Jennifer Fairgate: o famoso e bizarro mistério de Oslo

05/11/2020 às 15:003 min de leitura

Era uma quarta-feira de 31 de maio de 1995, às 10h44, quando uma mulher cruzou a entrada do antigo Oslo Plaza Hotel, localizado na capital da Noruega. Ela não era muito alta, tinha por volta de 1,60 m de altura, era branca, tinha olhos azuis, de cabelo preto e muito curto.

Ela deu o nome de Jennifer Fairgate, porém não apresentou nenhum passaporte ou outro documento que pudesse identificá-la apropriadamente. A mulher ainda informou um endereço belga, na cidade de Verlaine, para que o funcionário registrasse em sua ficha junto ao seu número de telefone e outras informações adicionais. Ela conversava com ele em inglês e alemão, porém sem nenhum sotaque pronunciado de ambos os idiomas. O homem deu o quarto 2805 para Fairgate, após isso ela não foi mais vista.

Em 3 de junho, exatamente às 8 horas e 4 minutos, uma funcionária do hotel foi até o quarto de Fairgate para pedir o número de um cartão de crédito ou de outra forma de pagamento quando ouviu um tiro, que repercutiu por todo o hotel. Era o início de um mistério.

A mulher sem nome

(Fonte: Esquire/Reprodução)
(Fonte: Esquire/Reprodução)

Ninguém teve coragem de entrar no quarto 2805 para saber o que havia acontecido. No entanto, todos os funcionários ficaram posicionados na entrada do Oslo Plaza Hotel até que a polícia chegasse, aproximadamente 15 minutos depois do disparo.

Quando as autoridades entraram no quarto, eles encontraram a mulher deitada, vestida apenas da cintura para cima em sua cama, com um revólver em mãos e uma bala alojada em seu crânio. A princípio, devido às aparentes circunstâncias, todos concordaram que aquela se tratava de uma clássica cena de suicídio, porém o cenário rapidamente mudou.

A polícia descobriu que o nome Jennifer Fairgate era tão falso quanto o endereço belga que a mulher informou durante o check-in junto das demais informações. No quarto, havia sangue pela cama, no travesseiro, em um telefone próximo, na mesa e na parede, porém não havia nenhum pingo dele nas mãos da mulher. A porta havia sido trancada por dentro duas vezes (o que poderia indicar um suicídio), mas a cena era uma clara evidência de assassinato. E como o assassino escapou? Não havia varanda no quarto e nenhum tipo de apoio que pudesse ajudá-lo durante a fuga.

(Fonte: VG/Reprodução)
(Fonte: VG/Reprodução)

Quem matou Jennifer Fairgate? O funcionário que atendeu a mulher disse que um homem chamado Lois Fairgate se hospedou junto com ela, porém seus dados na ficha estavam incompletos e, aparentemente, nenhum outro funcionário o viu pelas dependências do hotel. Com isso, a polícia tropeçou na seguinte questão: quem era Jennifer Fairgate?

A investigação na cena do crime não encontrou nenhum produto de higiene pessoal que pudesse fornecer evidências de DNA, havia apenas um frasco de colônia masculina e indícios de que alguém havia tomado banho instantes antes do assassinato. Não havia impressões digitais em nenhuma superfície, e a numeração do revólver, uma pistola Brown de calibre 9, havia sido removida profissionalmente com ácido. As etiquetas de todas as roupas de Fairgate tinham sido cortadas, e eles não encontraram nenhum meio de identificá-la.

De acordo com o cartão-chave do quarto 2805, em 1º de junho, uma quinta-feira, às 8h34, a mulher deixou o quarto uma vez e demorou cerca de 20 horas para voltar. Uma funcionária da limpeza declarou que encontrou o quarto completamente vazio durante esse período.

A conspiração de um mistério

(Fonte: HITC/Reprodução)
(Fonte: HITC/Reprodução)

Um retrato falado foi feito de Fairgate, assim como centenas de exames em seu cadáver. Seu suposto nome não estava registrado no banco de dados do governo norueguês, e seu rosto, aparentemente, não era compatível com nenhum outro, ou seja, a mulher não existia em lugar algum.

A autópsia revelou apenas que Fairgate possuía um sofisticado tratamento odontológico com ouro e porcelana que poderia ter sido feito nos Estados Unidos ou na Europa Ocidental. Fora isso, não havia mais nenhuma pista relevante.

(Fonte: VG/Reprodução)
(Fonte: VG/Reprodução)

Rapidamente, surgiu uma forte teoria de que a mulher pudesse ter sido uma espiã que foi assassinada devido ao mandado de alguma organização, seja essa governamental ou não. Apesar de parecer meio sensacionalista a proposta, todos os aspectos do comportamento de Fairgate apontavam para essa possibilidade, como o uso do nome falso, a falta de etiquetas em suas roupas e evidências de DNA. Além disso, aquele hotel em Oslo era famoso por ser o epicentro de grandes reuniões políticas, o que apenas cooperou para alimentar as suposições.

Em 26 de junho de 1996, após entrarem em um beco sem saída, a polícia decidiu enterrar Jennifer Fairgate em uma vala comum e sem identidade.

Migalhas ao longo do caminho

(Fonte: Cosmopolitan/Reprodução)
(Fonte: Cosmopolitan/Reprodução)

Em 2016, o corpo da mulher desconhecida foi exumado para que fosse realizado um exame de DNA completo e para que os restos mortais fossem submetidos a todos os tipos de tecnologia. Um estudo de sua dentição apontou que ela tinha aproximadamente 24 anos quando morreu e possuía descendência europeia, provavelmente de algum lugar na Alemanha, onde teria morado até os 15 anos. Apesar disso, a identidade de Fairgate permanece desconhecida.

O jornal norueguês VG se aprofundou no caso para tentar encontrar alguma pista que tivesse passado despercebida pelos olhos da polícia da época. Repassando as evidências, eles descobriram que a pistola Brown de calibre 9 encontrada com Fairgate era normalmente usada para fins policiais e militares, muito embora fosse popular entre os criminosos. Um especialista em armas, em entrevista para o jornal, disse que era provável que o revólver fosse uma cópia da Brown original.

Infelizmente, o jornal VG não conseguiu ir para nenhum lugar com a investigação, pois, quando o caso foi encerrado em 1996, todas as evidências foram destruídas ou vendidas em leilões policiais. 

Até hoje existe uma mistério ao redor dos últimos passos de Jennifer Fairgate, cuja história é comparada com o curioso caso do quarto 1046 e da mulher de Isdal.

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