Ciência
22/08/2017 às 02:00•2 min de leitura
Mesmo que você não seja do tipo supersticioso, deve conhecer o costume de “bater na madeira” para espantar a má sorte, não é mesmo? Mas, ainda que você não use essa artimanha, já sentiu curiosidade em saber de onde ela surgiu? De acordo com o site Today I Found Out, a história desse gesto é um pouco nebulosa, mas existem algumas teorias bem interessantes.
Segundo a matéria, os primeiros registros “oficiais”— por assim dizer — do ato de bater na madeira como forma de espantar energias negativas apareceram em 1899 no Reino Unido e em 1905 nos EUA. No entanto, existem várias teorias sobre o surgimento desse costume, abrangendo crenças dos povos pagãos, cristãos e até mesmo judaicos.
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Com relação à teoria sobre o costume de bater na madeira ter sua origem no paganismo, ela aponta que a maioria das culturas pagãs — distribuídas da Irlanda à Índia — provavelmente faziam uso desse gesto. Acredita-se que esses povos pensavam que as árvores eram habitadas por espíritos da natureza, e estes muitas vezes eram incorporados às cerimônias e aos rituais praticados por eles.
Uma das crenças é de que os pagãos acreditavam que ao tocar os troncos das árvores era possível invocar os espíritos benevolentes que habitavam nelas. Além disso, essa era a forma como os irlandeses agradeciam aos leprechauns — pequenos seres considerados como guardiões de tesouros — pelos momentos de boa sorte.
Com o passar do tempo, é possível que tocar — ou dar pancadinhas — na madeira tenha se tornado uma forma de demonstrar gratidão por eventos fortuitos e reconhecer a intervenção dos espíritos da natureza por suas bênçãos. Contudo, não se esqueça que os crentes sempre sentiram medo da ira divina, portanto muitas vezes as demonstrações serviam para garantir que a natureza não se voltaria contra eles e, em vez de boa sorte, trouxesse uma indesejada maré de azar.
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Outra teoria é de que os cristãos seriam os responsáveis por disseminar o costume de bater na madeira, já que, no início do cristianismo, muitos dos costumes pagãos acabaram sendo incorporados à nova religião. A explicação nesse caso, em vez de relacionada com as moradas dos espíritos da natureza, estava associada ao material com o qual a cruz de Jesus foi feita. Assim, tocar na madeira era uma maneira de também invocar a proteção de Cristo.
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Existe ainda a teoria relacionada ao judaísmo e, até onde se sabe, o costume teria surgido ao final do século 15, durante a Inquisição Espanhola. Na época, os judeus estavam sofrendo uma dura perseguição a mando de Torquemada e, como muitas das sinagogas eram feitas de madeira, os hebraicos criaram toques em código para anunciar sua chegada e ganhar acesso aos templos. Essa artimanha teria salvo muitas vidas e se tornou sinônimo de boa sorte.
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As teorias acima são apenas algumas das hipóteses mais interessantes sobre o surgimento do costume de bater na madeira. Além dessas, existe outra possível explicação que é bastante plausível e teve origem antes mesmo da popularização oficial da expressão — entre final do século 19 e começo do século 20, como mencionamos no comecinho da matéria.
No início do século 19, existia um jogo infantil extremamente popular no Reino Unido — uma espécie de pega-pega — no qual os participantes que estivessem tocando a madeira não corriam o risco de serem pegos. Muitos acreditam que essa brincadeira pode muito bem ter cruzado o Atlântico e conquistado a molecada na América, se espalhando para outros países com o passar do tempo.
*Publicado em 24/01/2014