Estilistas produzem coleções especiais para o varejo

Stella McCartney, Jimmy Choo, Karl Lagerfeld, Lanvin, Oskar Metsavaht, Cris Barros, Espaço Fashion, Maria Bonita Extra. Você já deve ter ouvido falar em alguns desses nomes em algum momento. Todos eles são sinônimos de desenhos bem feitos, cortes bem trabalhados e inovações em cada peça. Agora tente relacioná-los com marcas como C&A, Riachuelo, H&M e TopShop.

Apesar de parecer um pouco fora daquilo que associamos a estes nomes, os grandes estilistas nacionais e internacionais estão promovendo parcerias com lojas de roupas para o varejo. Este movimento é a prova de que existem padrões sendo mudados no consumo de moda das classes C.

Moda para todas

Fonte: Divulgação/RiachueloAté pouco tempo atrás, “estar na moda” significava copiar peças de roupas dos famosos da televisão. Hoje, com acesso à internet, as pessoas conhecem o trabalho de alguns desses estilistas e passam a desejar peças assinadas. Assim, as lojas do varejo encontram um bom mercado para atuar.

Por mais que os preços sejam de 30 a 50% maiores do que as peças comuns da loja, algumas delas afirmam que as vendas são excelentes, bem como a aceitação do público. A lógica desse negócio funciona de maneira parecida com os carros.

Apesar de não ser um modelo de alto valor, ainda leva a marca da “montadora”, neste caso, o estilista. Com isso, chega-se à lógica: “Tenho uma peça feita por estilistas renomados, mas não precisei desembolsar muito ou assumir dívidas”. Fora do Brasil, essas parcerias já existem há algum tempo. A rede H&M já lançou coleções de Karl Lagerfeld, Stella McCartney e Lanvin.

Os resultados da democratização do estilo são bem palpáveis. O exemplo da parceria Riachuelo e Oskar Metsavaht vendeu aproximadamente 350 mil – quase três vezes o lote inicial – peças desde o lançamento da coleção, em novembro do ano passado. As vendas desta coleção representaram cerca de 10% do faturamento de muitas lojas.

Fonte: Divulgação/C&A

Em 2011, a rede traz cem peças assinadas por Cris Barros ao gosto popular. Há rumores de que a Riachuelo ainda deve trazer uma linha de lingeries feitas por Thais Gusmão e uma coleção de Pedro Lourenço ainda neste ano.

Aos seus pés

É difícil resistir a um sapato novo – disso todas nós sabemos. E quando o sapato tem a assinatura de Huis Clos, Glória Coelho, Clô Orozco e os preços estão acessíveis, é complicado manter a carteira dentro da bolsa. As grifes farão modelos especiais para a loja Shoestock, que podem ser encontrados por R$ 150 a R$ 500.

A partir de abril, você encontra 20 modelos de sapatos e 3 bolsas da Huis Clos e 14 sapatos e 2 bolsas de Gloria Coelho. Mas você pode se adiantar e garantir seu par pela pré-venda no site da Shoestock.

Básico do básico

Antes de pensar em roupas e sapatos, precisamos lembrar o conforto que a calcinha e o sutiã certos proporcionam. A onda de parcerias também chegou às suas roupas íntimas. O Grupo Co.Íntimas, detentor das marcas Miz Couture, Forum Lingerie e RosaCha Lingerie, vai vendê-las na Casa das Calcinhas, que está no mercado desde 1978. O objetivo é atrair novos públicos.

Até nas joias

Quem pensou que os acessórios e joias ficariam de fora dessa onda, enganou-se! Pamela Love também entrou nas parcerias e vai produzir uma linha exclusiva para a rede britânica TopShop. Os primeiros rumores de que a joalheria nova-iorquina fecharia o acordo surgiram em setembro do ano passado quando a própria Love apareceu na primeira fila do TopShop Unique. Ela também twittou uma foto que fomentou ainda mais os comentários.

Fonte: fashionlogie.com

Contra a maré

É claro que não se espera a mesmíssima qualidade de materiais das grifes originais nas peças do fast fashion. Baseada neste argumento, Miuccia Prada negou terminantemente qualquer possibilidade de fazer parcerias deste tipo. Ela diz que não gosta da ideia de ver o nome da marca associado a “cópias ruins”. Portanto, quem esperava ver alguma peça Prada em lojas de varejo pode desistir.