Material em vídeo está repleto de espécies raras que vivem nas profundezas e pode conter registro inédito.

Pesquisadores de um projeto de preservação marinha podem ter capturado em vídeo um material histórico. O grupo Kolossal acredita ter gravado pela primeira vez um bebê de lula-colossal (Mesonychoteuthis hamiltoni) em seu provável habitat natural.O possível bebê de lula-colossal <a href="https://www.youtube.com/watch?v=ZV9hfnXoiCo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">visto neste vídeo a partir dos 2 minutos e 33 segundos</a> mede de 10 a 12 centímetros. Análises da fisionomia ainda vão determinar a sua identidade, mas já é possível afirmar com certeza que ela é uma lula-vítrea, com um corpo inicialmente transparente e membro da família Cranchiidae.&nbsp;<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/61920-veja-quanto-medem-os-9-maiores-animais-marinhos-de-todos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Veja quanto medem os 9 maiores animais do oceano</a></li></ul>Ela compõe dezenas de espécies desse animal, incluindo a sua variante de grandes proporções. Caso confirmado, esse é um registro inédito do animal vivo, mesmo que ainda em seus primeiros dias.<h2>O mistério da lula-colossal</h2>A lula-colossal é a maior espécie já documentada desse animal e também um dos maiores invertebrados do mundo. Ela pode chegar a 14 metros de comprimento, de acordo com estimativas, deixando para trás <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121227-a-expedicao-que-encontrou-a-lula-gigante-o-kraken-da-vida-real.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a já impressionante lula-gigante</a> e seus 7 metros, aproximadamente.A maior espécie já capturada da lula-colossal foi registrada em 2007 na Nova Zelândia. Um barco de pesca conseguiu levar o animal ainda com alguns minutos de vida a bordo, totalizando 10 metros de comprimento e pesando 450 kg.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/02/02102033370013.jpg" alt="O exemplar encontrado em 2007 está atualmente preservado em um museu."><figcaption>O exemplar encontrado em 2007 está atualmente preservado em um museu. (Fonte: Museu da Nova Zelândia)</figcaption></figure></figure>Se achar uma lula-colossal "perdida" e próxima da superfície já é raro, são muitos os obstáculos em encontrar um desses animais em seu habitat natural.Além da profundidade e a localização de difícil acesso no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119057-national-geographic-oficializa-o-5-oceano-da-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Oceano Antártico</a>, a água é bastante turva e cheia de material orgânico, o que dificulta a visibilidade.<h2>Projeto quer achar exemplar adulto até 2025</h2>O vídeo foi gravado em expedições realizadas na região da Antártida entre dezembro de 2022 e março de 2023. O equipamento usado inclui um barco de turismo em áreas polares e um sistema de câmeras para grandes profundidades com um sistema avançado de captura de imagens.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128509-dente-de-megalodon-e-encontrado-em-profundezas-inexploradas-de-3-mil-metros-pela-primeira-vez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dente de Megalodon é encontrado em profundezas inexploradas de 3 mil metros pela primeira vez</a></li></ul>O clipe foi gravado a até 400 metros abaixo do nível do mar e mostra não só o suposto bebê de lula-colossal, mas várias outras espécies de animais das profundezas.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/02/02102308314014.jpg" alt="O bebê capturado no vídeo pode ser da espécie tão procurada."><figcaption>O bebê capturado no vídeo pode ser da espécie tão procurada. (Fonte: Kolossal / Mulreannan)</figcaption></figure></figure>Por enquanto, não há um prazo para que os cientistas respondam se o animal é de fato um bebê dessa espécie quase lendária. Outra possibilidade é de que esse seja um bebê de outra lula que é mais abundante na região, a Galiteuthis glacialis. Ela, porém, não costuma ser encontrada em águas tão profundas.A expectativa do Kolossal é encontrar um exemplar vivo e adulto até o ano que vem. É em 2025 que se comemora o centenário da primeira documentação de uma lula-colossal, encontrada em um periódico de Ciências Naturais.

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Lula-colossal bebê pode ter sido registrada em filmagem pela 1ª vez

Essas exibições encenadas de caça a animais selvagens envolviam leões, elefantes e até crocodilos.

Na Roma antiga, um dos espetáculos mais aguardados pelo povo eram as veações. Realizadas no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124765-5-coliseus-milenares-bem-preservados-que-voce-nao-conhecia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Coliseu</a> e no Circo Máximo, essas batalhas sangrentas envolviam animais exóticos como leões, ursos e hipopótamos. Em algumas ocasiões, os animais lutavam entre si, em outras, eram colocados contra guerreiros armados conhecidos como venatores ou <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121258-bestiarios-a-enciclopedia-medieval-que-misturava-religiao-e-ciencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bestiários</a>.<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123728-cao-salsicha-pode-ter-participado-de-lutas-de-animais-no-coliseu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Essas demonstrações violentas</a> de poder e controle sobre a natureza costumavam acontecer antes das lutas entre gladiadores e serviam para animar o público antes dos eventos principais.<h2>O início das veações na Roma Antiga</h2><figure class="image"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/31/31132609943325.jpg" alt="Bestiarii.jpg" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/31/31132609818324.jpg 108w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/31/31132610021326.jpg 348w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/31/31132610255328.jpg 522w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/31/31132610146327.jpg 696w," sizes="100vw"><figcaption>Mosaico romano representando as veações. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure>As veações têm suas raízes no gosto dos romanos por espetáculos sangrentos, como corridas de bigas e combates entre gladiadores. A origem exata das veações é incerta, mas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121071-plinio-o-jovem-a-testemunha-ocular-da-erupcao-do-monte-vesuvio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Plínio, o Velho</a>, descreveu um evento ocorrido em 252 a.C. que envolvia elefantes capturados durante a Primeira Guerra Púnica.Inicialmente, esses animais eram exibidos ao público, que nunca tinha visto tais criaturas antes. O historiador romano Tito Lívio também menciona que a primeira veação com caçada encenada ocorreu em 185 a.C., organizada pelo general Marcus Fulvius Nobilior para celebrar suas vitórias na Grécia.Para entreter as massas, os romanos importavam animais exóticos de todo o império. Leões, panteras e elefantes do norte da África, ursos de diferentes regiões da Europa, tigres da Pérsia, e crocodilos e rinocerontes do sul da Ásia eram levados a Roma.<h2>A evolução (e o declínio) das veações</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/29/29110212275065.jpg" alt="As veações tiveram um forte impacto no ecossistema. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>As veações tiveram um forte impacto na vida de várias espécies de animais. (Fonte: <span style="-webkit-text-stroke-width:0px;display:inline !important;float:none;font-size:14px;font-style:normal;font-variant-caps:normal;font-variant-ligatures:normal;font-weight:400;letter-spacing:normal;orphans:2;text-align:start;text-decoration-color:initial;text-decoration-style:initial;text-decoration-thickness:initial;text-indent:0px;text-transform:none;white-space:normal;widows:2;word-spacing:0px;">DeAgostini/Getty Images)</figcaption></figure></figure>Assim como <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121723-6-curiosidades-desconhecidas-sobre-os-gladiadores-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os gladiadores</a>, os venatores geralmente eram escravos, criminosos ou contratados para lutar. Equipados com armas, eles enfrentavam os animais, que, inicialmente, eram acorrentados para facilitar a matança. No entanto, por volta de 100 a.C., os animais começaram a ser soltos, e paredes altas foram construídas no Coliseu para impedir que eles atacassem o público.As veações eram organizadas por vários motivos, incluindo homenagens a divindades, celebrações de vitórias de guerra, e ocasiões importantes como casamentos, funerais e coroações de imperadores. A inauguração do Coliseu em 80 d.C. foi marcada por uma veação de mais de 100 dias organizada pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115714-11-imperadores-romanos-com-os-rostos-reconstruidos-por-ia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">imperador Tito</a>, que resultou na morte de mais de 9.000 animais. O imperador Trajano, para celebrar sua vitória sobre os dacianos, promoveu uma veação de 120 dias, levando 11.000 animais a óbito.A popularidade das veações começou a declinar nos séculos III e IV, devido à dificuldade crescente de encontrar animais exóticos. Elas continuaram até meados do século VII, deixando um impacto duradouro no ecossistema do império romano. A caça excessiva e a captura de animais para os espetáculos contribuíram para a extinção e ameaça de várias espécies, como o cavalo selvagem europeu, o lince eurasiático, o elefante norte-africano e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125240-5-especies-de-leoes-ja-extintas-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">leão-da-barbária</a>. Além disso, a expansão territorial e práticas as agrícolas dos romanos transformaram vastas áreas férteis em desertos, com efeitos ecológicos que persistem até hoje.

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Veação: conheça os sangrentos espetáculos de caça a animais selvagens da Roma Antiga

Famoso entre os cães de estimação, o “olhar de cachorrinho” também é encontrado em cães selvagens e desafia teorias sobre a evolução da comunicação canina.

A famosa expressão "olhos de cachorrinho", que derrete corações e dificulta resistir aos nossos amigos de quatro patas, é amplamente reconhecida por tutores de cães. Especialistas acreditam que os cães desenvolveram músculos faciais mais complexos para <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121737-cachorros-desenvolveram-a-cara-de-pidao-para-conquistar-os-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">facilitar a comunicação com os humanos</a>.No entanto, um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Portsmouth e da Universidade de Stellenbosch, na África do Sul, questiona essa teoria. Segundo a pesquisa, publicada na revista The Anatomical Record, esses músculos não são exclusivos dos animais domésticos e também estão presentes em animais selvagens.<h2>A complexidade muscular dos cães domésticos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/26/26220155926002.jpg" alt="Os músculos faciais dos cães permitem uma ampla variedade de expressões. (Fonte: Getty Images / Reprodução)"><figcaption>Os músculos faciais dos cães permitem uma ampla variedade de expressões. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Estudos anteriores indicam que os cães domésticos desenvolveram músculos faciais mais complexos comparados aos lobos e outros canídeos selvagens. Esses músculos, especificamente o levantador do ângulo do olho medial (LAOM) e o retrator do ângulo do olho lateral (RAOL), permitem a famosa expressão "<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128475-por-que-a-maioria-dos-caes-tem-olhos-marrons.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">olhos de cachorrinho</a>". Essa evolução foi atribuída à necessidade de melhorar a comunicação não verbal entre cães e humanos, incentivando cuidados e atenção.Recentemente, pesquisadores examinaram a musculatura facial de cães selvagens africanos (Lycaon pictus) e, surpreendentemente, descobriram que os músculos LAOM e RAOL nessa espécie são comparáveis em tamanho aos dos cães domésticos. Esse achado sugere que a habilidade de fazer "olhos de cachorrinho" não é exclusiva dos animais de estimação, mas também pode ser uma adaptação importante para a comunicação dentro das matilhas selvagens.<h2>Comunicação na matilha dos cães selvagens africanos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/26/26220425916003.jpg" alt="Cão selvagem Lycaon pictus. (Fonte: Getty Images / Reprodução)"><figcaption>Cão selvagem Lycaon pictus. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os cães selvagens africanos são conhecidos por sua estrutura social complexa e táticas de caça altamente coordenadas. Vivendo em matilhas de até 40 indivíduos, esses canídeos dependem de altos níveis de comunicação para cooperar eficazmente. A presença de músculos faciais desenvolvidos, semelhantes aos encontrados em cães domésticos, sugere que a expressão facial também desempenha um papel crucial na comunicação dentro da matilha.A musculatura facial desenvolvida dos cães selvagens africanos, incluindo os músculos LAOM e RAOL, facilita uma ampla gama de expressões faciais. Isso pode melhorar a comunicação visual entre os membros da matilha, ajudando na coordenação durante a caça e outras atividades sociais. Esse tipo de comunicação visual pode ser tão importante para a sobrevivência e sucesso das matilhas de cães selvagens quanto para a interação entre cães domésticos e humanos.A descoberta de que os cães selvagens africanos compartilham a habilidade de expressar "olhar de cachorrinho" levanta questões intrigantes sobre a evolução da comunicação canina. Isso sugere que essa <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/6-expressoes-faciais-caninas-e-seus-significados" rel="noopener noreferrer" target="_blank">expressão facial</a> pode ter raízes mais profundas na história evolutiva dos canídeos, indo além da relação entre eles e os homens. Essa revelação destaca a importância da comunicação visual nas interações sociais dos animais, tanto na vida selvagem quanto na convivência com os humanos.

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‘Olhar de cachorrinho’ não é exclusivo dos cães domésticos, revela estudo

Alimentação específica faz com que espécie ganhe radiação ao longo dos anos em vez de perder.

O desastre de Chernobyl, que aconteceu em 26 de abril de 1986, é considerado <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/126799-as-5-das-maiores-explosoes-na-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um dos maiores acidentes nucleares de todos os tempos</a> e mudou totalmente a região. Fora as mortes diretas e indiretas pelo contato com as substâncias nocivas, até mesmo a fauna foi bastante modificada.Na região que hoje pertence à Ucrânia, mas era na época parte da União Soviética, animais silvestres lentamente e apenas décadas depois registram níveis menores de radiação no corpo.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/acidentes-estranhos/58749-21-fatos-surpreendentes-sobre-o-acidente-nuclear-de-chernobyl.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">21 fatos surpreendentes sobre o acidente nuclear de Chernobyl</a></li></ul>Só que uma espécie segue o caminho contrário e intrigou cientistas. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111410-chernobyl-brasileiro-goias-teve-um-dos-piores-acidentes-nucleares-ate-hoje.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pesquisas feitas nos últimos anos</a> mostraram que o javali selvagem estava aumentando a quantidade de radiação no corpo em vez de diminuir. A explicação era relativamente simples, mas só veio depois de muitas hipóteses erradas.&nbsp;<h2>O paradoxo do javali</h2>Pesquisadores da Leibniz University de Hannover, na Alemanha, e da TU Wien, na cidade austríaca de Viena, descobriram o explica o paradoxo da radiação aumentar em vez de diminuir. A questão envolve a dieta do javali selvagem, que não é compartilhada por outras espécies.Esse animal costuma comer fungos do gênero Elaphomyces que crescem na região, mais especificamente a espécie conhecida como trufa falsa ou trufa dos veados — outro animal que normalmente se alimenta dela. E eles estão carregados de radiação, porém não apenas da explosão da usina nuclear.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/31/31083506824019.jpg" alt="As falsas trufas, que crescem perto de determinadas árvores."><figcaption>As falsas trufas, que crescem perto de determinadas árvores. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>De acordo com os cientistas, os fungos em questão absorvem radiação a uma velocidade muito menor e com certo "atraso"&nbsp;por estarem até 40 centímetros debaixo da terra. Dessa forma, é natural que ela leve mais tempo para entrar em contato com substâncias danosas e passá-las para animais como o javali.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123126-ras-de-chernobyl-evoluiram-para-suportar-radiacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rãs de Chernobyl evoluíram para suportar radiação</a></li></ul>Além disso, as trufas falsas, na verdade, já estavam contaminadas com material radioativo antes mesmo do Chernobyl. O estudo detectou que elas apresentavam traços de elementos residuais de testes nucleares feitos nas proximidades até vinte anos antes da explosão em Chernobyl.<h2>Estudando os javalis radioativos</h2>Os pesquisadores encontraram <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111410-chernobyl-brasileiro-goias-teve-um-dos-piores-acidentes-nucleares-ate-hoje.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">césio-137</a> em taxas cada vez maiores nos fungos, o que significa que só agora a radiação de Chernobyl está chegando neles. Por outro lado, eles já tinham césio-135 no organismo, que é o isótopo resultantes desses experimentos soviéticos.Detectar exatamente a substância e a origem foi uma tarefa considerada bastante difícil pela equipe, já que o césio "antigo" exige outros métodos de testagem.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/31/31083702304020.jpg" alt="A contaminação dupla e de origens diferentes nos javalis de Chernobyl."><figcaption>A contaminação dupla e de origens diferentes nos javalis de Chernobyl. (Fonte: Enviromental Science &amp; Technology)</figcaption></figure></figure>"Nosso trabalho mostra o quão complicada a inter-relação em ecossistemas naturais pode ser, mas também ressalta que as respostas para tais enigmas podem ser achados se as medições forem precisas o suficiente", diz Georg Steinhauser, um dos líderes do projeto.Publicada em uma revista científica em 2023, a descoberta é uma prova de que a região de Prypiat já era potencialmente perigosa para a habitação humana antes mesmo do acidente. Além disso, ela reforça que a retomada dos hábitos no local ainda está longe de acontecer, em especial <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127153-brasil-importou-alimentos-contaminados-pela-radiacao-de-chernobyl.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o consumo de carne animal</a>.

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O que é o "paradoxo" do javali radioativo de Chernobyl e como cientistas o estão desvendando?

A maioria das lontras que usam ferramentas são fêmeas e, com isso, elas conseguem consumir presas maiores e proteger seus dentes.

Se você tentar morder um caranguejo de uma vez só, diretamente com seus dentes, você provavelmente vai quebrá-los, pois a carapaça do animal é dura. Por isso, nós costumamos usar ferramentas para comer essa iguaria. O que os cientistas descobriram recentemente é que as lontras-marinhas também passam pelo mesmo raciocínio.&nbsp;Um estudo recente, publicado na revista Science, mostrou que as lontras-marinhas utilizam ferramentas para lidar com alimentos maiores e mais duros, como um caranguejo. Assim, os animais conseguem preservar seus dentes e continuar se alimentando bem por mais tempo.<ul><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/tags/animais" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Leia mais sobre animais incríveis no Mega Curioso</a>!</li></ul><h2>Lontras usam ferramentas para abrir carapaças de presas</h2>Para chegar a tal descoberta, um grupo de pesquisadores e voluntários observou 196 lontras-marinhas da subespécie Enhydra lutris nereis, que está ameaçada de extinção e é monitorada por rádio. Essas lontras vivem na costa da Califórnia e há menos de dois mil delas na região.De modo geral, elas gostam de se alimentar de moluscos e ouriços-do-mar — que são menos duros e mais fáceis de abrir. Mas quando não encontram seus "pratos favoritos", elas precisam caçar <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117157-e-verdade-que-tudo-vai-se-transformar-em-caranguejo-um-dia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">caranguejos</a>, caramujos e outros bichos com carapaças mais duras. A partir disso, surge a necessidade de utilizar ferramentas, sendo as lontras-marinhas um dos únicos mamíferos que fazem isso, além dos seres humanos.Os pesquisadores observaram as lontras-marinhas utilizando rochas, conchas e até pedaços de lixo para abrir as carapaças e consumir suas presas mais facilmente. E o mais interessante: foi possível notar que isso diminui os danos aos dentes dos animais que usam ferramentas.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/23/23170741797235.jpg" alt="Fonte: GettyImages"><figcaption>As lontras-marinhas fêmeas utilizam suas ferramentas com mais frequência do que os machos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><h2>Fêmeas utilizam ferramentas com mais frequência&nbsp;</h2>Outra descoberta interessante dessa pesquisa foi que as lontras-marinhas fêmeas utilizam suas ferramentas com mais frequência do que os machos. Assim, elas conseguem se alimentar com presas maiores e até 35% mais duras, além de ter uma maior variedade de opções.Os cientistas também observaram que as fêmeas apresentam menos danos em seus dentes por conta disso. A condição dos dentes é essencial à sobrevivência das lontras-marinhas, que são animais carnívoros e podem morrer de fome se não tiverem dentes para mastigar as suas presas. Por outro lado, as fêmeas costumam ter menos forças para morder, tornando o uso de ferramentas ainda mais importante.&nbsp;"Criar filhotes exige bastante energia e as fêmeas precisam ser eficientes na sua alimentação. O estudo demonstra que a utilização das ferramentas é um comportamento importante para a sobrevivência", afirma Chris Law, que liderou a pesquisa quando era aluno da Universidade da Califórnia em Santa Cruz.&nbsp;Por fim, é curioso observar que as lontras-marinhas não são a única espécie em que fêmeas utilizam mais ferramentas que os machos: com golfinhos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126716-chimpanze-e-bonobo-quais-semelhancas-eles-possuem-com-o-ser-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chimpanzés e bonobos</a> ocorre algo semelhante. Nessas espécies, as fêmeas também são responsáveis pela criação dos filhotes e por ensiná-los a utilizar ferramentas, o que pode influenciar tal comportamento.

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Lontras usam ferramentas para se alimentar sem danificar os dentes

O sarcástico-topetudo é pequeno, mas parece estar com raiva o tempo todo, pois afasta todos os seres das proximidades de sua toca.

Um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128634-9-curiosidades-sobre-o-rarissimo-peixe-que-vive-no-vale-da-morte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">peixe nanico, que mede de 7,5 a 20 centímetros de comprimento</a>, agita o fundo do oceano da área onde habita, se envolvendo em brigas intermináveis, nas quais agride outros peixes (até mesmo os da sua espécie) com uma espécie de bocejo raivoso, abrindo muito sua bocarra, como se estivesse em uma violenta discussão.Chamado em inglês de sarcastic fringehead (que traduzimos aqui como sarcástico-topetudo), o peixe conhecido cientificamente como Neoclinus blanchardi vive no fundo do mar do noroeste do oceano Pacífico, em uma região entre São Francisco e Baixa Califórnia nos EUA até o México. Suas tocas ficam entre 3 e 73 metros de profundidade.Embora ele sempre brigue muito por seu território, o sarcástico-topetudo vive em qualquer tipo de abrigo que aparecer, desde conchas vazias de moluscos ao lixo humano jogado no oceano, como latas e garrafas. Seja o que for, o "barraqueiro" defende com fúria, atacando ferozmente os intrusos, até mesmo mergulhadores humanos.<h2>De onde vem esse nome "sarcástico"?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/21/21174538038140.jpg" alt="x"><figcaption>O sarcástico-topetudo agride seu oponente com a boca. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Embora fringehead se refira ao excesso de tecido muscular, que fica proeminente na cabeça, e se eriça como um topete, o termo sarcastic é dúbio, mas acaba ganhando um significado especial <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/74160-sarcasmo-a-ferramenta-dos-inteligentes-e-criativos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">quando analisamos a etimologia da palavra "sarcástico"</a>.&nbsp;Se pegarmos pelo adjetivo grego "sarkastikos", chegaremos ao significado ao qual estamos acostumados, que é "amargo" ou "zombeteiro". Mas o termo vem, por sua vez, do verbo grego "sarkazein" que significa, literalmente, "morder os lábios com raiva, zombar", pois é composto de "sarx" (carne) e um sufixo que sugere a ação de "rasgar a carne com os dentes".Como os sarcásticos (humanos ou peixes) nem sempre rasgam literalmente a carne de seus inimigos, a ação do N. blanchardi tem tudo a ver com o uso moderno da palavra "sarcástico", ou seja, criticar de forma irônica. Ou usar a boca para causar uma ferida.&nbsp;<h2>Como os peixes sarcásticos brigam?</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/vewtmQ5xrtU" title="Sarcastic Fringehead Fights For Territory | Life | BBC Earth" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Quando estão lutando por seu território, os sarcásticos-topetudos arreganham suas mandíbulas de cores vibrantes para intimidar seus oponentes. Isso faz com que a disputa se resolva com o tamanho da boca, que pode chegar a ser quatro vezes maior quando aberta, ou seja,&nbsp;o macho que for mais bocudo ganha a parada.&nbsp;Porém, se o antagonista não tiver medo de boca grande e colorida, aí a dupla (no caso de outro peixe da espécie) irá iniciar um bate-boca literal, pois começarão a pressionar suas bocarras largas uma contra a outra.&nbsp;“Embora possa parecer que os peixes estão se beijando, na verdade, eles estão defendendo agressivamente seu território uns dos outros”, afirma o site da organização conservacionista Oceana.<h2>Por que os topetudos brigam tanto por seus territórios?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/21/21172329503135.jpg" alt="x"><figcaption>Aberta, a boca do sarcástico-topetudo fica quatro vezes maior. (Fonte: Science/Instagram)</figcaption></figure></figure><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-relacionamento-sexual-toxico-do-peixepescador-que-o-ajuda-a-sobreviver-ha-55-milhoes-de-anos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A fúria do sarcástico-topetudo começa já depois do acasalamento</a>. Após assumirem cores vibrantes e dançarem animadamente para atrair suas fêmeas, os machos são finalmente escolhidos por elas. As sarcásticas entram na toca escolhida por eles, depositam seus ovos e os deixam lá para o macho fertilizar.Pais solos a partir daí, eles assumem a responsabilidade de proteger os ovos até a eclosão dos filhotes (cerca de 20 dias depois) e também pela criação dos pequeninos, durante algumas semanas, até que eles aprendam a se alimentar sozinhos.&nbsp;Isso torna esses machos extremamente territoriais, pois eles têm que proteger, primeiramente a sua toca para conquistar a fêmea e, depois disso, garantir a sobrevivência dos filhotes.

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Sarcástico-topetudo: o peixinho nervoso que adora um "bate-boca" no oceano

Descubra o fascinante mundo dos vaga-lumes e como eles geram sua própria luz para brilhar durante a escuridão noturna.

Em meio ao crepúsculo e à escuridão da noite, poucas coisas são tão mágicas quanto o brilho suave dos vaga-lumes. Esses pequenos insetos têm a capacidade única de criar sua própria luz, um fenômeno chamado bioluminescência. É um espetáculo encantador que fascina pessoas de todas as idades. Mas como exatamente essas criaturas maravilhosas conseguem acender suas lanternas naturais?<h2>A química da luz</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27221424268354.jpg" alt="Os vaga-lumes têm órgãos especiais em seu abdômen que emitem luz. (Fonte: Getty Images / Reprodução)"><figcaption>Os vaga-lumes têm órgãos especiais em seu abdômen que emitem luz. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os vaga-lumes possuem um mecanismo intrincado e especializado para <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/108381-o-que-faz-os-vagalumes-se-acenderem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">produzir sua luz</a> característica, que envolve uma reação química complexa dentro de seus corpos. Esse processo começa com uma substância chamada luciferina, que, ao entrar em contato com o oxigênio, desencadeia uma reação de oxidação que libera elétrons. Essa reação acontece nos órgãos luminosos localizados no abdômen dos insetos, resultando na emissão de luz.A energia necessária para essa reação vem do ATP (trifosfato de adenosina), uma molécula essencial encontrada em todas as células vivas, que funciona como uma "bateria" biológica, fornecendo a energia necessária para os processos celulares. Além disso, o magnésio desempenha um papel crucial como cofator, ajudando a coordenar e estabilizar as interações entre os diferentes componentes químicos envolvidos. É essa incrível dança transforma a energia química em luz visível, sem gerar calor perceptível.<h2>O ritual do acender e apagar</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27222053179355.jpg" alt="Os vaga-lumes usam o jogo de luzes como forma de comunicação. (Fonte: Getty Images / Reprodução)"><figcaption>Os vaga-lumes usam o jogo de luzes como forma de comunicação. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os vaga-lumes demonstram uma notável habilidade em controlar a emissão de sua luz, alternando entre períodos de brilho e escuridão de forma precisa. Esse controle luminoso desempenha um papel fundamental na comunicação entre os indivíduos da espécie, especialmente durante o período de acasalamento. Na verdade, o padrão intermitente de luz pode ser considerado uma forma de "linguagem" entre esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119784-mariposa-luna-a-vida-de-um-dos-mais-belos-insetos-noturnos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">insetos noturnos</a>.Cada espécie de vaga-lume possui uma sequência única de luz, funcionando como uma assinatura luminosa que os distingue e ajuda na identificação de parceiros reprodutivos em meio à escuridão da noite. Esse jogo de luzes é crucial para o sucesso reprodutivo, pois não apenas atrai parceiros, mas também serve como uma forma de defesa contra predadores, além de desempenhar um papel vital na continuação de sua linhagem genética.Durante a noite, os vaga-lumes também podem brilhar em resposta a estímulos externos, como movimentos ou sons, como parte de seu sistema de defesa contra predadores. Essa capacidade de emitir luz, inclusive por larvas e ovos, funciona como um aviso aos predadores de que não são uma presa fácil.Os vaga-lumes são verdadeiros artistas da luz na natureza, e sua bioluminescência continua a intrigar e encantar cientistas e entusiastas das belezas naturais em todo o mundo. À medida que enfrentamos desafios como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124716-por-que-os-vaga-lumes-estao-desaparecendo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">perda de habitat</a> e as mudanças climáticas, é vital entender melhor as necessidades e comportamentos desses insetos para garantir sua preservação.

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Como os vaga-lumes conseguem emitir luz?

Pilares para existência e manutenção dos ecossistemas as espécies-chave podem menores do que você imagina.

Em 1969, o zoólogo americano Robert Treat Paine realizou um experimento interessante com estrelas do mar da espécie Pisaster ochraceus,&nbsp;conhecida como estrela-do-mar-ocre: durante dois anos, nas marés baixas, quando as estrelas-do-mar se prendiam às rochas, o pesquisador as pegava e as removia do local, impedindo que elas voltassem para o mar quando a maré subia novamente.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27135741834181.jpg" alt="Quando a maré baixa, as estrelas Pisaster ochraceus se agarram as pedras na costa. "><figcaption>Quando a maré baixa, as estrelas Pisaster ochraceus se agarram as pedras na costa. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O resultado desse experimento, quase infantil, foi o colapso daquele ecossistema. Com o sumiço programado da estrela predadora, a população de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121549-ostras-moluscos-e-mexilhoes-qual-e-a-diferenca-entre-eles.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mexilhões</a> explodiu e outras espécies marinhas desaparecerem, deixando um terreno menos diverso.Em outra área, onde Paine não atuou, não houve modificação do ambiente e do seu entorno. Todo esse empenho resultou na descoberta de uma espécie-chave.<h2 style="text-align:justify;">O que é uma espécie-chave?</h2>A espécie-chave é o pilar que mantém um ecossistema em funcionamento, contribuindo para sua manutenção e sobrevivência. Não apenas os grandes predadores são esses pilares, mas também animais intermediários.&nbsp;Exemplos desses animais são as abelhas, castores, lontras, lobos, tubarões e até pequenos camarões (Pandalus borealis). Eles estão inclusos em uma listagem com mais de 230 animais considerados espécies-chave em seus habitats.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27141446621188.jpg" alt="Quem diria que um camarãozinho faria tanta diferença no mundo?"><figcaption>Quem diria que um camarãozinho faria tanta diferença no mundo? (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Em termos gerais, é difícil compreender como pequenos animais podem cumprir um papel tão grande para a existência e manutenção do mundo. Muito mais do que uma "seleção natural", o desaparecimento de qualquer um desses animais geraria uma devastação no meio ambiente, influenciando, inclusive, na extinção de espécies que aparentemente não possuem ligações.&nbsp;Um rápido experimento pode ser feito no site Phet, onde, na inexistência de predadores, os coelhos dominariam o mundo. Ainda que limitada, a simulação ajuda a visualizar como a falta de um dos pilares interfere no restante do conjunto.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">A lista de espécies é definitiva?</h2>Não e até mesmo o conceito de "espécie-chave" está em discussão. Regularmente, novos animais são candidatados à posição de prestígio, mas em um planeta tão diverso, é impossível dizer quantos mais serão incluídos.&nbsp;Infelizmente, algumas das espécies só passam a ser notadas quando as consequências começam a aparecer, por exemplo, a importância das abelhas ou mesmo da vespa-do-figo.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27143536788197.jpg" alt="A Vespa-do-Figo tem uma relação de mutualismo com o fruto. "><figcaption>A vespa-do-figo tem uma relação de mutualismo com a flor da figueira. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Muitas espécies de flores possuem um polinizador específico, como é a <a href="https://www.megacurioso.com.br/plantas-e-frutas/44769-voce-vai-se-surpreender-com-a-forma-como-os-figos-se-desenvolvem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">flor da figueira</a>. Se a vespa desaparecer, a flor deixa de ser polinizada, desaparecendo o "fruto" e, consequentemente, passarinhos e outros animais perdem uma fonte de alimentação.&nbsp;Assim, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126917-planta-invasora-salva-falcao-da-extincao-mas-esta-matando-outros-bichos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cadeia trófica é interrompida</a>, podendo levar quem está nos seus extremos à necessidade de adaptação ou então a extinção. Portanto, o estudo constante das relações que ocorrem no ecossistema, incluindo a exploração humana e a necessidade de investimento em conservação ambientais, são fundamentais para que todos sobrevivamos no ciclo da vida.

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Você sabe o que é uma "espécie-chave" e qual é a importância dela na natureza?

Fóssil encontrado nos EUA tem dado dor de cabeça aos pesquisadores por ser de difícil definição, apresentando características de diversos aracnídeos. 

Paleontologistas encontraram um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128627-5-fosseis-de-insetos-curiosos-que-desafiam-a-imaginacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fóssil</a> tão antigo e peculiar que nem eles mesmos conseguem classificá-lo de forma definitiva. O bicho, que recebeu o nome de Douglassarachne acanthopoda, é um aracnídeo com aproximadamente 308 milhões de anos encontrado no leito de fósseis Mazon Creek, em Illinois.Com um corpo compacto de apenas 1,5 centímetros e pernas bastante incomuns, essa criatura confunde os especialistas e nos faz questionar: estamos olhando para uma aranha, um escorpião ou algo completamente diferente?<h2 style="text-align:justify;">Um quebra-cabeça</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27090011181010.png" alt="Fóssil mostrou que espécie tinha pernas fortes e pontiagudas. (Fonte: Selden &amp; Dunlop/ Divulgação) "><figcaption>Fóssil mostrou que espécie tinha pernas fortes e pontiagudas. (Fonte: Selden &amp; Dunlop / Divulgação)</figcaption></figure></figure>De acordo com Paul Selden e Jason Dunlop, os principais pesquisadores envolvidos no estudo deste fóssil, o animal não se encaixa em nenhuma das ordens conhecidas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/111349-se-voce-tem-aracnofobia-esperamos-que-voce-nunca-va-nesse-banheiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aracnídeos</a>, sejam eles vivos ou extintos. Isso porque seu plano corporal é bastante diferente de qualquer outro grupo de aracnídeos identificado até hoje.Embora compartilhe características com os aracnídeos modernos, como as aranhas e os opiliões (parecem aranhas, mas não são venenosos), o Douglassarachne acanthopoda possui pernas extremamente espinhosas e robustas, características que o tornam único.&nbsp;A descoberta desse fóssil remonta ao final do período Carbonífero (entre 359 e 299 milhões de anos atrás), uma época em que a maioria dos grupos vivos de aracnídeos estava começando a se diversificar. No entanto, a fauna desse período era bastante distinta do que conhecemos hoje.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Outros tempos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27124032883140.jpg" alt="Aranhas gigantes realmente existiram (claro que com um tamanho bem menor que o da imagem). (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>Aranhas gigantes realmente existiram (claro que com um tamanho bem menor que o da imagem). (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Como a oxigenação no planeta nessa época era cerca de 50% a mais do que temos hoje, muitos animais tinham tamanhos enormes em comparação com seus parentes atuais. Uma aranha antiga, por exemplo, podia chegar a ter o tamanho de um gato moderno.A realidade é que as aranhas eram raras e compartilhavam seus habitats com uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127987-australia-registra-48-novas-especies-de-aranhas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">boa variedade de aracnídeos</a> que desapareceram ao longo dos milhares de anos, sendo atualmente todos extintos.&nbsp;Por isso, segundo os especialistas, é possível que o D. acanthopoda tenha vivido durante o chamado "colapso da floresta tropical carbonífera", um evento que levou à fragmentação e morte das florestas de carvão, ou talvez tenha persistido até a extinção em massa do final do Permiano (entre 280 e 245 milhões de anos atrás).<h2 style="text-align:justify;">Fóssil guardado</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27090713172014.jpg" alt="Fóssil está bem detalhado, como se pode ver na imagem. (Fonte: Selden &amp; Dunloap)"><figcaption>Fóssil revelado após concreção feita na década de 80. (Fonte: Selden &amp; Dunloap / Divulgação)</figcaption></figure></figure>O fóssil foi descoberto na década de 1980 por Bob Masek, que utilizou um método de colocar um concreção ferro-argilosa na água durante o inverno, permitindo que a geada penetrasse nas fendas naturais, criando uma espécie de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112887-molde-a-prova-d-agua-pode-substituir-gesso-em-quem-quebrou-o-braco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">molde</a>. Após a concreção ser quebrada, o ser desconhecido foi revelado.Posteriormente, o fóssil foi adquirido por David Douglass e exibido no Museu da Vida Pré-histórica da família Douglass. Quando ficou evidente que se tratava de uma nova espécie, o exemplar foi doado ao Museu Field de História Natural para estudo científico.Como você já deve ter percebido, o nome Douglassarachne acanthopoda é composto por uma homenagem à família Douglass, que gentilmente doou o fóssil para a pesquisa. Quanto ao termo "acanthopoda", ele se refere às pernas espinhosas únicas da criatura.De qualquer forma, o fato é que esse animal pré-histórico "sobreviveu" para servir de exemplo sobre como evolução das espécies vai criando variações ao longo do tempo. Tanto que o Douglassarachne acanthopoda parece vir de uma época em que os aracnídeos estavam tentando várias formas e características diferentes para se perpetuar, muitas das quais não sobreviveram até os dias atuais.

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É uma aranha? Um escorpião? Fóssil de 308 milhões de anos gera debate

Pequeno inseto usa corpos humanos em decomposição para fazer com que seus filhos consigam se desenvolver

A morte, apesar de ser um <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128911-5-temas-bizarramente-comuns-que-ja-foram-tabus-na-sociedade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tema tabu</a> e gerar inquietação em muitas pessoas, é um fenômeno natural que atinge toda e qualquer espécie da Terra, sem distinção. Contudo, há certos seres que se aproveitam do falecimento para desenvolver sua própria espécie. Esse é o caso das Conicera tibialis,&nbsp;mais conhecidas pelo perturbador nome de moscas-do-caixão.&nbsp;Esses pequenos insetos têm um papel fundamental na decomposição de cadáveres enterrados, um processo fascinante que combina ciência, natureza e um pouco de realidade macabra.As moscas-do-caixão são verdadeiras especialistas em localizar e alcançar corpos enterrados. As fêmeas desta espécie possuem a incrível capacidade de cavar até dois metros de profundidade para depositar seus ovos em cadáveres.&nbsp;À primeira vista, este número pode parecer insignificante, porém, uma análise mais atenta revela que para nós, seres humanos, seria o equivalente a escavarmos uma profundidade de três quilômetros.Para a espécie, essa façanha garante que seus ovos sejam depositados em um ambiente seguro e cheio de nutrientes: o tecido em decomposição dos cadáveres.<h2 style="text-align:justify;">Invasoras de corpos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/25/25163218073002.jpg" alt="Reprodução artística da mosca-do-caixão. (Fonte: Eric Keller/ Divulgação) "><figcaption>Reprodução artística da mosca-do-caixão. (Fonte: Eric Keller / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Os primeiros registros sobre a capacidade das moscas-do-caixão de se reproduzirem em <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124249-a-empresa-que-vendia-cadaveres-ilegais-para-testes-militares-nos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cadáveres</a> enterrados datam de muitos anos. Em 1954, por exemplo, observações feitas num jardim revelaram a existência de um intenso acasalamento dessas moscas, justamente onde um cachorro havia sido enterrado 18 meses antes.&nbsp;Essa observação foi um dos primeiros grandes insights sobre a vida subterrânea dessas moscas, que podem completar várias gerações sem emergir à superfície.O ciclo de vida das Conicera tibialis é um exemplo impressionante de adaptação e sobrevivência. As fêmeas depositam seus ovos em cadáveres, e as larvas que eclodem se alimentam do tecido em decomposição, preferindo o tecido magro. Essa seletividade é uma característica interessante, já que outros insetos necrófagos, como certas espécies de besouros, preferem tecido adiposo.&nbsp;Uma vez completada a fase larval, as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127017-cientistas-fazem-moscas-gerarem-filhotes-sem-relacao-sexual.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">moscas adultas</a> emergem, subindo pelo solo até a superfície, prontos para acasalar e repetir o ciclo.Um caso notável foi registrado em um estudo de 2011, onde um cadáver humano enterrado há 18 anos na Espanha foi exumado e encontrado infestado de moscas-do-caixão. Essa descoberta mostra que essas moscas podem colonizar cadáveres muito tempo após o enterro.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Pistas importantes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/25/25172119933006.jpg" alt="As moscas podem ter comportamentos sombrios. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>As moscas podem ter comportamentos sombrios. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A habilidade dessas moscas em localizar e utilizar cadáveres humanos não é apenas um fenômeno macabro, mas também tem aplicações práticas na entomologia&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/123584-michael-west-e-o-metodo-forense-que-destruiu-a-vida-de-inocentes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">forense</a>. Os ciclos de vida dos insetos, incluindo a Conicera tibialis, são usados para estimar o tempo de morte, ajudando em investigações criminais.&nbsp;A presença dessas moscas em cadáveres antigos pode levantar questões sobre o intervalo de tempo post-mortem, oferecendo pistas valiosas para os investigadores.&nbsp;Embora a ideia de virarmos alimento para larvas de mosca possa parecer desagradável, é importante reconhecer o papel vital que esses insetos desempenham na decomposição e reciclagem da matéria orgânica. Sem eles, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123941-quanto-tempo-demora-para-um-corpo-se-decompor-por-completo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corpos demorariam muito mais para se decompor</a>, interrompendo o ciclo natural da vida.

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