Ciência
29/07/2014 às 06:43•2 min de leitura
Você lembra que há poucos dias noticiamos o surgimento de um buraco misterioso na Sibéria? Pois, agora, duas novas crateras foram descobertas, intrigando ainda mais os cientistas que nem sequer ainda haviam concluído de forma concreta qual poderia ser a origem do primeiro que foi encontrado.
Uma das “novas” crateras descobertas está localizada na Península de Yamal, na Sibéria (Rússia), no distrito de Taz (perto da aldeia de Antipayuta) e tem um diâmetro 15 metros (na foto acima de destaque), enquanto a outra foi encontrada na Península Taymyr, na região de Kransoyark, e tem um diâmetro de quatro metros (imagem logo abaixo).
Para fins de comparação, o primeiro buraco gigante, que foi encontrado também em Yamal, tem 80 metros de diâmetro e 60 de profundidade, sendo o maior deles.
De acordo com o Daily Mail, Andrey Plekhanov, do Centro de Pesquisa Científica do Ártico, disse que a cratera foi formada por uma camada de gelo que derreteu devido ao aumento das temperaturas. A teoria dele é a que um pedaço de gelo que está situado no subsolo criou o buraco, quando derreteu e desmoronou o solo.
Conforme teorizaram anteriormente, outros cientistas acreditam que os buracos sejam um efeito do aquecimento global em conjunto com uma mistura de água, sal e gás, que gerou a liberação de gases sob a superfície, que, em seguida, explodiram como uma rolha de champanhe. Mesmo assim, ainda são suposições sem uma conclusão final.
Os dois novos buracos foram vistos por pastores de renas, que quase caíram dentro deles. Agora, eles representam um novo desafio para os cientistas russos. "As teorias variam de meteoritos, mísseis, uma brincadeira feita pelo homem ou ETs, até um coquetel explosivo de metano ou gás de xisto, que de repente explodiu", relatou o Siberian Times.
A teoria de explosão devido a uma mistura do gás com gelo e alterações climáticas é a favorita entre os cientistas. No entanto, eles ainda estão relutantes em oferecer uma conclusão sem estudos adicionais.
A cratera da Península Taymyr tem um formato de cone, segundo afirmam os moradores locais. Sua profundidade é estimada entre 60 a 100 metros. Os geólogos, ecologistas e os historiadores não chegaram a um consenso sobre a origem do buraco Taymyr. “Não se parece com um trabalho humano, mas também não se parece com uma formação natural", disse um dos locais.
Outra das teorias mais populares é também que os buracos gigantes tenham sido causados por um fenômeno conhecido como “pingo”, que é um acúmulo subterrâneo de gelo coberto pela terra. Quando o gelo derrete, ele pode deixar para trás um buraco.
Os cientistas descartam a possibilidade dos buracos terem sido criados por impactos de meteoritos devido ao formato da cratera, que mostra que foi algo que explodiu de dentro para fora.
Marina Leibman, cientista-chefe do Earth Cryosphere Institute, disse: “Sem dúvida, precisamos estudar todas essas formações. É necessário ser capaz de prever a sua ocorrência. Cada novo funil fornece informações adicionais para os cientistas”.
O pesquisador Andrey Plekhanov, que crê na teoria da formação pelo “pingo”, revelou que as imagens de mapeamento por satélite estão sendo usadas para estabelecer quando o fenômeno se formou, mas acredita que foi no ano passado ou há dois anos, em média.
Ele esteve presente na cratera maior para estudos e afirmou que ela parece ser composta de gelo em 80% e não tinha vestígios de explosão, o que reforça a teoria de que ela foi causada pelos efeitos do aquecimento global.
“Certamente, a partir das imagens que eu vi, parece uma característica periglacial, talvez um pingo tenha desmoronado”, apoiou o Dr. Chris Fogwill, da Universidade de New South Wales.