Ciência
18/10/2014 às 05:55•2 min de leitura
Todo mundo já ouviu falar sobre o Triângulo das Bermudas, não é mesmo? Trata-se de uma área localizada no Atlântico Norte — chamada assim graças à forma geométrica obtida quando traçamos linhas para conectar as cidades de Miami, San Juan (em Porto Rico) e Bermuda — associada a uma série de desaparecimentos estranhos de embarcações, aeronaves e pessoas.
Pois, de acordo com uma matéria publicada pelo site Live Science, a descoberta de crateras misteriosas na Sibéria levou alguns cientistas a reavaliarem uma teoria que já havia sido contestada anteriormente e especularem se o mesmo fenômeno não seria o responsável pelos eventos registrados no Triângulo das Bermudas.
No caso dos buracões descobertos na Sibéria, um estudo publicado em julho por pesquisadores russos sugere que a causa de seu surgimento pode estar relacionada com a liberação explosiva de gases — mais especificamente hidrato de metano — concentrados no permafrost.
Com base nessa informação, alguns pesquisadores começaram a sugerir que os eventos misteriosos do Triângulo das Bermudas também poderiam ser provocados pela liberação de gases. Segundo explicou o geofísico Vladimir Romanovsky, é muito provável que crateras como as siberianas tenham se formado no fundo do oceano como resultado da decomposição de hidrato de metano.
Sob as condições de pressão extremas do fundo do mar, normalmente o hidrato de metano se apresenta na forma sólida. Contudo, pedaços dessa substância podem se desprender e formar bolhas de gás que sobem até a superfície. É possível encontrar hidrato de metano no Atlântico Norte ao longo da margem continental dos EUA, e existe um bocado dele em uma área conhecida como Blake Ridge, que, coincidentemente, fica ao norte do Triângulo das Bermudas.
Mas será que uma bolha de ar seria suficiente para afundar um navio? Pois, curiosamente, de acordo com um estudo realizado em 2003, é possível sim! Segundo o Live Science, pesquisadores construíram um modelo e liberaram uma grande bolha sob o casco para ver o que acontecia. Eles descobriram que, dependendo da posição na qual a embarcação se encontrasse, ela podia perder seu empuxo, ou seja, sua capacidade de flutuar, o que causaria o afundamento.
Contudo, apesar de o fenômeno ter sido observado em laboratório, não existem evidências de que ele tenha ocorrido com embarcações de verdade. Além disso, até onde se sabe, a última liberação de gás de grande magnitude ocorreu há 20 mil anos, depois da última era do gelo, e não existem registros recentes de bolhas na escala necessária para provocar desastres desse tipo, muito menos nas mesmas épocas nas quais as desaparições no Triângulo das Bermudas ocorreram.
De qualquer maneira, essa não deixa de ser uma teoria interessante, não é mesmo? Vale lembrar que a existência ou não do Triângulo das Bermudas gera um bocado de controvérsias! Segundo o Serviço Geológico dos EUA, essa área nem é reconhecida oficialmente pelo órgão oficial norte-americano responsável por nomes geográficos, e um levantamento apontou que não ocorrem mais naufrágios e acidentes ali do que em outras partes do oceano.