Ciência
26/03/2015 às 03:18•2 min de leitura
Apesar de a palavra “bullying” ter se tornado muito divulgada no Brasil nos últimos anos, não é de hoje que a ação acontece. Qualquer pessoa que sofreu com chacotas na escola, no trabalho ou na vida sabe muito bem o que é ser destratado por ser o que é ou por gostar de determinada coisa.
Ainda que as redes sociais tenham auxiliado na comunicação, elas também contribuíram para a proliferação das ofensas online. Muitas vezes se aproveitando do anonimato, milhões de pessoas utilizam o Twitter para xingar ou os comentários do Facebook para denegrir a imagem de outros usuários – sem contar os inúmeros posts em matérias e fóruns da web.
Uma pesquisa divulgada pelo site Dailymail mostra que o comportamento de ódio que era exclusivo da web está migrando cada vez mais para o mundo real. Uma das pessoas que pode falar com propriedade sobre o assunto é a britânica Harnaam Kaur, de 23 anos.
Diagnosticada com síndrome do ovário policístico, desde os 16 anos a moça cultiva uma barba. Kaur conta que no início foi muito difícil, pois as pessoas a encaravam e a ameaçavam nas ruas. Assustada, o pensamento de suicídio estava sempre presente em sua mente, e ela fazia de tudo para esconder a penugem no rosto.
Entretanto, após se converter para o sikhismo (uma religião que proíbe o corte de cabelo), ela decidiu aceitar sua beleza exterior. Óbvio que a tarefa não foi fácil, mas com o apoio do irmão e da melhor amiga, Harnaam superou seus medos e está muito feliz.
“Quando comecei a deixar a barba crescer foi por razões religiosas. Porém, com o passar do tempo, passei a cultivá-la por motivos pessoais”, contou a moça após ter sua foto inclusa em uma exposição sobre as melhores barbas do mundo. Segundo ela, atualmente seus pelos faciais a fazem se sentir como uma mulher corajosa, confiante e que não se importa em quebrar as normas da sociedade.
Infelizmente, é importante frisar que o caso de Kaur não é o único. Segundo as informações divulgadas pelo Dailymail, as mulheres sofrem mais bullying do que os homens, em uma proporção de 55% para 54%. Todavia, as garotas costumam ser mais ofendidas verbalmente, sendo que 64% delas disseram ter sido vítimas de comentários maldosos, contra 37% dos homens.
Por sua vez, os membros do sexo masculino tendem a ser atacados fisicamente. No total, 20% deles contaram já ter apanhado de valentões. Embora um pequeno número tenha relatado ter sofrido bullying por causa de etnia ou orientação sexual, a maioria (50,6%) revelou já ter sido vítima principalmente por causa da aparência.