Artes/cultura
11/11/2018 às 11:00•3 min de leitura
Vampiros são, com certeza, as criaturas mitológicas mais famosas do planeta. Eles são os protagonistas — e os antagonistas — de diversos livros, filmes, jogos eletrônicos e outras formas de entretenimento. Além disso, embora suas características básicas sejam preservadas, seus aspectos visuais variam um bocado (basta ver as diferenças entre o Drácula do filme homônimo e Edward, do longa-metragem "Crepúsculo"). Seja como for, essas criaturas sempre mexem com o nosso imaginário.
De qualquer forma, se você é apaixonado por histórias sobre vampiros, certamente vai gostar de conhecer a lenda do Vampiro de Croglin Grange, um mito registrado pela primeira vez no livro “History of My Life”, do escritor inglês Augustus Hare. Na obra, o autor narra a aparição de uma criatura sugadora de sangue no condado de Cumberland, na região noroeste da Inglaterra.
A história, teoricamente inspirada em relatos de um homem conhecido como Capitão Fisher, remonta o passado de sua própria família. Seus filhos, os irmãos Cranswell — dois homens e uma mulher, Amelia — viveram durante anos em um lugar chamado Croglin Grange, até que decidiram se mudar para uma casa maior. A troca de residência, efetuada em pleno inverno, foi tranquila. Quando o verão chegou, porém, algumas coisas estranhas começaram a ocorrer.
Em uma noite quente, incapaz de cair no sono por conta do seu quarto abafado, Amelia resolveu observar a paisagem da janela de seu quarto, que dava visão para uma igreja equipada com um cemitério próprio. A jovem estranhou ao ver dois pontos brilhantes distantes, que, pouco a pouco, pareciam se aproximar cada vez mais da moradia. Não demorou muito para que a britânica percebesse que as luzes eram, na verdade, os olhos de uma criatura humanoide.
Já em desespero, Amelia trancou a porta, mas, ao se virar novamente para a janela, deu de cara com uma figura bizarra, pálida e com dedos finíssimos que tentavam abrir a janela. A criatura conseguiu derrubar o vidro, e a senhorita, em choque, mal pôde reagir. O monstro adentrou em seu quarto e cravou seus dentes em sua garganta. Só a dor foi capaz de fazer a jovem gritar, o que despertou a atenção de seus irmãos. Porém, quando eles chegaram, já era tarde: o suposto vampiro havia fugido.
Cética em relação a criaturas mitológicas, Amelia encarou o incidente como um simples maluco que fugiu de algum manicômio. De qualquer forma, a família resolveu viajar para a Suíça enquanto a vítima se recuperava dos ferimentos, e, meses depois, resolveu retornar para a mesma casa — afinal, eles gostavam da moradia e seria improvável que outra pessoa fugisse de um asilo para doidos, certo?
Pois bem: em outra noite, Amelia passou a ouvir o mesmo barulho e não pensou duas vezes antes de gritar por ajuda. A mesma criatura tentava entrar novamente em seu quarto. Seus irmãos agiram rápido e atingiram a perna do monstro com uma arma de fogo, forçando-o a fugir novamente. Decididos a resolver o mistério, os irmãos resolveram investigar o caso de uma vez por todas.
Eles rastrearam os passos do suposto vampiro até uma cripta perto da igreja supracitada. Para a surpresa do trio, um dos caixões estava semiaberto, e dentro dele repousava o corpo de um homem com um tiro na perna. Sem pensar duas vezes, a família retirou o cadáver da cripta e ateou fogo no ser demoníaco.
Embora os contos de Hare sejam detalhados e pareçam verdadeiros, várias pessoas visitaram a região posteriormente para confirmar se o Vampiro de Croglin Grange realmente existiu ou não. Em 1924, um homem chamado Charles Haper viajou até lá e de fato encontrou um local chamado Croglin Hall (e não Grange, como nomeado no livro). Além disso, havia mesmo uma igreja nas proximidades, mas ela ficava a quase 1,6 quilômetro de distância e não tinha tumba alguma.
Já em 1930, o pesquisador F. Clive Ross também resolveu investigar o caso, confirmando que Croglin Hall era o verdadeiro nome da residência em questão. Ross ainda entrevistou uma mulher, Sra. Parkins, que se assumiu como descendente da família de Fisher e jurou de pés juntos que seus ancestrais sempre passaram a história do vampiro no boca a boca, defendendo ser verdadeira.
De qualquer forma, até hoje, ninguém sabe dizer exatamente o que foi que aconteceu.
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