Ciência
12/06/2019 às 08:00•3 min de leitura
Não é segredo algum que, na Antiguidade, as pessoas eram pra lá de supersticiosas — muito mais do que hoje em dia! — e que diversas culturas não pensavam duas vezes antes de recorrer a um (ou a vários) de seus deuses quando precisavam de uma ajudinha extra, seja no amor, no trabalho ou até para se livrar de algum inimigo ou desafeto.
E, de acordo com Mark Oliver, do site ListVerse, a galera do passado inclusive desenvolveu diversos feitiços malucos para os mais variados fins — como curar doenças, vencer competições e até se tornar invisível —, conforme você pode conferir a seguir:
Não pense você que essa coisa de espetar bonecos com agulhas e outros objetos perfurantes é algo que surgiu nas culturas afrodescendentes. Os antigos gregos e romanos também eram chegados a praticar um voduzinho básico, muitas vezes com o propósito de conquistar a pessoa amada.
Nesse caso, o feitiço consistia em criar duas figuras em argila, uma no formato de Apolo e a outra para representar o “alvo” da mandinga. Entretanto, o segundo bonequinho deveria estar de joelhos e parecer que estava sendo decapitado pela divindade, além, claro, de ter o corpo perfurado.
Pense...
Durante o ritual, a pessoa apaixonada geralmente cravava agulhas de bronze em várias partes do corpo da figura que representava a pessoa amada, enquanto repetia em voz alta a região na qual o objeto era introduzido. Isso, segundo acreditavam os antigos, “forçaria” a outra pessoa a cair de amor pelo praticante do vodu.
Nem todos os gregos e romanos tinham habilidades manuais para criar bonequinhos de argila, portanto, é claro que existiam alternativas mais simples para conquistar a pessoa amada, como é o caso de poções do amor! Uma delas, desenvolvida na Grécia Antiga, era preparada com leite, escaravelhos e outras coisinhas mais. Simples, né? Bem, nem tanto...
Para fazer a poção, o “apaixonado” devia mergulhar o escaravelho no leite e deixá-lo lá durante quatro dias. Depois, o inseto (afogado, coitado!) devia ser removido, cortado ao meio, e a parte esquerda do corpinho do bicho amarrada com um pouco de mirra e açafrão no braço da pessoa preparando a poção.
Receitinha complicada
Então, o lado direito do escaravelho, juntamente com nove sementes de maçã, as unhas da mão e do pé direito do apaixonado e uma boa quantidade de xixi, deviam ser misturados em um pote e... Pronto, a poção estava feita! Mas, aí vinha a parte mais complicada: convencer o alvo da mandinga a tomar um golinho disso aí.
Outro feitiço desenvolvido pelos gregos era um que prometia a invisibilidade! Segundo instruções criadas há 1,7 mil anos, o sujeito pretendendo se tornar invisível tinha que recitar uma espécie de mandiga que dizia mais ou menos “Assesouo (que, presumivelmente, devia ser alguma entidade sinistra grega), escureça os olhos de cada homem ou mulher quando eu sair até que eu conquiste quantas coisas desejar”.
Cocô de crocodilo era um ingrediente poderoso
Depois, o candidato a invisível tinha que fazer um preparado que, entre seus ingredientes, contava com óleo e cocô de crocodilo. Infelizmente, nem todas as instruções sobreviveram à passagem do tempo — nem existem registros de que alguém realmente acreditou que esse feitiço podia funcionar! —, mas sabe-se que, após a pasta ficar pronta, o cara tinha que aplicar essa meleca no corpo.
Pode parecer estranho que alguém tenha pensado em criar feitiços para provocar convulsões em alguém, mas, os gregos fizeram isso — e a coisa toda era incrivelmente macabra e pra lá de complicada. Para começar, o “feiticeiro” tinha que decapitar um burro e colocar a cabeça do animal entre seus pés, depois, cobrir o esquerdo com argila e o direito com sabe-se lá o que.
Francamente...
Então, a pessoa devia por a mão esquerda para trás, a direita diante do corpo, fazer um gargarejo com o sangue do burro, proferir uma oração bizarra e pedir que os deuses fizessem o inimigo sofrer convulsões. O pior é que o ritual devia ser repetido oito vezes ao longo de quatro dias — e não havia garantia de que o pedido seria concedido. Agora, caro leitor, francamente... quem se daria ao trabalho de fazer tudo isso para fazer alguém passar mal?
Se você achou o feitiço anterior — envolvendo muito sangue e a decapitação de um pobre animal para induzir convulsões — trabalhoso e bizarro o suficiente, espere para ver esta mandinga greco-romana, cujo propósito era provocar a morte de alguém!
Para começar, no lugar de ser repetida oito vezes, a mandinga tinha que ser realizada 14 vezes, e o “feiticeiro” tinha que embalar o próprio pênis com uma espécie de toalha feita com as fibras de folha de palma — o que não devia ser muito confortável e certamente daria uma baita de uma coceira.
Pedido irado
E o que é que os greco-romanos pediam aos deuses quando faziam esses rituais? Alguns pedidos — gravados em lâminas de chumbo ou em argila — sobreviveram à passagem do tempo e existem até hoje. Um deles, direcionado a Mercúrio, pede, por exemplo, a “pior das mortes” a três sujeitos, e que eles não tenham nem um minuto sequer de paz e descanso até que sejam levados da forma mais agoniante possível. Você ficou se perguntando sobre o que esses caras fizeram para se tornarem alvo de tamanha ira? Eles roubaram uma vaca...