Ciência
20/11/2015 às 09:14•5 min de leitura
Ao se deparar com situações inusitadas e, aparentemente, sem explicações claras, muitas pessoas têm a tendência de tratar o fato como algo sobrenatural. Seja durante o encontro com uma criatura bizarra no quintal de casa ou mesmo quando luzes de origem desconhecida brilham no céu, um simples registro divulgado na internet é o suficiente para causar um alvoroço entre os que creem em vida fora da Terra.
Confira alguns casos em que essas luzes intrigaram os moradores, causando pânico e até mortes!
A presença de luzes pairando sobre um vale na Noruega tem confundido os cientistas há anos. O fenômeno, intitulado “Hessdalen”, é responsável por criar esferas que podem chegar ao tamanho de carros e tem atraído a atenção até de ufólogos.
Pesquisas indicam que as luzes incomuns podem ser formadas por uma “bateria” natural localizada no subsolo, criada por minerais metálicos que reagem com um rio sulfuroso que passa pelo local.
O engenheiro Erling Strand, da Universidade de Ostfold, tem procurado uma explicação física por trás do fenômeno natural desde 1982, quando os espetáculos de luz começaram a ficar frequentes.
Ele é o responsável pelo “Projeto Hessdalen”, que busca unir especialistas para desvendar como tais luzes são formadas. Os pesquisadores notaram uma pequena oscilação no campo magnético das áreas antes da formação das luzes, mas quando eles mediram a radioatividade e a atividade sísmica não encontraram nada de incomum no local.
Outra equipe mediu o tamanho, a forma e a velocidade das esferas utilizando um radar e realizando análise espectral. Eles revelaram que as luzes, ao contrário de relâmpagos, não deixam nenhuma marca de “queimado” no chão. No entanto, elas esterilizam a área, matando microrganismos do solo.
Jader Monari, do Instituto de Radioastronomia, na Itália, estudou o fenômeno desde 1996 e descobriu que as rochas do vale são ricas em zinco e ferro em um lado do rio e ricas em cobre do outro. Isso o levou à conclusão de que, se houver enxofre na água, podem existir ali todos os elementos para se formar uma “bateria”.
Os cientistas usaram amostras das rochas para criar um vale em miniatura e, quando a estrutura foi molhada, eles descobriram que a eletricidade fluía entre as rochas, sendo capaz de acender uma lâmpada. Além disso, as linhas do campo eletromagnético do local seriam as responsáveis por mover as luzes, explicando melhor a origem do fenômeno.
Mais uma vez a população da Noruega foi surpreendida por uma estranha visão: um espiral gigante foi visto em todo o país. Seria um portal para um universo paralelo?
Nada disso. O Ministério da Defesa da Rússia confirmou que lançou um míssil e que o terceiro estágio falhou, causando este espiral imenso.
Na noite do último 7 de novembro, um raio de luz misterioso avistado no céu entre os estados da Califórnia, Nevada e Arizona fez com que a polícia recebesse uma enxurrada de ligações e as redes sociais fossem tomadas por vídeos e fotos da visão celestial. Para muitos, a aparição tratava-se de uma visita vinda do espaço.
Não era desta vez: logo foi esclarecido que a Marinha dos Estados Unidos havia disparado um míssil Trident II desarmado de um submarino localizado na costa sul da Califórnia. O disparo foi realizado do USS Kentucky, um Submarino Nuclear de Mísseis Balísticos (SSBN), e, segundo os militares, o lançamento planejado foi parte de um programa de avaliação e não foi comunicado à população por motivos de segurança.
Entretanto, o Aeroporto Internacional de Los Angeles havia recebido a informação de que, entre os dias 6 e 12 de novembro, os voos da região deveriam ser desviados, já que o espaço aéreo controlado pelos militares estaria ativo durante o período.
Apenas três meses após o ataque japonês a Pearl Harbor, sirenes soaram por toda Los Angeles. O pânico tomou conta da população enquanto forças militares dos Estados Unidos abriram fogo contra objetos voadores.
Além de o país ter entrado há pouco tempo na Segunda Guerra Mundial, fazia menos de quatro anos que o cineasta Orson Welles transmitira na rádio da CBS uma adaptação de “A Guerra dos Mundos”, que causou pânico ao simular um ataque extraterrestre.
Los Angeles Times em 26 de fevereiro de 1942
Milhares de cidadãos foram às ruas e outros tantos acabaram acordados pelas sirenes e disparos. Toda a força bélica utilizada pelos soldados era inútil e, para piorar, os estilhaços acabaram atingindo três pessoas, que morreram, além dos carros e residências danificados. Há ainda relatos de que outros três cidadãos teriam sofrido ataque cardíaco e falecido.
Em 1983, o Gabinete de História da Força Aérea concluiu que balões foram os responsáveis por incitar a histeria em massa. Eles teriam sido lançados de diferentes pontos e, ao serem iluminados de baixo, refletiram o revestimento prata, efeito que causou a confusão naquela noite. Mas o que muitas pessoas questionam é: como nenhum deles foi atingido pelas munições lançadas?
As histórias em torno do caso foram tantas que ficou impossível separar a realidade da especulação. O que aconteceu na noite de 24 para 25 de fevereiro de 1942 ainda é considerado por muitos como um dos poucos "inexplicáveis" fenômenos UFO.
No dia 13 de maio de 1917, as crianças Lúcia de Jesus Rosa dos Santos, de 10 anos, Francisco Marto, de 9 anos, e Jacinta Marto, de 7 anos, afirmaram ter visto a Virgem Maria, descrevendo-a como “uma senhora mais branca que o Sol".
As crianças Jacinta, Lúcia e Francisco
As aparições se repetiram pelos meses seguintes, fazendo com que os morados se reunissem para esperar por um sinal da Virgem Maria. O dia 13 de outubro foi marcado como sua última “aparição”. Depois de fazer algumas previsões às crianças, como o fim da Primeira Guerra Mundial, Virgem Maria teria levantando as mãos para o céu, o que, segundo relatos, causou uma “dança do Sol em torno do céu”.
No livro “À Procura de um Milagre”, o autor Joe Nickel acredita que as pessoas viram uma mancha de luz que pode aparecer ao lado do sol. A comoção em torno das declarações das crianças teria feito com que a população alimentasse essa ideia, causando uma histeria em massa.
Fenômeno mostra luzes ao lado do Sol
Em dezembro de 2008, colunas de luz apareceram na cidade de Sigulda, na Letônia. Apesar das especulações em torno do fenômeno, logo surgiram explicações mais simples: na época, o inverno estava excepcionalmente frio, fazendo com que o ar ficasse repleto de cristas de gelo suspensos. Assim sendo, as colunas teriam sido formadas quando os cristais refletiram as luzes das lâmpadas das ruas. Especialistas afirmam que o evento é raro, mas não tem nada de sobrenatural.
Quando várias pessoas entraram em contato com a rede de TV NBC na noite de 28 de abril deste ano, o canal capturou um agrupamento de luzes aéreas que podiam ser observadas sobre San Ysidro, perto da fronteira EUA-México.
Os relatos davam conta de que luzes vermelhas, azuis e verdes mantinham-se piscando e alternando de cor. O canal entrou em contato com os militares para que houvesse identificação, mas não obtiveram respostas.
Uma nuvem multicolorida foi vista no céu da Costa Rica, deixando os morados impressionados. O fato aconteceu em setembro de 2015 em várias cidades, incluindo San Jose, Parrita, Pavas, Escazu e Hatillo.
Logo, muitas pessoas publicaram as imagens nas redes sociais, algumas chegando a cogitar que seria um sinal do apocalipse. Porém, especialistas logo esclareceram que se tratava de um fenômeno meteorológico raro, chamado de “nuvem iridescente”. Ele ocorre quando a luz contorna um obstáculo, ou seja, uma nuvem, e acaba se separando em cores. A este fenômeno se dá o nome de difração.
Neste mês, os moradores da província canadense de Saskatchewan levaram um susto ao ver uma bola de fogo riscando os céus.
Logo o caso foi explicado: astrônomos afirmaram se tratar de um meteoro e que o forte estrondo ouvido foi o resultado da colisão do material com o solo.
Não foi só nos céus do Canadá que um meteoro intrigou a população. Em setembro deste ano, os moradores de Cascavel, no oeste do Paraná, filmaram uma bola de fogo que cruzou a cidade. O professor do departamento de Física da Universidade Federal do Paraná, Dietmar Foryta, explicou se tratar de um pequeno meteoro, fenômeno bem mais comum do que você possa pensar: por ano, ocorrem perto de 500 mil vezes, mas apenas 3,5 mil são reportadas.
Se você ficou interessado pelo assunto, aprenda a identificar as luzes que você consegue ver no céu.