Ciência
15/05/2018 às 08:30•2 min de leitura
Lançada em 2017, a série "Mindhunter" conta a história de dois agentes do FBI inspirados em pessoas reais: John E. Douglas e Robert Ressler, que ajudaram a cunhar o termo serial killler na década de 1940.
A dupla deu os primeiros passos na criação de um método de análise de comportamento para chegar até esses criminosos, os assassinos em série.
Isso não aconteceu nos Estados Unidos por acaso: o país tem o maior número de assassinos do tipo, quase 19 vezes mais do que o segundo colocado da lista, segundo o World Atlas. De acordo com o site, os norte-americanos concentram 2.743 serial killers — o equivalente a quase 70% do total no mundo inteiro —, enquanto a Inglaterra tem 143 e a África do Sul, 112.
Mas, quantos deles ainda estão à solta? O jornalista investigativo Thomas Hargrove, fundador do projeto Murder Accountability [Responsabilidade por Homicídio, em tradução livre], conta que pelo menos 2 mil serial killers continuam em liberdade nos Estados Unidos, dos quais se estima que cerca de 30 ainda estejam ativos.
Hargrove chegou a esse número com base no banco de dados do FBI, a partir de uma estimativa levando em consideração os casos de assassinatos ligados por DNA, incluindo na conta também uma porcentagem de casos não reportados à agência de investigações norte-americana.
Existem atualmente chocantes 220 mil casos de homicídios não resolvidos nos Estados Unidos desde a década de 1980, de acordo com ele, graças principalmente à falta de recursos — financeiros e de pessoal — para investigar mais a fundo cada ocorrência.
Além disso, há uma série de outros fatores que podem contribuir para que tantos deles continuem à solta — uma delas é o que ele chama de "cegueira de ligação".
Nem sempre existe um diálogo entre um detetive investigando um caso e outro trabalhando em uma morte por motivos similares, que pode ter acontecido em outra jurisdição. Isso faz com que, em muitas ocasiões, os crimes nunca sejam conectados e não se descubra que se trata de um mesmo criminoso.
Ao menos recentemente, diferentes tipos de tecnologias vêm sendo utilizadas para tentar contribuir nessa busca, seja por meio de inteligência artificial ou da utilização de bancos de dados de DNA, como a que levou à prisão do famoso Assassino do Skate Dourado, neste ano.
O problema é que a tecnologia custa caro, e pessoas para operá-las envolvem mais dinheiro ainda, e isso dificulta uma evolução significativa — até porque as inovações também chegam aos próprios criminosos, que evoluem ainda seu conhecimento e sua forma de driblar as prisões.