A necropsia do animal, extremamente bem preservado, pode revelar curiosidades da última era glacial.

Os restos mortais de um lobo congelado de 44 mil anos encontrado na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/portal-para-o-inferno-cratera-na-siberia-continua-crescendo-16-metros-por-ano" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sibéria</a> podem conter vírus e outros micro-organismos antigos em estado de hibernação, de acordo com pesquisadores da Universidade Federal do Nordeste em Yakutsk (NEFU), na Rússia. Eles realizaram a necropsia do animal recentemente.Descoberto em 2021 no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126924-patogenos-congelados-no-permafrost-irao-acordar-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">permafrost</a> siberiano, o predador é o primeiro lobo adulto completo do final do Pleistoceno encontrado. A análise do material coletado durante a autópsia do animal pode revelar mais detalhes a respeito de como era a vida naquela região em meio à última era glacial.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/01/01201508361291.jpg" alt="Especialistas coletaram amostras dos restos mortais. (Fonte: NEFU/Divulgação)"><figcaption>Especialistas coletaram amostras dos restos mortais. (Fonte: NEFU / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Isso porque os seus dentes, grande parte da pele e alguns órgãos internos se mantiveram intactos mesmo depois de tanto tempo, graças ao gelo que contribuiu para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115378-mumificacao-o-processo-de-embalsamar-os-mortos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mumificação</a> e a preservação dos restos mortais. O estudo do estômago, por exemplo, pode revelar qual era a dieta do bicho em sua fase final de vida.Já a avaliação dentária mostrou que o lobo congelado de 44 mil anos era macho e provavelmente um “predador ativo e grande”, que vivia caçando em um ambiente cheio de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/empresa-diz-ter-descoberto-como-ressuscitar-mamutelanoso" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mamutes</a>, bisões, renas e rinocerontes, entre outros animais. Restos de alguns deles podem estar no intestino analisado.<h2>A importância de estudar micro-organismos antigos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/01/01201600899296.jpg" alt="O estômago do lobo foi uma das áreas mais estudadas. (Fonte: NEFU/Divulgação)"><figcaption>O estômago do lobo foi uma das áreas mais estudadas. (Fonte: NEFU / Divulgação)</figcaption></figure></figure>A necropsia do lobo siberiano mumificado possibilitará identificar vírus e bactérias armazenados no organismo do animal capazes de sobreviver milhares de anos. Tais micro-organismos são como “testemunhas dos tempos antigos”, de acordo com os pesquisadores russos.Estudá-los é uma maneira de entender quais eram as funções de cada um desses micróbios e se o predador tinha <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/6-doencas-parasitarias-terrivelmente-assustadoras" rel="noopener noreferrer" target="_blank">parasitas</a>. Além disso, a investigação pode resultar na descoberta de micro-organismos desconhecidos que tenham papel importante no desenvolvimento de medicamentos.“Talvez sejam descobertos micro-organismos que possam ser utilizados na medicina e na biotecnologia como promissores produtores de substâncias biologicamente ativas. Portanto, esses estudos têm um impacto especial no futuro”, destacou o especialista em epidemiologia e parasitologia, Artemy Goncharov, envolvido na pesquisa.<h2>Animais antigos descongelando</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/01/01201708663300.jpg" alt="O lobo congelado foi achado em 2021. (Fonte: NEFU/Divulgação)"><figcaption>O lobo congelado foi achado em 2021. (Fonte: NEFU / Divulgação)</figcaption></figure></figure>A necropsia do lobo de 44 mil anos é parte de um estudo maior envolvendo a análise de outros animais congelados encontrados na Sibéria, como cavalos, lebre e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124628-urso-pre-historico-encontrado-na-siberia-nao-era-bem-o-que-parecia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ursos</a>. No caso do lobo, os cientistas planejam estudar o genoma dele e compará-lo ao de outros animais antigos e seus parentes vivos, compreendendo melhor a evolução da espécie.Os restos mortais estão sendo localizados à medida que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128934-5-descobertas-da-era-glacial-feitas-no-permafrost-de-yukon.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">permafrost descongela</a>, como consequência das mudanças climáticas. Porém, nem todos os materiais são inofensivos, havendo riscos de manipular agentes infecciosos adormecidos capazes de causar problemas.Em 2016, o degelo liberou antraz armazenado em uma carcaça de rena congelada na Península de Yamal, também na Sibéria, infectando 36 pessoas e matando uma criança.

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Lobo congelado de 44 mil anos achado na Sibéria pode guardar vírus antigos

Ler rastros e sinais de vida selvagem é uma atividade enriquecedora que conecta você com a natureza de maneira divertida.

Encontrar rastros e sinais de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123179-5-maneiras-de-desfrutar-a-vida-selvagem-ao-redor-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">animais selvagens</a> pode transformar uma caminhada comum na floresta em uma experiência fascinante. No Brasil, com sua rica biodiversidade, essa prática revela a presença de muitas espécies únicas e intrigantes. Aqui estão algumas dicas e técnicas para identificar e interpretar esses sinais.<h2>Identificação de pegadas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/28/28103833646074.jpg" alt="Pegada com quatro dedos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Pegada com quatro dedos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para começar a identificar pegadas, observe o número de dedos e a presença de marcas de garras. Mamíferos como onças e gatos-mouriscos possuem quatro dedos, mas geralmente sem marcas de garras visíveis, já que suas garras são retráteis. Por outro lado, animais como os quatis e as jaritatacas têm cinco dedos.O tamanho e a forma das pegadas podem ajudar a distinguir entre diferentes espécies. Pegadas de onças-pintadas são consideravelmente maiores do que as de gatos-do-mato, e as de tamanduás-bandeira têm um formato muito específico, com suas garras longas e curvas. Uma régua pode ser útil para medir com precisão e comparar com guias de campo específicos.<h2>Hábitos de alimentação</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/28/28104039036076.jpg" alt="O conteúdo das fezes dá uma boa pista do tipo de animal ao qual pertence. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O conteúdo das fezes dá uma boa pista do tipo de animal ao qual pertence. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O tamanho, a forma e o conteúdo das fezes podem fornecer muitas informações sobre o animal. Fezes cilíndricas com pelos e ossos indicam um carnívoro, como a jaguatirica, enquanto fezes em forma de pelotas pequenas são típicas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128582-doenca-dos-cervos-zumbis-esta-se-espalhando-pelos-eua-e-canada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cervídeos</a> como veados. Examinar o conteúdo das fezes pode revelar detalhes sobre a dieta do animal, ajudando na identificação da espécie.Os sinais deixados pela alimentação dos animais, como frutas roídas ou galhos quebrados, também são pistas valiosas. Roedores, por exemplo, deixam marcas características de seus dentes nas nozes e sementes que consomem. Essas marcas são geralmente pequenas e uniformes, devido aos seus dentes incisivos afiados. Já capivaras deixam marcas em vegetação aquática, como caules e folhas quebrados ou roídos próximos às margens de lagos e rios.<h2>Tocas e outras evidências</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/28/28104335469081.jpg" alt="As tocas de tatu são mais profundas que as dos tamanduás. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As tocas de tatu são mais profundas que as dos tamanduás. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Animais como tatus e tamanduás cavam tocas que são facilmente identificáveis pela forma e tamanho da entrada. Tocas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/tatucanastra-brasileira-ajudou-a-ciencia-a-conhecer-melhor-a-especie" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tatus</a> são geralmente profundas e largas, enquanto as de tamanduás são mais rasas. Além disso, tocas de roedores, como cutias e pacas, podem ser encontradas perto de corpos d'água.Marcas em árvores, como arranhões deixados por onças, ou veados esfregando seus chifres, são comuns. Outras marcas de presença incluem trilhas e caminhos usados frequentemente pelos animais, que podem ser identificados por vegetação amassada ou solo compactado.Utilizando guias de campo, observação cuidadosa e prática, você poderá identificar uma ampla gama de espécies e compreender melhor seu comportamento e ecologia. Ao explorar a floresta com um olhar atento para essas pistas, você transforma uma simples caminhada em uma jornada de descoberta e aprendizado sobre a incrível biodiversidade brasileira.

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Aprenda a decifrar os rastros e sinais deixados pelos animais na natureza

Novas espécies de mamíferos que botam ovos são descobertas junto com outros monotremados.

Além de abrigar o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128893-ornitorrinco-de-24-anos-e-o-mais-velho-ja-encontrado-na-natureza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ornitorrinco</a> e a equidna, a Austrália já foi lar de muitos outros mamíferos que botam ovos, também conhecidos como monotremados. Um estudo publicado em maio na revista de paleontologia Alcheringa&nbsp;revelou a descoberta de três novas espécies de mamíferos ovíparos que viveram na região há 100 milhões de anos.Elas foram identificadas a partir de fósseis encontrados em Lightning Ridge, no estado de Nova Gales do Sul, há 25 anos. Os dentes e ossos maxilares se tornaram alvo de uma investigação recente, conduzida por pesquisadores do Museu Australiano e do Instituto de Pesquisa do Museu Australiano.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17101423288069.jpg" alt="Novos ancestrais do ornitorrinco foram descobertos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Novos ancestrais do ornitorrinco foram descobertos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os restos mortais, datados do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121143-extincao-do-cretaceo-como-foi-o-evento-que-exterminou-os-dinossauros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">período Cretáceo</a>, entre 102 milhões e 96,6 milhões de anos atrás, pertenciam a seis espécies de monotremados que conviviam no atual território australiano. Mas deste total, três já haviam sido catalogadas em estudos anteriores, enquanto as demais permaneciam desconhecidas até então.Segundo o professor Kris Helgen, coautor da pesquisa, as três novas espécies de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128004-mamifero-que-poe-ovos-e-registrado-em-camera-pela-primeira-vez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mamíferos que põem ovos</a> descobertas na Austrália apresentam combinações de características nunca observadas em outros monotremados, tanto fósseis quanto vivos. Dessa forma, foi possível dar uma olhada em adaptações evolutivas que estavam para acontecer.<h2>Quais são as novas espécies?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17101236616066.jpeg" alt="Ilustração das espécies descobertas neste estudo. (Fonte: Peter Shouten/Reprodução)"><figcaption>Ilustração das espécies descobertas neste estudo. (Fonte: Peter Shouten / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O Opalios splendens é uma delas e ganhou menção especial na pesquisa. O animal apresentava traços comuns aos primeiros mamíferos que botam ovos&nbsp;ao mesmo tempo que contava com alguns aspectos prenunciando adaptações presentes nos seus descendentes vivos.“Sua anatomia geral é provavelmente bastante parecida com a do ornitorrinco, mas com características da mandíbula e focinho um pouco mais parecidas com uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111728-saiba-mais-sobre-a-equidna-o-mamifero-que-bota-ovos-como-o-ornitorrinco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">equidna</a>”, disse Helgen, em comunicado. Por causa dessa mescla, o diretor do Instituto de Pesquisa do Museu Australiano apelidou a criatura de “equidnápio”.Já o Parvopalus clytiei é apontado como o menor monotremado do Cretáceo, entre as espécies conhecidas até o momento, devido ao seu tamanho equivalente ao de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124427-sera-que-ratos-realmente-gostam-de-queijo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rato</a>. A terceira novidade é a Dharragarra aurora, classificada pelos autores como a mais antiga espécie de ornitorrinco.<h2>Perda de dentes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17101533417070.jpg" alt="A equidna é outra sobrevivente da família de monotremados. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A equidna é outra sobrevivente da família de monotremados. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O estudo pode ajudar a esclarecer dúvidas sobre a evolução dos monotremados, como os motivos que os levaram à perda de dentes. Representante mais antigo do grupo, o Teinolophos trusleri, de 130 milhões de anos, tinha vários dentes, enquanto os animais de Lightning Ridge apresentaram uma redução, passando para cinco ou apenas três, dependendo da espécie.Entre as espécies vivas, a equidna é desdentada e o ornitorrinco fica sem <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120076-dentes-podres-ja-foram-padrao-de-riqueza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dentes</a> quando adulto. Para os autores, essa mudança pode ser associada à competição com o rato d’água australiano, introduzido na região há 2 milhões de anos, fazendo os ornitorrincos optarem por alimentos mais macios e facilmente processados.

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Ancestrais do ornitorrinco e da equidna viveram há 100 milhões de anos na Austrália

Estudo revela que uma mutação genética específica cria a pelagem de uma rara espécie de panda, com cerca de uma dúzia de exemplares documentados.

Os pandas sempre foram figuras encantadoras no mundo animal, mas quando pensamos neles, a imagem que vem à mente é a de um urso fofinho com pelagem preta e branca. No entanto, nas montanhas Qinling, na província de Shaanxi, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128442-por-que-a-china-usa-pandas-como-ferramenta-diplomatica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">na China</a>, vive uma subespécie rara que foge a esse padrão: o panda-qinling (Ailuropoda melanoleuca qinlingensis).&nbsp;Essa espécie se destaca por ter suas manchas marrons, fato que tem deixado os cientistas intrigados há décadas. Mas, recentemente, um estudo publicado na PNAS em 2024 trouxe à tona descobertas genéticas fascinantes que explicam essa coloração única.<h2 style="text-align:justify;">Uma espécie rara</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/25/25123020033141.jpg" alt="Panda marrom é um animal extremamente raro. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução). "><figcaption>Panda marrom é um animal extremamente raro — e fofo. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução).</figcaption></figure></figure>Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127601-china-pede-para-que-todos-os-pandas-retornem-ao-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pandas</a>-qinling foram oficialmente reconhecidos como uma subespécie distinta em 2005, apesar de terem sido descobertos na década de 1960. Eles habitam exclusivamente as montanhas Qinling, a uma altitude de 1.300 a 3.300 metros.&nbsp;Menores do que os pandas-gigantes tradicionais, os qinling possuem características morfológicas únicas: um crânio mais compacto e uma coloração que varia entre marrom escuro e marrom claro. A maioria dos pandas-qinling tem manchas marrons sob os olhos, em contraste com os pandas-gigantes de Sichuan, que possuem manchas ao redor dos olhos.A coloração marrom nos pandas-qinling despertou o interesse dos cientistas, especialmente porque somente&nbsp;uma dúzia de exemplares da espécie (aproximadamente) foram documentados até hoje,&nbsp;mostrando que esse padrão de cor é incrivelmente raro e só acontece nessa região.&nbsp;O primeiro panda-qinling marrom, uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/70017-dominantes-e-perigosas-9-especies-de-animais-lideradas-pelas-femeas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fêmea</a> chamada Dandan, foi descoberto em 1985, iniciando a investigação sobre essa variação de cor. Até 2024, muitos atribuíram a coloração marrom à endogamia (quando o acasalamento ocorre entre parentes com genética equivalente) devido ao isolamento geográfico. No entanto, pesquisas recentes indicam que a causa é mais complexa e intrigante.<h2 style="text-align:justify;">O gene responsável</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/25/25123347797143.jpg" alt="O panda marrom Qi Zai descansa em centro de resgate na China. (Fonte: Wikimedia Commons/ Divulgação)"><figcaption>O panda marrom Qi Zai descansa em centro de resgate na China. (Fonte: Wikimedia Commons/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Os cientistas sequenciaram <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128701-ossos-de-2-mil-anos-encontrados-no-brasil-revelam-evolucao-da-sifilis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o genoma</a> de Qi Zai, um panda marrom capturado na natureza em 2009, junto com sua mãe, uma panda de cor preta e branca. Ao analisarem os genomas de 35 pandas-gigantes, incluindo dois marrons, os pesquisadores identificaram uma mutação específica no gene Bace2, que está relacionado à pigmentação.&nbsp;Intrigantemente, embora Qi Zai tenha pelagem marrom, sua mãe não a possui, o que leva os pesquisadores a concluírem que a coloração marrom é resultante de um gene recessivo.&nbsp;Para um panda-qinling nascer com pelagem marrom, ambos os pais precisam carregar essa mutação genética recessiva, mesmo que eles próprios tenham pelagem preta e branca. Essa combinação genética rara explica por que tão poucos pandas-qinling exibem essa coloração.Para confirmar que a mutação no gene Bace2 era a responsável pela coloração, cientistas usaram CRISPR-Cas9 (uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116376-nobel-de-quimica-descobridoras-da-edicao-de-genes-crispr-ganham-premio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ferramenta de edição genética</a>) em camundongos, deletando o mesmo segmento de DNA e obtendo mudanças de pigmentação semelhantes às dos pandas-qinling. Isso comprovou que a ausência dessa sequência no gene Bace2 causa a coloração marrom.Além da genética, o isolamento geográfico das montanhas Qinling, onde vivem entre 200 e 300 pandas-qinling, tem mantido a mutação rara. O problema é que essa endogamia reduz a variabilidade genética, tornando a subespécie mais vulnerável a doenças e ameaças ambientais.

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Mistério desvendado: a história dos pandas marrons das montanhas Qinling

Ver uma das cobras mais venenosas do mundo ao vivo sem dúvida não é nada agradável.

Segundo dados da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119391-a-gripe-espanhola-deu-origem-a-organizacao-mundial-da-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Organização Mundial da Saúde</a> (OMS), por ano, 5,4 milhões de pessoas são vítimas de picadas de cobras venenosas. A OMS estima que, entre elas, ocorram entre 81 mil e 138 mil mortes. O encontro de humanos com esses répteis rastejantes pode resultar em fatalidades, graças ao veneno das espécies, que contém substâncias tóxicas produzidas em uma glândula salivar modificada.Ao injetar suas presas nas vítimas, ela envenena imediatamente. Com tantas variedades de cobras por aí, é preciso explicar que nem todas são venenosas, e nem mesmo o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120185-6-toxinas-que-podem-ser-usadas-para-ajudar-os-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">efeito das toxinas</a> é igual. Mas algumas delas pode ser muito mais mortais do que outras.<h2>5. Víbora Echis</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/13/13141812331176.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Diferente de outras víboras, a echis não sibila. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A echis é uma víbora de origem indiana, responsável pela maior parte dos ataques e mortes relacionadas no país. Ao todo, ela pode ter causado cerca de 58 mil mortes no período de 12 meses. Ao contrário de outras víboras, a echis não faz o som sibilado, mas começa a "chiar" esfregando suas escamas serrilhadas quando se sente ameaçada.Uma picada dessa espécie fará a vítima apresentar inchaço e dor no local, seguido de potencial hemorragia. Seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112390-os-10-venenos-mais-poderosos-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">veneno</a> interfere na coagulação do sangue que, além de hemorragia interna, pode causar insuficiência renal aguda, segundo pesquisadores da Understanding Animal Research.<h2>4. Krait-listrado</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/13/13142004932177.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>A picada de uma krait-listrado paralisa músculos e pode resultar em asfixia. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Seu estilo intercalando preto e amarelo como em uma faixa de sinalização deveria servir de alerta sobre o perigo de cruzar com uma cobra da espécie krait-listrado. Atravessar seu caminho é um verdadeiro perigo à noite, já que, durante o dia, ela se locomove lentamente.&nbsp;Segundo estudo publicado na revista PLOS Neglected Tropical Diseases, o veneno de uma picada dessa cobra é capaz de paralisar os músculos da vítima, impedindo o movimento do diafragma. Dessa forma, o ar deixa de entrar nos pulmões, resultando em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127193-vitimas-do-vesuvio-morreram-asfixiadas-segundo-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">asfixia</a> e, consequentemente, morte.<h2>3. Cobra-real</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/13/13142202025181.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Em extensão, espécimes de cobra-real são as mais longas entre as cobras conhecidas. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/109345-cobra-real-saiba-mais-sobre-a-maior-cobra-venenosa-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cobras-reais são venenosas</a>, mas parte do perigo que ronda seus ataques está mais na quantidade de veneno que é capaz de injetar do que na potência dele. Cada mordida dessa espécie coloca 7 mililitros de veneno no organismo da vítima – e cada ataque envolve de três a quatro mordidas. Ela também é conhecida como a cobra mais longa do mundo, medindo até 5,4 metros, segundo o Museu de História Natural de Londres.Sua visão também é impressionante, pois ela é capaz de detectar uma pessoa em movimento a 100 metros de distância. Ao sentir-se ameaçada, essa cobra usa costelas e músculos do pescoço para alargar a pele ao redor da cabeça. Uma mordida sua pode matar um ser humano em cerca de 15 minutos.<h2>2. Taipan-costeira</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/13/13142348615183.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Essa espécie é capaz de saltar longa distância e usar presas com precisão para injetar veneno. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Habitante das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118687-as-5-florestas-mais-velhas-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">florestas úmidas</a> de regiões costeiras e tropicais, especialmente na Austrália, a taipan-costeira é capaz de dar várias mordidas antes de sua vítima perceber que foi atacada, tudo graças à sua grande velocidade, conforme explicam funcionários do Museu Australiano.Até 1956, ano em que um antídoto para sua picada foi desenvolvido, seu veneno era quase sempre fatal, de acordo com especialistas da Australian Geographic. Seu ataque se dá com ela levantando completamente seu corpo do chão, até saltar com as presas esticando-as em direção ao inimigo para injetar o veneno.<h2>1. Taipan-do-interior</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/13/13142647925190.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>De raro contato com humanos, um ataque da taipan-do-interior é fatal. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Primeiro lugar na lista entre as mais venenosas, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120890-taipan-do-interior-a-cobra-mais-venenosa-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a taipan-do-interior é uma das cobras cujas toxinas são mais perigosas</a>. Segundo pesquisadores do International Journal of Neuropharmacology, uma pequena quantidade de seu veneno é capaz de matar várias vítimas humanas. Essa espécie vive escondida nas fendas de argila das planícies de Queensland, sul da Austrália, por vezes escolhendo como moradia tocas anteriormente cavadas por outros animais.Seu contato com seres humanos é raro, segundo o Museu Australiano. Antes do bote, no momento em que se sente ameaçada, a taipan-do-interior enrola seu corpo em S, até encontrar o momento certo de disparar uma mordida rápida, ou mesmo várias mordidas. Seu veneno é perigoso por conta da enzima hialuronidase, que aumenta a taxa de absorção das toxinas no corpo de uma vítima.

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As 5 cobras mais venenosas do planeta

Praticar "ioga com cabras" é dividir o seu espaço com cabrinhas fofas que impedirão que você faça a maioria das posturas, mas te farão rir.

Com mais de 36 milhões de praticantes, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118848-trataka-a-incrivel-tecnica-de-yoga-para-os-olhos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os Estados Unidos são provavelmente a nação onde mais se pratica a yoga fora do Oriente</a>. Com o passar do tempo, o tradicional sistema holístico indiano, que visa unificar corpo, mente e espírito, passou por algumas adaptações, para torná-lo mais “divertido”, e um pouco mais relaxado para os padrões ocidentais.Dentro da variedade de títulos exóticos e desconhecidos de um verdadeiro cardápio que inclui power yoga, rocket yoga e até mesmo uma promissora beer yoga, uma modalidade tem se destacado: a goat yoga, algo como "ioga com cabras" em português.&nbsp;A nova prática foi criada por acaso em 2016, quando a instrutora de ioga Heather Davis propôs à empresária Lainey Morse realizar uma aula da tradicional disciplina física em sua fazenda no Oregon. Sem serem convidadas um grupo de cabritinhas invadiu o espaço, e a dona da propriedade registrou tudo, publicando as imagens na revista Modern Farmer.&nbsp;<h2>Como a goat yoga se popularizou?</h2><iframe width="315" height="560" src="https://www.youtube.com/embed/CbW3fz7wgRc" title="Goats Play Around and Over Woman While She Performs Goat Yoga" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>A princípio singela, a ideia acabou se espalhando e se popularizando, após ser apresentada por Morse como "<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/243553-fazer-artesanato-esportes-reduz-risco-demencia-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um serviço de saúde mental para eventos corporativos de saúde e bem-estar</a>, uma fonte de alegria para dezenas de milhares de participantes e um apoio financeiro para fazendas e famílias rurais em todo o país".&nbsp;Hoje o selo "Original Goat Yoga" tem parcerias espalhadas ao redor dos EUA e algumas no exterior. Já a franquia Goat Happy Hour é focada em melhorar a saúde mental, e patrocinada pelo Oregon Healthcare, o portal oficial do estado para informações sobre planos de saúde. &nbsp;<h2>Como funciona uma aula de ioga com cabras?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/25/25233631768000.jpg" alt="x"><figcaption>Muitas vezes as cabras se apoderam do tapete de yoga. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Com base no lema original de Lainey Morse, "cultivar a felicidade", o que se pode dizer é que uma aula de yoga de cabras é uma completa farra. Imagine um evento em que você está tentando praticar a Postura do Cachorro Olhando para Baixo (Adho Mukha Svanasana), mas tem que se sentar rapidamente para não levar uma cabeçada no traseiro.Outras vezes você tem que parar totalmente qualquer tipo de exercício apenas para ficar olhando nos olhos de uma cabra fofinha que, segundo o site, tem dupla personalidade: cachorro (porque se interessa pelas pessoas) e gato (porque demanda interesse constante). Acrescente a isso um cenário agrícola bucólico, e teremos um goat yoga raiz.&nbsp;Não é nem necessário ter praticado ioga antes, <a href="https://www.megacurioso.com.br/papo-de-bar/75786-conheca-a-incrivel-historia-de-big-gal-yoga-galeria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">basta ir para a aula preparado para uma experiência totalmente única e alegre</a>. Além disso, as cabras soltam pelos, mas são hipoalergênicas. E, se você perceber alguns feijõezinhos no seu tapete, não se preocupe: é só cocô, mas é consistente e fácil de limpar. E o xixi, geralmente elas fazem do lado, mas raramente em você.

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"Goat yoga": a prática que combina postura física, respiração e... cabras!

O esconderijo do animal australiano ajudou a salvar outras espécies dos incêndios nas florestas do país entre 2019 e 2020.

As tocas construídas pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117547-vombate-o-marsupial-com-coco-em-formato-de-cubo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vombate</a>, um marsupial originário da Austrália, estão servindo de abrigo para diversas espécies de animais depois que o país foi afetado por graves incêndios florestais, revela um estudo publicado no Journal of Mammalogy em maio. A descoberta confirma, em parte, rumores surgidos em 2020.Na época, o bicho pertencente à mesma ordem dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/39048-10-coisas-que-voce-nao-sabe-sobre-coalas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">coalas</a> foi saudado como herói nas redes sociais após relatos de que ele guiava outros animais para se esconderem das chamas, em suas tocas. Alguns especialistas negaram a história, mas outros decidiram investigar o caso.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/21/21104924569055.jpg" alt="O vombate tem medidas semelhantes às de um cachorro de porte médio. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O vombate tem medidas semelhantes às de um cachorro de porte médio. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Liderada por pesquisadores da Universidade Charles Sturt, a equipe instalou câmeras perto de 28 tocas de vombates em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113656-incendios-na-australia-qual-foi-o-impacto-do-aquecimento-global.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">locais danificados pelo fogo</a> no Parque Nacional de Woomargama e na Floresta Estadual de Woomargama, no estado de Nova Gales do Sul. Áreas de controle próximas, igualmente queimadas, mas sem tocas, também foram monitoradas.Entre junho de 2021 e abril de 2022, o sistema registrou mais de 746 mil imagens, das quais 370.845 com animais. Um exame detalhado das fotos e vídeos levou à identificação de 56 espécies buscando refúgio nas tocas, sendo 33 tipos de aves, 19 de mamíferos e quatro répteis.<h2>“Airbnb do mundo animal”</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/bejjXsiKnlc?si=vyAzFOBO9KHQmUoQ" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Podendo chegar a 1 m de comprimento e pesar 85 kg, o vombate usa suas garras e dentes para cavar enormes redes de tocas que em alguns casos têm mais de 100 m, incluindo várias entradas e câmaras. Durante esse trabalho, eles modificam o solo, a topografia e a vegetação da área.“Eles reviram toneladas de solo construindo uma toca, e suas fezes aumentam os níveis de nitrogênio, o que aumenta a cobertura de ervas. Acreditamos que essas mudanças aumentam as oportunidades de alimentação para pequenos insetívoros e onívoros”, destacou o ecologista Grant Linley, coautor do estudo, em comunicado.Tais características acabaram transformando as complexas estruturas subterrâneas em micro-habitats que contribuem para a riqueza de nutrientes e a retenção da água, atraindo diferentes tipos de animais. Com isso, as tocas dos vombates podem ser classificadas como um “<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127648-conheca-a-casa-da-monica-disponivel-para-aluguel-no-airbnb.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Airbnb</a>” ou até mesmo um “supermercado” do reino animal, segundo Linley.<h2>Quais animais procuraram as tocas?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/21/21104749210054.jpeg" alt="Equidnas e outros animais procuraram abrigo nas tocas. (Fonte: Journal of Mammalogy/Reprodução)"><figcaption>Equidnas e outros animais procuraram abrigo nas tocas. (Fonte: Journal of Mammalogy/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Algumas das espécies flagradas pelas câmeras entrando e saindo das tocas foram ratos-do-mato, antequinos, lagarto-monitor e codornas pintadas. Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121672-5-fatos-sobre-animais-mamiferos-que-voce-nao-conhecia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mamíferos</a> menores apareciam mais que os maiores, aumentando a possibilidade de que predadores fossem atraídos para esses locais, de acordo com a investigação.Os registros mostraram os animais entrando e saindo das estruturas subterrâneas, enquanto alguns pareciam apenas as inspecionar. Em outras imagens, é possível notar os visitantes usando os abrigos como local de banho ou para beber água, após as tocas ficarem inundadas em decorrência das chuvas.

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Como a toca do vombate serve de abrigo para várias espécies?

Pesquisadores descobriram um microrganismo capaz de sobreviver em ambiente sem oxigênio.

Um grupo de cientistas liderados por Dayana Yahalomi, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, fizeram uma descoberta surpreendente que desafia uma das verdades fundamentais da biologia. Um pequeno parasita encontrado em salmões foi identificado como o primeiro organismo multicelular que vive sem a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122070-por-que-o-corpo-humano-precisa-de-oxigenio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">necessidade de oxigênio</a>. A descoberta foi publicada na renomada revista científica PNAS.<h2>Adaptação a um ambiente anaeróbico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/23/23223933458002.jpg" alt="Henneguya salminicola. (Fonte: Stephen Douglas Atkinson/Reprodução)"><figcaption>Henneguya salminicola. (Fonte: Stephen Douglas Atkinson / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Henneguya salminicola pertence ao filo Cnidaria, que inclui organismos como águas-vivas e anêmonas. Esse parasita passa a maior parte do tempo dentro dos músculos dos salmões, onde o oxigênio pode estar em baixas concentrações. Ao longo de sua evolução, ele desenvolveu adaptações únicas que lhe permitem sobreviver sem a necessidade de oxigênio. Isso inclui a perda de seu genoma mitocondrial, normalmente essencial para o metabolismo aeróbico.Os estudos genéticos revelaram que o parasita não apenas perdeu seu genoma mitocondrial, mas também a maioria dos genes nucleares relacionados à transcrição e replicação das mitocôndrias. Em substituição, ele desenvolveu organelas com características únicas, como dobras na membrana interna, que são incomuns mesmo entre organismos anaeróbicos unicelulares.Essas adaptações destacam a capacidade notável do H. salminicola de prosperar em um ambiente anaeróbico, desafiando conceitos previamente aceitos sobre os requisitos básicos para a vida multicelular.<h2>Implicações científicas e astrobiológicas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/23/23224330025004.jpg" alt="A descoberta pode impactar a busca por formas de vida extraterrestres. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A descoberta pode impactar a busca por formas de vida extraterrestres. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A pesquisa sobre H. salminicola fornece informações fundamentais sobre as transições evolutivas que levaram à adaptação de ambientes anaeróbicos. Entender como esse parasita multicelular desenvolveu seu metabolismo exclusivamente anaeróbico pode esclarecer os mecanismos evolutivos fundamentais que permitem a sobrevivência e a adaptação em condições extremas.Além disso, embora esse <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-que-aconteceria-com-o-mundo-se-todos-os-parasitas-desaparecessem" rel="noopener noreferrer" target="_blank">parasita</a> seja inofensivo para os humanos, sua presença nos salmões pode ter implicações significativas para as indústrias pesqueiras. A compreensão de sua biologia única pode ajudar na criação de estratégias mais eficazes para o controle e gestão de infestações em pisciculturas, garantindo assim a qualidade e a segurança dos produtos aquáticos para consumo humano.Por fim, a descoberta amplia nossa compreensão sobre a diversidade da vida na Terra e levanta questões intrigantes sobre a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127968-quando-foi-que-os-humanos-comecaram-a-pensar-em-vidas-alienigenas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">possibilidade de vida extraterrestre</a>. Em mundos além da Terra, onde as condições atmosféricas podem ser muito diferentes, organismos anaeróbicos podem ter evoluído para ocupar nichos ecológicos que seriam letais para formas de vida aeróbicas. Isso sugere que a busca por vida em outros planetas deve considerar não apenas ambientes habitáveis por padrões terrestres, mas também ambientes anaeróbicos.Em última análise, a descoberta marca um marco importante na biologia e na astrobiologia, desafiando nossa compreensão do que é necessário para a vida multicelular e ampliando as fronteiras do que consideramos possíveis em termos de evolução e adaptação. A pesquisa contínua sobre esse parasita pode levar a descobertas adicionais sobre sua ecologia e interações com seu hospedeiro, informando práticas de manejo sustentável e conservação de recursos naturais.

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Conheça o 1º animal descoberto que consegue viver sem oxigênio

Se você acha que foi criativo ao nomear seu gato de Harry, espere até ver os nomes e os animais da lista.

Já pensou em poder nomear uma nova espécie de animal homenageando seu personagem preferido? Alguns pesquisadores têm realizado esse desejo.&nbsp;Personagens da saga de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/conheca-a-piranha-recemidentificada-que-homenageia-vilao-de-tolkien" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Senhor dos Anéis</a>, Star Wars e até mesmo bandas já foram homenageados nas descobertas biológicas dos últimos anos, e para quem é potterhead, vai adorar conhecer os animais abaixo.&nbsp;<h2>1. Lusius malfoyi</h2>O nosso primeiro exemplar é a&nbsp;vespa Lusius malfoyi, nativa da Nova Zelândia. O inseto foi batizado em alusão a Lucius Malfoy, vilão redimido da saga de Harry Potter. Ao menos é que pensa Tom Saunders, pesquisador responsável pela descoberta.De acordo com Saunders, assim como Malfoy nem todas as vespas são vilãs, havendo uma esperança de redenção. Sua quase homônima é inofensiva para humanos, no entanto, ela é um inseto parasitoide.&nbsp;Isso significa que para se reproduzir, a Lusius usa o corpo de lagartas vivas como ninho. Conforme seus ovos eclodem, as pobres lagartinhas são devoradas vivas. Um comportamento bem característico para a família bruxa Malfoy.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17091614537022.jpg" alt="Quando viva, a vespa apresenta tons de preto e amarelo vivo. (Fonte: Wikimedia Commons/ Tom Saunders/Darren Ward)"><figcaption>Quando viva, a vespa apresenta tons de preto e amarelo vivo. (Fonte: Wikimedia Commons/ Tom Saunders e Darren Ward/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>2. Trimeresurus salazar</h2>Seguindo a linha vilões, temos a Trimeresurus salazar,&nbsp;originária de Arunachal Pradesh, na Índia. Essa é uma serpente verde, batizada em homenagem ao fundador da&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/216397-casas-hogwarts-conheca-caracteristicas-cada-delas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">casa Sonserina</a>, Salazar Sonserina, que ficou famoso por ser ofidioglota.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17092751742026.jpg" alt="Se houvesse um check-list de pré-requisitos para receber o nome, com certeza essa serpente gabaritaria. (Fonte: Wikimedia/ Mirza et. al/Reprodução)"><figcaption>Se houvesse um check-list de pré-requisitos para receber o nome, com certeza essa serpente gabaritaria. (Fonte: Wikimedia/ Mirza et. al/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>3. Harryplax severus</h2>Já esse pequeno caranguejo faz uma homenagem tripla. O Harryplax severus&nbsp;teve seu nome escolhido para homenagear não apenas Harry Potter e Severus Snape, mas seu próprio descobridor, Harry Conley.A espécie foi avistada pela primeira vez em 1998, caminhando pelos destroços de corais mortos na ilha de Guam, na Micronésia. Mas seu nome e reconhecimento só foram feitos em 2017.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17093856107032.jpg" alt="Será que ele também anda cabisbaixo relembrando dos corais enquanto estavam vivos? (Fonte: Wikimedia/ José Mendoza e Peter K.L. Ng/ Reprodução)"><figcaption>Será que ele também anda cabisbaixo relembrando dos corais enquanto estavam vivos? (Fonte: Wikimedia/ José Mendoza e Peter K.L. Ng/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>4. Ampulex dementor</h2>Dementadores também recebem homenagens.&nbsp;A Ampulex dementor&nbsp;é uma vespa que injeta um veneno potente em neurotoxinas, causando paralisia em suas vítimas. Com certeza, qualquer felicidade se vai com a ferroada.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17095600100053.png" alt="Essa vespa é nativa da Tailândia e seu nome foi escolhido por votação pública. (Fonte: Wikimedia/ Ohl et. al/ Reprodução)"><figcaption>Essa vespa é nativa da Tailândia e seu nome foi escolhido por votação pública. (Fonte: Wikimedia / Ohl et. al / Reprodução)</figcaption></figure></figure>&nbsp;<h2>5. Eriovixia gryffindori&nbsp;</h2>Agora uma aranha bem particular, com seus minúsculos 7 milímetros, Eriovixia gryffindori recebeu seu nome por ser parecida com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/cultura-nerd/98507-veja-o-nome-das-casas-de-hogwarts-de-harry-potter-em-9-linguas-diferentes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chapéu seletor</a>. A espécie é originária da Índia e foi descoberta em 2015.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17101634313071.jpg" alt="Já imaginou ser selecionado por uma mini aranha? (Fonte: Getty Images/ Reprodução)"><figcaption>Já imaginou ser selecionado por uma mini aranha? (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>6. Clevosaurus sectumsempra</h2>O fóssil de um lagarto de 205 milhões de anos ganhou destaque em 2015, após ser estudado e nomeado em alusão a um dos feitiços mais "retalhadores" da saga de mágica. A escolha do nome foi feita graças a afiada arcada dentária do animal, que se acredita que era capaz de retalhar suas presas, assim como o feitiço.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17103348465084.jpg" alt="Em recriações artísticas, o lagarto pré-histórico se assemelhas às iguanas, outro fóssil, mas vivo. (Fonte: Getty Images/ Imagem ilustrativa)"><figcaption>Em recriações artísticas, o lagarto pré-histórico se assemelhas às iguanas, outro fóssil, mas vivo. (Fonte: Getty Images/ Imagem ilustrativa)</figcaption></figure></figure>Mas os nomes não acabam por aqui, ainda existem dinossauros, outras <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128884-anaconda-verde-do-norte-nova-especie-e-descoberta-na-amazonia-em-gravacao-com-will-smith.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">serpentes</a>, vespas e aranhas que receberam seus nomes por representarem, de algum modo, características da saga bruxa. E você, para quem prestaria homenagem se pudesse nomear uma nova espécie?

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6 animais nomeados em homenagem ao universo de Harry Potter

Entretanto, não há nada a temer: o veneno da joro não chega a ser letal para humanos, muito menos animais.

<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126990-qual-e-a-maior-aranha-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Aranhas</a> estão espalhadas por todos os lugares. Enquanto algumas são inofensivas por natureza devido ao seu tamanho, outras podem causar medo e espanto em muitas pessoas. E, neste segundo grupo, podemos incluir a aranha-joro.Os primeiros relatos envolvendo a joro indicam que ela é originária da Ásia Oriental. Porém, a aranha tem invadido outras regiões do globo nos últimos anos, incluindo diversas áreas dos Estados Unidos em tempos mais recentes.<h2>Conhecendo a ameaça</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/09/09004421732003.jpg" alt="Apesar de venenosa, a aranha Joro não representa uma ameaça para humanos ou animais. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Apesar de venenosa, a aranha-joro não representa uma ameaça para humanos ou animais. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>As <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128526-aranha-gigante-considerada-uma-das-mais-mortais-do-planeta-e-capturada-na-australia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aranhas</a>-joro, ou Trichonephila clavata, possuem características diferentes entre machos e fêmeas. Enquanto os primeiros podem medir até 1 centímetro, as outras são capazes de alcançar 2,5 centímetros. Ainda sobre as fêmeas, as patas também chamam a atenção, já que elas chegam a alcançar até 10 centímetros.Sobre o seu ciclo de vida, ela pode vagar pelo nosso planeta por aproximadamente um ano. Além disso, elas são mais vistas durante os meses de setembro e outubro, o que levou alguns pesquisadores a emitirem um alerta sobre a invasão delas.Falando ao site The Guardian, o cientista e professor David Coyle, da Universidade Clemson, comentou que há grandes chances de que elas "venham para ficar", especialmente nos Estados Unidos."Salvo algumas circunstâncias específicas, a expectativa é de que essas [aranhas] continuem se espalhando, possivelmente para o norte, e nós já vimos isso com algumas populações [da joro] em Maryland", comentou Coyle no estudo.<h2>Espalhando o medo</h2>Entre as pessoas, espalhou-se a ideia de que essa aranha tem poderes que a torna capaz de voar. Segundo os pesquisadores, isso é verdadeiro, mas de forma parcial.Nas palavras de Coyle, os filhotes dessa espécie de aranha possuem uma habilidade parecida com o "balonismo". Nela, os pequenos seres usam fios de teia para carregá-los com a ajuda do vento para novos locais. Caso esteja curioso, é possível ver como isso funciona por volta da marca de 25 segundos no vídeo abaixo:<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/7cVJ6hSbOVE?si=EzYyyRfg2v9Q-Vhu" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Entretanto, essa habilidade se perde quando os aracnídeos desta espécie alcançam o estágio adulto, o que pode servir para dissipar um pouco desse medo.“Um dos problemas é que as pessoas pensam que as aranhas vão voar como os macacos do&nbsp;Mágico de Oz&nbsp;e cair no piquenique. Uma aranha tão grande não é capaz de ser carregada pela seda. Então elas não voam”, explicou o especialista.<h2>Venenosa, mas nem tanto</h2>Outro ponto importante de se comentar é o fato de essa é uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127987-australia-registra-48-novas-especies-de-aranhas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aranha venenosa</a> gigante. Porém, não há muito a temer quanto isso, já que seu veneno não é nocivo nem para humanos, nem para animais domésticos.De maneira geral, sua picada pode ser comparada com a ferroada de uma abelha pequena. Essa ação só causa um real problema caso a pessoa tenha alergia a esse tipo específico de aracnídeo.Em contrapartida, a aranha-joro é uma predadora implacável de pragas, se alimentando principalmente de baratas e percevejos que fiquem presos em suas teias.

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