Ciência
22/03/2016 às 06:47•2 min de leitura
O mitológico Triângulo das Bermudas, como você sabe, é uma área situada no Atlântico Norte associada com o desaparecimento de diversas embarcações, aeronaves e pessoas. O local recebeu esse nome em meados da década de 60 graças à forma geométrica que obtemos quando traçamos linhas para conectar as cidades de Miami, nos EUA, San Juan, em Porto Rico, e Bermuda — que delimitam a região na qual os incidentes supostamente acontecem.
O número de desaparecimentos na área é incerto e, dependendo da fonte consultada, ele gira em torno de 100 embarcações e aviões e cerca de mil pessoas nos últimos 100 anos. Contudo, vale lembrar que levantamentos feitos por uma das seguradoras mais importantes do mundo apontaram que não acontecem mais incidentes por ali do que em qualquer outro lugar do planeta, e a Guarda Costeira dos EUA não reconhece o Triângulo das Bermudas como perigoso.
Embora o Triângulo das Bermudas não seja reconhecido oficialmente como uma área geográfica e não existam indícios de fatores que aumentem o risco de circulação na região, a má fama prevalece, assim como as controvérsias envolvendo o misterioso local, e não faltam teorias para tentar explicar o que, afinal, acontece por lá.
Uma delas ganhou bastante força há alguns anos, sugerindo que os incidentes estariam associados à liberação de gases no fundo do mar — que atingiriam a superfície, causando o naufrágio de embarcações. Experimentos conduzidos em laboratório apontaram que existe fundamento na teoria, pois, dependendo da posição dos navios, as bolhas poderiam desestabilizá-los e fazê-los afundar. No entanto, nenhum caso real foi registrado.
Agora, pesquisadores noruegueses anunciaram a descoberta de crateras gigantes no Mar de Barents, no litoral da Noruega, que possivelmente se formaram durante a liberação de grandes quantidades de metano no fundo do mar. A notícia, obviamente, reacendeu a discussão sobre o Triângulo das Bermudas — e muitos interpretaram a descoberta como sendo uma evidência para apoiar a teoria de que as bolhas de gás estariam por trás dos misteriosos incidentes.
Apesar de vários meios de comunicação mundo afora publicarem a informação de que o mistério do Triângulo das Bermudas finalmente havia sido solucionado, os cientistas noruegueses — assim como céticos e pesquisadores de vários países — explicaram que a coisa não é bem assim não!
Crateras descobertas pelos cientistas noruegueses
Em realidade, as crateras foram produzidas por explosões de metano que ocorreram há cerca de 11,7 mil anos, ou seja, após a última Era do Gelo — em uma época em que não havia grandes navios ou aeronaves circulando pelo mundo. E com respeito a eventos semelhantes acontecerem na atualidade, de acordo com os cientistas, a liberação de gases na mesma magnitude mandaria ondas sísmicas pelo planeta que seriam facilmente detectadas.
Os pesquisadores ainda explicaram que as crateras são características de um período geológico específico e resultaram de vários processos desencadeados ao longo de milhares de anos — quando boa parte da Terra permanecia coberta por mantos de gelo. Ademais, as condições do nosso planeta naquela época não podem ser comparadas com as atuais, portanto, os cientistas não fazem qualquer conexão entre a descoberta e o Triângulo das Bermudas.
Na verdade, a explicação para os supostos incidentes no local pode ser muito mais simples. A região não só é atingida frequentemente por inúmeras tempestades tropicais, como se encontra em uma das rotas marítimas mais agitadas do mundo. Além disso, a área fica próxima à corrente do Golfo — notória por provocar mudanças climáticas repentinas. Portanto, é um mistério que não ocorram ainda mais eventos do que os registrados por lá!
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