Estilo de vida
08/09/2015 às 12:13•2 min de leitura
Ela tinha 20 anos, estudava fotografia e aproveitava a vida ao máximo. Mas esse não era seu verdadeiro “eu”, já que ela estava planejando pôr fim a própria vida. Laura Hospes sofria de transtorno alimentar e, embora tenha tratado o problema, a doença havia voltado com mais força. A garota procurou um psicólogo e, após um ano de tratamento, acabou atentando contra a própria vida sem sucesso.
Como Laura conta no site de notícias Bored Panda, ela acabou acordando no hospital psiquiátrico. Após a recuperação física, ela fez um retrato dela mesma, da mesma forma como ela fazia anteriormente quando se sentia solitária ou com raiva. Ela sentiu um rápido alívio após isso.
Laura usou a câmera do seu smartphone, já que estava sem acesso as suas outras coisas. Seu namorado trouxe a câmera um dia depois. “Eu comecei a me retratar nesta situação horrível. Toda vez que eu fazia uma sessão de autorretrato, senti um alívio rápido que acalmava a minha cabeça”.
Segundo Laura, a câmera a ajudou a lidar com todas as emoções fortes que a estavam “esmagando”. “Eu honestamente senti como se estivesse prestes a explodir se eu não pudesse me expressar, por isso a minha câmera me salvou dessa maneira”.
A garota desenvolveu um projeto com as fotos batizado de UCP-UMCG, que é justamente o nome do departamento psiquiátrico que ela esteve internada. O objetivo é tocar as pessoas, principalmente aquelas que precisam ver que não estão sozinhas [enfrentando esse problema].
Laura também quer conscientizar as pessoas que não tem ideia do que está por trás da porta de um hospital psiquiátrico, para que elas possam ver a dor e o medo dos pacientes. “As pessoas em hospitais psiquiátricos não são loucas, elas sentem-se como se estivessem enlouquecendo. E isso é o pior sentimento que já tive”, finaliza a garota.
Galeria 1
Todos os anos, cerca de 12 mil pessoas se suicidam no Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Uma campanha nacional em defesa da vida, idealizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), vai deixar iluminadas de amarelo as fachadas de prédios públicos em todo o país, inclusive o Palácio do Congresso.
A campanha marca o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado em 10 de setembro, e tem como objetivo desfazer o tabu e ajudar médicos a identificar, tratar e instruir pacientes. Para isso, serão lançadas, em outubro, publicações com informações sobre o perfil de potenciais suicidas, quadros que podem levar ao suicídio e onde buscar orientação.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas se suicidam por ano em todo o mundo. Para a ABP e o CFM, falta uma política de atenção, com infraestrutura e recursos humanos suficientes para ajudar quem sofre com stress, depressão e esquizofrenia, transtornos que podem, entre outros, levar ao suicídio.
No Brasil, segundo a OMS, houve um crescimento de 10,4% no número de suicídios entre 2000 e 2012. A alta é de 17,8% entre mulheres e de 8,2% entre os homens. A mortalidade de pessoas com idade entre 70 anos ou mais é maior, de acordo com a pesquisa.