Caso Suzane von Richthofen: a menina que planejou a morte dos pais

27/09/2021 às 05:383 min de leitura

ATENÇÃO: este texto pode ter conteúdos sensíveis por abordar um caso real.

Na noite de 31 de outubro de 2002, a polícia de São Paulo recebeu um chamado para investigar um caso de latrocínio no bairro Campo Belo, na zona sul da capital paulista. No local, Manfred e Marísia von Richthofen jaziam na cama, ambos com severas lesões na cabeça.

A cena do crime tinha respingos de sangue pela parede, na cama e no chão do quarto onde o casal foi encontrado. Dois cômodos da residência tinham sido revirados, e a única arma encontrada tinha apenas um cartucho a menos.

O excesso de planejamento na execução dos assassinatos deu início ao complexo Caso Suzane von Richthofen.

Quem matou a família Richthofen

(Fonte: Suzane von Richthofen/Reprodução)
(Fonte: Suzane von Richthofen/Reprodução)

Após averiguarem o caso, as autoridades locais chegaram à conclusão de que Manfred e Marísia foram mortos com diversos golpes na cabeça por dois agressores: Daniel e Cristian Cravinhos — que acabaram ganhando o apelido "Irmãos Cravinhos".

A motivação do crime foi um dos fatores que o tornaram tão chocante na mídia nacional. Segundo o relatório da polícia, o ato foi planejado pela garota de 18 anos, namorada de Daniel e filha mais velha da família, Suzane von Richthofen.

Por serem de realidades diferentes, o relacionamento de Suzane e Daniel não era aprovado pela família Richthofen, então o jovem casal decidiu que para continuar junto deveria assassinar os pais da garota e simular um latrocínio para manter os direitos sobre a valiosa herança que seria deixada.

A noite do crime na casa Richthofen

(Fonte: Veja/Divulgação)
(Fonte: Veja/Divulgação)

Ambos os assassinatos foram detalhadamente planejados por Suzane e pelos Irmãos Cravinhos. O jovem casal levou o irmão de Suzane, Andreas, para uma lan house na qual ele passou a noite jogando videogame. Cristian se encontrou com Suzane e Daniel próximo ao estabelecimento e os três foram para a mansão dos von Richthofen no carro dela. Perto da meia-noite, o vigia do condomínio notou a chegada do veículo, que entrou pelo portão da garagem e estacionou no pátio da casa.

No local, Suzane abriu as portas da casa para que Daniel e Cristian, portando barras de ferro, iniciassem o procedimento. Ela subiu até o segundo andar e confirmou que os pais estavam dormindo, então ordenou que Irmãos Cravinhos entrassem no cômodo.

Utilizando luvas cirúrgicas, Daniel ficou encarregado de golpear Manfred enquanto Cristian atacava Marísia. Durante a perícia, foram constatadas algumas fraturas nos dedos das mãos de Marísia em decorrência de uma tentativa de se defender, colocando-as sobre a cabeça. A agressividade do ato impediu qualquer tipo de reação.

Falso latrocínio

(Fonte: Jornal da Record/Reprodução)
(Fonte: Jornal da Record/Reprodução)

Após terem certeza de que os dois alvos estavam mortos, os três criminosos passaram a produzir um álibi. Os agressores decidiram revirar o quarto do casal e posicionar uma arma calibre .38 de Manfred ao lado dos cadáveres. Suzane forneceu sacos plásticos para que eles colocassem suas roupas e as armas do crime, os quais foram descartados e jamais encontrados.

Suzane ainda utilizou uma faca para abrir uma maleta do pai, na qual sabia que encontraria uma grande quantidade de dinheiro. Foi lá que ela pegou cerca de 8 mil reais, 5 mil dólares e 6 mil euros usados para forjar o latrocínio e pagar a participação de Cristian no crime. 

Término das investigações do Caso Richthofen

(Fonte: Veja/Divulgação)
(Fonte: Veja/Divulgação)

Desde o início das investigações, os policiais encarregados do Caso Richthofen sabiam que as suspeitas de latrocínio não se encaixavam no perfil apresentado na cena do crime. Tudo parecia montado demais, fazendo que as autoridades direcionassem as atenções para as pessoas mais próximas de Manfred e Marísia.

Com relatos combinados, Daniel, Cristian e Suzane deram versões bem semelhantes em seus testemunhos e quase passaram despercebidos. Entretanto, a compra de uma moto por Cristian logo após o dinheiro ter sido roubado passou a levantar suspeitas.

Em 9 de novembro de 2002, os três acusados assumiram o assassinato. Suzane e Daniel foram condenados a 39 anos e 6 meses de prisão, enquanto Cristian recebeu a pena de 38 anos e 6 meses de reclusão. O Caso Suzane von Richthofen teve tamanha proporção nos noticiários de todo o Brasil que acabou virando trama para livros e filmes.

No mundo literário, Suzane é protagonista do livro Suzane: Assassina e Manipuladora (2020), de Ulisses Campbell. Nos cinemas, o enredo foi roteiro para dois filmes — exclusivos para a plataforma Amazon Prime Video — do diretor Maurício Eça, A Menina que Matou os Pais (2020) e O Menino que Matou meus Pais (2020), com a atriz Carla Diaz no papel principal.

* Publicada originalmente em 3 de março de 2021

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