quanto quiser. Isso é uma grande ameaça para as grifes”, declarou Sucharita Mulpuru, analista da Forrester Research, ao jornal americano.

A Amazon patrocinou a exposição e transmitiu ao vivo a chegada das celebridades ao MET Ball 2012.
Fonte: Reprodução/nytimes.com

A transmissão ao vivo do MET Ball foi apenas uma demonstração do poder que a empresa detém. Tal poder logo se transformou em contratos assinados com marcas como Michael Kors, Vivienne Westwood, e Jack Spade.

O que incentiva a empresa a entrar no mercado do luxo – além do crescimento surpreendente que temos testemunhado há alguns anos – é que esse tipo de comércio não geraria custos extras, pelo contrário, resultaria em lucros ainda maiores. Segundo o The New York Times, o gasto que a empresa teria para entregar um livro de dez dólares seria o mesmo do que enviar uma blusa de mil dólares. Contudo, o lucro bruto em dólares por cada unidade seria muito superior na venda de um item de luxo.

Além do tamanho, a Amazon soma números que fazem com que praticamente qualquer projeto audacioso possa ser realizado sem grandes esforços. Com um patrimônio de quase 6 bilhões de dólares, Bezos revelou que recentemente entendeu que a melhor maneira de investir seus rendimentos seria na própria empresa.

Esse tipo de atitude permite que a Amazon contrate estilistas, maquiadores, modelos e até mesmo invista em novas embalagens para substituir as tradicionais caixas de papelão – afinal, são roupas de grife. Para começar, a empresa está investindo pesado em fotografia. Com um estúdio localizado em Kentucky, nos Estados Unidos, é possível tirar mais de duas fotos por minuto e disponibilizar novos itens no site diariamente poucas horas após terem sido registrados pelas poderosas lentes. Dificilmente um concorrente conseguiria tomar as mesmas atitudes sem um grande planejamento e um prazo estendido.

Jeff Bezos, executivo chefe da Amazon, garante que a empresa deseja trabalhar junto com as grifes.
Fonte: Reprodução/nytimes.com

O The New York Times ainda informa que o mercado de moda foi um dos poucos setores que a empresa tentou conquistar sem obter sucesso. Além do Amazon.com, a empresa é dona dos domínios Endless.com (sapatos) e MyHabit.com (roupas) criados recentemente. Ainda, a boutique Shopbop foi incorporada pela rede em 2006 e o site Zappos.com – que comercializa sapatos – foi comprado em 2009 por mais de um bilhão de dólares.

Mesmo com alguma experiência no mercado de moda, algumas marcas não se sentiram atraídas pela novidade da Amazon. Uma das justificativas é que a proposta do site parece muito comercial. “Não é um lugar em que você olha e pensa: Oh, minhas roupas são lindas e maravilhosas”, declarou Andy Page, fundador da marca masculina Bonobos (que não comercializa suas peças na Amazon).

Para se aproximar do alto padrão do mercado de itens de luxo, a Amazon já pensou em melhorar a aparência do site. De fato, em um breve acesso à nova seção é possível notar um layout mais clean e organizado. O jornal americano ainda aponta que existe uma preocupação em trocar as imagens estáticas por modelos que se movem e fazem poses para exibir melhor as peças.

Medidas detalhadas serão fornecidas para que os clientes possam entender melhor o tamanho das peças. Os dados dos consumidores também foram usados para construir filtros de busca de modelagens e marcas que funcionassem de maneira mais efetiva.

No novo site, a Amazon exibe algumas das novas marcas que comercializa.
Fonte: Reprodução/amazon.com

Depois de todas essas ações e investimentos, o mercado se viu diante de uma Amazon a todo vapor. O receio de uma concorrência imbatível surgiu e algumas marcas começaram a considerar as vantagens que poderiam ser tiradas de uma parceria com uma empresa do porte da gigante americana. O alto número de visualizações e transações realizadas diariamente se traduzem em enormes quantias de dinheiro. Além disso, o site tem políticas que atraem as marcas: quando os produtos não são vendidos, por exemplo, a empresa não solicita a remarcação de seu estoque nem devolve os produtos, explica Ron Friedman, contador na Marcum LLP – empresa que presta consultoria para a American Rag e outras.

Outra tática da Amazon para atrair as grifes é comprar grandes lotes. Já o receio das marcas é vender uma grande quantidade de peças por um preço determinado e que, na hora de repassar aos clientes, a Amazon estabeleça um preço de varejo muito baixo – embora algumas grifes exijam um valor mínimo para a comercialização de suas criações. Sobre isso, Ron Friedman afirma: “Os fabricantes não querem acabar com as empresas e a melhor maneira de liquidar uma empresa é vendendo o mesmo produto por um valor mais baixo na Amazon”.

Jeff Bezos acredita que a melhor maneira de investir seus rendimentos seja na própria Amazon.
Fonte: Reprodução/nytimes.com

Jeff Bezos ressalta que, mesmo tendo trabalhado com a redução de preços em outros setores, essa prática não será usada com as roupas de luxo. “Na indústria fashion existe um movimento sofisticado de remarcações que nós acreditamos que faça sentido e, basicamente, é a abordagem que estamos seguindo”, afirma o executivo chefe.

No entanto, mesmo com as mais diferentes táticas e abordagens que a Amazon promete seguir com a indústria do luxo, o histórico da empresa ainda tem um peso bastante grande nas negociações. Talvez não seja tão simples agregar mais marcas renomadas e, de uma vez por todas, dominar o mercado da moda.

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