Saúde/bem-estar
03/06/2024 às 10:00•2 min de leituraAtualizado em 03/06/2024 às 10:00
Pesquisadores de um projeto de preservação marinha podem ter capturado em vídeo um material histórico. O grupo Kolossal acredita ter gravado pela primeira vez um bebê de lula-colossal (Mesonychoteuthis hamiltoni) em seu provável habitat natural.
O possível bebê de lula-colossal visto neste vídeo a partir dos 2 minutos e 33 segundos mede de 10 a 12 centímetros. Análises da fisionomia ainda vão determinar a sua identidade, mas já é possível afirmar com certeza que ela é uma lula-vítrea, com um corpo inicialmente transparente e membro da família Cranchiidae.
Ela compõe dezenas de espécies desse animal, incluindo a sua variante de grandes proporções. Caso confirmado, esse é um registro inédito do animal vivo, mesmo que ainda em seus primeiros dias.
A lula-colossal é a maior espécie já documentada desse animal e também um dos maiores invertebrados do mundo. Ela pode chegar a 14 metros de comprimento, de acordo com estimativas, deixando para trás a já impressionante lula-gigante e seus 7 metros, aproximadamente.
A maior espécie já capturada da lula-colossal foi registrada em 2007 na Nova Zelândia. Um barco de pesca conseguiu levar o animal ainda com alguns minutos de vida a bordo, totalizando 10 metros de comprimento e pesando 450 kg.
Se achar uma lula-colossal "perdida" e próxima da superfície já é raro, são muitos os obstáculos em encontrar um desses animais em seu habitat natural.
Além da profundidade e a localização de difícil acesso no Oceano Antártico, a água é bastante turva e cheia de material orgânico, o que dificulta a visibilidade.
O vídeo foi gravado em expedições realizadas na região da Antártida entre dezembro de 2022 e março de 2023. O equipamento usado inclui um barco de turismo em áreas polares e um sistema de câmeras para grandes profundidades com um sistema avançado de captura de imagens.
O clipe foi gravado a até 400 metros abaixo do nível do mar e mostra não só o suposto bebê de lula-colossal, mas várias outras espécies de animais das profundezas.
Por enquanto, não há um prazo para que os cientistas respondam se o animal é de fato um bebê dessa espécie quase lendária. Outra possibilidade é de que esse seja um bebê de outra lula que é mais abundante na região, a Galiteuthis glacialis. Ela, porém, não costuma ser encontrada em águas tão profundas.
A expectativa do Kolossal é encontrar um exemplar vivo e adulto até o ano que vem. É em 2025 que se comemora o centenário da primeira documentação de uma lula-colossal, encontrada em um periódico de Ciências Naturais.