Ciência nojenta: pesquisadores incubam larvas de mosca sob a própria pele

14/01/2015 às 06:122 min de leitura

Já trouxemos para você aqui no Mega Curioso mais de uma matéria — pra lá de nojenta, diga-se de passagem! — sobre larvas e bernes, e a verdade é que ninguém gosta da ideia de ter um desses bichos asquerosos por perto, muito menos sob a própria pele. Bem, isso se não estivermos falando de entomólogos corajosos e com estômago de aço, claro!

De acordo com Elizabeth Lopatto, do site The Verge, a dupla formada pelos pesquisadores Piotr Naskrecki e Gil Wizen, do Museu de Zoologia Comparativa da Universidade de Harvard, depois de ser acidentalmente infectada por bernes durante uma viagem a Belize, na América Central, decidiu incubar os bichinhos no próprio corpo em nome da ciência. Confira toda a experiência vivida pelos entomólogos e seus bebês-mosca no vídeo abaixo — e prepare o estômago!

Ciência nojenta

O experimento envolveu larvas da mosca da família Oestridae, que são parasitas de mamíferos e podem se instalar tanto na carne como nas vísceras dos hospedeiros. A coisa funciona da seguinte forma: primeiro, uma fêmea dessas moscas persegue um mosquito e põe seus ovinhos em sua barriguinha. Este, por sua vez, acaba depositando os ovos sobre a pele do animal que servirá de lanche.

Uma vez no hospedeiro, os ovinhos eclodem, e as larvas marotas vão penetrando através da pele. Como esses bichinhos são corpos estranhos no organismo do animal — neste caso, um humano —, o sistema imunológico logo responde enviando leucócitos até o local, e as danadas das larvas se alimentam dessas células.

Assim, sob a proteção da pele e com alimento de sobra sendo fornecido pelo organismo do hospedeiro, esses parasitas podem passar do tamanho de um grão de açúcar ao de um amendoim ao longo de apenas 10 dias! Depois de alcançar o grau de maturidade necessário, as bichinhas abandonam o corpo onde estão alojadas quando estão prestes a alcançar o estágio de pupa, que é a etapa que antecede a transformação das larvas em moscas.

Incubação

Segundo o vídeo, enquanto os pesquisadores estavam em Belize conduzindo seus estudos, eles levaram um bocado de picadas. Contudo, depois de voltar para os EUA, eles perceberam que algumas delas não estavam cicatrizando. Pior: eles notaram que havia algo vivendo em seu corpo. Conforme explicam no clipe, é possível se livrar facilmente desses parasitas, mas, sendo entomólogos, eles decidiram acompanhar seu ciclo de maturação de perto.

De acordo com o narrador, transcorreram dois meses entre o momento da infecção até a larva deixar o seu corpo, e o “nascimento” da pupa demorou cerca de 40 minutos. Segundo disse, o processo não foi doloroso, e ele provavelmente nem teria notado se não estivesse acompanhando a incubação, já que as larvas produzem substâncias analgésicas. Além disso, o ferimento deixado na pele cicatrizou completamente em apenas 48 horas.

Você teria coragem?

Não parece praticamente um parto em miniatura? Mas, agora, diga lá, caro leitor, depois de ler a descrição acima, você ofereceria o seu corpinho como lar para essas larvas nojentas? Pois, conforme explicaram os entomólogos que passaram por essa experiência voluntariamente, a não ser que os parasitas decidam petiscar terminações nervosas, o processo é relativamente indolor.

Além disso, esses bichos não causam danos significantes aos hospedeiros, não costumam deixar cicatrizes, não transmitem doenças e, ainda, mantêm a área na qual se encontram alojados livre de infecções graças às secreções antibióticas que liberam no local. Mesmo sabendo de tudo isso, você ainda se ofereceria como hospedeiro?

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