Imagem de Terra Nova: a expedição ao Polo Sul mais catastrófica do mundo no megacurioso

A expedição britânica liderada por Robert Falcon Scott é considerada uma das piores da história

Terra Nova, a pior expedi&ccedil;&atilde;o&nbsp;ao Polo Sul que o mundo j&aacute; presenciou, come&ccedil;ou como qualquer outra que teve impulso entre o final do s&eacute;culo XIX e in&iacute;cio do s&eacute;culo XX: uma combina&ccedil;&atilde;o de fatores que inclu&iacute;am a busca pela explora&ccedil;&atilde;o, pelo desconhecido, competi&ccedil;&atilde;o entre na&ccedil;&otilde;es para adquirir avan&ccedil;os tecnol&oacute;gicos e cient&iacute;ficos, e um enorme desejo de renome e prest&iacute;gio.
Foram essas as motiva&ccedil;&otilde;es por tr&aacute;s da Idade Heroica da Explora&ccedil;&atilde;o da Ant&aacute;rtida, o per&iacute;odo em que v&aacute;rias viagens explorat&oacute;rias buscaram desvendar os mist&eacute;rios do ponto considerado mais remoto e in&oacute;spito do globo, o Polo Sul.
Talvez muito mais que pelas descobertas para a humanidade, essas explora&ccedil;&otilde;es entraram para a hist&oacute;ria ao desvendar a habilidade de sobreviv&ecirc;ncia do ser humano e sua extraordin&aacute;ria capacidade de arriscar a vida apenas por prest&iacute;gio.
<h2>O motivo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11144142813232.jpg" alt="Robert Falcon Scott. (Fonte: Hulton Archive/Getty Images)" />Robert Falcon Scott. (Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Quando o oficial da Marinha Real, Robert Falcon Scott, deu in&iacute;cio ao que se tornaria a "pior viagem do mundo", em 15 de junho de 1910, ele j&aacute; havia explorado a Ant&aacute;rtida uma vez, em 1901.&nbsp;
Nascido em 1868, Scott se tornou um explorador por for&ccedil;a maior. Desde os 13 anos, quando embarcou no navio-escola HMS Brittania, ele esteve envolvido com a carreira naval &ndash; ent&atilde;o era certo que assim seguiria at&eacute; seus &uacute;ltimos dias. Dois anos mais tarde, ele j&aacute; havia se tornado um guarda-marinha e come&ccedil;ava sua ascens&atilde;o na Marinha Real.
Em 1889, Scott era um tenente especializado na nova tecnologia de torpedos, mas isso se provou pouco quando um desastre financeiro abateu sua fam&iacute;lia e ele se viu respons&aacute;vel por sua m&atilde;e vi&uacute;va e duas irm&atilde;s solteiras. Precisando de uma promo&ccedil;&atilde;o, em 1899, Scott se interessou por uma vaga como explorador em uma expedi&ccedil;&atilde;o ant&aacute;rtica organizada pela Royal Geographical Society e a Royal Society.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11144825150238.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte:&nbsp;Hulton Archive/Getty Images)
Apesar de n&atilde;o ter nenhuma experi&ecirc;ncia com explora&ccedil;&atilde;o, tampouco com viagens polares, ainda assim Scott foi nomeado comandante da Expedi&ccedil;&atilde;o Ant&aacute;rtica Nacional, a bordo do navio Discovery, que partiu da Inglaterra em 1901. Foi assim que ele conheceu Ernest Shackleton, que anos mais tarde se tornaria seu oponente na empreitada de conseguir chegar ao Polo Sul. Esse feito n&atilde;o foi alcan&ccedil;ado naquela primeira expedi&ccedil;&atilde;o porque o terreno desconhecido os for&ccedil;ou a abandonar a ideia, se quisessem sobreviver.
Quando Scott retornou &agrave; Inglaterra, em setembro de 1904, para uma recep&ccedil;&atilde;o calorosa, j&aacute; havia se tornado um explorador e estava certo de que era isso que faria daquele momento em diante. Sendo assim, se apressou a captar fundos para conseguir terminar o que se prop&ocirc;s a fazer: alcan&ccedil;ar o Polo Sul.
Nem mesmo a partida de Shackleton, em 1907, a bordo do seu navio Nimrod, o impediu de continuar tentando. E isso foi bom, afinal, seu concorrente s&oacute; conseguiu chegar a 100 quil&ocirc;metros do Polo Sul. O homem voltou para a Gr&atilde;-Bretanha como um her&oacute;i e recebeu at&eacute; t&iacute;tulo de cavaleiro. Na mente de Scott, a marca a ser batida e o caminho ainda estavam livres.
<h2>Tr&ecirc;s dias de caos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11145326977239.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images)
Finalmente, a expedi&ccedil;&atilde;o de Scott partiu da Ba&iacute;a de Cardiff, a bordo do seu Terra Nova, com intuito de explorar a parte da Ant&aacute;rtida ao redor do Mar de Ross, descobrir mais sobre os animais, o clima e a geologia do local.
Ao longo do caminho, eles passaram pela &Aacute;frica do Sul, Austr&aacute;lia e Nova Zel&acirc;ndia, onde a expedi&ccedil;&atilde;o quase teve seu primeiro fim desastroso. Enquanto deixavam o pa&iacute;s rumo ao mar de Ross, em 29 de novembro de 1910, uma forte tempestade quase condenou o baleeiro Terra Nova, pequeno demais para a carga que transportava. O navio foi quase inundado pela &aacute;gua, e teve suas bombas entupidas por uma pasta espessa de p&oacute; de carv&atilde;o, sujeira e &oacute;leo, que o fizeram parar de funcionar.
Todos os tripulantes, at&eacute; mesmo os cientistas, lutaram por horas no escuro para conseguir impedir que o Terra Nova&nbsp;fosse destru&iacute;do ou naufragasse. Nisso, eles tiveram que abrir m&atilde;o de muita carga, desde combust&iacute;vel a suprimentos. Os animais tamb&eacute;m sofreram, alguns morreram estrangulados pelas correntes que os impediam de derrapar pelo conv&eacute;s, e outros acabaram no mar ao se soltarem.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11145403233240.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Foram tr&ecirc;s noites de caos at&eacute; que o mar se acalmasse e a tempestade parasse de tentar destru&iacute;-los. E parece que o n&uacute;mero tr&ecirc;s se tornou um companheiro para os expedicion&aacute;rios, porque demorou quase tr&ecirc;s semanas para que atravessassem a crosta de gelo que abria caminho para o mar de Ross.
Em 2 de janeiro de 1911, eles avistaram o Monte Erebus, o enorme vulc&atilde;o que domina a Ilha Ross, onde Scott pretendia montar acampamento na praia abaixo do Cabo Crozier, no extremo leste da ilha. No entanto, devido aos perigos que os penhascos de gelo ofereciam, ele optou por ir para o oeste e entrar no Estreito de McMurdo, escolhendo o Cabo Evans como o melhor lugar para o acampamento base.
<h2>A maior frustra&ccedil;&atilde;o de todas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11145823312241.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Em 25 de janeiro, uma vez que a base em Cabo Evans estava pronta, Scott partiu em sua empreitada para os preparativos da viagem rumo ao Polo Sul. Ele estimou que seus homens tinham cerca de um m&ecirc;s para estabelecer uma s&eacute;rie de postos avan&ccedil;ados de suprimentos ao longo da primeira parte do caminho. Isso era vital, visto que n&atilde;o havia como carregarem tudo o que precisariam.
O plano de Scott era deixar suprimentos em intervalos de uma dist&acirc;ncia significativa, mas o clima adverso e o desempenho dos p&ocirc;neis e tren&oacute;s motorizados que usou para isso agiram contra ele. No final das contas, seu &uacute;ltimo posto avan&ccedil;ado, chamado "One Ton", foi estabelecido a cerca de 60 quil&ocirc;metros do alvo, em 17 de fevereiro. Esse foi seu segundo maior erro.
Ao longo dos nove meses at&eacute; o in&iacute;cio da viagem ao Polo Sul, a equipe de Scott se manteve ocupada em Cabo Evans fazendo medi&ccedil;&otilde;es di&aacute;rias, realizando curtas viagens de campo para fins de coleta ou mapeamento, e fazendo estudos sobre animais e a geologia do local. Os marinheiros e tratadores de animais se dedicaram a fazer ou alterar o que fosse necess&aacute;rio para a viagem, como botas de esqui, crampons, pe&ccedil;as de tren&oacute;, barracas e outros equipamentos.
Em 1 de novembro de 1911, Scott e seus homens partiram com p&ocirc;neis e c&atilde;es rumo &agrave; sua tentativa em alcan&ccedil;ar finalmente o Polo Sul. A princ&iacute;pio, o clima permitiu que avan&ccedil;assem de maneira consider&aacute;vel, mas isso mudou no in&iacute;cio de dezembro, com neve torrencial seguida por um degelo que tornou a viagem extremamente dif&iacute;cil, tanto para os homens quanto para os animais.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11152632056256.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Os p&ocirc;neis foram fuzilados, esfolados e sua carne armazenada em um posto avan&ccedil;ado para ser usada como alimento para a equipe. Pouco antes de alcan&ccedil;arem a Geleira Beardmore, eles mandaram os c&atilde;es de volta, e ent&atilde;o eram apenas os 12 homens no planalto polar carregando seus tren&oacute;s.
No &uacute;ltimo dia de dezembro, eles alcan&ccedil;aram o ponto de Shackleton e comemoraram com ra&ccedil;&otilde;es extras. Em 4 de janeiro, com cerca de 290 quil&ocirc;metros pela frente at&eacute; o Polo Sul, Scott enviou de volta o &uacute;ltimo grupo de apoio, restando uma equipe de quatro homens (Edward Wilson, Edgar Evans, Lawrence Oates e Birdie Bowers). A essa altura, os homens j&aacute; estavam desnutridos com uma dieta inadequada e com a sa&uacute;de extremamente fragilizada pela baixa temperatura.
Em 16 de janeiro, a equipe confrontou algo que Scott evitava h&aacute; quase um ano: chegar ao Polo Sul era uma corrida publicit&aacute;ria. No mesmo ano em que Scott partiu em expedi&ccedil;&atilde;o, tamb&eacute;m o fez o noruegu&ecirc;s Roald Amundsen, dando in&iacute;cio a uma disputa silenciosa pelo t&iacute;tulo de primeiro lugar.
Scott s&oacute; admitiu para si mesmo que a expedi&ccedil;&atilde;o n&atilde;o era mais pela explora&ccedil;&atilde;o, mas por puro prest&iacute;gio, quando viu a bandeira norueguesa tremulando no vento frio, marcando a chegada ao Polo Sul. O que o transtornou &eacute; que poderia ser a dos brit&acirc;nicos, se naquele 1 de novembro, quando partiram de Cabo Evans, n&atilde;o tivessem esperado por condi&ccedil;&otilde;es de tempo melhores.
<h2>O primeiro a cair</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11154302100265.jpg" alt="Edgar Evans. (Fonte: Library of Congress/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Edgar Evans. (Fonte: Library of Congress/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com a frustra&ccedil;&atilde;o pesando nas costas e com o t&iacute;tulo de segundo lugar, os brit&acirc;nicos enfrentaram a dura viagem de volta. Scott calculou que eles precisavam percorrer 33 km por dia se quisessem sair daquela regi&atilde;o antes que as condi&ccedil;&otilde;es clim&aacute;ticas come&ccedil;assem a piorar. Afinal, eles ainda estavam sob o ver&atilde;o que passava pela Ant&aacute;rtida naquela &eacute;poca do ano.
Em 25 de janeiro, eles chegaram a um posto avan&ccedil;ado e conseguiram reabastecer seus suprimentos, mas n&atilde;o havia nada de prote&iacute;na em estoque. A equipe j&aacute; sofria com hemorragias nasais, forte desidrata&ccedil;&atilde;o e dores de cabe&ccedil;a causada pela fome. Os dedos de Evans estavam gangrenando e os transportadores Wilson e Scott n&atilde;o conseguiam mais se mover de tanta dor.
Em 4 de fevereiro, o estado de Evans piorou, espalhando desespero pelo grupo. Seus cortes e feridas supuraram e ele enfrentava dificuldades para respirar pelo nariz. De acordo com o di&aacute;rio de Oates, faltando 800 km para alcan&ccedil;arem o acampamento, Evans j&aacute; havia perdido o ju&iacute;zo. Ele se soltou do cinto que os conectava e come&ccedil;ou a se arrastar atr&aacute;s da comitiva at&eacute; que Scott o perdesse de vista e tivesse que voltar apenas para o encontrar &ldquo;com a roupa desarrumada, as m&atilde;os nuas e congeladas e um olhar selvagem nos olhos&rdquo;.&nbsp;
Edgar Evans faleceu naquela noite, dia 13 de fevereiro de 1912.
<h2>O anti-her&oacute;i</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11154410614275.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Apesar de tentar se manter firme, a frustra&ccedil;&atilde;o, o cansa&ccedil;o e a imin&ecirc;ncia da morte enfraqueceram Scott. Al&eacute;m disso, o homem n&atilde;o conseguia mais andar e era improv&aacute;vel que os outros pudessem fazer muito por ele. &ldquo;A amputa&ccedil;&atilde;o &eacute; o m&iacute;nimo que posso esperar por enquanto&rdquo;, escreveu ele em seu di&aacute;rio.
Apesar disso, em 21 de mar&ccedil;o, Bowers e Wilson tentaram chegar ao pr&oacute;ximo posto avan&ccedil;ado, o "One Ton", na esperan&ccedil;a de conseguir comida e medicamentos para Scott, mas s&oacute; conseguiram chegar at&eacute; onde o comandante deveria t&ecirc;-lo estabelecido, meses atr&aacute;s. Aceitando que aquele seria o fim, eles voltaram ao mini acampamento e tiraram o pouco de tempo que tinham para se despedir.
Scott assumiu seu papel de m&aacute;rtir ao escrever ao almirante Sir Francis Bridgeman: &ldquo;Eu n&atilde;o era muito velho para esse papel&rdquo;. Ele lembrou que os mais jovens ca&iacute;ram primeiro, ent&atilde;o significava que os mais velhos estavam dando um bom exemplo. Apesar disso, ele exaltou a coragem e dignidade de sua equipe que &ldquo;morreria com um esp&iacute;rito ousado, lutando at&eacute; o fim&rdquo;. Em momento nenhum, ao longo das v&aacute;rias cartas que escreveu, Scott culpou sua organiza&ccedil;&atilde;o defeituosa, respons&aacute;vel por aquele fim tr&aacute;gico; apenas o clima, a debilita&ccedil;&atilde;o e o infort&uacute;nio.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11155154622300.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Peter Macdiarmid/Getty Images)
Ele e a equipe ainda resistiram por nove noites at&eacute; 29 de mar&ccedil;o de 1912, quando os ventos da neve tomaram conta e silenciaram os gemidos dos homens para sempre.
A not&iacute;cia s&oacute; foi entregue &agrave; na&ccedil;&atilde;o brit&acirc;nica em 11 de fevereiro de 1913, quando ela mal havia se recuperado do rastro de horror deixado pelo naufr&aacute;gio do Titanic, em abril do ano anterior. Robert Falcon Scott n&atilde;o entrou para a hist&oacute;ria da maneira que imaginava, e as d&eacute;cadas que seguiram ap&oacute;s o an&uacute;ncio da sua miss&atilde;o fracassada mais constru&iacute;ram uma imagem de um homem mal preparado que marchou com sua equipe para a morte do que um her&oacute;i que desbravou a paisagem in&oacute;spita do Polo Sul.
"Se tiv&eacute;ssemos vivido, eu teria um conto sobre a dureza, resist&ecirc;ncia e coragem de meus companheiros, capaz de agitar o cora&ccedil;&atilde;o de cada ingl&ecirc;s. Essas cartas penosas e nossos cad&aacute;veres, por&eacute;m, devem contar a hist&oacute;ria", escreveu ele em sua carta intitulada "Mensagem ao P&uacute;blico". E sobre isso ele estava certo.

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Terra Nova: a expedição ao Polo Sul mais catastrófica do mundo

Imagem de Thiess de Kaltenbrun: o homem julgado por ser lobisomem no megacurioso

Em 1692, um homem foi levado a julgamento por heresia na Livônia Sueca após ter se proclamado abertamente como lobisomem

No s&eacute;culo XVII, um homem se viu preso em um drama jur&iacute;dico ap&oacute;s ter admitido publicamente que era uma fera mitol&oacute;gica, mais precisamente um lobisomem. Foi atrav&eacute;s dessa "confiss&atilde;o" que Thiess de Kaltenbrun passou a ser suspeito de "<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121452-conheca-6-transtornos-mentais-dos-mais-assustadores.htm#:~:text=Licantropia&amp;text=Ele%20%C3%A9%20caracterizado%20pela%20ilus%C3%A3o,se%20transformar%20em%20um%20animal." rel="noopener noreferrer" target="_blank">licantropia</a> e outros atos proibidos e &iacute;mpios", de acordo com as leis da &eacute;poca.
Thiess era um cidad&atilde;o idoso, na casa dos 80 anos, que vagava por J&uuml;rgensburg, na Liv&ocirc;nia. Primeiramente, ele havia sido chamado para depor sobre um roubo ocorrido em uma igreja local, acontecimento o qual ele foi testemunha. Foi a&iacute; que os seus problemas com a justi&ccedil;a come&ccedil;aram.
<h2>Lobisomens &agrave; solta</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/13/wikimedia-commons-13155532794301.png" alt="Wikimedia Commons" />(Fonte: Herzogliches Museum/Wikimedia Commons)
A ideia de que um homem podia sofrer uma metamorfose tinha ra&iacute;zes nas culturas gregas e n&oacute;rdicas. Por volta do ano 1500, na Fran&ccedil;a, os assassinos Pierre Burgot e Michel Verdun alegaram ser <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119439-werwolf-a-operacao-nazista-baseada-nos-lobisomens-germanicos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lobisomens</a> e tamb&eacute;m assassinos &mdash; o que fez com que fossem condenados &agrave; fogueira.
Outros assassinos nessa &eacute;poca tamb&eacute;m alegaram licantropia, uma condi&ccedil;&atilde;o onde um homem supostamente se transformaria em uma criatura assustadora parecida com um lobo. Mesmo com esse hist&oacute;rico sombrio, nada impediu Thiess de se declarar um lobisomem para todos os habitantes da Liv&ocirc;nia.&nbsp;
A primeira confiss&atilde;o aconteceu diante de um tribunal, anos antes, como forma de explicar seu nariz estava quebrado. Naquela &eacute;poca, Thiess foi julgado por roubar trigo e outros gr&atilde;os de um agricultor magoado, que quebrou seu osso da face com uma vassoura. A hist&oacute;ria parecia t&atilde;o bizarra, no entanto, que o idoso foi praticamente ignorado.
Por&eacute;m, quando estava depondo como testemunha no caso do assalto &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117266-4-igrejas-incriveis-para-amantes-de-historia-e-arquitetura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">igreja</a> &mdash; cujo principal suspeito era um homem chamado Pirsen T&ouml;nniss &mdash;, ele voltou a dizer que era um lobisomem. Como esse era um assunto mais s&eacute;rio e sua credibilidade era importante, Thiess logo tornou-se foco da sess&atilde;o.
<h2>Vida como lobisomem</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/12/12004456751017.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
De acordo com Thiess, ele havia passado algum tempo como lobisomem, mas enfatizou "atuar para o bem". Segundo ele, a comida roubada no testemunho anterior, na verdade, foi "roubada por feiticeiros" e ele apenas a roubou de volta para garantir colheitas abundantes. Em sua vis&atilde;o, ele e outros membros da sua matilha atuavam como "c&atilde;es de Deus".
Intrigados, os ju&iacute;zes passaram a questionar como ele conseguia se transformar. Em sua fala, Thiess disse que transmuta&ccedil;&atilde;o n&atilde;o era uma quest&atilde;o de morder algu&eacute;m. Em vez disso, seus poderes poderiam ser transmitidos respirando tr&ecirc;s vezes em uma jarra e entregando para outra pessoa.
Conforme o interrogat&oacute;rio foi progredindo, o cen&aacute;rio ficava cada vez pior para o velho homem. Em certo momento, a maioria presente parecia concordar que a transforma&ccedil;&atilde;o em uma criatura bestial parecia mais um trabalho do diabo do que de Deus. O tribular convidou o pastor local, Bucholtz, a ajudar Thiess a arrepender-se dos seus pecados. Contudo, o suposto lobisomem se recusou.
<h2>Julgamento final</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/12/12004517670020.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Mesmo com a comunidade tentando ajud&aacute;-lo, Thiess seguiu insistindo que sua atividade como lobisomem era a servi&ccedil;o de Deus e que o pastor, em outras palavras, era uma crian&ccedil;a comparado a ele. Tendo transformado um simples roubo em um julgamento envolvendo Deus, o diabo e a licantropia, Thiess foi sumariamente demitido e instru&iacute;do a esperar uma decis&atilde;o sobre sua heresia pelo tribunal distrital real.
No dia 31 de outubro de 1692, o juiz Herman Georg von Trautvetter concluiu que, no caso dos "delitos vexat&oacute;rios e altamente proibidos" cometidos pelo idoso, ele era culpado de nutrir del&iacute;rios diab&oacute;licos. Ent&atilde;o, a corte determinou que ele deveria receber a puni&ccedil;&atilde;o por flagela&ccedil;&atilde;o &mdash; composta por 20 chicotadas.

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Thiess de Kaltenbrun: o homem julgado por ser lobisomem

Imagem de As 5 histórias mais malucas da Corrida Espacial no megacurioso

Por muito tempo, o homem sonhou em ir para o espaço. Mas várias coisas bizarras aconteceram quando finalmente conseguiu

Viajar pelo espa&ccedil;o sideral &eacute; um sonho bastante antigo da humanidade. Mas, para chegar l&aacute;, muitas coisas tiveram que acontecer. E embora n&oacute;s tenhamos conhecimento das hist&oacute;rias bem-sucedidas, h&aacute; uma s&eacute;rie de detalhes envolvendo as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127032-5-missoes-espaciais-inovadoras-que-voce-precisa-conhecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">miss&otilde;es espaciais</a> que s&atilde;o bastante c&ocirc;micos.
Compartilhamos neste texto algumas das hist&oacute;rias de miss&otilde;es ao espa&ccedil;o que tiveram epis&oacute;dios bem bizarros.
<h2>1. A corrida espacial maluca entre americanos e sovi&eacute;ticos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/12/12151445346241.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Em 4 de outubro de 1957, a Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica lan&ccedil;ou no espa&ccedil;o o <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/205027-15-satelites-historicos-lancados-espaco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sputnik</a>, o primeiro sat&eacute;lite orbital criado pelos homens. O feito abalou seus "rivais" norte-americanos, que queriam ter realizado esta conquista primeiro.
Isso fez com que o governo dos Estados Unidos resolvesse investir muito dinheiro na chamada Corrida Espacial, que os colocaria &agrave; frente dos sovi&eacute;ticos. Assim, eles lan&ccedil;aram o sat&eacute;lite Explorer em 31 de janeiro de 1958, na perspectiva de ir mais longe que o Sputnik. Em seguida, os sovi&eacute;ticos responderam com mais um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126785-james-webb-as-6-maiores-destaques-do-primeiro-ano-do-satelite-no-espaco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sat&eacute;lite</a>.
Para rebater, a NASA lan&ccedil;ou o Projeto Mercury, que visava enviar pela primeira vez seres humanos no espa&ccedil;o. Sete militares toparam o desafio, e o grupo foi chamado de Mercury Seven.&nbsp;
S&oacute; que, inicialmente, n&atilde;o havia certeza de que militares com forma&ccedil;&atilde;o em avia&ccedil;&atilde;o seriam os mais adequados para a miss&atilde;o. A NASA chegou at&eacute; a cogitar enviar ao espa&ccedil;o algu&eacute;m com forma&ccedil;&atilde;o para lidar com o perigo, como artistas de circo, dubl&ecirc;s ou esportistas. A decis&atilde;o de mandar pilotos militares foi do presidente Eisenhower.
<h2>2. Quando a NASA rejeitou o melhor piloto</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/12/12151925786242.jpg" alt="(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)" />(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Um dos selecionados para essas primeiras miss&otilde;es no espa&ccedil;o foi o capit&atilde;o da For&ccedil;a A&eacute;rea <a href="https://www.megacurioso.com.br/recordes/31481-aos-89-anos-primeiro-homem-supersonico-quebra-a-barreira-do-som-de-novo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chuck Yeager</a>, de 24 anos. Ele foi o primeiro sujeito a quebrar a barreira do som em um avi&atilde;o-foguete X-1.
S&oacute; que Yeager acabou sendo rejeitado pela NASA para entrar no programa de astronautas. A raz&atilde;o &eacute; que o piloto n&atilde;o tinha diploma universit&aacute;rio, o que o desqualificou para o Projeto Mercury. Mais tarde, ele diria em uma entrevista que n&atilde;o se sentia mal por isso, pois n&atilde;o estaria realmente interessado em virar um astronauta &ndash; ele preferia ficar na For&ccedil;a A&eacute;rea.
<h2>3. A c&aacute;psula de voo usada no Projeto Mercury</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/12/12152611322244.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Os astronautas do <a href="https://www.megacurioso.com.br/aliens/70029-imagem-de-55-anos-da-nasa-pode-ter-revelado-indicio-de-alienigenas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Projeto Mercury</a> seriam enviados ao espa&ccedil;o dentro de uma c&aacute;psula chamada Mercury-Redstone 3. S&oacute; que alguns dele se irritaram com o equipamento, pois a c&aacute;psula n&atilde;o tinha janelas, o que significava que eles n&atilde;o veriam nada l&aacute; de cima, funcionando apenas como cargas humanas.
A equipe ent&atilde;o pressionou os engenheiros para instalarem uma janela. Eles redesenharam a c&aacute;psula para ter duas pequenas aberturas. Mais tarde, a NASA reconheceria que a observa&ccedil;&atilde;o humana do espa&ccedil;o era um aspecto importante da miss&atilde;o espacial.
<h2>4. O macaco que "derrotou" os astronautas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/12/12152814012249.jpg" alt="(Fonte: NASA/Getty Images)" />(Fonte: NASA/Getty Images)
Em janeiro de 1961, os astronautas do Mercury Seven estavam super ansiosos para fazer o seu primeiro voo. Mas, por precau&ccedil;&atilde;o, a NASA resolveu enviar primeiro Ham, um chimpanz&eacute; de tr&ecirc;s anos, para fazer um teste e ver como suas habilidades motoras seriam afetadas no espa&ccedil;o.
S&oacute; que os astronautas n&atilde;o gostaram nada da ideia. Eles n&atilde;o tinham nada contra Ham, mas ficaram revoltados que um macaco passaria na frente deles e faria a primeira viagem. Mas foi uma boa: o voo feito com o chimpanz&eacute; revelou algumas falhas no foguete, tornando-o mais confi&aacute;vel.
Mesmo assim, os Estados Unidos acabaram levando um grande golpe: em 12 de abril de 1961, a Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica anunciou que o astronauta <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118290-yuri-gagarin-o-1-homem-a-ir-ao-espaco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Yuri Gagarin</a> havia orbitado em torno do planeta, o que tornou um grande her&oacute;i em seu pa&iacute;s.
<h2>5. O primeiro astronauta americano finalmente vai para o espa&ccedil;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/12/12153427616252.jpg" alt="(Fonte: Space Frontiers/Getty Images)" />(Fonte: Space Frontiers/Getty Images)
Por fim, em 5 de maio de 1961, o astronauta Alan Shepard entrou na c&aacute;psula para que finalmente um americano fosse enviado para o espa&ccedil;o. Contudo, passados alguns minutos do voo, um imprevisto ocorreu: Shepard come&ccedil;ou a sentir vontade de fazer xixi.
S&oacute; que a NASA simplesmente n&atilde;o havia pensado nessa possibilidade. A solu&ccedil;&atilde;o foi fazer xixi no traje mesmo, e terminar a viagem encharcado de urina. A partir da&iacute;, os astronautas passaram a usar fraldas especiais durante os voos.

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As 5 histórias mais malucas da Corrida Espacial

Imagem de As 4 histórias de espionagens mais antigas do mundo no megacurioso

Diferente do que você pode imaginar, várias formas de espionagem já existiam no mundo antigo

<head></head><body>As histórias envolvendo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123522-2-dos-casos-mais-notorios-de-espionagem-russa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espionagem</a> costumam ser muito emocionantes. Elas levam ao público casos que descrevem perseguições, estratégias criativas, desvendamento de segredos e mistérios, escutas e interceptações de informações sigilosas.Só que talvez você não saiba que, desde o mundo antigo, os seres humanos realizam várias formas de espionagem. Neste texto, você confere as histórias mais longínquas envolvendo este tipo de bisbilhotice profissional!<h2>1. Espionagem na Bíblia</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/08/08105854354042.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)A própria <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123608-a-biblia-sagrada-e-a-mesma-desde-que-foi-escrita.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Bíblia</a> compartilha certos trechos de casos em que pessoas foram mandadas para espreitar a vida alheia. No Livro dos Números, conta-se que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120083-as-duas-possiveis-explicacoes-cientificas-para-as-dez-pragas-do-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Moisés</a> enviou 12 espiões para explorar a terra de Canaã, que Deus havia prometido aos israelitas. Inclusive, há um momento no texto que deixa claro que o próprio Deus havia orientado Moisés a fazer isso.Os homens vão e descobrem que, neste terra, há leite, mel e frutas exuberantes, mas também notam que as cidades são muito fortes. Os espiões então voltam e dizem aos israelitas que as pessoas que moram lá são gigantes e que não vale a pena invadir o local. Mesmo assim, os locais se rebelam contra Moisés e ameaçam voltar para o Egito.Deus, então, faz também uma ameaça: a de matar todos os israelitas. Mas Moisés, por fim, consegue acalmá-lo. Deus então muda de ideia e os pune a vagar pelo deserto por 40 anos.<h2>2. A história de Histieu</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/08/08110201515045.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)O autor grego <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/111131-barco-herodoto-descoberto-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Heródoto</a> compartilhou a história de Histieu, um tirano da cidade de Mileto que teria desenvolvido um método bem inovador para escrever cartas secretas. Quando Histieu começou a temer que suas terras fossem retiradas, ele começou a organizar um motim para tomar o poder. Para isso, resolveu mandar mensagens para seus aliados. Só que as cartas acabaram sendo interceptadas.Então, ele bolou uma forma bem engenhosa. Histieu pegou um dos seus escravos, cortou seu cabelo e tatuou uma mensagem na sua cabeça. Em seguida, esperou que o cabelo crescesse novamente, e enviou o sujeito até os destinatários. A carta foi lida e ajudou a desencadear a revolta jônica, o primeiro grande conflito entre a Grécia e o Império Persa.<h2>3. Os espiões de Sun Tzu</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/08/08111852558048.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)É provável que você já tenha ouvido falar do livro A Arte da Guerra, escrito durante o século V a.C. por <a href="https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/44661-5-pessoas-que-conseguiram-coisas-incriveis-e-podem-nao-ter-existido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sun Tzu</a>. A obra influenciou inúmeros políticos, mas o que nem todo mundo lembra é que, ao final da obra, ele descreve a melhor forma como um estrategista pode usar espiões.Sun Tzu descreve cinco tipos de espiões: o local, o interno, o reverso, o morto e o vivo. As explicações são bem interessantes: o local é aquele contratado em uma cidade inimiga. Os internos são membros da força armada inimiga que podem ser subornados. O reverso é quando um espião do outro lado é capturado e convencido a trabalhar para você. O vivo é quando você envia um aliado para capturar informações em outro território.Já o espião morto é o mais curioso: ele sugere que você coloque informações falsas no cadáver de uma pessoa para que o inimigo as encontre. E pasme: essa estratégia foi usada com sucesso na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> pelos britânicos.<h2>4. Mensagens em flechas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/08/08112754298053.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)O comandante persa Artabazo achou uma maneira inteligente de espionar. Durante o cerco de Potideia, em 480 a.C., ele tentou conseguir ajuda de um traidor mandando uma flecha com uma mensagem. Contudo, a flecha atingiu o ombro de alguém e a conspiração foi descoberta.Em outros momentos, a estratégia foi utilizada novamente. Quando o político Quinto, irmão do pensador <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125025-crucificacao-qual-foi-o-primeiro-povo-a-crucificar-seus-inimigos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cícero</a>, estava em Gália, ele tentou mandar uma mensagem para César. Quinto então teve a ideia de escrever a carta e colocá-la na haste de um dardo para enviar até seu aliado. Deu certo, pois César respondeu e eles finalmente conseguiram elaborar um plano.</body>

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As 4 histórias de espionagens mais antigas do mundo

Imagem de 6 rituais milenares que ainda existem e você pode não conhecer no megacurioso

Conheça seis rituais de diferentes crenças que você provavelmente nunca ouviu falar

Apesar de 90% da popula&ccedil;&atilde;o professar a f&eacute; das 4 maiores religi&otilde;es do mundo &ndash; cristianismo, islamismo, budismo e hindu&iacute;smo &ndash; estima-se que possam existir mais de 10 mil ao todo. E o n&uacute;mero pode ser ainda maior, considerando toda a trajet&oacute;ria da hist&oacute;ria humana.
Em todas essas cren&ccedil;as, h&aacute; uma riqueza de hist&oacute;rias, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123612-5-rituais-antigos-e-tradicionais-que-voce-nunca-ouviu-falar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rituais</a>, pr&aacute;ticas e vis&otilde;es de mundo. Conhe&ccedil;a a seguir seus rituais incomuns que acontecem (ou aconteceram) ao redor do mundo.
<h2>1. Grande Festival de Ora&ccedil;&atilde;o de Monlam, em Tibet</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/12/12154408926258.jpg" alt="(Fonte: Luca Galuzzi/Wikimedia Commons)" />(Fonte: Luca Galuzzi/Wikimedia Commons)
O Monast&eacute;rio de Labuleng, no Tibet, &eacute; considerado o epicentro do Budismo Tibetano. E &eacute; l&aacute; que acontece o Grande Festival de Ora&ccedil;&atilde;o de Monlam. Durante os quatro dias da festividade, monges se sentam para pedir as b&ecirc;n&ccedil;&atilde;os do Dalai Lama, considerado a encarna&ccedil;&atilde;o de Buda.
O festival acontece em um local com 3.260 metros de altitude e temperaturas que podem cair at&eacute; -20?&deg;C. Mesmo assim, os monges ficam concentrados e aparentemente alheios ao tempo e a eventuais tempestades.
<h2>2. A Dan&ccedil;a do Chifre, na Inglaterra</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/12/12154542053259.jpg" alt="(Fonte: Voice of Clam/Wikimedia Commons)" />(Fonte: Voice of Clam/Wikimedia Commons)
A Dan&ccedil;a do Chifre acontece no m&ecirc;s de setembro no pequeno condado de Staffordshire, na Inglaterra. Durante o ritual, pessoas dan&ccedil;am com chifres de renas e est&aacute;tuas de cavalo, no que parece ser o resqu&iacute;cio de um ritual pag&atilde;o anglo-sax&atilde;o que servia para demonstrar virilidade e pedir ajuda para a ca&ccedil;a.
O primeiro registro hist&oacute;rico do festival &eacute; do s&eacute;culo XVII, por&eacute;m j&aacute; foram encontrados chifres provenientes do s&eacute;culo XI. Nessa &eacute;poca, as renas j&aacute; estavam extintas da Inglaterra e os chifres foram provavelmente trazidos de algum lugar da Escandin&aacute;via, refor&ccedil;ando a tese da origem sax&ocirc;nica do festival.
<h2>3. Famadihana, em Madagascar</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11190709839449.jpg" alt="(Fonte: Hery Zo Rakotondramanana/Flickr/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Hery Zo Rakotondramanana/Flickr/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Famadihana &eacute; o ritual funer&aacute;rio do povo Malgaxe, de Madagascar. Nele, as pessoas reabrem tumbas de mortos e trocam as mortalhas. Os mortos tamb&eacute;m ganham uma dan&ccedil;a e m&uacute;sica perto da sua tumba.
O ritual &eacute; conhecido como "virada dos ossos" e serve para acelerar a decomposi&ccedil;&atilde;o e liberar a alma dos mortos.
<h2>4. Lan&ccedil;amento de beb&ecirc;s, na &Iacute;ndia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/12/12155049641260.jpg" alt="(Fonte: Fox News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Fox News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Durante mais de 700 anos, hindus e mu&ccedil;ulmanos indianos compartilharam a tradi&ccedil;&atilde;o de jogar beb&ecirc;s do telhado de alguns templos, como modo de oferecer sa&uacute;de e boa sorte ao infante. Tradicionalmente, o ritual era reservado para crian&ccedil;as menores de dois anos, que eram jogadas de alturas de 10 a 15 metros, e a queda era impedida por panos estendidos por um grupo de homens que esperava no n&iacute;vel do ch&atilde;o.
O ritual surgiu em uma &eacute;poca de grande mortalidade infantil e h&aacute; evid&ecirc;ncias de que alguns beb&ecirc;s eram sacrificados dessa maneira como forma de salvar sua alma. Em tempos modernos, os sacrif&iacute;cios foram impedidos e proibidos, mas ainda acontecem em algumas partes do pa&iacute;s.
<h2>5. O salto sobre touros, em Creta</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/12/12155329329261.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
A Civiliza&ccedil;&atilde;o Minoica floresceu entre 3.000 a.C. e 1.500 a.C. na Ilha de Creta e influenciou muito da cultura grega. Um dos ritos tradicionais mais bem registrados desta cultura era o "salto sobre touros".
Nele, jovens precisavam saltar sobre touros que os atacavam. O fato acontecia perante grandes multid&otilde;es e marcava uma passagem para a vida adulta. Al&eacute;m de demonstrar a coragem dos jovens, o ritual servia para honrar o touro como um s&iacute;mbolo de for&ccedil;a e fertilidade.
<h2>6. Enterro no c&eacute;u, em Tibet</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Ernst Sch&auml;fer/Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bundesarchiv_Bild_135-S-12-50-06,_Tibetexpedition,_Ragyapa,_Geier.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/12/12155521626262.jpg" alt="(Fonte: Ernst Sch&auml;fer/Wikimedia Commons)" />(Fonte: Ernst Sch&auml;fer/Wikimedia Commons)
O nome pode parecer contradit&oacute;rio, mas o enterro no c&eacute;u &eacute; uma forma que alguns budistas tibetanos encontraram para realizar um ritual mortu&aacute;rio que envia a alma do falecido para os c&eacute;us.
Para isso, o corpo &eacute; deixado no alto de uma montanha, &agrave;s vezes at&eacute; cortado em peda&ccedil;os, para ser devorado por p&aacute;ssaros e outros animais. Al&eacute;m de dar finalidade para o corpo, o ritual libera a alma do falecido e alimenta o ciclo da vida ao nutrir outros animais.

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6 rituais milenares que ainda existem e você pode não conhecer

Imagem de O louco plano da CIA que simulou um ataque de vampiros para combater guerrilheiros nas Filipinas no megacurioso

Acredite, o departamento de inteligência americana já fingiu um ataque de uma entidade maligna

Esta hist&oacute;ria pode at&eacute; parecer uma pe&ccedil;a de fic&ccedil;&atilde;o, mas n&atilde;o &eacute;. Durante a d&eacute;cada de 1950, um grupo de insurgentes nas Filipinas chamado Hukbalahap estava levantando temores no pa&iacute;s, o que gerou uma grande preocupa&ccedil;&atilde;o tanto no governo local quanto nos Estados Unidos.
Para combater o grupo, a CIA elaborou uma estrat&eacute;gia que hoje pode parecer uma piada: um ataque de vampiros.
<h2>O contexto entre Filipinas e Estados Unidos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/02/02194931162015.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Depois da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, os Estados Unidos passaram a ter uma rela&ccedil;&atilde;o complexa com as Filipinas, pa&iacute;s que envolve mais de 7 mil ilhas situado no Sudeste da &Aacute;sia. Em 1946, os EUA reconheceram a independ&ecirc;ncia da na&ccedil;&atilde;o, ap&oacute;s s&eacute;culos de dom&iacute;nio colonial espanhol e norte-americano.
Mesmo que a rela&ccedil;&atilde;o entre os pa&iacute;ses fosse pac&iacute;fica, havia, por parte da intelig&ecirc;ncia militar americana, um grande temor em rela&ccedil;&atilde;o ao Hukbong Bayan Laban sa Hapon (ou Hukbalahap), um movimento guerrilheiro formado por fazendeiros, que se opunham sobretudo ao Jap&atilde;o.
O maior medo dos americanos era porque o Hukbalahap tinha ra&iacute;zes comunistas &ndash; vale lembrar que o contexto era de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121911-5-ideias-equivocadas-que-temos-sobre-a-guerra-fria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Fria</a>, e os Estados Unidos viam a R&uacute;ssia como sua maior amea&ccedil;a. Na verdade, o grupo guerrilheiro estava mais preocupado com a reconstru&ccedil;&atilde;o de um pa&iacute;s mais industrial e autossuficiente, mas, mesmo assim, foram vistos pelos militares americanos como muito perigosos.
O tenente-coronel americano Edward Lansdale estava no comando de uma miss&atilde;o que deveria encontrar formas para lidar com estes insurgentes. Ent&atilde;o, ele teve a ideia de usar uma esp&eacute;cie de "guerra psicol&oacute;gica": sua estrat&eacute;gia envolvia emprestar algumas supersti&ccedil;&otilde;es do povo filipino para agir contra eles.
Leia tamb&eacute;m: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/125633-acoustic-kitty-o-projeto-da-cia-que-transformava-gatos-em-espioes.htm" target="_blank" rel="sponsored">"Acoustic Kitty": o projeto da CIA que transformava gatos em espi&otilde;es</a>
Ao pesquisar o folclore regional, Lansdale descobriu o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123228-aswang-o-vampiro-metamorfo-do-folclore-filipino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Aswang</a>, que &eacute; uma criatura bem assustadora. Alguns pesquisadores acreditam que, com a coloniza&ccedil;&atilde;o espanhola, a figura m&iacute;tica ganhou mais contornos dram&aacute;ticos para incentivar que os filipinos se convertessem ao catolicismo. Ele foi mais aproximado a um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119304-panico-vampiro-o-fenomeno-do-seculo-xviii.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vampiro</a> &ndash; embora o Aswang tamb&eacute;m comesse &oacute;rg&atilde;os, fetos e poderia aparecer em uma forma parecida com um abutre.
<h2>O truque arquitetado pela CIA</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/02/02195249879016.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Lansdale resolveu ent&atilde;o usar o Aswang em uma opera&ccedil;&atilde;o. Para expulsar os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120735-cia-inventou-vampiros-durante-guerra-psicologica-nas-filipinas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hukbalahap</a> de certo local, o tenente instruiu seus homens a espalhar rumores de que o Aswang estava por ali perto. Para conseguir isso, eles fizeram a informa&ccedil;&atilde;o circular entre os moradores para ent&atilde;o chegar at&eacute; os <a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/35975-soldado-japones-lutou-por-29-anos-sem-saber-que-a-guerra-havia-terminado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">guerrilheiros</a>.
Quando o tenente achou que o boato j&aacute; havia chegado at&eacute; os Hukbalahap, ele executou uma a&ccedil;&atilde;o mais radical: colocou alguns soldados para rastrear um grupo de Hukbalahap. Eles capturaram o &uacute;ltimo homem que seguia a patrulha, mataram-no e fizeram dois buracos no seu pesco&ccedil;o. Em seguida, o homem foi pendurado de cabe&ccedil;a para baixo para que seu sangue fosse drenado, e seu corpo foi largado.
Quando o grupo encontrou o companheiro morto, eles realmente acreditaram que o Aswang existia e havia o atacado. Por conta disso, fugiram do territ&oacute;rio, cumprindo exatamente o que Edward Lansdale havia planejado.
Depois disso, o tenente continuou executando v&aacute;rias opera&ccedil;&otilde;es "psicol&oacute;gicas" que colaboraram para que outro presidente consoante aos interesses dos norte-americanos fosse eleito nas Filipinas, e para que os Hukbalahap finalmente se desmobilizassem e desaparecessem.

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O louco plano da CIA que simulou um ataque de vampiros para combater guerrilheiros nas Filipinas

Imagem de Maria Perpétua: a história da feiticeira de Ilhabela no megacurioso

A Praia da Feiticeira ganhou esse nome em homenagem à influência que a portuguesa teve na história da região

<head></head><body>Nascida em Portugal, Maria Perpétua Calafate de Souza desfrutou de uma vida pacata e comum ao lado do seu marido, o escrivão João Rodrigues da Siqueira, até meados da década de 1790.Ela viu sua realidade virar de cabeça para baixo quando seu marido morreu de maneira repentina. Afinal, Perpétua havia se casado tão jovem que não fazia ideia de como era a vida de uma mulher que não fosse casada. Para tentar recomeçar, a jovem decidiu se mudar para o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119734-a-cachaca-causou-uma-grande-revolta-no-brasil-colonia-de-1660.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Brasil Colônia</a>, desembarcando na então ilha de São Sebastião, litoral norte de São Paulo.Assim começou a conturbada e triste jornada de Maria Perpétua, a feiticeira de Ilhabela.<h2>O início</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/27/27221455683000.jpg" alt="(Fonte: Destinos Top para Visitar/Reprodução)">(Fonte: Destinos Top para Visitar/Reprodução)A região de Ilhabela, então Vila de São Sebastião, começou a ser explorada em 20 de janeiro de 1502, quando os colonos da expedição enviada por Portugal à Terra de Santa Cruz, comandada por Gonçalo Coelho, aportou em Maembipe. A ilha ganhou o nome de São Sebastião em homenagem ao santo Sebastião de Narbona, martirizado por professar e não renegar sua fé em Jesus Cristo.Ao longo dos primeiros 100 anos, a região permaneceu livre dos colonos portugueses e apenas habitada pelos índios tupinambás. Isso aconteceu por vários motivos, entre eles o isolamento geográfico, dificuldades de acesso e conflitos com os nativos.&nbsp;<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;São Paulo in Foco&nbsp;" data-fonte-url="https://www.saopauloinfoco.com.br/wp-content/uploads/2013/01/Amador-Bueno-n%C3%A3o-aceitando-a-coroa-foi-perseguido-pelos-paulistas-e-se-refugiou-no-mosteiro-de-S%C3%A3o-Bento-em-S%C3%A3o-Paulo..jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/27/27221600376001.jpg" alt="(Fonte: São Paulo in Foco/Reprodução)">(Fonte: São Paulo in Foco/Reprodução)Tudo mudou em 1608, quando Diogo de Unhate e João de Abreu, burocratas portugueses da Vila de Santos, se estabeleceram às margens do canal do Toque-Toque (atual canal de São Sebastião). Lá, eles plantaram cana para a produção de açúcar utilizando mão de obra escrava.Francisco de Escobar Ortiz foi o responsável por construir os dois primeiros engenhos de açúcar de Ilhabela, consequentemente se colocando no centro do comércio de escravos, trazidos de Angola em um navio de sua propriedade para servir como mão de obra na produção de açúcar.<h2>A mulher misteriosa</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/27/27222223744002.jpg" alt="(Fonte: Vermelho Org/Reprodução)">(Fonte: Vermelho Org/Reprodução)Em 1810, Perpétua chegou na Vila de São Sebastião quando havia começado um novo ciclo econômico no Brasil: o do café. O de sua vida também, afinal, ela não chegou sozinha, mas de braço dado ao capitão Antônio José Lisboa de Souza, militar e rico comerciante de escravos, e segurando um filho no colo.Logo de início, a chegada de Perpétua chamou a atenção dos ilhéus, que ficaram intrigados com aquela mulher misteriosa que conseguiu conquistar o coração de um dos homens mais influentes da região.Não se sabe exatamente como Perpétua teria começado a se envolver com o ocultismo, apenas que essa fama cresceu e se espalhou. A princípio, alguns até mesmo duvidaram que isso fosse mais do que fofoca, mas quando suas práticas começaram a atrair forasteiros, que iam até o povoado em busca de suas previsões, todos concordaram que ela estava envolvida em algo "macabro".Enquanto as pessoas fofocavam, Perpétua acumulava uma fortuna fazendo adivinhações como cartomante, vendendo amuletos e porções supostamente mágicas que prometiam resolver os problemas mais profundos dos seus clientes.Com isso, dois anos após sua chegada, Maria Perpétua foi formalmente acusada de bruxaria pelos habitantes de Ilhabela, que, por meio dos tribunais de passagem, fizeram a denúncia chegar até o Tribunal do Santo Ofício de Lisboa, em Portugal. Eles exigiam que ela fosse presa por suas práticas.<h2>Perseguição e fim</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;História Mundial&nbsp;" data-fonte-url="https://static.wixstatic.com/media/9cd016_c934172c56514d479fb6e68c181934a2~mv2.jpg/v1/fill/w_940,h_788,al_c,q_85,enc_auto/9cd016_c934172c56514d479fb6e68c181934a2~mv2.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/27/27222321899003.jpg" alt="(Fonte: História Mundial/Reprodução)">(Fonte: História Mundial/Reprodução)O capitão Domingos, um famoso comerciante de escravos da região, foi o principal denunciante das práticas de Perpétua. Sua preocupação surgiu no momento em que uma de suas escravas, Joana, morreu dois dias após uma discussão com ela.Rapidamente, a fatalidade foi endereçada à Perpétua como um caso de vingança. Naquela época, a perda de escravos era considerado uma afronta muito grande para um senhor de engenho, uma vez que escravos eram tidos como bens materiais valiosos, e isso foi o suficiente para despertar a fúria do homem.Dizem que o então governador da capitania de São Paulo, responsável por inspecionar a casa de Perpétua, chegou a encontrar vários itens que a incriminavam de praticar magia, como um livro com dezenas de anotações e até mesmo uma orelha humana supostamente enfeitiçada.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/27/27222411089004.jpg" alt="(Fonte: Sua Pesquisa/Reprodução)">(Fonte: Sua Pesquisa/Reprodução)Maria Perpétua acabou presa em uma cadeia de São Vicente, mas não ficou lá por muito tempo. Sua influência e dinheiro a libertaram poucos dias depois, e demorou cinco anos para que os habitantes conseguissem se livrar dela.Em 22 de outubro de 1817, Perpétua foi vítima de violência doméstica: seu marido a golpeou até a morte com uma faca em uma briga. Assim que a notícia se espalhou, as pessoas não hesitaram em especular que ela nutria um caso de longa data com o sócio de seu marido.Reza a lenda local que Perpétua conseguiu se safar e, antevendo que o marido a mataria, escondeu toda sua fortuna com o auxílio dos escravos, que depois assassinou para que não a roubassem. Alguns acreditam que ela sobreviveu aos ferimentos, se isolou e viveu sozinha para sempre.Não dá para saber o que é verdade ou não, apenas que Maria Perpétua entrou para a história de Ilhabela, tanto que uma das praias é chamada de Praia da Feiticeira em sua homenagem.</body>

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Maria Perpétua: a história da feiticeira de Ilhabela

Imagem de Qual foi o legado do Tribunal da Inquisição no Brasil? no megacurioso

Mais uma vez, a colonização portuguesa deixou uma marca pelo país que afeta a sociedade até hoje

<head></head><body>Eram meados de 1478 quando a rainha Dona Isabel de Castela e o rei Dom Fernando II de Aragão tomaram uma decisão: reavivar o Tribunal do Santo Ofício. A princípio, o objetivo dos denominados "Reis Católicos" era perseguir os <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/125042-os-conselhos-judaicos-que-entregavam-seus-semelhantes-ao-nazismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">judeus</a> para tomar posse de suas riquezas acumuladas, uma vez que detinham o poderio das atividades comerciais da época. Com isso, se tornou interessante que todo o criptojudaísmo (a prática de exercer a fé judaica em segredo) fosse investigado e suprimido.De qualquer forma, não demorou muito para que essa perseguição se estendesse à coibição de tudo o que fosse considerado heresia, como adultério, bruxaria, seitas e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/cultura/98571-15-coisas-fascinantes-que-voce-talvez-desconheca-sobre-os-amish.htm#:~:text=2%20%E2%80%93%20Anabatistas&amp;text=No%20contexto%20da%20comunidade%20Amish,de%20aceitar%20a%20sua%20f%C3%A9." rel="noopener noreferrer" target="_blank">anabatismo</a> (um movimento cristão que não se adequava às ideias da Igreja Católica).<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/25/25105037437098.jpg" alt="Os Reis Católicos. (Fonte: eBiografia/Reprodução)">Os Reis Católicos. (Fonte: eBiografia/Reprodução)Em Portugal de 1497, a Inquisição, previamente instaurada pelo rei Manuel I, preferiu estabelecer a conversão forçada dos judeus, medida que somente acirrou os ânimos entre os cristão e os cristão-novos (ex-judeus). Como resultado, vários episódios de violência aconteceram no início do século XVI, já sob o reinado de Dom João III.Portugal fez dos países ibéricos americanos o foco das atividades da Inquisição para regulamentar a religiosidade em suas colônias. Essa busca pela hegemonia da fé e a coibição de tudo foram responsáveis por mais de 50 mil mortes, em sua maioria de mulheres, vítimas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/100333-a-bizarra-historia-por-tras-das-famosas-bruxas-de-salem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bruxaria</a>.Apesar de ter sido colônia portuguesa, o Brasil nunca teve um Tribunal do Santo Ofício, mas isso não impediu que inquisidores investigassem comportamentos, inibissem condutas e avaliassem a dimensão da heresia em solo brasileiro.Esse foi o legado da Inquisição no Brasil.<h2>Os envolvidos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/25/25151405148245.jpg" alt="(Fonte: Editora Cleófas/Reprodução)">(Fonte: Editora Cleófas/Reprodução)O Brasil Colônia serviu para Portugal como uma espécie de posto avançado de suas práticas inquisitórias. Os agentes do Tribunal sabiam que havia uma presença judaica significativa em solo brasileiro porque aqui esses povos encontraram refúgio devido à relativa ausência de normas restritas e grande vazio demográfico, onde poderiam se refugiar e recomeçar a vida.O caso de Branca Dias é considerado o de maior êxito na fuga da perseguição portuguesa. Filha de pais convertidos ao cristianismo e nascida em Portugal, ela fugiu para o Brasil com seu marido, Diogo Fernandes Santiago, após ser denunciada ao Tribunal por "judaizar". O casal foi parar no Ceará e teve sucesso no ramo da cana-de-açúcar, montando engenhos entre a Paraíba e o Pernambuco. A influência de Branca fez dela uma das primeiras professoras do Brasil, e responsável por levantar uma escola especializada em ministrar aulas de alfabetização apenas para meninas.Por esse motivo, a partir de 1591, foram estabelecidos os "tribunais de visitação", para onde os agentes da Inquisição iam quando visitavam o Brasil para analisar pecados, promover celebrações, compilar denúncias e reforçar a censura.&nbsp;Os tribunais importantes e considerados "oficiais" ficavam apenas em Lisboa e Coimbra, e eram responsáveis por exercer sua autoridade sobre a colônia brasileira.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/25/25151523223246.jpg" alt="(Fonte: ENEM Gratuito/Reprodução)">(Fonte: ENEM Gratuito/Reprodução)Quando os agentes portugueses não estavam no Brasil, os processos inquisitórios ficavam nas mãos dos agentes associados, normalmente membros do clero, e dos denominados "familiares", que eram civis que colaboravam com a Inquisição. Eles agiam como espiões e denunciantes em troca de isenção de impostos e cargos importantes na administração colonial.Mas não era qualquer um que poderia se tornar um familiar. Era necessário a comprovação da fé católica e não ter ascendência judaica, muçulmana, indígena e negra para configurar um status de "sangue infecto".O militar português Antônio Borges da Fonseca foi um famoso agente familiar. Suas colaboração ao Tribunal lhe rendeu uma boa reputação em Lisboa, tanto que ele chegou a governar a Paraíba, entre 1745 e 1753, sendo que até seu filho entrou para a política. Por mais de uma vez, Borges da Fonseca prendeu cristãos-novos por práticas "judaizantes" na Paraíba. Seu papel, assim como de outros familiares, foi essencial para manter as bases do funcionamento da Inquisição no Brasil.<h2>Os odiados</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/25/25153025930250.jpg" alt="(Fonte: SNP Cultura/Reprodução)">(Fonte: SNP Cultura/Reprodução)No livro Inquisição: Rol de Culpados, a historiadora brasileira Anita Novinsky aponta pelo menos 1.819 casos de brasileiros denunciados ao Tribunal do Santo Ofício por práticas consideradas "contrárias à fé", como homossexualidade, bigamia, feitiçaria e judaísmo. A maioria dessas pessoas era o público alvo do Tribunal, os cristãos-novos.A primeira brasileira a ser condenada à fogueira da Inquisição foi Ana Rodrigues. Denunciada por realizar práticas judaicas no engenho Matoim, no recôncavo baiano, ela foi levada a Portugal aos 80 anos, em 1593, onde ficou presa à espera do seu julgamento. Ana acabou morrendo ainda em sua cela, antes de saber que seria queimada.A fogueira era apenas uma das penas que poderiam receber os culpados pela Inquisição portuguesa. A prisão era a mais branda entre elas, seguida pelo uso do hábito penitencial, uma espécie de túnica que marcava os condenados como culpados. O confisco dos bens e o exílio eram as piores penas. Esse último, inclusive, foi considerado um grande problema para o Brasil, pois, assim como em Angola, era onde muitos condenados portugueses terminavam.Esse foi um dos motivos pelos quais o Tribunal foi construindo uma fama odiosa entre os habitantes locais, que muitas vezes hostilizavam e expulsavam os agentes da Inquisição das vilas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/28/28151455093277.jpg" alt="(Fonte: Viagem para a Itália/Reprodução)">(Fonte: Viagem para a Itália/Reprodução)Colocar o Brasil como destino para os exilados o infestou com benzedeiras, curandeiras, xamanistas e milagreiras. E eles se estabeleceram aqui porque os recursos médicos eram escassos, portanto as correntes de pensamento religioso propiciaram um ambiente um pouco mais tolerante religiosamente.Quando a Inquisição deu início a sua derrocada, no final do século XVIII, coincidindo com o surgimento das ideias iluministas e a diminuição da influência da Igreja Católica, o Brasil já havia se contaminado pelas raízes de sua influência.O período não só criou marcas de origem, visto que muitos brasileiros possuem ancestrais cristãos-novos, como deixou pelo país um grande rastro de intolerância religiosa.</body>

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Qual foi o legado do Tribunal da Inquisição no Brasil?

Imagem de 4 genocídios esquecidos na História no megacurioso

Em vários momentos da história, populações inteiras foram massacradas de forma brutal.

<head></head><body>O termo genocídio foi determinado a partir da Convenção das <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118411-o-que-e-o-conselho-de-seguranca-da-onu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nações Unidas</a> em 1948, e define crimes cometidos com a intenção de destruir um grupo nacional, étnico, racional ou religioso. Muitos povos passaram por essa situação desumana ao longo dos séculos, mas alguns desses massacres foram praticamente esquecidos.Neste texto, compartilhamos 4 histórias de genocídios que merecem ser lembrados para que nunca mais se repitam.<h2>1. O genocídio dos hererós e namáquas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/26/26210207222001.jpeg" alt="(Fonte: Wikipedia)">(Fonte: Wikipedia)Entre os anos de 1904 e 1908, ocorreu o genocídio dos hererós e namáquas no território onde hoje se localiza a Namíbia. Morreram cerca de 65 mil hererós e 10 mil namáquas pelas mãos das forças militares alemãs.O conflito foi desencadeado quando os hererós iniciaram uma rebelião armada contra a força colonial alemã. A princípio, os colonizadores foram pegos de surpresa, mas, como tinham uma melhor organização e armamento superior, acabaram massacrando o povo africano.No início, houve uma tentativa de negociação por parte dos alemães com os insurgentes. Mesmo assim, o tenente general Lothar von Trotha deu a ordem para que se erradicasse completamente a população nativa, resultando em uma batalha brutal. Trotha mandou exterminar todos os homens hererós, e as mulheres e crianças deveriam ser levadas para <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121561-campo-de-concentracao-uma-historia-muito-anterior-a-auschwitz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campos de concentração</a>. Lá, elas vivenciaram experiências horríveis.<h2>2. Aktion 4</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/26/26211059388003.jpeg" alt="(Fonte: Wikipedia)">(Fonte: Wikipedia)<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/113046-acao-t4-o-holocausto-dos-esquecidos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Aktion T4</a> foi o nome dado para o programa de <a href="https://www.megacurioso.com.br/neurociencia/33139-cientista-diz-que-os-humanos-estao-cada-vez-menos-inteligentes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eugenismo</a> e eutanásia executado pelos nazistas antes do início da Segunda Guerra Mundial. Ele foi iniciado pelo próprio Adolf Hitler em 1939, e buscava eliminar todas as pessoas que fossem consideradas "incuravelmente doentes, através de exame médico crítico". Entre elas, estavam bebês, crianças e pessoas com deficiências.Os médicos alemães do T4 decidiam quem era "indigno de viver" e enviavam essas vítimas para seis instituições na Alemanha e na Áustria, onde elas eram executadas com câmaras de gás e injeções letais.&nbsp;Calcula-se que 200 mil pessoas foram mortas no Aktion T4 entre 1940 e 1945. O programa ainda serviu como modelo inicial para o assassinato em massa de judeus, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112196-genocidio-de-ciganos-exposto-em-escavacoes-em-campo-de-concentracao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ciganos</a>, e todos que foram considerados inimigos do estado pelos nazistas.<h2>3. Genocídio do Timor-Leste</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/26/26212021937004.jpeg" alt="(Fonte: Wikipedia)">(Fonte: Wikipedia)Entre 1975 a 1999, a República Democrática de Timor-Leste, localizada no sudeste da Ásia, foi cenário de um genocídio terrível após a invasão e ocupação da Indonésia. Neste tempo, as forças invasoras cometeram atrocidades abomináveis contra a população local, o que incluía assassinatos, sequestros, violência sexual e torturas de todos os tipos.Ainda assim, o governo indonésio enquadrou essa repressão como uma "campanha de pacificação" de um país em chamas. Mais tarde, o campo acadêmico entrou em um consenso de que realmente se tratava de um genocídio.No total, cerca de 20 mil pessoas foram assassinadas, mas estima-se que mais de 180 mil tenham morrido após o fim do conflito devido à fome, doenças e outros fatores decorrentes do massacre. Isso totaliza na dizimação de cerca de 30% da população local, fazendo com que muita gente classificasse esse genocídio como o pior depois do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122129-quadrinhos-foram-pioneiros-no-ensino-sobre-o-holocausto-aos-americanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Holocausto</a>.<h2>4. Genocídio em Bangladesh</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikipedia&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b6/FatherSonCowRummagingFoodBengalFamine1943.jpg/1280px-FatherSonCowRummagingFoodBengalFamine1943.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/26/26212755296005.jpeg" alt="(Fonte: Wikipedia)">(Fonte: Wikipedia)Em 1947, a Índia, que era até então uma colônia do Reino Unido, se tornou independente. O território foi dividido entre Índia e Paquistão. A parte do Paquistão Oriental, que hoje é <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119434-conheca-a-loucura-que-e-a-fronteira-entre-india-e-bangladesh.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Bangladesh</a>, sofreu um grande ressentimento pelas perdas enfrentadas, fazendo com que a população local se levantasse em um motim.&nbsp;A resposta a essa revolta se tornou um dos piores genocídios do século XX. O exército do Paquistão organizou a Operação Searchlight para massacrar os insurgentes. Mais de 10 milhões de pessoas fugiram do país por conta da opressão terrível, que envolveu matanças e violações brutais. No total, mais de 3 milhões de cidadãos morreram. </body>

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4 genocídios esquecidos na História

Imagem de 4 vezes que os humanos declararam guerra contra os animais no megacurioso

Em vários momentos, os animais estiveram no centro da disputa contra humanos

&Eacute; bem comum que a hist&oacute;ria nos relembre sobre as guerras entre povos e na&ccedil;&otilde;es. Mas talvez voc&ecirc; surpreenda em saber que, em certos momentos, os homens declararam guerra contra animais.
Sim, &eacute; isto mesmo. Muitas vezes, algum grupo de animais se viu em um centro de um conflito. Nessas "<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125159-as-6-guerras-mais-curtas-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">guerras</a>", por vezes os animais venceram, e em outras perderam. Mas, obviamente, h&aacute; sempre um certo quesito de covardia quando um aglomerado de humanos resolve combater algum bicho. Veja quatro vezes em que isso aconteceu.
<h2>1. Batalha da Ilha de Ramree</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/22/wikimedia-commons-22170024747362.jpg" alt="Wikimedia Commons" />Tropas brit&acirc;nicas chegando na Ilha de Ramree. (Fonte: Wikimedia Commons)
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Ilha de Ramree, que se localizava na costa da Birm&acirc;nia (onde atualmente fica <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123963-qual-e-o-mineral-mais-raro-do-mundo.htm#:~:text=Curiosamente%2C%20os%20dois%20minerais%20mais,sejam%20encontradas%20apenas%20em%20Myanmar." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mianmar</a>), foi cen&aacute;rio de v&aacute;rias batalhas militares. S&oacute; que, em 1945, um evento terr&iacute;vel aconteceu quando as tropas brit&acirc;nicas obrigaram cerca de mil soldados japoneses a entrar num manguezal.
Foi uma trag&eacute;dia porque o mangue era a casa de v&aacute;rios crocodilos, considerados os maiores predadores reptilianos do mundo. Alguns deles t&ecirc;m mais de 6 metros e cerca de 900 kg, e certamente s&atilde;o capazes de matar qualquer ser humano.
Acredita-se que cerca de 500 soldados japoneses foram comidos pelos crocodilos. O incidente acabou indo parar no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120539-6-recordes-completamente-sem-sentido-do-guinness-book.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guinness World of Records</a> como o "maior n&uacute;mero de fatalidades em um ataque de crocodilos".
<h2>2. A guerra contra os lobos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/21/21160928054275.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Durante o s&eacute;culo XIX, o governo americano abriu uma guerra contra os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123661-parasita-controlador-de-mentes-torna-lobos-lideres-da-matilha.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lobos</a> para tentar impedir que eles matassem o gado local. Em 1905, foi aprovada uma lei determinando que todos os lobos fossem eliminados do territ&oacute;rio federal. Assim, em 1926, o Parque Nacional de Yellowstone erradicou todos os animais por meio de envenenamento, tiros e armadilhas.
J&aacute; no s&eacute;culo XX, v&aacute;rios esfor&ccedil;os foram feitos para restaurar a popula&ccedil;&atilde;o de lobos. Para isso, foram elaborados programas de reintrodu&ccedil;&atilde;o da esp&eacute;cie e prote&ccedil;&atilde;o federal aos animais que restavam, que estavam sob amea&ccedil;a de extin&ccedil;&atilde;o. Mesmo assim, os fazendeiros se opuseram, por seguirem acreditando que os lobos representavam uma amea&ccedil;a para a popula&ccedil;&atilde;o e para seus rebanhos.
At&eacute; hoje existe uma discuss&atilde;o vigente em que se debate se os lobos deveriam ser alvo de ca&ccedil;adores, ou se eles precisam ser preservados a todo custo. Afinal, n&atilde;o &eacute; culpa deles que sejam bons predadores.
<h2>3. A praga dos ratos na Austr&aacute;lia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/21/21161553656287.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Em 2021, a Austr&aacute;lia se viu diante de uma das piores pragas recentes de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122814-6-curiosidades-insanas-sobre-ratos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ratos</a>, o que trouxe danos &agrave;s planta&ccedil;&otilde;es e &agrave; popula&ccedil;&atilde;o como um todo. Atribui-se o aumento dos ratos as condi&ccedil;&otilde;es clim&aacute;ticas favor&aacute;veis, o que criou uma abund&acirc;ncia de alimentos para eles. Vale lembrar que o rato dom&eacute;stico sempre foi um grande problema na Austr&aacute;lia, por conta da disputa por alimentos que ele causa com as esp&eacute;cies nativas.&nbsp;
Estima-se que os bichos tenham causado um preju&iacute;zo estimado em AU$ 1 bilh&atilde;o. Isso fez com que o governo tivesse que intervir, investindo em m&eacute;todos de controle destes roedores. Mesmo que a praga tenha passado, no fim de 2021, a popula&ccedil;&atilde;o foi orientada a ficar sempre alerta para que isso n&atilde;o volte a acontecer.
<h2>4. A Guerra dos Castores</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/78/Champlain%27s_Battle_with_the_Iroquois%2C_Ticonderoga%2C_July%2C_1609_%28NYPL_b12647398-79471%29.tiff/lossy-page1-1920px-Champlain%27s_Battle_with_the_Iroquois%2C_Ticonderoga%2C_July%2C_1609_%28NYPL_b12647398-79471%29.tiff.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/21/21162152986301.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Durante o per&iacute;odo da Am&eacute;rica Colonial, houve um grande conflito chamado de Guerra dos Castores ou Guerras Iroquois. Foram batalhas travadas na Am&eacute;rica do Norte em que diferentes grupos disputavam pelo com&eacute;rcio de peles. Quem tivesse acesso aos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111328-saiba-porque-dos-castores-gigantes-nao-terem-sobrevivido-a-era-glacial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">castores</a> (e, consequentemente, suas peles) obteria uma vit&oacute;ria financeira.
A Confedera&ccedil;&atilde;o Iroquois (que era composta de v&aacute;rias tribos ind&iacute;genas) lutava contra os franceses e seus aliados de tribos rivais, em que ambos os lados tentavam monopolizar o com&eacute;rcio dessas peles. Essas batalhas duraram quase um s&eacute;culo e s&oacute; se encerraram com o tratado de paz de Montreal em 1701.

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