Ciência
31/10/2019 às 08:00•2 min de leitura
O Dia das Bruxas possui origens europeias, mas sua celebração mais popular ocorre nos Estados Unidos. Gradativamente, o interesse comercial e as redes sociais levaram à adoção de comemorações na data também por aqui, com decorações baseadas principalmente em bruxas e abóboras.
Ao mesmo tempo, essa é uma ótima oportunidade para valorizar nosso próprio folclore. Geralmente com origens indígenas e muita influência europeia e africana, as histórias retratam a cultura e os costumes. Uma delas é a do Saci Pererê, com seu inconfundível gorro vermelho.
As informações sobre a origem do Saci Pererê não são precisas, algo esperado considerando-se o tamanho de nosso país. As bases para o personagem vieram, provavelmente, das tribos indígenas que já habitavam as terras descobertas por Cabral.
Ele era retratado como um menino endiabrado, característica que se mantém em todas as descrições, inicialmente com duas pernas e um rabo. Mas, junto com os colonizadores europeus e os escravos africanos, vieram também sua cultura e influência de modo geral.
O gorro é atribuído à colonização europeia; já a pele negra, a falta da perna e o cachimbo se referem aos africanos. Algumas fontes dizem que ele passa por um estado de “gestação” dentro de um gomo de bambu e, após esse período, vive por 77 anos pregando peças nas pessoas. No fim de sua vida, ele se tornaria um cogumelo venenoso ou uma “orelha-de-pau”, fungo que cresce em troncos de árvores.
Uma das técnicas para evitar as traquinagens de um saci seria espalhar pedaços de barbante com nós pela casa. Quando ele encontrasse as armadilhas, não conseguiria sair antes de deixar todas as linhas lisas novamente, gastando o tempo em que causaria confusão. Caso você esteja fugindo de um saci, sempre procure atravessar rios ou córregos, pois segundo a lenda ele não é capaz de o seguir por esse caminho.
Se a ideia é resolver todos os problemas relacionados às suas traquinagens, a melhor maneira de parar um saci é retirar seu gorro e prendê-lo dentro de uma garrafa de vidro. Como capturar um ser mitológico não envolveria coisas simples, para isso é preciso jogar uma peneira ou um rosário bento dentro de um redemoinho.
No cotidiano, o que se observa é que a facilidade de acesso a culturas do mundo todo e a obtenção de informações pela internet acabam prejudicando, de certa forma, a transmissão dessas histórias entre gerações. Escritores nacionais consagrados pelo contato que possuem com crianças, como Monteiro Lobato, Ziraldo e Maurício de Sousa, já incluíram diversos personagens em seus trabalhos que registram essa importante parte da nossa cultura.
A propósito, saiba que, aproveitando a popularização do Dia das Bruxas, diversos municípios brasileiros instituíram que no dia 31 de outubro é comemorado o Dia do Saci. Isso mesmo! As tentativas para tornar a data nacional não avançaram, mas apenas o fato de lembrarmos nessa época que nossa cultura também possui histórias riquíssimas já faz com que ela não seja esquecida.
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