Imagem de Genética ajuda a encontrar descendentes vivos de crânios roubados da África há um século no megacurioso

Material havido sido levado do continente africano para a Alemanha e deve retornar ao lar após mais de um século

<head></head><body>Pesquisadores alemães conseguiram fazer testes de DNA em crânios levados da África para a Alemanha durante os séculos XIX e XX. Miraculosamente, foram encontrados descendentes vivos de alguns deles. O episódio conta uma triste marca na história de populações originárias da África.<h2>Origem da coleção e as pesquisas</h2>Entre 1880 e o final da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>, a Alemanha colonizou alguns territórios no leste do continente africano. A colônia, batizada de África Oriental Alemã, compreendia territórios que hoje fazem parte da Tanzânia, Burundi, Ruanda e pequena parte de Moçambique. Durante este período várias ossadas foram levadas para a Alemanha para serem estudados.Cerca de 7.700 crânios da época estavam armazenados no Hospital Charité de Berlim e foram levados para o Museu de Pré-história e História Antiga da mesma cidade em 2011. Acredita-se que a maioria das ossadas tenha sido retirada de tumbas sem o consentimento da população local e contrabandeadas para a Alemanha. A maior parte dos crânios teria vindo da coleção pessoal de Felix Von Luschan, médico e antropólogo cujas pesquisas foram usadas por nazistas para criar a ideia de uma raça superior. O resto dos crânios seria da propriedade do hospital, bem como de doações de outras pequenas coleções.Com a mudança de local da coleção, os crânios começaram a ser investigados na busca por DNA e mais informações. Grande parte da documentação acerca da coleção havia sido destruída durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> e a coleção foi mal armazenada durante mais de um século. Alguns crânios tinham apenas inscrições bastante apagadas para dar pistas sobre a sua origem.Neste panorama, os pesquisadores conseguiram realizar testes de DNA em 1.100 crânios que estavam em melhores condições. Descobriu-se que 904 vieram do que hoje é Ruanda, 197 da Tanzânia, 27 do Quênia e outros sete não tiveram dados conclusivos. Oito crânios estavam em condições tão boas que foi possível iniciar a busca por descendentes e, em três casos, foi possível encontrar pessoas vivas com DNA relacionado. Segundo os pesquisadores, é a primeira vez que é possível encontrar traços de DNA de pessoas vivas em artefatos arqueológicos desenterrados.O caso mais incrível é de um dos crânios que pertenceu ao avô de um homem que ainda está vivo. O crânio continha a inscrição “Akida”, um termo usado para se referir a uma autoridade designada pelo governo da ocupação alemã. Isto possivelmente indica que o homem foi um líder do povo chagga, que ocupou o que hoje é a Tanzânia.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;WikimediaCommons&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/19/Bundesarchiv_Bild_137-034473%2C_Kamerun%2C_bei_Tiko%2C_Bananen-Verladung.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/26/26120948619062.jpg" alt="Carregamento de navio em colônias africanas alemãs no início do século XX. (Fonte: WikimediaCommons/Reprodução)">Carregamento de navio em colônias africanas alemãs no início do século XX. (Fonte: WikimediaCommons/Reprodução)<h2>Alemanha tenta abordar erros do passado</h2>Os pesquisadores anunciaram que, após o término das investigações, pretendem devolver todo o material aos seus países de origem.&nbsp;Há pelo menos 20 anos a Alemanha vem realizando um trabalho de tentar fazer reparações sobre algumas das atrocidades cometidas durante o período colonial. O caso mais emblemático é a ocupação que ocorreu no território da atual Namíbia, no sul do continente africano. Em 2021, o governo alemão reconheceu oficialmente que, entre 1904 e 1908, cometeu <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127217-4-genocidios-esquecidos-na-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">genocídio</a> contra a população local e prometeu 1 bilhão de euros como suporte financeiro para os descendentes das vítimas.</body>

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Genética ajuda a encontrar descendentes vivos de crânios roubados da África há um século

Imagem de Reinado do Terror: a história real da tribo Osage que inspirou o filme "Assassinos da Lua das Flores" no megacurioso

O filme de Martin Scorcese reexamina os assassinatos dos membros da tribo Osage que ficaram milionários após a descoberta de petróleo em suas terras

<head></head><body>Nesta quinta-feira (19), estreou nos cinemas brasileiros o filme Assassinos da Lua das Flores, a obra mais recente do icônico diretor Martins Scorcese. O lançamento ocorre exatamente 100 anos após um episódio que ficou conhecido na história da nação Osage como o "Reinado do Terror", uma série de assassinatos misteriosos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124911-fisa-fbi-faz-uso-criminoso-de-inteligencia-para-vigiar-a-populacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">investigados por um embrionário FBI</a>, nos anos 1920.Diferente do filme, que começa com uma cerimônia fúnebre, o livro homônimo, escrito pelo jornalista David Grann,&nbsp;se concentra na família de Mollie Burkhart, uma mulher osage (vivida no filme pela atriz indígena Lily Gladstone) que era esposa de Ernest Burkhart (Leonardo DiCaprio no filme).No dia 9 de março de 1923, Mollie iria passar a noite na casa de sua irmã, Rita, mas desistiu porque James “Cowboy”, seu filho de dois anos, teve que ser levado ao médico para tratar uma dor de ouvido crônica. Às 3h da manhã do dia seguinte, a explosão de uma bomba na casa de destino matou a irmã de Mollie, uma empregada e, quatro dias depois, seu marido Bill Smith.<h2>O Reinado do Terror e suas origens</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/18/18194400771560.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Esses assassinatos, que provavelmente tinham Mollie como alvo, haviam começado alguns anos antes, quando sua irmã Nina morreu de uma misteriosa doença debilitante em 1918. Em maio de 1921 (mês da Lua das Flores), Anna Brown, a irmã mais velha, foi encontrada morta em um campo. E, alguns meses depois, a mãe delas, Lizzie, morreu supostamente envenenada.Essa trama macabra teve início quando <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127624-explorando-raizes-descubra-os-povos-originarios-de-sua-regiao-no-mundo-todo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os osages foram expulsos de suas terras ancestrais</a> pelo governo dos EUA e compraram 600 mil hectares de terra para estabelecer seu novo lar, em uma região seca e pedregosa no nordeste de Oklahoma, em 1872. Anos depois, a descoberta de petróleo no local transformou os 2.229 membros da tribo em milionários.Originalmente, o filme de Scorcese seria baseado na investigação federal, conduzida por Tom White, que seria interpretado por DiCaprio. No entanto, após visitar a nação Osage, o diretor optou por colocar o relacionamento de Mollie e Ernest como centro da narrativa.<h2>Quem eram os assassinos da Lua das Flores na vida real?</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/wmsS1lKG7qg" title="Assassinos da Lua das Flores | Trailer Oficial | LEG | Paramount Pictures Brasil" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124474-europeus-recompensavam-quem-entregasse-escalpos-de-indigenas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Quando começou pesquisar os assassinatos</a> em 2012 para o seu livro, o jornalista Grann teve um prenúncio de quem seria o grande culpado ao verificar um recorte em uma foto de 1924, no Musem Nacional Osage.&nbsp;Quando procurou a diretora do museu, ela lhe mostrou o fragmento faltante e disse: “O diabo estava bem ali, olhando friamente para a câmera”. Era William Hale (Robert De Niro), chefe político do condado e tio de Ernest Burkhart, marido de Mollie desde 1917.Indicado para conduzir as investigações em 1925 pelo histórico diretor do FBI, J. Edgar Hoover, o agente White (Jesse Plemons) indiciou Hale e Ernest como os principais suspeitos pelos assassinatos. Presos em janeiro do ano seguinte, eles foram condenados à prisão perpétua.</body>

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Reinado do Terror: a história real da tribo Osage que inspirou o filme 'Assassinos da Lua das Flores'

Imagem de Pintura roubada há mais de 30 anos é encontrada e volta para sua terra natal no megacurioso

A obra estava programada para ser leiloada, quando foi indicada como roubada

<head></head><body>A pintura Children Wading, do pintor escocês Robert Gemmell Hutchison, roubada há mais de 30 anos, foi redescoberta e voltou para sua cidade natal, Glasgow. O quadro foi <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123724-os-6-maiores-roubos-da-historia-da-arte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">roubado</a>&nbsp;durante a invasão ao museu Scotland’s Haggs Castle Museum of Childhood, em 1989.<h2>O roubo e a descoberta</h2>Na época, os ladrões utilizaram escadas para subir em uma janela do segundo andar e entrar no museu. Eles levaram bonecas de porcelana, um jarro precioso e a pintura a óleo, avaliada na época em 8 mil libras, cerca de R$ 49 mil.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/18/18191006770534.jpg" alt="&quot;Children Wading&quot; (1918) de Robert Gemmell Hutchison. (Fonte: Glasgow Museums Collection/Reprodução)">"Children Wading" (1918) de Robert Gemmell Hutchison. (Fonte: Glasgow Museums Collection/Reprodução)A descoberta da obra só foi possível graças à instituição Art Loss Register, uma organização que busca, categoriza e identifica obras de arte roubadas, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123731-6-obras-de-arte-que-foram-perdidas-ao-longo-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">perdidas</a>&nbsp;ou saqueadas. O grupo surgiu para ajudar as casas de leilão a não negociarem obras roubadas, algo que, infelizmente, se tornou comum no mundo da arte.&nbsp;O Art Loss Register já tem mais de 700 mil obras cadastradas no seu banco de dados. A obra Children Wading chegou ao cadastro da instituição em 2014, quando o órgão responsável pelos Museus de Glasgow adicionou milhares de obras perdidas no cadastro.A pintura estava programada para aparecer em um leilão na Tennants Auctioneers, em North Yorkshire, Inglaterra. Depois de informados que a obra era roubada, os atuais donos abriram mão e se propuseram a enviar a obra imediatamente para o museu roubado.Infelizmente, passou-se tanto tempo desde o roubo que o museu original já foi fechado. A obra, portanto, poderá ser vista pelo público em visitas ao Glasgow Museums Resource Center, onde ficam armazenadas obras que não estão em exposição.A obra Children Wading foi criada pelo pintor Robert Gemmell Hutchison em 1918 e retrata duas garotas brincando na água. Segundo os especialistas, é impossível traçar o caminho que a obra percorreu depois do roubo até chegar ao leilão. Sem registros de compra há anos, nenhum crime será investigado em relação à posse da obra pela casa de leilão.<h2>Roubo de obras de arte</h2><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124419-maior-roubo-de-obras-de-arte-da-historia-brasileira-faz-17-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pinturas roubadas</a> não são novidade, mas está ficando cada vez mais difícil para os criminosos conseguirem lucrar com a atividade. Instituições como o Art Loss Register estão reunindo bases de dados de governos e de outras companhias privadas e cruzando informações sobre os roubos. Assim, obras perdidas estão sendo facilmente identificadas quando aparecem em leilões.Para as casas de leilão é um embaraço estar em posse de uma obra roubada, portanto mais medidas e mais consultas estão sendo feitas na hora de comprar.Resta aos ladrões vender as obras a indivíduos que não sabem que estas são roubadas. Christopher Marinello, fundador do Art Recovery International, disse em entrevista ao The New York Times que muitas pessoas famosas têm obras roubadas em sua coleção privada sem saber. As obras ficam expostas em propriedades particulares por décadas até que passam para uma próxima geração. Os novos donos podem tentar vender as obras ou catalogá-las e só então percebem que se trata de um item roubado.</body>

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Pintura roubada há mais de 30 anos é encontrada e volta para sua terra natal

Imagem de Projeto 4.1: EUA expuseram propositalmente humanos à radiação no megacurioso

Por 12 anos, o governo americano realizou testes nucleares nas Ilhas Marshall, sendo que um dos objetivos era estudar os efeitos radioativos na população de mais de 13 mil pessoas

<head></head><body>Os Estados Unidos do século XX não conheceram limites quando o assunto era vencer <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127603-palestina-e-israel-5-palavras-chave-para-entender-o-conflito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">guerras</a> e defender seus próprios interesses – e nenhum desses aspectos mudaram até hoje. Um levantamento feito pela Macrotrends apontou que cerca de 13 mil pessoas viviam nas Ilhas Marshall, um arquipélago com 29 atóis (ilhas oceânicas em forma de anel), localizada entre o Havaí e a Austrália, quando os americanos decidiram fazer delas um campo para <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126897-como-as-cameras-usadas-em-testes-nucleares-resistiram-as-explosoes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">testes nucleares</a>.De 1946 a 1958, o governo americano realizou 67 testes nucleares nos atóis da ilha, como parte da corrida nuclear que tentava superar a temida União Soviética, rumo à Guerra Fria, o período mais nuclear da história mundial. Após o sucesso infame e contraditório das bombas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122615-por-que-hiroshima-e-nagasaki-foram-alvo-de-bombas-atomicas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hiroshima e Nagasaki</a>, os governos concluíram que apenas uma bomba atômica poderia, de certa forma, colocar um fim em qualquer guerra ao mostrar quem estava sob o controle do mundo.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/11/11103107944060.jpg" alt="(Fonte: Nuclear Weapon Archive/Reprodução)">(Fonte: Nuclear Weapon Archive/Reprodução)E os americanos não tiveram escrúpulos com isso. Enquanto os soviéticos trabalhavam incansavelmente em seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115768-area-de-testes-de-semipalatinsk-desastre-na-uniao-sovietica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Polígono no meio do deserto do Cazaquistão</a>, os norte-americanos traçavam o escopo da Operação Castelo, que lançaria uma bomba termonuclear, também conhecida como bomba de hidrogênio, cujo poder de detonação estava previsto para ser mil vezes mais forte do que as lançadas sobre as cidades japonesas.Nesse plano estava incluso o Projeto 4.1, que visava expôr propositalmente pessoas à radiação para estudar os seus efeitos.<h2>A explosão</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/11/11103156473061.jpg" alt="(Fonte: NOAA/Reprodução)">(Fonte: NOAA/Reprodução)Em 1º de março de 1954, os militares do Exército dos EUA levaram para o Atol de Bikini, localizado no oceano Pacífico, nas Ilhas Marshall, o maior empreendimento desenvolvido pelos cientistas do Laboratório de Los Alamos até então: a Bravo, uma bomba de hidrogênio que pesava 10,7 toneladas, media quase 5 metros de comprimento e tinha 137 centímetros de diâmetro. Foi o primeiro dispositivo termonuclear da Operação Castelo.Às 6h45 do horário local, a bomba nuclear foi detonada, formando uma bola de fogo com quase 7,2 quilômetros de diâmetro e que pôde ser vista a mais de 400 quilômetros de distância de Bikini. Em 1 minuto, a nuvem em formato de cogumelo alcançou 40 quilômetros de altura e ganhou 11 quilômetros de diâmetro.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/11/11103346796063.jpg" alt="(Fonte: Nuclear Weapon Archive/Reprodução)">(Fonte: Nuclear Weapon Archive/Reprodução)Dez minutos depois, ela já se expandia em uma velocidade de 360 km/h. Foi só nesse momento que os cientistas perceberam o erro matemático catastrófico da concepção da Bravo — não era para ela ser tão forte assim, mas nada mais podia ser feito.Cinco horas após a explosão da bomba, a precipitação radioativa chegou até os habitantes dos atóis vizinhos, em Rongelap, Ailinginae e Utrik, afetando cerca de 236 moradores. Nenhum deles foram alertados ou evacuados da área imediatamente, pois começava ali o Projeto 4.1, uma seção de pesquisa adicionada ao escopo da Operação Bravo que visava estudar os efeitos da radiação no corpo humano.<h2>Crime e abuso</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/11/11103500917064.jpg" alt="(Fonte: Nuclear Secreacy Blog/Reprodução)">(Fonte: Nuclear Secreacy Blog/Reprodução)O Projeto 4.1 foi apenas o começo da exploração dos impactos destrutivos da radiação no corpo humano, que começou com a Operação Castelo e se estendeu por mais 12 anos de bombardeamento de dispositivos nucleares, acumulando um rendimento radioativo de mais de 7 mil bombas de Hiroshima, afetando os 1.500 habitantes das Ilhas Marshall.As consequências a longo prazo dos testes, e que não eram de interesse do governo americano, começaram a aparecer em 1961, quinze anos após o início das explosões, causando uma grande incidência de distúrbios da tireoide e câncer – e isso foi apenas o começo. Os marshaleses desenvolveram uma predisposição para defeitos congênitos, sendo os bebês-água-viva o mais comum entre eles, em que os fetos nascem sem ossos no corpo e com a pele quase transparente. Eles normalmente não têm pernas, braços ou crânio estruturado.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/11/11103607523065.jpg" alt="(Fonte: Business Insider/Reprodução)">(Fonte: Business Insider/Reprodução)A exposição aos radionuclídeos causou doenças e condições crônicas nos marshaleses a ponto de afetar sua expressão cultural, que acontecia muito por meio do canto, artesanato e percussão corporal. Esses aspectos já haviam sido desgastados por séculos de domínio colonial espanhol, alemão, japonês e, por fim, americano.No livro Elements of Controversy (1994), o autor Barton Hacker diz que o Projeto 4.1 foi iniciado com motivos mistos, que até tinha a intenção de ajudar os ilhéus, mas que os fins políticos e militares se sobressaíram.Os médicos americanos operaram cerca de 117 pacientes com distúrbios de tireoide na ilha, desembolsando um total de US$ 3 milhões em troca de consentimento para cirurgias.&nbsp;“Muitas pessoas tiveram hipotireoidismo com essas cirurgias”, disse Neal Palafox, médico e ex-chefe do programa de saúde do Departamento de Energia nas Ilhas Marshall, ao Los Angeles Times. Muito embora o câncer de tireoide esteja entre os mais bem sucedidos no que diz respeito ao tratamento de cânceres, os ilhéus foram submetidos a cirurgias agressivas e pouca ou nenhuma reabilitação e terapia pós-cirurgia, deixando muitos com deficiências vocais permanentes.<h2>Os descartados</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/11/11104106005066.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A cantora e compositora Eknilang tinha 8 anos quando a bomba Bravo foi detonada no Atol de Bikini. Os médicos removeram sua glândula tireoide e a deixaram com uma lesão vocal permanente. “O povo confiava nos americanos porque achavam que estavam lá para cuidar deles”, disse Ariana Tibon, especialista em educação na Comissão Nuclear Nacional no atol de Majuro, em entrevista ao Facing South.Mas isso não era verdade, porque o governo americano os descartou assim que as atividades nucleares nas Ilhas Marshall foram encerradas. Em 1972, durante uma sessão no Congresso da Micronésia, o político Ataji Balos disse que a Comissão de Energia Atômica (AEC) dos EUA expôs o povo ilhéu propositalmente à radiação para que pudessem desenvolver e aprimorar capacidades médicas para tratar aqueles expostos durante uma possível guerra nuclear. E que os marshalleses foram escolhidos por não serem brancos e pelo seu status marginalizado nos EUA e no mundo.Um prospecto do Programa Castelo Bravo foi encontrado e exposto em 1994, mostrando que o escopo da operação já incluía a seção do Projeto 4.1, mostrando que o estudo dos efeitos radioativos foi algo premeditado pela AEC. O governo americano, porém, alegou que essa seção foi inclusa depois no documento, mas não usou nada para comprovar isso.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/11/11104203408067.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Em 1988, o governo marshalês formou um tribunal de reivindicações nucleares com financiamento americano para pagar indenizações às vítimas de radiação e àqueles que continuavam sofrendo com o pós-tratamento. Os EUA, no entanto, nunca financiaram adequadamente o tribunal e, em 2006, a verba simplesmente parou de entrar. Até então, o tribunal havia pago US$ 91,4 milhões a quase 2 mil feridos pelos testes, dois terços dos quais tinham doenças da tireoide.Atualmente, em média a cada dois dias, pacientes com câncer procuram o tribunal buscando subsídio para custear seu tratamento. Eles são orientados com palavras evasivas das únicas funcionárias restantes sobre o motivo de não poder ajudá-los.E 77 anos após o início dos testes nucleares e dos experimentos do Projeto 4.1, os EUA ainda não desclassificaram todas as informações sobre as atrocidades e as consequências de sua estadia de 12 anos nas Ilhas Marshall. Para piorar, esse povo ainda é mantido à margem e manipulado como se fossem os vilões, não as vítimas.</body>

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Projeto 4.1: EUA expuseram propositalmente humanos à radiação

Imagem de 7 métodos de tortura incomuns que você provavelmente não conhecia no megacurioso

Descubra os métodos de tortura surpreendentes e perturbadores que você nunca imaginaria

<head></head><body>A história da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127478-emparedamento-a-tortura-cruel-que-matava-pessoas-lentamente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tortura</a> é repleta de métodos perturbadores e criativos que têm como objetivo causar dor e sofrimento às vítimas. Enquanto alguns dispositivos são amplamente conhecidos, outros podem ser surpreendentes. Conheça 7 práticas que você não sabia que poderiam ser usadas para torturar pessoas.<h2>1. Música</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02201955540441.jpg" alt="Tortura musical">Tortura musicalQuem poderia imaginar que a música, uma forma de expressão artística e entretenimento, poderia ser usada como ferramenta de tortura, não é mesmo? Pois saiba que a tortura musical é uma prática psicológica que envolve o uso repetitivo e prolongado de música alta e perturbadora. Seu objetivo é causar desconforto extremo e stress mental para infligir sofrimento e angústia às vítimas.<h2>2. Privação de sono</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02202113280442.jpg" alt="Privação de sono">Privação de sonoA privação de sono é um método de tortura que persiste até os dias atuais em diversos contextos ao redor do mundo. Pode ser praticada usando música alta, barulho constante ou interrupções frequentes do sono. O método procura impedir que o indivíduo durma por longos períodos, causando graves impactos físicos e psicológicos.<h2>3. Esteiras</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02202335281443.jpg" alt="Esteira">EsteiraAs esteiras, atualmente associadas à atividade física e à saúde, tiveram um passado sombrio como instrumentos de tortura. Inventadas no século XIX como a "escada eterna", as esteiras obrigavam os prisioneiros a caminharem incessantemente, realizando trabalhos forçados enquanto enfrentavam fadiga extrema e ferimentos.<h2>4. Tortura branca</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02202525760444.jpg" alt="Tortura branca">Tortura brancaA "<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125064-como-o-quarto-branco-se-tornou-um-dos-piores-metodos-de-tortura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tortura branca</a>" é uma forma de tortura psicológica que envolve a privação sensorial extrema. Diferentemente de outros métodos que causam dor física direta, a tortura branca tem como objetivo principal causar sofrimento mental e psicológico através da privação de estímulos sensoriais básicos. Ela pode ser tão devastadora quanto outras formas de tortura, embora não cause danos físicos imediatos.As vítimas são mantidas em ambientes completamente isolados, onde não têm contato humano ou estimulação sensorial. Isso pode incluir a falta de luz, som, tato e outros estímulos sensoriais. O objetivo é quebrar a resistência mental das vítimas, levando-as a um estado de desespero, confusão e sofrimento extremo.<h2>5. Arte Moderna</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02202957526445.jpg" alt="Padrão abstrato">Padrão abstratoDurante a Guerra Civil Espanhola, a arte moderna foi transformada em uma forma de tortura. As celas das prisões foram projetadas com padrões abstratos, cores e layouts desconcertantes, causando desconforto e confusão nos prisioneiros. Essa forma de tortura psicotécnica usou a arte como uma ferramenta para minar a estabilidade mental das vítimas.<h2>6. Zersetzung</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02204006490446.jpg" alt="Disseminação de boatos fazia parte da Zersetzung">Disseminação de boatos fazia parte da ZersetzungA Stasi, a polícia secreta da Alemanha Oriental, usou uma tortura psicológica chamada Zersetzung. Essa técnica envolvia a disseminação de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125115-3-fofocas-que-arruinaram-a-vida-desses-nobres.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">boatos</a>, manipulação de documentos, danos pessoais e invasões de residências para desestabilizar a vida das vítimas e minar sua sanidade mental.<h2>7. Choques elétricos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02204607173447.jpg" alt="Escola dá choque em alunos com deficiência">Escola dá choque em alunos com deficiênciaEssa é uma forma de tortura muito utilizada, pois causa intensa dor às vítimas sem deixar muitas evidências físicas. Até aí nenhuma novidade, certo? O que torna esse método incomum é o fato de uma escola nos EUA ter usado choques elétricos como método de controle comportamental em alunos, muitos dos quais autistas ou com problemas emocionais e de desenvolvimento. Para isso, era utilizado um dispositivo que enviava choques elétricos às vítimas como punição.Esses exemplos ilustram a criatividade obscura por trás das práticas de tortura ao longo da história. Conhecer esses métodos perturbadores não apenas nos lembra das profundezas da crueldade humana, mas também ressalta a importância contínua da vigilância e da educação para garantir que tais atrocidades nunca mais ocorram em nossa sociedade.</body>

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7 métodos de tortura incomuns que você provavelmente não conhecia

Imagem de 5 objetos e atividades banidos ao redor do globo no megacurioso

Andar de salto alto na Grécia ou praticar corrida em um país da África são apenas algumas das coisas que você vai encontrar por aqui

<head></head><body>Cada país tem uma forma diferente de reger suas leis e normas, sempre visando proteger o bem-estar da população. Porém, em alguns casos encontramos proibições que são no mínimo esquisitas, seja pela sua natureza ou por estarem embasadas por motivos bem duvidosos.A seguir, vamos listar algumas coisas que são bem comuns para nós, brasileiros, mas estão longe da realidade de uma parte da população. Confira!<h2>1. Salto alto (Grécia)</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/01/01230502107003.jpg" alt="Salto alto é um tipo de calçado proibido em Atenas.">Salto alto é um tipo de calçado proibido em Atenas.Você pode se sentir linda e poderosa em um <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119762-6-mitos-e-verdades-sobre-o-efeito-do-salto-alto-no-corpo-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">salto alto</a>, mas terá que deixar esse tipo de calçado em casa (ou no hotel) se quiser visitar a cidade de Atenas, na Grécia.Desde 2009, a cidade proibiu qualquer visitante de transitar pelo país utilizando salto alto, o que vale tanto para passeios quanto para participar de concertos e eventos ao vivo calçando algo do gênero.Ao menos por lá essa proibição tem um fundamento: o governo teme que esse tipo de solado possa danificar as estruturas de construções antigas ou até mesmo causar algum problema, já que áreas históricas contam com pedras escorregadias. Entretanto, eles ainda são bonzinhos caso peguem uma mulher usando algo do gênero, pois vão apenas pedir para retirar o salto alto ou voltar depois com um calçado apropriado.<h2>2. Peixe-dourado em aquário (Roma)</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/01/01230654018004.jpg" alt="Ter um peixe-dourado em aquário pode ser uma dor de cabeça em Roma.">Ter um peixe-dourado em aquário pode ser uma dor de cabeça em Roma.Para quem gosta de peixe, é bom pensar duas vezes caso queira ter um peixe-dourado em um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127437-peixe-de-aquario-mais-velho-do-mundo-pode-ter-mais-de-100-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aquário</a> na cidade de Roma, na Itália. Por lá,&nbsp;desde 2005 é proibido manter um animal do gênero dessa forma, já que as autoridades locais descrevem esse ato como cruel e insustentável para o bem-estar do bichinho.Essa proibição tem como base alguns alertas feitos por especialistas em peixes e ativistas de direitos animais, alertando que aquários podem trazer diversos problemas para o peixe-dourado, incluindo o fato de ele ficar cego ou não ter o oxigênio necessário para viver.<h2>3. Praticar corrida (Burundi)</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/01/01230915042006.jpg" alt="Corra na direção de um grande problema se praticar esse esporte em Burundi.">Corra na direção de um grande problema se praticar esse esporte em Burundi.Burundi, na África, pode ser um problema para pessoas que gostam de <a href="https://www.megacurioso.com.br/esportes/70188-5-coisas-que-acontecem-com-o-seu-corpo-durante-uma-maratona.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">praticar corrida</a>,&nbsp;já que essa é uma prática proibida desde março de 2014.A motivação para isso surgiu depois que Pierre Nkurunziza, presidente do país, decidiu banir a prática esportiva alegando que ela poderia ser uma forma de organizar protestos contra o seu governo. Se alguém é pego por lá correndo, mesmo que sozinho, pode receber penas que incluem até mesmo prisão.<h2>4. Andadores (Canadá)</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/01/01231056047007.jpg" alt="Canadá tem penas severas para pais que usam andadores com seus filhos.">Canadá tem penas severas para pais que usam andadores com seus filhos.Tem se tornado cada vez mais comuns pediatras e fisioterapeutas indicarem que os pais evitem o máximo possível colocar suas crianças em andadores, e o Canadá foi o primeiro país no mundo a banir o acessório, seja para venda no país ou importação.A proibição de andadores no Canadá tem relação com alguns estudos indicando que o acessório pode causar acidentes e até mesmo ferimentos como concussões e fraturas.&nbsp;Caso alguém seja pego vendendo algo do gênero por lá, pode pagar uma multa que pode chegar a 100 mil dólares canadenses (algo em torno de R$ 371 mil).<h2>5. Lip Sync (Turcomenistão)</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/01/01231217213008.jpg" alt="Imitar um cantor ou cantora é algo proibido no Turcomenistão.">Imitar um cantor ou cantora é algo proibido no Turcomenistão.Cantar é uma prática que alegra qualquer pessoa, mas nem todos se sentem confortáveis de soltar sua voz por aí e acabam se divertindo com o lip sync (mexer a boca imitando os sons da letra da música), mas é bom tomar cuidado com isso caso esteja no Turcomenistão.Segundo Saparmurat Niyazov, presidente do país, a prática foi banida por ele acreditar que isso poderia, de alguma forma, diminuir a prática musical e o desenvolvimento dessa arte no país. Ou seja, se você estiver em algum evento por lá, é melhor deixar a voz de taquara rachada sair da gargante a fazer mímica labial ao mesmo tempo que o cantor.</body>

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5 objetos e atividades banidos ao redor do globo

Imagem de Exorcismo de Tanacu: quando a política influenciou na tortura de uma freira no megacurioso

O crime cometido pelo padre Daniel Corogeanu foi também um reflexo do passado sociopolítico de repressão religiosa da Romênia

H&aacute; uma aura pulsante de mist&eacute;rio, misticismo, supersti&ccedil;&atilde;o e obscuridade ao redor da Rom&ecirc;nia. Lar de lendas e hist&oacute;rias emblem&aacute;ticas, como a dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122127-teratofilia-a-estranha-obsessao-sexual-por-criaturas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vampiros</a>, famosa por sua associa&ccedil;&atilde;o com o Dr&aacute;cula, de Bram Stoker, o pa&iacute;s sustenta tamb&eacute;m uma influente tradi&ccedil;&atilde;o folcl&oacute;rica relacionada ao sobrenatural que estende suas ra&iacute;zes para todos os aspectos da sociedade.
Devido &agrave; sua forte rela&ccedil;&atilde;o com cren&ccedil;as e tradi&ccedil;&otilde;es religiosas, a Rom&ecirc;nia, mais at&eacute; do que muitos outros pa&iacute;ses, possui um la&ccedil;o muito estreito com exorcismos. A pr&aacute;tica est&aacute; associada &agrave; Igreja Cat&oacute;lica, mas tamb&eacute;m &eacute; presente em diversas outras religi&otilde;es, como as de matrizes africanas e judaicas, e envolve a desobsess&atilde;o de uma pessoa possu&iacute;da por entidades malignas ou demon&iacute;acas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/03/03144714663237.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O exorcismo &eacute; muito mais conhecido na vertente cat&oacute;lica, disseminado em livros e filmes ao longo das d&eacute;cadas, e envolve um processo rigoroso que inclui a avalia&ccedil;&atilde;o de um cl&eacute;rigo treinado e a autoriza&ccedil;&atilde;o de uma entidade eclesi&aacute;stica, seguindo as normas impostas diretamente pelo Vaticano.
Em 2005, no cora&ccedil;&atilde;o de um convento ortodoxo no nordeste da Rom&ecirc;nia, aconteceu o famoso exorcismo de Tanacu, em que uma freira com esquizofrenia foi torturada, uma atrocidade que exp&ocirc;s mais que a rela&ccedil;&atilde;o problem&aacute;tica da Igreja com a sa&uacute;de mental, mas tamb&eacute;m do passado sociopol&iacute;tico de repress&atilde;o religiosa da Rom&ecirc;nia.
<h2>As vozes de Cornici</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/03/03144759470238.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Quase nada se sabe sobre quem exatamente foi Irina Cornici. Nascida em algum momento de 1989, ela fazia parte de uma fam&iacute;lia financeiramente bem estruturada, mas ap&oacute;s o suic&iacute;dio dos pais, ela e o irm&atilde;o acabaram em um orfanato. Aos 19 anos, Cornici come&ccedil;ou a trabalhar como bab&aacute; na Alemanha at&eacute; que foi convencida por uma amiga que havia se tornado freira no mosteiro da Igreja Ortodoxa Romena de Tanacu, no condado de Vaslui, a fazer os votos e se tornar uma tamb&eacute;m.
Portanto, em janeiro de 2005, aos 23 anos, a jovem se mudou para o mosteiro para dar in&iacute;cio &agrave; sua vida dedicada a Deus. Naquele mesmo m&ecirc;s, Cornici come&ccedil;ou a rir durante as missas. De maneira incontrol&aacute;vel, ela tamb&eacute;m zombava e falava sozinha constantemente. Em abril, seu estado piorou a ponto de um m&eacute;dico ser chamado ao mosteiro para avali&aacute;-la.
"Ela pensava que o diabo estava falando com ela e disse que ela era uma pessoa pecadora", relatou Gheorghe Silvestrovici, o m&eacute;dico e psiquiatra que a tratou, em entrevista &agrave; NBC News. "&Eacute; um sintoma de esquizofrenia e ela provavelmente estava tendo seu primeiro epis&oacute;dio."
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/03/03144944390239.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Cornici foi encaminhada a um hospital psiqui&aacute;trico pr&oacute;ximo, onde permaneceu em tratamento por duas semanas. Apesar disso, a comunidade no mosteiro seguiu avessa &agrave; possibilidade de Cornici sofrer de alguma doen&ccedil;a mental e as inven&ccedil;&otilde;es fantasiosas apenas pioraram seu caso. A amiga mais pr&oacute;xima da jovem afirmou que "Satan&aacute;s" havia conversado com ela antes de tomar seu corpo.
Quando Cornici voltou ao mosteiro, em 20 de abril, o padre Daniel Petre Corogeanu e as freiras j&aacute; haviam decidido que a jovem seria submetida a um exorcismo. Com isso, a fim de cont&ecirc;-la de movimentos violentos e bruscos, eles a algemaram de bra&ccedil;os abertos a uma cruz de madeira e a ungiram com &aacute;gua-benta. Antes de se ajoelharem &agrave; frente dela para orarem, para que seu esp&iacute;rito fosse liberto do poder maligno, eles a amorda&ccedil;aram para impedi-la de ca&ccedil;oar e amaldi&ccedil;oar.
A jovem foi mantida assim por tr&ecirc;s dias at&eacute; que seus protestos pararam e o padre determinou que ela estava "curada". Eles a desceram da cruz e a colocaram em um quarto, onde recebeu p&atilde;o e ch&aacute;.
Cornici desmaiou logo ap&oacute;s comer e as freiras n&atilde;o conseguiram acord&aacute;-la. Uma ambul&acirc;ncia foi chamada e a jovem recebeu seis doses de adrenalina para seu pulso fraco, mas, antes de chegar ao hospital, j&aacute; estava morta.
<h2>Uma na&ccedil;&atilde;o em choque</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/03/03145419219240.jpg" alt="(Fonte: Cinex/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Cinex/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A pol&iacute;cia foi acionada pelos m&eacute;dicos do hospital ao perceberem as marcas nos punhos e tornozelos de Cornici. Al&eacute;m disso, a aut&oacute;psia afirmou que a jovem morreu de desidrata&ccedil;&atilde;o, exaust&atilde;o e falta de oxig&ecirc;nio.
Acusados de homic&iacute;dio qualificado, o padre e as freiras foram submetidos a um interrogat&oacute;rio que durou 11 horas. A um jornal romeno, Corogeanu ainda afirmou que &ldquo;voc&ecirc; n&atilde;o pode tirar o Diabo das pessoas com rem&eacute;dios&rdquo; e que, portanto, um exorcismo se faz necess&aacute;rio.&nbsp;
A irm&atilde; Nicoleta Arcalianu, que tamb&eacute;m foi indiciada, afirmou que Cornici sabia que estava possu&iacute;da por esp&iacute;ritos malignos porque estava "implorando para que a amarr&aacute;ssemos e a ajud&aacute;ssemos".
A na&ccedil;&atilde;o romena ficou chocada com o caso, que dominou a m&iacute;dia do pa&iacute;s, com um jornal chegando a declarar em sua primeira p&aacute;gina: &ldquo;A Rom&ecirc;nia na Idade M&eacute;dia&rdquo;. Muitas pessoas, sobretudo jovens das &aacute;reas rurais, puderam se relacionar com a hist&oacute;ria de vida de Cornici. A cria&ccedil;&atilde;o em orfanatos, depois a mudan&ccedil;a para mosteiros e conventos ortodoxos em busca de ajuda espiritual ou comida e abrigo sempre foi a cr&ocirc;nica mais antiga da Rom&ecirc;nia. N&atilde;o &eacute; para menos que a Igreja &eacute; a institui&ccedil;&atilde;o considerada a mais confi&aacute;vel pelos habitantes do pa&iacute;s.
<h2>O problema do pa&iacute;s</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/03/03145623846244.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Mas a morte de Irina Cornici foi muito mais do que uma quest&atilde;o de f&eacute; equivocada &mdash; &eacute; um reflexo sombrio do crescimento explosivo da influ&ecirc;ncia da Igreja desde o fim do governo de extrema-esquerda do l&iacute;der Nicolae Ceausescu.
Por longos 15 anos, a religi&atilde;o foi controlada pelo Estado como parte das pol&iacute;ticas autorit&aacute;rias e repressivas do governo, inclusive a Igreja Ortodoxa que, apesar de ter assumido uma posi&ccedil;&atilde;o privilegiada durante o regime, serviu como instrumento de controle estatal. Ou seja, as autoridades religiosas eram monitoradas pelo governo e at&eacute; coagidas a cooperar com o regime para "passar a mensagem adiante".
Sendo assim, os crist&atilde;os romenos, no geral, enfrentaram v&aacute;rios tipos de persegui&ccedil;&atilde;o e repress&atilde;o pelo regime de Ceausescu, como restri&ccedil;&otilde;es &agrave; pr&aacute;tica religiosa, fechamento de igrejas e pris&atilde;o a quem se opunha ao regime.
Quando a Revolu&ccedil;&atilde;o Romena de dezembro de 1989 derrubou o governo, o pa&iacute;s experimentou uma onda de hipervaloriza&ccedil;&atilde;o da religiosidade como resposta a anos de repress&atilde;o. N&atilde;o &eacute; para menos que a liberdade religiosa hoje &eacute; protegida pela Constitui&ccedil;&atilde;o, e os crist&atilde;os, assim como outros tipos de religiosos, podem professar e praticar sua f&eacute; livremente.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/03/03145710068245.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O que aconteceu &eacute; que a Rom&ecirc;nia sofreu do mesmo problema que algumas regi&otilde;es que estavam sob influ&ecirc;ncia da Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica &mdash; um "descontrole" do clero, que permitiu que algumas institui&ccedil;&otilde;es, como o mosteiro de Tanacu, ficassem &agrave; merc&ecirc; de pessoas despreparadas como o padre Corogeanu. Al&eacute;m disso, com muitas igrejas sendo constru&iacute;das, houve uma esp&eacute;cie de competi&ccedil;&atilde;o que saiu do controle. As autoridades religiosas j&aacute; n&atilde;o conseguiam mais mapear o que estava acontecendo.
Segundo Dan Ciachir, especialista em Igreja Ortodoxa Romena, a press&atilde;o da demanda significa que qualquer pessoa pode se tornar padre. &ldquo;N&atilde;o h&aacute; mais sele&ccedil;&atilde;o. A quantidade substitui a qualidade&rdquo;, disse ele ao&nbsp;The New York Times.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/05/05143000794215.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O padre Corogeanu foi um exemplo disso. Dez anos antes do crime, ele era apenas um jogador de futebol em Vaslui, sua cidade natal, que n&atilde;o seguiu na carreira porque n&atilde;o conseguiu ser aceito na Universidade de Bucareste. Sendo assim, optou por estudos religiosos na Universidade de Iasi e, um ano depois, foi recrutado por um empres&aacute;rio para construir um mosteiro nas colinas perto da cidade. Logo em seguida, ele foi ordenado pelo bispo local e acabou assumindo a administra&ccedil;&atilde;o do mosteiro.
Em 2007, Corogeanu foi condenado a 14 anos de pris&atilde;o, enquanto as quatro freiras receberam senten&ccedil;as entre 5 e 8 anos de encarceramento.
E, apesar de tudo, para muitas pessoas, a pris&atilde;o dessas figuras religiosas segue sendo uma injusti&ccedil;a, porque muitos acreditam que Cornici estava realmente possu&iacute;da por algo maligno.

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Exorcismo de Tanacu: quando a política influenciou na tortura de uma freira

Imagem de 4 leis antigas que ainda vigoram — e que você pode estar desrespeitando  no megacurioso

Leis da década de 1940 ainda fazem parte do nosso Código Penal e, tecnicamente, podem levar o sujeito à cadeia 

<head></head><body>Algumas pessoas dizem que o Brasil é uma terra sem lei. Isso não é verdade. Nosso país tem muitas leis. São mais de 34 mil que regem as nossas vidas — só o nosso Código Penal tem cerca de mil crimes.Aliás, alguns desses crimes você nem conhece — e outros você provavelmente até já cometeu. Selecionamos algumas atitudes criminosas, segundo o Código Penal, que você não sabia que eram crimes.<h2>1. Fabricar açúcar em casa</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/03/03114825448096.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Você certamente já sabia que a produção e o comércio de cocaína são proibidos. Mas a produção, comércio e transporte de outro pó branco, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122212-mascavo-demerara-ou-cristal-6-tipos-de-acucar-e-suas-diferencas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o açúcar</a>, também estão sob uma legislação intensa.Trata-se de uma regra imposta no Regime Militar pelo presidente Castelo Branco. A Lei 16/1966 proíbe a produção clandestina, o armazenamento, o transporte e a venda de açúcar acima da cota anual estabelecida no Plano Safra. A mesma proibição vale para o etanol de cana-de-açúcar.A pena para quem desobedecer essa regra é de seis meses a dois anos de detenção. O objetivo da lei, segundo seu texto, é proteger a indústria açucareira, o consumidor e a sociedade.Em relação à produção, armazenagem e transporte de etanol, a proibição até faz sentido, uma vez que se trata de um produto altamente inflamável — e você não vai querer um vizinho que produza álcool — mas em relação ao açúcar, não. Talvez naquela época as pessoas tivessem o hábito de produzir açúcar, mas hoje essa proibição parece não ser necessária, não é mesmo?.<h2>2. Produzir conteúdo obsceno</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/03/03114857456097.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)No capítulo VI do nosso Código Penal existem dois artigos que tratam sobre o “ultraje público ao pudor”. O artigo 233 é muito claro e atual. Ele proíbe a prática de ato obsceno em locais públicos. Nesse caso, o indivíduo pode ser multado ou até preso. A pena é de três meses a um ano.Contudo, o artigo 234 parece não assustar os brasileiros, que talvez não o conheçam. Segundo esse artigo, a produção e distribuição de conteúdo considerado obsceno, com práticas sexuais, por exemplo, não poderia ser realizado.<h2>3. Apresentar-se embriagado</h2>Essa situação não caracteriza um crime, mas uma contravenção, cuja gravidade é considerada menor. Mas o fato é que uma pessoa bêbeda, que coloque em risco a sua própria vida ou a de outros, ou que escandalize a sociedade devido ao estado de embriaguez, pode ser detida por até 90 dias ou pagar uma multa, segundo o artigo 62 do Código Penal.Isso significa que um <a href="https://www.megacurioso.com.br/papo-de-bar/102801-estudo-prova-que-o-que-fazemos-bebados-tem-a-ver-com-nosso-lado-sobrio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bêbado, que esteja causando transtorno</a> em um local, incomodando as pessoas, sendo grosseiro ou agressivo, está cometendo uma contravenção e pode acabar tendo que curar a ressaca em uma delegacia. &nbsp;A questão é: você já viu alguém ser detido por isso?<h2>4. Recusar-se a receber pagamento em moeda corrente</h2>Essa contravenção também não faz muito sentido hoje, porque os brasileiros não costumam fazer compras dentro do país que não sejam em reais. Mas caso você queira comprar algo e o vendedor pedir dólares, euros ou até bitcoins como moeda de pagamento, recusando-se a receber em reais, saiba que ele está infringindo o Código Penal.A lei afirma de forma clara que, nesses casos, ele terá que pagar uma multa de 200 mil réis — sim, a multa que pune o cidadão por não usar a moeda corrente ainda é textualmente cobrada (artigo 43) em uma moeda antiga, do ano de sua publicação.</body>

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4 leis antigas que ainda vigoram — e que você pode estar desrespeitando 

Imagem de 5 casos judiciais bizarros envolvendo 'seres sobrenaturais' no megacurioso

Conheça mais sobre alguns casos tratados em tribunais que estiveram relacionados a fantasmas, deuses e seres bem duvidosos

<head></head><body>Você pode até mesmo achar que a justiça brasileira não pode ser levada a sério, mas a realidade é que o sistema judiciário nem sempre é completamente coerente no mundo inteiro. Inclusive, em diversas ocasiões, tribunais ao redor do mundo já lidaram com casos bizarríssimos envolvendo fantasmas, demônios, deuses ou outros seres inimagináveis.Embora seres sobrenaturais façam parte da crença de boa parte da população, é curioso pensar que casos desse tipo já foram tratados como casos reais por um júri, não é mesmo? Para você entender mais sobre o que estamos falando, veja só a lista que nós separamos com cinco casos bizarríssimos envolvendo "seres sobrenaturais" que foram parar na justiça!<h2>1. Betty Penrose</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/25/25215459472004.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Quando a casa de Betty Penrose, uma cidadã qualquer do Arizona, nos Estados Unidos, foi atingida por um raio e foi incendiada, a primeira reação dela foi culpar apenas uma pessoa: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127126-pessoas-que-creem-em-deus-confiam-mais-em-inteligencias-artificiais-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Deus</a>. Com a ajuda de uma equipe de advogados, Penrose abriu um caso contra o "todo-poderoso" na Califórnia em 1969.Em sua queixa, a mulher pedia US$ 100 mil de indenização ao alegar que Deus controlava a "operação do universo, incluindo o clima no estado do Arizona". Penrose até saiu vitoriosa do julgamento, mas não a transferência foi considerada "inválida" pelo falo de Deus não possuir propriedades e, por isso, não poder ser processado.<h2>2. Pavel Mircea</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/25/25215517733007.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Pavel Mircea, um homem da Romênia, cumpria uma pena de 20 anos de prisão por homicídio, quando passou a alegar que os seus crimes eram na verdade obra de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118334-5-fatos-sobre-satanas-que-voce-provavelmente-nao-sabia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Satanás</a>. Então, o prisioneiro passou a mover um processo judicial contra Deus por não tê-lo protegido da influência de seu arquirrival.&nbsp;Segundo Mircea, Deus teria ficado feliz em aceitar suas orações e ofertas quando ele foi batizado no passado, mas não entregou qualquer benefício ao longo de sua vida e, portanto, violou um contrato cristão. Os esforços do prisioneiro acabaram sendo em vão e o caso foi arquivado porque Deus não era um cidadão ou empresa na jurisdição romena.&nbsp;<h2>3. Sra. Burchill</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/25/25215548019009.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Em 1919, um homem de sobrenome Hermameyer foi informado pela sra. Burchill que havia uma fortuna em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127414-voce-sabe-de-onde-vem-o-petroleo.htm#:~:text=Como%20%C3%A9%20formado%20o%20petr%C3%B3leo%3F&amp;text=A%20teoria%20mais%20aceita%20acerca,leito%20de%20mares%20e%20lagos." rel="noopener noreferrer" target="_blank">petróleo</a> em sua propriedade. Tudo o que ele precisava fazer para obter parte desse dinheiro era investir na empresa petrolífera dela — o que ele fez oferecendo a quantia de US$ 10 mil.E como ele tinha tanta fé na descoberta? A sra. Burchill foi informada sobre o petróleo por um médium que aprendeu sobre isso por meio de um espírito. Quando Hermameyer descobriu que não existia petróleo algum, ele passou a processar o espírito mentiroso na esperança de recuperar seu investimento. O tribunal logicamente não concordou com a alegação e declarou que o homem não foi vítima de um golpe, mas seguiu uma crença irreal.<h2>4. Assassinato fantasma de Hammersmith</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/25/25215619850013.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Em 1804, passaram a surgir relatos de que um espírito estava atacando pessoas na área de Hammersmith, em Londres. Dizia-se que era um homem alto vestido de branco, o que fez com que gangues se reunissem para procurar o fantasma nas ruas. Quando Francis Smith encontrou o espírito vigarista, decidiu usar um revólver para atirar nele.A bala atingiu o suposto fantasma na mandíbula, que caiu no chão. Posteriormente, ficou claro que o fantasma não se passava de um pedreiro chamado Thomas Millwood vestindo uma roupa branca característica de sua profissão. Smith foi levado a julgamento por assassinato e os rumores de fantasma certamente não o inocentaram.<h2>5. Gerald Mayo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/25/25215640283015.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Em 1971, um prisioneiro da Pensilvânia, nos EUA, chamado Gerald Mayo apresentou um processo contra o Diabo. De acordo com o processo, o Satanás estava na raiz de todos os problemas de Mayo, causando miséria e colocando obstáculos em seu caminho que o fizeram se tornar um criminoso.O juiz do caso foi forçado a negar a moção do prisioneiro por vários motivos. Não existia qualquer prova de que o ser sobrenatural vivia no distrito e também não seria possível entregar uma intimação ao tribunal para Satanás. Logo, Mayo seguiu sua vida carceraria normalmente.&nbsp;</body>

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5 casos judiciais bizarros envolvendo 'seres sobrenaturais'

Imagem de Emparedamento: a tortura cruel que matava pessoas lentamente no megacurioso

Entenda por que este tipo de tortura que prolonga a vida do condenado era usado

<head></head><body>Se você tem claustrofobia, é melhor parar de ler agora! Vamos falar sobre o emparedamento, uma das técnicas mais cruéis de tortura que já existiram e que, mesmo assim, foi usada em vários contextos históricos.Um dos medos mais comuns do ser humano (e que mais causam pesadelos) é o de ser <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112615-ser-enterrado-vivo-entenda-como-isso-pode-ser-possivel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">enterrado vivo</a>. O emparedamento é quase isso, mas talvez seja ainda pior: em vez de o torturado morrer asfixiado rapidamente, algumas estratégias eram usadas para prolongar o sofrimento do condenado.Como o nome já diz, o emparedamento consiste em fechar uma pessoa em um espaço delimitado sem saída. Mas, ao contrário do que possa parecer, o termo é não é utilizado apenas para paredes, podendo a tortura ser realizada em caixões, criptas, cavernas ou celas. Vários relatos sobre este tipo de prática foram verificados ao longo da história, alguns com maior grau de veracidade, outros no território das lendas.<h2>Emparedamento na Roma Antiga</h2>Um dos casos mais antigos de emparedamento é da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/126798-5-misterios-nao-desvendados-sobre-a-roma-antiga.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Roma Antiga</a>. No templo da deusa Vesta, existia um grupo de sacerdotes conhecidas como Virgens Vestais cuja função era manter o fogo do templo sempre acesso. Elas eram separadas ainda crianças para o sacerdócio, que deveriam cumprir por pelo menos 30 anos. Neste tempo, deveriam se manter celibatárias — quebrar essa norma era um desrespeito à deusa e à sociedade romana.As Vestais que não cumpriam funções, que quebravam o celibato ou outras normas, eram condenadas à morte por emparedamento. Neste caso elas eram levadas a uma pequena cela com um assento e um pouco de comida e bebida, o que prolongava a vida e a tortura. Em mil anos de existência da ordem, apenas 10 vestais foram condenadas a esta tortura.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: WikimediaCommons/Reprodução)&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cornelia,_the_Vestal_Virgin,_entombed_alive_surrounded_by_bo_Wellcome_V0041753.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/22041311299001.jpg" alt="Emparedamento de uma Vestal. (Fonte: WikimediaCommons/Reprodução)">Emparedamento de uma Vestal. (Fonte: WikimediaCommons/Reprodução)<h2>Idade Média e tempos modernos</h2>Relatos de emparedamento sobreviveram à chegada do cristianismo. A prática existia em conventos tanto para padres quanto feiras que quebravam votos ou que apresentavam ideias heréticas, mas também como um sacrifício voluntário em busca de iluminação. Nesses casos, os emparedados recebiam pequenas doses de comida e bebida, e em alguns casos, a punição era por tempo determinado.A prática também alcançou tempos assustadoramente mais modernos. No Império Persa, há relatos desde o século XVII sobre ladrões que eram presos em pequenas caixas com a mão algemada e a cabeça para o lado de fora. Isto fazia com que eles fossem lentamente atacados por abutres, além de ficarem expostos às intempéries climáticas. O emparedamento foi mantido até o <a href="https://www.megacurioso.com.br/fotografia/101877-esta-fotografia-mostra-um-metodo-de-castigo-incrivelmente-doloroso-e-cruel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">início do século XX na Mongólia</a> e em partes do que hoje é o Irã.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/22041431627002.jpg" alt="Caixão usado para emparedamento na Mongólia. (Fonte:WikimediaCommons/Reprodução)">Caixão usado para emparedamento na Mongólia. (Fonte:WikimediaCommons/Reprodução)Outro uso de emparedamento ao longo da história era o de sacrifícios humanos para a boa sorte de uma construção. Existem evidências que durante a Idade Média, em algumas partes da Europa, emparedava-se uma pessoa para que a construção de uma ponte ou castelo fosse bem-sucedida. Há relatos do século XVIII de um esqueleto de criança encontrado emparedado em uma ponte que veio a ser demolida. Na Escócia, esqueletos foram encontrados dentro de paredes de igrejas.E não eram só os humanos que corriam o risco dessa vil tortura: lendas do folclore alemão, eslavo e dinamarquês falam sobre o emparedamento de animais, como cavalos, cordeiros, porcos, galinhas e até cachorros, como formas de sacrifício.</body>

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