Alta densidade e baixo custo fazem do urânio empobrecido munição ideal – mas com altos riscos.

O uso do urânio empobrecido (DU, na sigla em inglês) em munições levanta uma questão intrigante: o que leva governos a utilizarem esse material em armas e, ao mesmo tempo, a enfrentar o debate em torno dos riscos que ele representa? Esse subproduto da indústria nuclear, apesar de ser menos radioativo do que o urânio natural, possui uma combinação de características que fazem dele uma poderosa ferramenta bélica – ainda que controversa.&nbsp;Graças à sua densidade e às suas propriedades físicas únicas, o DU é ideal para projéteis usados para perfurar blindagens. Entretanto, seu uso tem causado preocupações, especialmente em regiões onde foi amplamente utilizado em guerras passadas, levando a questionamentos sobre os riscos ambientais e de saúde associados.<h2 style="text-align:justify;">Poder bélico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/28/28210211467004.jpg" alt="O urânio empobrecido foi utilizado na Guerra do Golfo, principalmente contra tanques. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O urânio empobrecido foi utilizado na Guerra do Golfo, principalmente contra tanques. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Mas o que exatamente torna o urânio empobrecido tão interessante para munições? Uma de suas principais vantagens é sua densidade, cerca de 1,7 vez maior que a do chumbo. Isso significa que projéteis de DU conseguem concentrar mais energia em uma área reduzida, aumentando a capacidade de penetração contra veículos blindados, como tanques.&nbsp;Além disso, esses projéteis se autoafiam ao impacto, ao contrário de metais que se achatam ou se fragmentam. Esse efeito, somado à alta velocidade com que são lançados, permite que atravessem camadas de blindagem, o que seria mais difícil com projéteis de metais menos densos.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/39011-6-ataques-quimicos-que-os-eua-se-negam-a-comentar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">6 ataques químicos que os EUA se negam a comentar</a></li></ul>Cabe também lembrar que o urânio empobrecido é pirofórico, o que significa que ele se inflama ao entrar em contato com o ar, causando chamas intensas dentro dos veículos atingidos. Tudo isso contribui para o potencial destrutivo dessas munições, tornando-as uma escolha comum em situações de combate moderno.<h3 style="text-align:justify;">Possíveis danos à saúde</h3>No entanto, a ampla utilização do DU em conflitos, especialmente na Guerra do Golfo e na Guerra do Iraque, suscitou preocupações quanto ao impacto de longo prazo desse material. Ao penetrar na blindagem de um tanque, por exemplo, o urânio se fragmenta em partículas finas que se espalham pelo ambiente e podem ser inaladas ou ingeridas por pessoas próximas.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-a-guerra-afeta-o-meio-ambiente" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como a guerra afeta o meio ambiente?</a></li></ul>Estudos mostram que a exposição ao urânio empobrecido no organismo pode causar danos renais e nervosos, além de aumentar o risco de câncer. Em áreas de conflito como Fallujah, no Iraque, foram observados mais casos de doenças crônicas, defeitos congênitos e câncer, levantando debates sobre a responsabilidade e os possíveis danos do uso desse subproduto do urânio.<h2 style="text-align:justify;">EUA defende a utilização</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/28/28210637118006.jpg" alt="Será que os soldados são mais sujeitos a doenças pelo contato com o urânio empobrecido? (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Será que os soldados são mais sujeitos a doenças pelo contato com o urânio empobrecido? (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Contudo, é importante notar que a radioatividade desse material é relativamente baixa. Embora seja tóxico e potencialmente cancerígeno, a maioria dos estudos de longo prazo em áreas de conflito e em veteranos expostos ao DU não conseguiu estabelecer uma relação direta e conclusiva entre a exposição ao material e o aumento de doenças.&nbsp;Estudos indicam que a contaminação em soldados dos Bálcãs e civis locais é geralmente baixa, sem efeitos de saúde claros. O Departamento de Defesa dos EUA defende o uso de DU, afirmando que ele atende normas de desempenho, não viola leis internacionais e é destinado a destruir veículos blindados por força cinética, não como arma química.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119011-as-tropas-britanicas-sofreram-com-as-ists-na-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">As tropas britânicas sofreram com as ISTs na Primeira Guerra Mundial</a></li></ul>Sem consenso sobre os efeitos de longo prazo, muitos países têm evitado o uso de projéteis de urânio empobrecido, preferindo alternativas mais seguras. O Reino Unido, por exemplo, investe em projéteis de tungstênio, um metal denso eficaz contra blindagens e com menores riscos ambientais e toxicológicos.Essa transição indica um movimento para reduzir os impactos potenciais do DU em zonas de guerra, à medida que preocupações com o meio ambiente e a saúde das populações locais se tornam mais centrais nas estratégias militares.

large_uranio-empobrecido-potencia-belica-ou-perigo-silencioso-thumb.png

medium_uranio-empobrecido-potencia-belica-ou-perigo-silencioso-thumb.png

small_uranio-empobrecido-potencia-belica-ou-perigo-silencioso-thumb.png

thumbnail_uranio-empobrecido-potencia-belica-ou-perigo-silencioso-thumb.png

uranio-empobrecido-potencia-belica-ou-perigo-silencioso-thumb.png

Urânio empobrecido: potência bélica ou perigo silencioso?

Parece mentira, mas a física explica: quanto mais rápido você correr na chuva, menos molhado você fica — só cuidado para não escorregar!

Todo mundo já passou por isso: a chuva começa do nada e, claro, o guarda-chuva ficou em casa. Se é uma garoa ou um pé d'água, a primeira reação é correr. Afinal, quanto menos tempo na chuva, menos molhado, certo? Mas será que isso é mesmo verdade? Vamos deixar a física responder essa questão!A ideia de que correr pode diminuir a molhadeira é bem intuitiva. Quanto mais rápido você se mover, menos tempo vai passar debaixo da chuva. Só que, por outro lado, parece que você também estaria se jogando contra mais gotas, o que faria você se molhar mais. E agora, correr ajuda ou atrapalha? Cientistas decidiram colocar essa dúvida em números e provar que sim, quanto mais rápido você for, menos encharcado você vai ficar. Mas, como sempre, tem alguns detalhes para considerar.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128588-virga-o-fenomeno-da-chuva-fantasma-que-desaparece-antes-de-tocar-o-solo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Virga: o fenômeno da 'chuva fantasma' que desaparece antes de tocar o solo</a></li></ul><h2>Quanto mais rápido, menos encharcado?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/24/24183642067334.jpg" alt="Quanto mais rápido você corre na chuva, menos tempo seu corpo fica exposto às gotas, mesmo que colida com mais delas. A ciência está do seu lado! (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Quanto mais rápido você corre na chuva, menos tempo seu corpo fica exposto às gotas, mesmo que colida com mais delas. A ciência está do seu lado! (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Para entender como isso funciona, pense no corpo humano como uma combinação de superfícies horizontais — como a cabeça e os ombros —, e verticais — o peito, por exemplo. Quando a pessoa começa a andar, o corpo enfrenta gotas de chuva que caem em ângulo, dependendo da velocidade do movimento. Ou seja, ao andar mais rápido, você acaba colidindo com mais gotas por segundo. Porém, como está gastando menos tempo na chuva, a exposição total diminui.<ul><li style="text-align:justify;">Conheça também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124982-olha-a-chuva-onde-os-passaros-vao-durante-uma-tempestade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Olha a chuva! Onde os pássaros vão durante uma tempestade?</a></li></ul>O interessante é que, mesmo que você "esbarre" em mais gotas ao andar rápido, o fato de passar menos tempo exposto à chuva compensa. E assim, você se molha menos. Já nas superfícies horizontais, o impacto das gotas de chuva não muda, independentemente da velocidade. O truque está nas superfícies verticais: quanto mais você corre, menos tempo elas ficam expostas à chuva.No final das contas, o melhor mesmo é dar uma acelerada. Deixar o passo lento de lado e correr pode garantir menos água acumulada nas suas roupas. Então, na próxima vez que a chuva pegar você de surpresa, não fique parado — corra que a ciência está do seu lado.&nbsp;<h2>O que dizem os números</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/24/24183843199341.jpg" alt="A física garante: Para os fãs de física: quanto mais rápido você corre, menos tempo fica na chuva e menos água você encontra. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Para os fãs de física: quanto mais rápido você corre, menos tempo fica na chuva e menos água você encontra. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Se você gosta de um raciocínio mais técnico, a física tem uma fórmula para isso. A quantidade de água que você enfrenta ao se mover pela chuva depende da densidade das gotas e da velocidade com que elas caem. E, claro, do seu próprio ritmo. Quanto mais rápido você se move, mais gotas você encontra, mas também menos tempo fica na chuva. A matemática diz que a quantidade total de água que você vai "encontrar" é menor quanto mais rápido você for.O resumo é simples: ao correr, você minimiza a água que cai nos ombros e no topo da cabeça, e a que cai nas áreas verticais fica equilibrada com o tempo que você ganha ao correr. Mas lembre-se, correr inclinado pode aumentar a área do corpo exposta, então a solução é correr rápido o suficiente para compensar essa inclinação.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127816-por-que-da-azar-abrir-o-guarda-chuva-dentro-de-casa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Por que dá azar abrir o guarda-chuva dentro de casa?</a> &nbsp;</li></ul>Na próxima vez que for surpreendido por um aguaceiro, lembra da física: corra, mas cuidado para não exagerar e acabar escorregando!

large_ta-na-chuva-e-melhor-correr-ou-andar-devagar-a-fisica-explica-thumb.png

medium_ta-na-chuva-e-melhor-correr-ou-andar-devagar-a-fisica-explica-thumb.png

small_ta-na-chuva-e-melhor-correr-ou-andar-devagar-a-fisica-explica-thumb.png

thumbnail_ta-na-chuva-e-melhor-correr-ou-andar-devagar-a-fisica-explica-thumb.png

ta-na-chuva-e-melhor-correr-ou-andar-devagar-a-fisica-explica-thumb.png

Tá na chuva? É melhor correr ou andar devagar? A Física explica

Conheça algumas descobertas que mudaram nossa percepção do universo e abriram portas para inovações tecnológicas e médicas.

Alguns experimentos são mais do que apenas marcos históricos; eles representam a curiosidade humana e a busca incessante por conhecimento.Cada descoberta abriu portas para novas perguntas e inovações, mostrando que a física não é apenas uma disciplina, mas uma parte essencial de nossas vidas. Aqui estão seis experimentos que mudaram o mundo de maneiras fundamentais.<h2>1. A revolução da conservação de energia</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22194533595366.png" alt="Aparato experimental utilizado por Joule. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Aparato experimental utilizado por Joule. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Imagine uma roda de pás girando em um tanque de água. Essa foi a cena do experimento de James Prescott Joule, que demonstrou a lei da conservação de energia.Em 1845, ele fez com que um peso caísse, fazendo a roda girar e transferindo a energia potencial da queda para a energia térmica da água. Essa descoberta foi tão impactante que se tornou a primeira lei da termodinâmica!<h2>2. O prisma de Newton e a luz colorida</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22194725721369.jpg" alt="O prisma de Newton. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O prisma de Newton. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 1672, Isaac Newton mostrou que a luz branca não é apenas uma massa homogênea, mas sim um arco-íris escondido. Usando um prisma, ele decompôs a luz branca em várias cores, revelando a paleta vibrante do espectro. Foi essa descoberta que lançou as bases da óptica moderna.<ul><li>Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118384-isaac-newton-6-fatos-curiosos-sobre-o-ilustre-cientista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Isaac Newton: 6 fatos curiosos sobre o ilustre cientista</a></li></ul><h2>3. A lei da gravidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22194951188370.jpg" alt="A queda da maçã inspirou a Lei da Gravitação de Newton. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A queda da maçã inspirou a Lei da Gravitação de Newton. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Ah, a famosa história da maçã! Acredita-se que Isaac Newton formulou sua teoria da gravidade ao observar uma maçã caindo de uma árvore. Em 1687, ele afirmou que a mesma força que faz a maçã cair também mantém a lua em órbita ao redor da Terra.A ideia de que forças invisíveis governam o movimento dos corpos celestes mudou nossa compreensão do universo. E, claro, isso foi apenas o começo, já que Einstein mais tarde refinaria essa teoria com sua teoria da relatividade.<h2>4. A revolução heliocêntrica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22195135328371.jpg" alt="Galileu foi um dos defensores do heliocentrismo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Galileu foi um dos defensores do heliocentrismo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Antes de Copérnico e Galileu, a maioria das pessoas acreditava que a Terra era o centro do universo. Então, a ideia de que o sol era o verdadeiro protagonista foi um verdadeiro “boom” na época.<ul><li>Conheça: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/106571-10-fatos-curiosos-sobre-galileu-galilei.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">10 fatos curiosos sobre Galileu Galilei</a></li></ul>Em 1610, Galileu usou seu telescópio para observar Vênus em fases diferentes, mostrando que, sim, os planetas orbitam o sol. Essa mudança causou um tremendo alvoroço, especialmente com a Igreja Católica, que não estava nada feliz com a nova visão do mundo.<h2>5. A era da radioatividade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22195422861376.jpg" alt="Marie Curie. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Marie Curie. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Marie Curie, uma verdadeira pioneira da ciência, começou suas investigações sobre radioatividade em 1897. Ela descobriu que elementos como tório e urânio emitem radiação independentemente de fatores externos.<ul><li>Saiba também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/110972-20-curiosidades-sobre-marie-curie-a-unica-mulher-a-ganhar-2-premios-nobel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">20 curiosidades sobre Marie Curie, a única mulher a ganhar 2 Prêmios Nobel</a></li></ul>Mais tarde, em suas pesquisas, ela isolou o rádio e o polônio, responsáveis por avanços significativos para a ciência e a área médica. No entanto, sua incansável busca pelo conhecimento teve um custo: Marie faleceu em decorrência da exposição à radiação.<h2>6. A expansão do cosmos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22195618609378.jpg" alt="Hubble revelou que as galáxias se afastam da Terra, levando à teoria do Big Bang. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Hubble revelou que as galáxias se afastam da Terra, levando à teoria do Big Bang. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 1929, Edwin Hubble olhou através de seu telescópio e fez uma descoberta surpreendente: as galáxias estão se afastando da Terra! Isso levou à formulação da teoria do Big Bang, que transformou nossa compreensão sobre a origem do universo.Hubble observou que quanto mais longe uma galáxia está, mais rápido ela se afasta. Essa revelação deu uma nova perspectiva ao cosmos e continua a intrigar os cientistas até hoje.

large_6-experimentos-de-fisica-que-transformaram-nossa-compreensao-do-mundo-thumb.png

medium_6-experimentos-de-fisica-que-transformaram-nossa-compreensao-do-mundo-thumb.png

small_6-experimentos-de-fisica-que-transformaram-nossa-compreensao-do-mundo-thumb.png

thumbnail_6-experimentos-de-fisica-que-transformaram-nossa-compreensao-do-mundo-thumb.png

6-experimentos-de-fisica-que-transformaram-nossa-compreensao-do-mundo-thumb.png

6 experimentos de física que transformaram nossa compreensão do mundo

Este raro elemento não é deste mundo, mas chegou à Terra trazendo pistas de antigas explosões estelares que influenciaram o Sistema Solar.

O ferro-60 é um isótopo radioativo que intriga cientistas há décadas. Encontrado em sedimentos terrestres e lunares, ele não deveria estar por aqui de forma natural. A única explicação? Ele veio do espaço, resultado de explosões de estrelas massivas, as supernovas. A pergunta que fica é: quando e como ele chegou ao nosso planeta?A Terra, assim como o restante do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128411-6-descobertas-incriveis-sobre-o-nosso-sistema-solar-feitas-em-2023.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sistema Solar</a>, foi moldada por materiais provenientes dessas explosões cósmicas. Mas o ferro-60 tem uma particularidade que o torna especial: ele é radioativo, mas sua meia-vida de 2,6 milhões de anos permite que rastros dele ainda sejam detectados hoje. Isso torna o isótopo uma pista fundamental para entender eventos cósmicos que aconteceram milhões de anos atrás.<ul><li style="text-align:justify;">Conheça:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128411-6-descobertas-incriveis-sobre-o-nosso-sistema-solar-feitas-em-2023.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">6 descobertas incríveis sobre o nosso Sistema Solar feitas em 2023</a></li></ul><h2 style="text-align:justify;">O nascimento do ferro-60</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22195611510377.jpg" alt="O ferro-60 se teve origem nas supernovas, explosões que marcam o estágio final da vida de estrelas de grande porte. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>O ferro-60 se teve origem nas supernovas, explosões que marcam o estágio final da vida de estrelas de grande porte. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A origem do ferro-60 está ligada às supernovas, grandes explosões que ocorrem no fim da vida de estrelas gigantes. Nessas explosões, elementos como ferro, cobalto e níquel são espalhados pelo espaço em enormes quantidades. O ferro-60, criado nessas supernovas, acabou viajando pelo cosmos até atingir a Terra e outros corpos do Sistema Solar.<ul><li style="text-align:justify;">Você sabe?&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/afinal-com-que-frequencias-estrelas-morrem-na-via-lactea" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Afinal, com que frequências estrelas 'morrem' na Via Láctea?</a></li></ul>No nosso planeta, a presença de ferro-60 em sedimentos sugere que, há milhões de anos, a Terra foi bombardeada por partículas desse isótopo. Os cientistas acreditam que essas partículas chegaram até nós em eventos de explosão estelar relativamente próximos. Além disso, o mesmo fenômeno foi detectado em amostras coletadas na Lua, confirmando a origem extraterrestre do ferro-60.O que torna o ferro-60 tão importante para os cientistas é que ele não apenas aponta para o passado das supernovas, mas também oferece pistas sobre a formação do Sistema Solar. Ele serve como uma "assinatura cósmica" deixada por esses eventos e nos ajuda a reconstruir a história de nosso canto do universo.<h3 style="text-align:justify;">Impactos no planeta</h3><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22195859403381.jpg" alt="O ferro-60 não causaria mudanças climáticas, mas os raios cósmicos poderiam ter aumentado a cobertura de nuvens, impactando o clima. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>O ferro-60 não causaria mudanças climáticas, mas os raios cósmicos poderiam ter aumentado a cobertura de nuvens, impactando o clima. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>As descobertas de ferro-60 em sedimentos terrestres revelaram picos em sua concentração, que datam de períodos específicos da história da Terra. Estima-se que esses picos tenham ocorrido há cerca de 3,4 a 1,7 milhões de anos, com outro grande pico por volta de 8 milhões de anos atrás. Esses períodos coincidem com eventos de supernovas próximas, que podem ter jogado grandes quantidades de material radioativo na direção do nosso planeta.Esses picos de ferro-60, curiosamente, também coincidem com períodos de resfriamento global. Alguns cientistas especulam que o material cósmico, acompanhado por raios cósmicos, pode ter influenciado o clima da Terra, embora isso ainda seja uma hipótese em investigação. O próprio ferro-60 não seria responsável pelas mudanças climáticas, mas os raios cósmicos poderiam ter contribuído para o aumento da cobertura de nuvens, afetando o clima global.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/mesmo-a-16-mil-kmh-por-que-nao-sentimos-a-terra-girando-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mesmo a 1,6 mil km/h, por que não sentimos a Terra girando?</a></li></ul>Outra questão levantada é se esses eventos podem se repetir no futuro. Embora o ferro-60 encontrado na Terra e na Lua seja um vestígio de explosões passadas, novas supernovas e outras explosões estelares continuam a acontecer em nossa galáxia. E, quem sabe, talvez mais vestígios desse isótopo misterioso voltem a atingir nosso planeta, trazendo novas pistas sobre a dinâmica do universo.

large_extraterrestre-de-onde-veio-o-isotopo-ferro-60-thumb.png

medium_extraterrestre-de-onde-veio-o-isotopo-ferro-60-thumb.png

small_extraterrestre-de-onde-veio-o-isotopo-ferro-60-thumb.png

thumbnail_extraterrestre-de-onde-veio-o-isotopo-ferro-60-thumb.png

extraterrestre-de-onde-veio-o-isotopo-ferro-60-thumb.png

Extraterrestre: de onde veio o isótopo ferro-60?

A invenção dos lasers é fruto de décadas de ciência quântica e abriu portas para diversas tecnologias essenciais.

A invenção do laser foi uma verdadeira <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119938-galileu-galilei-a-revolucao-causada-pelas-descobertas-sobre-a-lua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">revolução científica</a>, e como em muitas descobertas importantes, várias mentes brilhantes contribuíram para o seu desenvolvimento. Embora a ideia de feixes de energia tenha povoado a ficção científica por décadas, foi no início do século XX que a ciência por trás dos lasers começou a tomar forma.&nbsp;Tudo começou com a teoria quântica, proposta por Max Planck em 1900, e se aprofundou com os trabalhos de Albert Einstein, que, em 1917, descreveu o conceito de emissão estimulada — um dos princípios fundamentais que permitiriam a criação dos lasers.Nos anos seguintes, a ideia de emissão estimulada ficou na obscuridade, até que, nas décadas de 1940 e 1950, o interesse por tecnologias de micro-ondas trouxe essas teorias à tona novamente.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Excitando moléculas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/23/23080958472001.jpg" alt="O laser é uma das grandes obas da humanidades. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O laser é uma das grandes invenções da humanidade. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Físicos como Charles Townes e Arthur Schawlow, que trabalhavam em espectroscopia de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120145-afinal-de-contas-como-o-microondas-esquenta-sua-comida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">micro-ondas</a>, perceberam o potencial das micro-ondas para excitar moléculas, abrindo caminho para o que seria o precursor do laser: o maser.&nbsp;O maser funcionava amplificando micro-ondas em vez de luz visível, e foi um importante avanço, mas Townes acreditava que era possível ir além e explorar a emissão estimulada para comprimentos de onda mais curtos, como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/pequeno-predador-mosquitos-usam-infravermelho-para-encontrar-humanos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">infravermelho</a> e a luz visível.Foi com essa ideia em mente que Townes e Schawlow começaram a trabalhar no conceito de laser (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation, termo em inglês para "Amplificação de Luz por Emissão Estimulada de Radiação"). Em 1958, publicaram um artigo descrevendo como a emissão estimulada poderia ser usada para criar um feixe de luz coerente, e dois anos depois, obtiveram a patente para essa tecnologia.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/23/23082104315004.jpg" alt="Artur Schawlow foi uma das mentes por trás da criação do laser. ((Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução)"><figcaption>Arthur Schawlow foi uma das mentes por trás da criação do laser. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>No entanto, enquanto eles ainda trabalhavam na teoria, Theodore Maiman, um engenheiro da Hughes Aircraft, foi o primeiro a construir um laser funcional em 1960, usando um cristal de rubi e uma lâmpada de xenônio para estimular os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121413-modelos-atomicos-como-a-materia-e-construida-e-organizada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">átomos</a>. Esse laser produzia um feixe vermelho e pulsante, marcando o início da era dos lasers.<h3 style="text-align:justify;">Laser nos tribunais</h3>O desenvolvimento do laser gerou uma série de batalhas judiciais, especialmente por parte de Gordon Gould, que também havia trabalhado em projetos de laser. Embora Gould tenha entrado com seu pedido de patente logo após Maiman, ele só obteve os direitos legais décadas depois, em 1988, após uma longa disputa.&nbsp;O trabalho de Townes, Schawlow e Maiman foi rapidamente reconhecido pela comunidade científica, rendendo prêmios Nobel e consolidando o laser como uma das inovações mais importantes do século 20.<h2 style="text-align:justify;">Como os lasers realmente funcionam?&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/23/23082417290005.jpg" alt="Hoje os lasers são usados em diversas situações. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Hoje os lasers são usados em diversas situações. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>A base está na ideia de excitar elétrons em átomos para que eles "saltem" para níveis de energia mais altos. Quando esses elétrons retornam aos seus níveis originais, eles liberam fótons — <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/teoria-da-luz-cansada-volta-a-assombrar-tese-do-big-bang" rel="noopener noreferrer" target="_blank">partículas de luz</a>. O laser aproveita esse processo, gerando um feixe de luz onde todos os fótons têm a mesma energia e direção.&nbsp;Para fazer isso, é necessário alcançar um estado conhecido como "inversão populacional", onde há mais átomos excitados do que em seus estados normais. Quando a emissão estimulada é gerada, todos esses átomos começam a liberar fótons em uníssono, criando um feixe de luz altamente concentrado.Desde sua invenção, o laser encontrou aplicações em quase todos os setores da sociedade. De <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/os-perigos-das-cirurgias-para-mudar-a-cor-dos-olhos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cirurgias oculares</a> a sistemas de telecomunicações, os lasers são usados para cortar, soldar, medir distâncias, realizar cirurgias e até em entretenimento, como nos leitores de CD e DVD e nos dispositivos para brincadeiras com gatos.&nbsp;O impacto dessa tecnologia é incalculável, e o futuro promete ainda mais inovações à medida que os lasers se tornam cada vez mais potentes e acessíveis.

large_do-raio-ficcional-ao-mundo-real-a-historia-fascinante-dos-lasers-thumb.png

medium_do-raio-ficcional-ao-mundo-real-a-historia-fascinante-dos-lasers-thumb.png

small_do-raio-ficcional-ao-mundo-real-a-historia-fascinante-dos-lasers-thumb.png

thumbnail_do-raio-ficcional-ao-mundo-real-a-historia-fascinante-dos-lasers-thumb.png

do-raio-ficcional-ao-mundo-real-a-historia-fascinante-dos-lasers-thumb.png

Do raio ficcional ao mundo real: a história fascinante dos lasers

O estudo conclui que a injeção de partículas de diamante de 150 nm poderiam reduzir as temperaturas globais em até 1,6°C.

Na tentativa desesperada para<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/clima-extremo-deve-afetar-70-da-populacao-mundial-em-20-anos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;mitigar de forma rápida as mudanças climáticas</a>, alguns pesquisadores estão propondo realizar intervenções climáticas diretamente na estratosfera, a segunda camada principal da atmosfera terrestre. A ideia é injetar nesse local, entre 10 e 50 km acima da superfície da Terra, algumas toneladas de partículas para funcionar como um “guarda-sol” gigante.Em um estudo publicado recentemente na revista Geophysical Research Letters, uma equipe internacional de cientistas, liderados por pesquisadores da prestigiada ETH Zurique, da Suíça, propõe “um modelo global de química-clima com microfísica interativa de partículas sólidas”, no caso, cinco milhões de toneladas de partículas de diamante de 150 nm cada.A expectativa é que, se tudo corresse conforme os planos da equipe, essa riquíssima poluição seria capaz de reduzir as temperaturas globais em até 1,6&nbsp;°C. Esse número é impressionante, pois é maior até do que o teto de 1,5&nbsp;°C acima dos níveis pré-industriais proposto no Acordo de Paris em 2015.&nbsp;<h2>Testando aerossóis estratosféricos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22182022921332.jpeg" alt="x. (Fonte S. Vattioni et al., 2024/Divulgação)"><figcaption>Esquema gráfico da injeção de dióxido de enxofre na atmosfera. (Fonte S. Vattioni et al., 2024/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Originalmente, a injeção de aerossol estratosférico deveria ser feita com partículas de dióxido de enxofre (SO2), um gás incolor, fedorento, mais pesado que o ar e, por incrível que pareça, altamente poluente. Para piorar a situação, testes mostraram que o elemento químico teve um efeito oposto, ou seja, aqueceu a estratosfera.&nbsp;Para testar alternativas ao SO2, os autores desenvolveram um modelo climático 3D para simular a reação de diferentes aerossóis na atmosfera. Foram testados os seguintes elementos: alumínio, calcita, carboneto de silício, anatase e rutilo, além dos citados diamante e dióxido de enxofre.O teste abrangeu diversas características, como a capacidade de cada material em absorver ou refletir calor, quanto tempo eles passam na atmosfera (sedimentação) e sua tendência de se manterem juntos ou separados ao longo do tempo (coagulação). Após a simulação de 45 anos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/quanto-mais-perto-do-sol-mais-frio-o-fascinante-paradoxo-das-montanhas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o diamante provou ser o melhor em refletir a radiação solar</a>, e o SO2 o pior.<h2>É possível injetar pó de diamante na atmosfera?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22182727956338.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O custo de espalhar diamantes na atmosfera seria o dobro do PIB mundial. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/diamantes-sao-criados-do-zero-em-15-minutos-em-novo-processo-cientifico-revolucionario" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Após o diamante ter se destacado como a melhor opção</a> entre as seis partículas e o gás de dióxido de enxofre, surgiu um obstáculo, e é bem grande: a conta.&nbsp;Em entrevista à Science, o primeiro autor do artigo, Sandro Vattioni explicou que, para chegar à meta de 1,6&nbsp;°C, seriam necessárias cinco milhões de toneladas de partículas por ano, com um custo, até o final do século 21, de US $ 200 trilhões, ou R$ 1,1 quatrilhão.Só para ter uma ideia do que representa essa quantia, basta lembrar que a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no mundo em 2023, ou seja, o PIB global foi de US$ 105,44 trilhões, segundo dados do Bando Mundial. Então, teremos que trabalhar o dobro só para ter diamantes em nossa estratosfera.

large_po-de-diamante-na-atmosfera-pode-reduzir-aquecimento-global-e-salvar-o-mundo-banner.png

medium_po-de-diamante-na-atmosfera-pode-reduzir-aquecimento-global-e-salvar-o-mundo-banner.png

small_po-de-diamante-na-atmosfera-pode-reduzir-aquecimento-global-e-salvar-o-mundo-banner.png

thumbnail_po-de-diamante-na-atmosfera-pode-reduzir-aquecimento-global-e-salvar-o-mundo-banner.png

po-de-diamante-na-atmosfera-pode-reduzir-aquecimento-global-e-salvar-o-mundo-banner.png

Pó de diamante na atmosfera pode reduzir aquecimento global e salvar o mundo

China quer ser a primeira a resolver o mistério da hierarquia de massa dos neutrinos.

A China está determinada a ser a primeira a desvendar os segredos dos neutrinos, uma das partículas mais <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114178-neutrinos-podem-explicar-um-dos-maiores-misterios-da-fisica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">misteriosas do universo</a>. Para isso, construiu o gigantesco Observatório Subterrâneo de Neutrinos de Jiangmen (JUNO), que está em fase final de construção e deve entrar em operação em 2025.&nbsp;Enterrado a 700 metros de profundidade, o JUNO tem como objetivo medir essas partículas elusivas que atravessam o corpo humano e praticamente todo o universo a cada segundo. Apesar de sua abundância, os neutrinos são incrivelmente difíceis de detectar, e os cientistas sabem pouco sobre eles — especialmente sobre a chamada “hierarquia de massa”, um dos grandes mistérios da física.<h2 style="text-align:justify;">A corrida pelos neutrinos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22155616293241.jpg" alt="O gigantesco Observatório Subterrâneo de Neutrinos de Jiangmen (JUNO) visto de cima. (Fonte: Juno / Divulgação)"><figcaption>O gigantesco Observatório Subterrâneo de Neutrinos de Jiangmen (JUNO) visto de cima. (Fonte: Juno / Divulgação)</figcaption></figure></figure>O JUNO não está sozinho nessa corrida. Projetos semelhantes nos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121690-operacao-fantasia-os-eua-tentaram-bombardear-o-japao-com-raposas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Estados Unidos e Japão</a> também estão em andamento, mas o observatório chinês parece estar à frente. Segundo Wang Yifang, diretor do projeto, ser o primeiro a solucionar o enigma da hierarquia de massa dos neutrinos é essencial.&nbsp;Se os pesquisadores chineses conseguirem determinar com precisão quais são os neutrinos mais leves e quais são os mais pesados, o impacto na física será profundo, podendo mudar nossa compreensão de fenômenos astrofísicos, como o funcionamento das estrelas e das supernovas.O coração do JUNO é uma esfera gigante de aço e acrílico, com mais de 13 andares de altura, cercada por milhares de tubos que detectam luz. Esses tubos vão captar a passagem de neutrinos emitidos por duas usinas nucleares próximas, ajudando os cientistas a coletar dados essenciais sobre essas partículas por até seis anos.&nbsp;A ideia é que, ao estudar os neutrinos, eles possam entender melhor os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115412-neutrinos-raros-mostram-como-o-sol-produz-energia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">processos nucleares do Sol</a> e até mesmo as forças que movimentam a Terra, como a convecção do manto, responsável pela movimentação das placas tectônicas.<h2 style="text-align:justify;">De mal com os EUA</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22155813716243.jpg" alt="Será que a China conseguirá ser a pioneira na resolução do mistério acerca dos neutrinos? (Fonte: Juno / Divulgação)"><figcaption>Será que a China conseguirá ser a pioneira na resolução do mistério acerca dos neutrinos? (Fonte: Juno / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Embora o observatório chinês esteja prestes a começar a coleta de dados, a jornada para a construção do JUNO não foi fácil. A colaboração internacional que envolve cientistas da França, Alemanha, Itália, Rússia e até mesmo Taiwan mostra o caráter global desse esforço. No entanto, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128380-4-atrocidades-cometidas-por-norte-americanos-que-voce-provavelmente-nao-conhece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">relação com os Estados Unidos</a> tem sido complicada.&nbsp;A colaboração com o Fermilab, o principal laboratório de física de partículas dos EUA, foi interrompida em 2018 devido a tensões políticas. Ainda assim, um grupo de pesquisadores americanos permanece envolvido no projeto, destacando o desejo de manter o foco na ciência, apesar das pressões geopolíticas.<h2 style="text-align:justify;">Revolução na Física</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/23/23073620412004.jpg" alt="O Juno está quase pronto para entrar em ação. (Fonte: Juno / Divulgação)"><figcaption>O JUNO está quase pronto para entrar em ação. (Fonte: Juno / Divulgação)</figcaption></figure></figure>O JUNO tem o potencial de revolucionar a física de partículas, especialmente se conseguir solucionar a hierarquia de massa dos neutrinos antes de outros grandes projetos como o DUNE, nos Estados Unidos, que só deve ficar pronto em 2030. Mas a ciência dos neutrinos não se limita apenas à teoria: algumas aplicações futuras podem ser extraordinárias.Pesquisadores já sugerem que os neutrinos poderiam ser usados para transmitir mensagens através da matéria sólida, como a Terra, a uma velocidade próxima à da luz. Isso poderia abrir novas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/internet-quantica-a-revolucao-na-comunicacao-esta-ao-nosso-alcance" rel="noopener noreferrer" target="_blank">possibilidades de comunicação</a> e outros avanços tecnológicos impensáveis.Por ora, os cientistas buscam desvendar os mistérios essenciais dos neutrinos. Com sua tecnologia de ponta e apoio internacional, o JUNO pode posicionar a China na vanguarda de uma das maiores descobertas da física moderna, ampliando nosso conhecimento sobre a matéria e o universo.

medium_a-corrida-pelos-neutrinos-china-acelera-em-busca-de-respostas-cosmicas-thumb.png

small_a-corrida-pelos-neutrinos-china-acelera-em-busca-de-respostas-cosmicas-thumb.png

thumbnail_a-corrida-pelos-neutrinos-china-acelera-em-busca-de-respostas-cosmicas-thumb.png

a-corrida-pelos-neutrinos-china-acelera-em-busca-de-respostas-cosmicas-thumb.png

A corrida pelos neutrinos: China acelera em busca de respostas cósmicas

Grupo de pesquisadores utilizou ruídos naturais para recriar barulho do evento Laschamps, quando o campo magnético da Terra foi invertido. 

Imagine o campo magnético da Terra, nosso escudo protetor contra a radiação espacial, virando de cabeça para baixo. Pois é, isso aconteceu há mais de 40 mil anos e, agora, cientistas conseguiram transformar essa bagunça em som. A partir de dados coletados pelos satélites Swarm, da Agência Espacial Europeia (ESA), pesquisadores europeus criaram uma trilha sonora estranha e apavorante, usando sons naturais como estalos e batidas de rochas para representar o caos desse período.Essa sonoridade esquisita foi montada pela Universidade Técnica da Dinamarca e o Centro Alemão de Pesquisas em Geociências, com o objetivo de simular o evento Laschamps – um momento em que o campo magnético ficou tão fraco que deixou a Terra vulnerável aos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128222-segundo-raio-cosmico-mais-intenso-da-historia-veio-de-vazio-no-universo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">raios cósmicos</a>. O resultado? Uma verdadeira experiência de arrepiar, mostrando que, quando a natureza resolve "falar", ela sabe como dar um susto.<h2>O vacilo do campo magnético</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/6Tc7XI0iUYU?si=o6tZBkIE755DEG-Y" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>O campo magnético da Terra funciona como uma barreira invisível, formada pelos metais líquidos que se movem no núcleo do planeta, afastando radiação solar e outras ameaças. Mas, a cada tanto, esse protetor tem seus surtos e decide inverter a polaridade, o que significa que o norte e o sul trocam de lugar.O último grande surto desse tipo foi há 41 mil anos, conhecido como evento Laschamps, e deixou marcas de lava em Laschamps, na França. Durante essa fase, a força do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128436-o-campo-magnetico-da-terra-esta-mesmo-invertendo-seus-polos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campo magnético</a> caiu para apenas 5% do normal, e a exposição aos raios cósmicos aumentou. Isso pode ter contribuído para mudanças climáticas drásticas e até ter afetado a vida pré-histórica.Além disso, evidências isotópicas em gelo e sedimentos sugerem que houve um aumento na quantidade de berílio-10 — um isótopo radioativo de berílio — na atmosfera, formado pela interação dos raios cósmicos. O cenário parece ter sido de confusão tanto para os seres vivos quanto para o clima.<h2>Possibilidade de um novo surto</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/21/21182429433300.jpg" alt="A magnetosfera da Terra é formada pela interação entre o campo geomagnético do planeta e os ventos solares. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>A magnetosfera da Terra é formada pela interação entre o campo geomagnético do planeta e os ventos solares. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Apesar de o evento Laschamps ter ocorrido milhares de anos atrás, ele continua sendo relevante. Atualmente, anomalias no campo magnético, como o enfraquecimento na região do Atlântico Sul, levantam questões sobre a possibilidade de uma nova inversão. Pesquisas indicam que esses fenômenos não necessariamente anunciam uma nova virada, mas ainda representam um risco significativo para os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128810-6-fatos-sobre-os-polemicos-satelites-starlink-da-spacex.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">satélites</a> expostos à radiação.A missão Swarm da ESA, que monitora sinais magnéticos desde 2013, tem nos ajudado a entender melhor o comportamento do campo geomagnético e suas flutuações. Embora ainda haja muito o que descobrir, o passado magnético do planeta mostra que o imprevisível faz parte da história da Terra.Seja como for, uma coisa é certa: o campo magnético da Terra sempre encontrará uma forma de nos surpreender – seja invertendo sua polaridade ou virando trilha sonora de um pesadelo geológico.&nbsp;

large_campo-magnetico-da-terra-se-invertendo-vira-trilha-sonora-assustadora-em-estudo-cientifico-thumb.png

medium_campo-magnetico-da-terra-se-invertendo-vira-trilha-sonora-assustadora-em-estudo-cientifico-thumb.png

small_campo-magnetico-da-terra-se-invertendo-vira-trilha-sonora-assustadora-em-estudo-cientifico-thumb.png

thumbnail_campo-magnetico-da-terra-se-invertendo-vira-trilha-sonora-assustadora-em-estudo-cientifico-thumb.png

campo-magnetico-da-terra-se-invertendo-vira-trilha-sonora-assustadora-em-estudo-cientifico-thumb.png

Campo magnético da Terra se invertendo vira trilha sonora assustadora em estudo científico

Cientistas unificam descrições de prótons, nêutrons, quarks e glúons em uma imagem pioneira do núcleo atômico.

Um grupo de físicos conseguiu o que há muito tempo parecia impossível: gerar a primeira imagem coerente do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121413-modelos-atomicos-como-a-materia-e-construida-e-organizada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">núcleo atômico</a>, revelando suas partículas fundamentais, os quarks e glúons.&nbsp;A descoberta representa um grande avanço na física nuclear, permitindo pela primeira vez unir duas abordagens distintas usadas para descrever os componentes do núcleo — a de baixas energias, baseada em prótons e nêutrons, e a de altas energias, que foca em quarks e glúons.Até pouco tempo atrás, cientistas utilizavam essas duas descrições separadamente. Em experimentos de baixas energias, os núcleos atômicos pareciam formados apenas por prótons e nêutrons. Já em altas energias, os quarks e glúons — partículas ainda menores, que formam os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127361-nova-forma-rara-de-oxigenio-desafia-cientistas-e-a-fisica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">prótons e nêutrons</a> — surgiam como os protagonistas.&nbsp;No entanto, essas descrições nunca haviam sido unificadas em um único modelo que funcionasse em ambas as escalas de energia. Não até agora.<h2 style="text-align:justify;">Detectando partículas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/18/18105441470096.jpg" alt="(Fonte: Phys / Divulgação)"><figcaption>Núcleo atômico com quarks e glúons é apresentado em novo estudo.(Fonte: Phys / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Para tentar entender melhor essa dinâmica ainda obscura do interior dos átomos, uma equipe de físicos da Academia Polonesa de Ciências entrou em cena analisando dados de experimentos no Grande Colisor de Hádrons (LHC), no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/descoberta-rara-no-cern-pode-abrir-caminho-para-nova-fisica" rel="noopener noreferrer" target="_blank">CERN</a>. Eles conseguiram criar uma imagem detalhada dos núcleos atômicos que inclui quarks e glúons, mesmo em experimentos de baixa energia, algo que até então era considerado inviável.&nbsp;Para alcançar esse feito, os cientistas usaram funções de distribuição de pártons — uma ferramenta teórica que descreve como quarks e glúons se distribuem dentro dos prótons e nêutrons que compõem o núcleo.&nbsp;A grande sacada foi adaptar essas funções de modo a incluir os núcleons (prótons e nêutrons) interagindo em pares fortemente correlacionados, algo que já havia sido observado em experimentos de baixa energia.&nbsp;Essa correlação entre os núcleons — por exemplo, pares de próton-nêutron ou próton-próton — ajudou a simplificar a descrição da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/5-usos-estranhos-e-inesperados-da-energia-nuclear" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estrutura do núcleo atômico</a>, unindo o comportamento das partículas tanto em baixas quanto em altas energias.&nbsp;O Dr. Aleksander Kusina, um dos teóricos da equipe, destacou a relevância dessa inovação, afirmando que o novo modelo poderá ser ainda mais preciso no futuro para estudar núcleos individuais.<h2 style="text-align:justify;">Comportamento em diferentes núcleos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22085838300019.jpg" alt="A partir dos avanços tecnológicos, mas detalhes das interações atômicas estão sendo revelados. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>A partir dos avanços tecnológicos, mas detalhes das interações atômicas estão sendo revelados. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um aspecto fascinante dessa descoberta é que os cientistas conseguiram estudar até 18 núcleos atômicos diferentes, incluindo elementos pesados, como ouro e chumbo. Durante essas análises, confirmaram que, na maioria dos casos, os núcleons formam pares próton-nêutron, especialmente nos núcleos mais pesados.&nbsp;Essa informação abre novas perspectivas para a compreensão de como as partículas subatômicas se comportam dentro de diferentes tipos de núcleos, oferecendo uma melhor correspondência com os dados experimentais do que os modelos anteriores.Além disso, a abordagem inovadora — que consegue integrar modelos nucleares tradicionais com a moderna física de quarks e glúons — trouxe também uma verdadeira simplificação para um problema conceitualmente complicado. Isso não só resolve um impasse que já durava décadas na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/gravidade-emergente-a-nova-teoria-da-fisica-que-pode-ser-um-grande-problema" rel="noopener noreferrer" target="_blank">física nuclear</a>, mas também permite que os pesquisadores explorem com mais detalhes a estrutura interna dos núcleos atômicos.&nbsp;A esperança é que, no futuro, essa tecnologia possibilite estudos ainda mais precisos e detalhados sobre como quarks e glúons interagem dentro de núcleos de diferentes elementos. Assim, estamos diante de um momento emocionante, com o invisível cada vez mais acessível.

large_nova-imagem-criada-do-nucleo-atomico-revela-quarks-e-gluons-em-acao-thumb.png

medium_nova-imagem-criada-do-nucleo-atomico-revela-quarks-e-gluons-em-acao-thumb.png

small_nova-imagem-criada-do-nucleo-atomico-revela-quarks-e-gluons-em-acao-thumb.png

thumbnail_nova-imagem-criada-do-nucleo-atomico-revela-quarks-e-gluons-em-acao-thumb.png

nova-imagem-criada-do-nucleo-atomico-revela-quarks-e-gluons-em-acao-thumb.png

Nova imagem criada do núcleo atômico revela quarks e glúons em ação

Entenda como a rotina e a forma como nosso cérebro processa informações influenciam essa sensação.

Você já parou para pensar por que os dias parecem voar conforme ficamos mais velhos? As férias intermináveis da infância agora passam num piscar de olhos, e os anos parecem escorregar pelas nossas mãos. A sensação de que o tempo acelera com a idade é comum, mas a ciência tem algumas teorias que podem explicar esse fenômeno.Uma das explicações mais aceitas está relacionada à quantidade de novas informações que processamos ao longo da vida. Robert Ornstein, um psicólogo que estudou a percepção do tempo nos anos 1960, descobriu que o tempo parece se alongar quando estamos lidando com algo novo ou interessante. Em seus experimentos, ele mostrou que os participantes sentiam que imagens mais complexas e sons com mais variação faziam o tempo parecer mais longo, mesmo que tivessem sido expostos a essas imagens e sons pelo mesmo período que outros menos interessantes.<h2>Familiaridade e rotina</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/17/17202729483017.jpg" alt="As crianças veem o mundo com um olhar fresco e dedicam muito mais atenção aos detalhes ao redor, o que faz com que o tempo pareça se arrastar. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>As crianças veem o mundo com um olhar fresco e dedicam muito mais atenção aos detalhes ao redor, o que faz com que o tempo pareça se arrastar. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Conforme envelhecemos, a novidade da vida começa a desaparecer. Lugares e rotinas que antes eram desconhecidos e empolgantes tornam-se familiares, e nosso cérebro gasta menos energia para processá-los.&nbsp;Dr. Christian Yates, da Universidade de Bath, explica que as crianças, por exemplo, veem o mundo com um olhar fresco e curioso. Elas dedicam muito mais atenção aos detalhes ao redor, o que faz com que o tempo pareça se arrastar. Adultos, por outro lado, já estão tão acostumados com seu ambiente que tendem a passar pelos dias no piloto automático. "Isso significa que as crianças precisam de muito mais energia cerebral para reconfigurar suas ideias sobre o mundo exterior", conta Yates.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124625-criancas-esquecem-a-primeira-infancia-por-volta-dos-7-anos-de-idade.htm">Crianças esquecem a primeira infância por volta dos 7 anos de idade</a></li></ul>Esse esforço mental torna a percepção de tempo mais lenta para os pequenos, enquanto, para os adultos, presos em suas rotinas, o tempo parece correr. Afinal, quem nunca se surpreendeu ao perceber que já estamos em outubro, quando parecia que o ano mal havia começado?<h2>O envelhecimento do cérebro e a percepção de tempo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/17/17204120433018.jpg" alt="Quando jovens, processamos mais informações, o que faz os dias parecerem mais longos. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Quando jovens, processamos mais informações, o que faz os dias parecerem mais longos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Outra explicação interessante envolve a forma como nosso cérebro processa imagens à medida que envelhecemos. O professor Adrian Bejan, da Universidade Duke, sugere que, quando somos jovens, nosso&nbsp;cérebro&nbsp;processa informações visuais de forma muito mais rápida e eficiente. Isso resulta em mais "imagens mentais" por dia, criando a sensação de que os dias são mais longos e cheios de acontecimentos.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-o-cerebro-decide-quais-lembrancas-manter-na-mente">Como o cérebro decide quais lembranças manter na mente?</a></li></ul>Com o tempo, nossos nervos e neurônios se tornam mais complexos e o processamento dessas imagens desacelera. "O presente é diferente do passado porque a visão mental mudou, não porque o relógio de alguém tocou", explica Bejan. Assim, a lentidão no processamento das informações dá a impressão de que os dias são mais curtos, pois estamos capturando menos detalhes e imagens mentais.Além disso, a "teoria proporcional" também faz sentido: à medida que envelhecemos, um mês ou um ano representa uma fração menor da nossa vida. Um ano na vida de uma criança de 10 anos é 10% de toda sua existência, enquanto para alguém de 50, é apenas 2%.<ul><li style="text-align:justify;">Veja mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/consciencia-quantica-entrelacamento-nos-neuronios-pode-ser-a-chave-da-razao">Consciência quântica: entrelaçamento nos neurônios pode ser a chave da razão</a></li></ul>Embora essas teorias ainda estejam sendo investigadas, uma coisa parece certa: quanto mais novidades e experiências tivermos, mais ricos e longos parecerão nossos dias. Então, vale a pena sair da rotina e se aventurar em novas descobertas sempre que possível. Afinal, quanto mais vivemos, mais o tempo parece querer correr, e cabe a nós desacelerá-lo com boas histórias.

Física e Química

Novidades