Imagem de Jeanne Baret: a primeira mulher a circunavegar o mundo no megacurioso

Disfarçada de homem, Baret driblou as autoridades francesas para entrar para a história como uma importante figura feminina de resistência

Na Idade da Explora&ccedil;&atilde;o, navegar pelos 7 mares era um trabalho exclusivo para os homens. Mesmo assim, isso n&atilde;o impediu a francesa Jeanne Baret de driblar todas as expectativas e marcar seu nome na hist&oacute;ria como a primeira mulher a explorar o mundo em um <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/114076-no-coracao-do-mar-a-incrivel-historia-do-navio-essex.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">navio</a>, o que ocorreu no ano de 1774.
Bot&acirc;nica por profiss&atilde;o, Baret almejava desbravar outros lugares pelo planeta, mas sempre esbarrou na proibi&ccedil;&atilde;o da marinha francesa sobre a presen&ccedil;a de mulheres em suas embarca&ccedil;&otilde;es. Foi ent&atilde;o que, com seu amante e ex-chefe, Dr. Philibert Commerson, os dois elaboraram um plano para coloc&aacute;-la em alto mar.
<h2>Hist&oacute;ria de amor</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/27/27105837922070.jpg" alt="(Fonte: Google/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Google/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Nascida em julho de 1940, na cidade de La Comelle, Baret nasceu em uma pobre fam&iacute;lia camponesa. Embora sem grandes privil&eacute;gios financeiros, sua vida no ambiente rural e no trabalho de seu pai fizeram com que ela desenvolvesse uma paix&atilde;o por plantas, o que lhe rendeu o apelido de "mulher das ervas" quando jovem.
Sua curiosidade pela bot&acirc;nica fez com que ganhasse uma vaga trabalhando para Commerson. Em primeiro lugar, ela deveria atuar como dom&eacute;stica, mas mesmo assim poderia acompanhar de perto todas as atividades de um importante naturalista franc&ecirc;s.&nbsp;
Por conta de suas atividades, Philibert precisou se locomover at&eacute; a cidade natal de Jeanne para coletar alguns esp&eacute;cimes de plantas e, nesse meio tempo, viu-se apaixonado por sua funcion&aacute;ria ap&oacute;s a morte de sua esposa, em 1762. Com o tempo, os dois constitu&iacute;ram uma fam&iacute;lia e se mudaram para Paris.
Na capital francesa, Baret passou a dar aulas de bot&acirc;nica para o seu par amoroso, que havia desenvolvido grande parceria com alguns membros da elite da cidade. Como resultado, o naturalista acabou sendo convocado para ser um importante membro em uma miss&atilde;o de explora&ccedil;&atilde;o de novos territ&oacute;rios, em 1766 &mdash; mas desejava a companhia de sua amada.
<h2>Navegando pelo mundo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/27/27105526156066.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Quando Commerson foi convidado pelo Almirante Louis-Antoine de Bougainville a viajar pelo mundo, ele logo passou a insistir que a mulher dele precisava acompanh&aacute;-lo no trajeto. Como resposta, o pesquisador ouviu que a marinha francesa tinha regras estritas sobre esse tipo de situa&ccedil;&atilde;o e nenhuma exce&ccedil;&atilde;o poderia ser concedida para que uma mulher entrasse no navio.
Por&eacute;m, isso n&atilde;o impediu os planos dos apaixonados. Como forma de criar um disfarce, os dois optaram por amarrar um tecido em volta da regi&atilde;o do peito de Baret para esconder sua silhueta e vesti-la em roupas mais largas de marinheiro. Assim, Commerson poderia apresentar sua mulher como um marujo em potencial.
Inacreditavelmente, o plano acabou dando certo. Por conta de todos seus equipamentos cient&iacute;ficos, os dois puderam se alojar nos aposentos do capit&atilde;o e escreveram seus nomes na hist&oacute;ria na circunavega&ccedil;&atilde;o &mdash; essa foi a primeira expedi&ccedil;&atilde;o de todos os tempos a ter um naturalista a bordo.&nbsp;
Ap&oacute;s partir de Nantes em 1766, a embarca&ccedil;&atilde;o fez sua primeira parada na Am&eacute;rica do Sul. Durante a viagem, Philibert acabou ficando doente, e Baret foi quem teve que descer para coletar amostras. Em uma de suas expedi&ccedil;&otilde;es locais, ela descobriu uma curiosa trepadeira florida que ficou batizada como Bougainvillea brasiliensis em homenagem ao almirante do navio.
<h2>Queda do disfarce</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/27/27105635110068.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Durante todo seu tempo com a tripula&ccedil;&atilde;o, Jeanne utilizou o nome de "Jean" para esconder sua identidade dos demais membros da expedi&ccedil;&atilde;o. O <a href="https://www.megacurioso.com.br/feitos-absurdos/72867-cosplay-animal-biologos-usam-tecnicas-de-disfarce-para-realizar-pesquisas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">disfarce</a> chegou a dar certo por mais de 1 ano, mas passou a ser questionado quando o navio chegou ao Pac&iacute;fico Sul.
Como Commerson e Baret dividiam a mesma acomoda&ccedil;&atilde;o, era mais f&aacute;cil para os dois evitarem serem descobertos. Entretanto, como nenhum dos marinheiros havia visto o suposto homem urinar em p&uacute;blico ou trocar de roupa na frente deles, alguns burburinhos come&ccedil;aram a rolar pelo conv&eacute;s.&nbsp;
Historicamente, poucos arquivos falam a respeito sobre como Baret foi descoberta por seus colegas marinheiros. Uma das teorias indica que tudo aconteceu quando um taitiano subiu a bordo do navio e imediatamente se referiu a ela com uma palavra que significa "travesti", uma pr&aacute;tica que era comum no Taiti.&nbsp;
Outra hist&oacute;ria sugere que membros da tripula&ccedil;&atilde;o a encurralaram em Nova Guin&eacute; e a estupraram. A evid&ecirc;ncia para isso estaria no fato de Baret ter sido mantida em isolamento por 9 meses e parido assim que a embarca&ccedil;&atilde;o chegou &agrave;s Ilhas Maur&iacute;cio, no oceano &Iacute;ndico. Ap&oacute;s 22 meses viajando pelo mundo, Jeanne e Commerson foram expulsos do navio.
<h2>Legado para as pr&oacute;ximas gera&ccedil;&otilde;es</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/27/27105700422069.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Durante os 7 anos seguintes, Baret montou morada nas Ilhas Maur&iacute;cio. L&aacute;, ela deu seu segundo filho para a ado&ccedil;&atilde;o e viu seu amado morrer em 1773. Posteriormente, acabou se casando com outro homem franc&ecirc;s e eventualmente acabou retornando &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/proxima-parada/43265-proxima-parada-franca-conheca-melhor-o-pais-da-torre-eiffel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Fran&ccedil;a</a>, em 1774, completando sua jornada mar&iacute;tima.
Em sua volta para casa, a bi&oacute;loga foi gratificada com uma bela recompensa financeira por seus trabalhos pela fam&iacute;lia de Commerson, mas a maior surpresa veio em 1785, quando passou a receber uma pens&atilde;o da marinha francesa, que a reconheceu como uma "mulher extraordin&aacute;ria".&nbsp;
Apesar de todo seu trabalho inacredit&aacute;vel para desbravar o mundo, Baret s&oacute; foi ser verdadeiramente reconhecida pelos seus feitos na &uacute;ltima d&eacute;cada. Em 2010, a biografia A Descoberta de Jeanne Baret&nbsp;foi publicada pela 1&ordf; vez e uma nova esp&eacute;cie de erva-moura sul-americana foi batizada de Solanum baretiae em homenagem a ela em 2012.&nbsp;

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Jeanne Baret: a primeira mulher a circunavegar o mundo

Imagem de Mães medievais: o "Game of Thrones" da vida real na Inglaterra no megacurioso

Elas fizeram de tudo para que seus filhos herdassem o trono

No per&iacute;odo medieval da realeza na Inglaterra, o papel de uma m&atilde;e ia al&eacute;m de educar e cuidar de seu filho; em muitos casos, ela precisava proteg&ecirc;-lo da gan&acirc;ncia pelo poder do pr&oacute;prio pai. Em uma &eacute;poca em que a sucess&atilde;o ao trono n&atilde;o era nada fixo, essas mulheres precisavam garantir que seus filhos tivessem algo &mdash; nem que fosse &agrave; for&ccedil;a.
No decorrer do governo do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119287-peste-antonina-uma-das-causas-da-queda-do-imperio-romano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Imp&eacute;rio Romano&nbsp;</a>na Gr&atilde;-Bretanha, as esposas dos imperadores eram apenas figuras p&uacute;blicas que n&atilde;o possu&iacute;am nenhum t&iacute;tulo de realeza ou poder pol&iacute;tico. No entanto, no s&eacute;culo X, Elfrida, esposa do rei Edgar da Inglaterra, recusou-se a perpetuar aquele ciclo de viver nas sombras de seu marido.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/24/24131400964002.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Edgar j&aacute; tinha Eduardo, o M&aacute;rtir, quando se casou com Elfrida, mas ela insistia que seus filhos eram mais adequados para governar. Ent&atilde;o, para que isso acontecesse, ela assassinou Eduardo e concedeu o t&iacute;tulo ao seu filho Etelredo II. Esse&nbsp;ato, como m&atilde;e medieval, abriu o caminho para que outras seguissem o exemplo da "madrasta mais perversa e odiada da Europa".
<h2>Proteger a todo custo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/24/24131556385003.jpg" alt="Etelredo II. (Fonte: History Hit/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Etelredo II. (Fonte: History Hit/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Etelredo II, conhecido como "o despreparado", foi um desastre como governante ap&oacute;s a morte de seu pai, permitindo que os vikings atacassem incessantemente a Inglaterra e reinassem por duas gera&ccedil;&otilde;es. Ent&atilde;o, incapaz de esperar que o reinado dos vikings acabasse, Emma da Normandia, uma das duas mulheres de Etelredo II e m&atilde;e de Edmundo II da Inglaterra, decidiu se casar com o rival de seu filho em vez de mat&aacute;-lo, como fez Elfrida. Em 1017, meses ap&oacute;s a morte de seu marido, Emma se tornou rainha da Inglaterra pela segunda vez, por&eacute;m noiva do rei dinamarqu&ecirc;s Canuto.
O tiro saiu pela culatra, pois seu filho se sentiu tra&iacute;do porque n&atilde;o sabia se a m&atilde;e havia feito isso porque valorizava sua posi&ccedil;&atilde;o como rainha ou para proteg&ecirc;-lo. Como retalia&ccedil;&atilde;o, assim que Edmundo II se tornou rei, ele ordenou que Emma entregasse as chaves ao tesouro real, confiscou grande parte de suas propriedades e despejou-a da corte real inglesa.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Curiosidade de La Historia&nbsp;" data-fonte-url="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRjK8Q-AJEVvhJKOdnJhmZsMpdEgxbkdXH2dWn8dNB02wFRRcQalRdxdfKsh0-RhyN0Lco&amp;usqp=CAU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/24/24131725009004.jpeg" alt="Emma da Normandia. (Fonte: Curiosidade de la Historia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Emma da Normandia. (Fonte: Curiosidade de la Historia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Quando Guilherme, o conquistador, primeiro rei normando da Inglaterra e descendente de vikings, saiu vitorioso de uma longa guerra para conquistar a Inglaterra pela Normandia, a principal amea&ccedil;a aos herdeiros reais deixou de ser o ataque dos vikings e se tornou os pr&oacute;prios pais.
Filhos adultos administravam seus pr&oacute;prios neg&oacute;cios, inclusive tinham cavaleiros e soldados de infantaria, significando que pais e filhos iam para a guerra, e apenas a intercess&atilde;o da rainha poderia permitir que ambos fizessem as pazes sem perderem a honra.
<h2>A ordem para mudan&ccedil;a</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/24/24132037569005.jpg" alt="Matilde de Flandres. (Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Matilde de Flandres. (Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1077, Matilde de Flandres, esposa de Guilherme, viu seu filho mais velho, Henrique I, liderar uma rebeli&atilde;o contra o seu pai. Em 1079, eles j&aacute; estavam em lados opostos do campo de batalha, travando uma guerra.
Com muito esfor&ccedil;o, ela conseguiu reestabelecer a paz entre pai e filho at&eacute; a sua morte, em 1083, quando Guilherme quebrou o acordo ao impedir que Henrique I herdasse a Inglaterra, deixando o reinado para seu segundo filho.
Leonor de Aquit&acirc;nia, por sua vez, fez o melhor para seus filhos ao se juntar em uma revolta contra seu marido, Henrique II &mdash; cujo av&ocirc; era Henrique I. Ent&atilde;o, Henrique II enganou-a fazendo uma demonstra&ccedil;&atilde;o de perd&atilde;o aos filhos, reestabelecendo elo entre eles, mas mantendo a esposa confinada pelo resto de seu reinado.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/24/24132218896006.jpeg" alt="Leonor de Aquit&acirc;nia. (Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Leonor de Aquit&acirc;nia. (Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A rainha foi rotulada como "problem&aacute;tica" e repreendida pelos cl&eacute;rigos por falhar como esposa e m&atilde;e. A reputa&ccedil;&atilde;o dela s&oacute; melhorou durante o reinado de seu outro filho, Ricardo Cora&ccedil;&atilde;o de Le&atilde;o. Portanto, s&oacute; em meados do s&eacute;culo XIII que uma lei de sucess&atilde;o ordenada come&ccedil;ou a tomar forma na Inglaterra, visando derrotar os conflitos reais de eras e o esfor&ccedil;o das m&atilde;es medievais em conseguir a qualquer custo o melhor que poderia para seus filhos.

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Mães medievais: o 'Game of Thrones' da vida real na Inglaterra

Imagem de Por que os piratas usavam brincos? no megacurioso

Apesar de parecerem apenas um item de moda, brincos serviam como uma marca histórica de viagens e navegações

<head></head><body>Seja o bêbado Jack Sparrow ou o assustador Barba-Negra, da famosa franquia de filmes Piratas no Caribe,&nbsp;piratas e marujos volta e meia aparecem com uma marca visual em comum: brincos brilhantes. Entretanto, os chamativos arcos de ouro não eram apenas uma forma de "ostentação" desses marinheiros, mas também eram usados por diversas outras razões.Segundo as tradições, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/41963-os-7-piratas-mais-famosos-da-historia-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">piratas</a> utilizavam os brincos como uma marca de todas as suas viagens e navegações pelo mundo. Os brincos eram dados aos marinheiros para comemorar a primeira vez que um deles havia cruzado a Linha do Equador ou quando contornavam águas traiçoeiras do Cabo Horn, na ponta meridional da América do Sul.<h2>Superstição na vestimenta</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23093928833033.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)">(Fonte: Unsplash)Ao longo dos anos, alguns piratas passaram a acreditar que usar <a href="https://www.megacurioso.com.br/luxo/76355-designer-cria-brincos-inspirados-no-jogo-space-invaders.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">brincos</a> melhoraria ou até mesmo curaria a visão de um marinheiro, visto que existia uma crença sobre como o ouro presente nesses acessórios poderia possuir "poderes mágicos". Portanto, os brincos também eram usados como uma forma de superstição.Além disso, eles também acreditavam que furar a orelha era uma forma de se prevenir de doenças. Para outros, os brincos de ouro serviam como talismãs protetores e quem não os usasse terminaria afogado em alto mar.&nbsp;Logicamente, todos esses fatores se provaram falsos anos mais tarde. Mesmo assim, a prata e o ouro eram metais tão preciosos que o simples fato de usar um desses apetrechos já serviria para pagar o funeral de um pirata se o seu corpo fosse levado até a areia.<h2>Protegendo o ouvido</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23094023660034.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)">(Fonte: Unsplash)Como citado anteriormente, os brincos serviam como uma certa garantia de pagamento caso um marujo morresse durante uma viagem. Em alguns casos, os piratas inclusive cravavam o nome de sua terra natal dentro dos brincos para que seus cadáveres fossem enviados às suas famílias para um enterro digno.Se um homem morresse dentro de um navio, os brincos ajudavam a cobrir o custo do transporte de seu corpo até sua casa para que ele não fosse simplesmente arremessado no mar ou largado em solo estrangeiro. Entretanto, isso não passavam nem perto de ser o motivo mais benéfico de usar as argolas.Principalmente para os piratas encarregados de disparar os <a href="https://www.megacurioso.com.br/historias-macabras/101016-sabia-que-pessoas-costumavam-ser-executadas-por-tiro-de-canhao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">canhões</a> do navio, os acessórios eram essenciais. Como forma de proteger sua audição, esses marujos tampavam os brincos com cera e os usavam como protetores de ouvido. Inteligente, né?</body>

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Por que os piratas usavam brincos?

Imagem de Como surgiu a primeira prefeitura no Brasil? no megacurioso

Até 1930, tudo não passava de uma grande confusão de deveres

Durante o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/103907-o-que-a-historia-nao-conta-5-curiosidades-sobre-a-independencia-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Brasil Col&ocirc;nia</a>, a C&acirc;mara Municipal era a respons&aacute;vel pela coleta de impostos, regulamento do exerc&iacute;cio das profiss&otilde;es e do com&eacute;rcio, cuidava do patrim&ocirc;nio p&uacute;blico, como tamb&eacute;m da cria&ccedil;&atilde;o e ger&ecirc;ncia das pris&otilde;es. No final das contas, o local exercia as fun&ccedil;&otilde;es executivas, legislativas e judici&aacute;rias.
Com a independ&ecirc;ncia do Brasil, a autonomia das c&acirc;maras municipais foi restringida, e o imp&eacute;rio passou a centralizar toda a administra&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica por meio da Constitui&ccedil;&atilde;o de 1824. Nesse per&iacute;odo, a legislatura foi fixada em 4 anos, e o vereador mais votado assumiria a Presid&ecirc;ncia da C&acirc;mara e desempenharia a mesma fun&ccedil;&atilde;o do que um prefeito atualmente, adicionando as fun&ccedil;&otilde;es de um presidente da C&acirc;mara de Vereadores.
Era muita coisa para uma pessoa s&oacute;.
<h2>A reforma</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;G1 Globo&nbsp;" data-fonte-url="https://s2.glbimg.com/bOe7LtLaEuq-5FbnDr_ySEUA6Zw=/0x0:1900x1267/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/e/3/pCHA84RUekIk1W2mLGFA/f99a2381-marcelo-brandt-g1.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/22/22165126029348.jpg" alt="(Fonte: G1 Globo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: G1 Globo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com a Proclama&ccedil;&atilde;o da Rep&uacute;blica Brasileira em 1889, as c&acirc;maras municipais foram dissolvidas e seus poderes alterados, visto que o federalismo defendia uma plataforma de poder descentralizada no pa&iacute;s &mdash; al&eacute;m de que as c&acirc;maras eram vistas como t&iacute;picas do regime mon&aacute;rquico.&nbsp;Sendo assim, os Conselhos de Intend&ecirc;ncia, respons&aacute;veis apenas pelo poder executivo municipal, foram vistos como os &oacute;rg&atilde;os que dariam maior autonomia para a administra&ccedil;&atilde;o do munic&iacute;pio.&nbsp;
Enquanto as C&acirc;maras Municipais foram extintas por um tempo, os conselhos surgiram primeiro no Rio de Janeiro, consolidando o Decreto n.&ordm; 50-A de 7 de dezembro de 1889, que dissolveu a C&acirc;mara Municipal da cidade e formou uma Intend&ecirc;ncia Municipal com 7 membros, que seriam liderados pelo presidente do estado &mdash; a atual figura do governador.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/22/22165547574355.jpg" alt="(Fonte: Terra Alta/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Terra Alta/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Muito embora o intendente e o presidente da c&acirc;mara fossem dois poderes distintos, continuou ocorrendo uma coincid&ecirc;ncia entre os cargos. Portanto, em 1905, foram criadas as figuras dos intendentes geral e municipal, acabando com o fim das coincid&ecirc;ncias entre os cargos. No entanto, ainda que a c&acirc;mara municipal e seus membros fossem eleitos pelo povo, o intendente geral era escolhido pelo presidente de cada estado.
Foi s&oacute; no in&iacute;cio da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118581-direitos-trabalhistas-como-eles-surgiram-e-para-que-servem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Era Vargas</a>, na d&eacute;cada de 1930, que foi finalmente criada a figura do prefeito e, consecutivamente, o &oacute;rg&atilde;o da prefeitura. A partir da Constitui&ccedil;&atilde;o de 1934, o ocupante da fun&ccedil;&atilde;o passou a ser escolhido democraticamente pelo povo, por meio do voto, e desempenhou as mesmas fun&ccedil;&otilde;es que o intendente municipal.
Contudo, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119063-ditadura-militar-no-brasil-6-mentiras-contadas-sobre-o-regime.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ditadura Militar</a> por muito tempo impediu que o povo escolhesse quem ocuparia o cargo de prefeito, com o pr&oacute;prio Get&uacute;lio Vargas decidindo pela popula&ccedil;&atilde;o. O direito s&oacute; foi restaurado com o fim do regime e a instaura&ccedil;&atilde;o da Nova Rep&uacute;blica.

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Como surgiu a primeira prefeitura no Brasil?

Imagem de Navio de guerra de 2 mil anos é descoberto em cidade submersa  no megacurioso

Região conhecida como Thônis-Heracleion era a maior cidade portuária do Egito Antigo no Mediterrâneo, onde os gregos dominavam o comércio

Uma antiga embarca&ccedil;&atilde;o militar grega foi recentemente desenterrada por mergulhadores na costa mediterr&acirc;nea do Egito. O navio, que havia naufragado no s&eacute;culo II a.C., ficou desaparecido por milhares de anos at&eacute; ser encontrado nas ru&iacute;nas de Th&ocirc;nis-Heracleion &mdash; uma incr&iacute;vel cidade portu&aacute;ria do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117424-paleta-de-cores-do-egito-antigo-desperta-curiosidade-na-internet.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Egito Antigo</a> que afundou no mar.
Os pesquisadores acreditam que os destro&ccedil;os do lend&aacute;rio Templo de Amun tenham causado danos ao casco da embarca&ccedil;&atilde;o descoberta, fazendo-a afundar e ficar presa na &aacute;gua. No passado, a regi&atilde;o servia como o principal ponto de controle da entrada de embarca&ccedil;&otilde;es no Egito e tamb&eacute;m de com&eacute;rcio regulamentado na parte ocidental do Nilo.
<h2>Hist&oacute;ria do Egito Antigo</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Minist&eacute;rio de Turismo e Antiguidades do Egito&nbsp;" data-fonte-url="https://allthatsinteresting.com/wordpress/wp-content/uploads/2021/07/researcher-and-ancient-egptian-wreckage.jpeg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/27/27015850913002.jpeg" alt="(Fonte: Minist&eacute;rio de Turismo e Antiguidades do Egito)" />(Fonte: Minist&eacute;rio de Turismo e Antiguidades do Egito)
O achado do <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/118512-crijnssen-o-navio-disfarcado-de-ilha-na-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">navio</a> grego no mar Mediterr&acirc;neo ocorreu logo ap&oacute;s os mergulhadores terem encontrado um complexo funer&aacute;rio grego que data para s&eacute;culo IV a.C. no fundo de outro canal nas proximidades. Segundo o Instituto Europeu de Arqueologia Subaqu&aacute;tica (IEASM), as descobertas "g&ecirc;meas" podem trazer mais informa&ccedil;&otilde;es sobre a cultura de com&eacute;rcio contempor&acirc;nea do Egito Antigo.
Por algum tempo, Th&ocirc;nis-Heracleion chegou a ser a maior cidade portu&aacute;ria do Egito at&eacute; ser superada por Alexandria, fundada por Alexandre, o Grande, em 331 a.C. A regi&atilde;o tamb&eacute;m serviu de abrigo para algumas comunidades gregas no passado, que montaram seus pr&oacute;prios templos religiosos ao lado do Templo de Amun, deus supremo do Egito Antigo.
De acordo com historiadores, a edifica&ccedil;&atilde;o sagrada desabou em 140 a.C. A cidade portu&aacute;ria chegou a sobreviver por mais mil anos, mas terminou sucumbindo ap&oacute;s uma s&eacute;rie de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118142-terremoto-o-que-e-as-suas-causas-e-como-e-medido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terremotos</a> e tsunamis no s&eacute;culo VIII d.C. O local chegou a desaparecer por mais 1,2 mil anos at&eacute; ser redescoberto em 2001.
<h2>Prote&ccedil;&atilde;o de argila</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Minist&eacute;rio de Turismo e Antiguidades do Egito&nbsp;" data-fonte-url="https://allthatsinteresting.com/wordpress/wp-content/uploads/2021/07/researcher-and-ancient-egptian-wreckage.jpeg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/27/27020014960004.jpeg" alt="(Fonte: Minist&eacute;rio de Turismo e Antiguidades do Egito)" />(Fonte: Minist&eacute;rio de Turismo e Antiguidades do Egito)
Os mergulhadores encontraram o navio debaixo de mais de 4 metros de argila e destro&ccedil;os do Templo de Amun. Por outro lado, foi gra&ccedil;as a essa "prote&ccedil;&atilde;o" de pedra que a embarca&ccedil;&atilde;o p&ocirc;de permanecer segura por mais de 2 mil anos. O barco foi constru&iacute;do com um modelo tradicional da Gr&eacute;cia Antiga, com aerodin&acirc;mica projetada para navegar rapidamente pelo alto mar.
Ao mesmo tempo, os pesquisadores descobriram que boa parte do casco foi feito usando m&eacute;todos tradicionais de constru&ccedil;&atilde;o naval eg&iacute;pcia e madeira reutilizada, o que indica que ele havia sido originalmente confeccionado no Egito. Esse &eacute; um dos poucos exemplares de navio dessa &eacute;poca que sobreviveram tanto tempo.
&ldquo;Esta descoberta ilustra lindamente a presen&ccedil;a dos mercadores gregos que viviam em Th&ocirc;nis-Heracleion&rdquo;, disse o Minist&eacute;rio de Turismo e Antiguidades do Egito em um comunicado oficial.

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Navio de guerra de 2 mil anos é descoberto em cidade submersa 

Imagem de O Brasil já teve pena de morte? no megacurioso

Atualmente, existem 74 pa&iacute;ses que ainda mant&ecirc;m a pena de morte como condena&ccedil;&atilde;o para um crime. Segundo as estat&iacute;sticas fornecidas pela Anistia Internacional, o ano passado apresentou o terceiro ano consecutivo com redu&ccedil;&atilde;o no n&uacute;mero de execu&ccedil;&otilde;es pela pena capital, registrando a menor quantidade em 10 anos.
Sem contar com a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115959-china-lanca-missao-misteriosa-com-espaconave-reutilizavel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">China</a>, que ainda lidera o ranking como a na&ccedil;&atilde;o que tem milhares de execu&ccedil;&otilde;es anuais, os demais pa&iacute;ses s&atilde;o: Ir&atilde; (246 mortes), Egito (107), Iraque (45) e Ar&aacute;bia Saudita (27).
<h2>Um controverso debate</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Senado Federal&nbsp;" data-fonte-url="https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/04/04/ha-140-anos-a-ultima-pena-de-morte-do-brasil/arquivo_S___Sketches-4.jpg/@@images/image/imagem_materia"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/22/22164441773345.jpg" alt="(Fonte: Senado Federal/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Senado Federal/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O Brasil ainda se divide entre a parcela que apoia a pena de morte para determinados crimes, como pedofilia, e outros que condenam totalmente a pr&aacute;tica. De qualquer forma, desde o estabelecimento da Constitui&ccedil;&atilde;o de 1988, est&aacute; previsto que uma pessoa s&oacute; pode ser condenada &agrave; morte em solo brasileiro por crimes militares como assassinato, trai&ccedil;&atilde;o, genoc&iacute;dio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e terrorismo.
De 1969 a 1978, ao longo do regime militar que aconteceu a partir do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118211-ditadura-militar-como-e-por-que-aconteceu-o-golpe-de-1964.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">golpe de Estado de 1964</a>, a pena de morte foi reconsiderada pela Lei de Seguran&ccedil;a Nacional e pelo Ato Institucional n.&ordm; 14 como m&eacute;todo de puni&ccedil;&atilde;o por crimes pol&iacute;ticos. Apesar de n&atilde;o existirem registros oficiais das execu&ccedil;&otilde;es ocorridas, estima-se que pelo menos 300 dissidentes pol&iacute;ticos foram assassinados de maneira extrajudicial pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119441-ditadura-militar-confira-8-casos-de-censura-em-novelas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Regime Militar</a>.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Lumos Jur&iacute;dico&nbsp;" data-fonte-url="https://lh3.googleusercontent.com/proxy/lEtDYcPt9WCEEltqtEcEVOa1fB6GxRkLimeehycUZk624vv4vA_Mn7WE6QzhuOrHgqrDn30fS5p5yTyCqqJERMzSeucumkUWePgpuPIPwPUxCw_pvcodg4mRGnOQH8O-8ogmFyiiZSQ"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/22/22164614244346.jpg" alt="(Fonte: Lumos Jur&iacute;dico/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Lumos Jur&iacute;dico/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A &uacute;ltima execu&ccedil;&atilde;o que n&atilde;o por crimes pol&iacute;ticos aconteceu no munic&iacute;pio de Pilar, Alagoas, em 1876. Em 28 de abril, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/116561-3-fotos-coloridas-que-mostram-o-terror-da-escravidao-ha-160-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravizado</a> Francisco foi morto por enforcamento. O &uacute;ltimo homem livre executado foi Jos&eacute; Pereira de Sousa, em Santa Luzia (atual Luzi&acirc;nia), Goi&aacute;s. Ele foi enforcado em 30 de outubro de 1861.
Em Sabar&aacute;, Minas Gerais, as escravizadas Peregrina e Rosa foram as &uacute;ltimas mulheres a serem executadas pela pena de morte, em 14 de abril de 1858, pelas m&atilde;os do carrasco escravizado Fortunato Jos&eacute;.
Conforme a constitui&ccedil;&atilde;o brasileira, a pena de morte pode voltar a ser aplicada em casos de guerra declarada. Atualmente o Brasil faz parte da Conven&ccedil;&atilde;o Americana de Direitos Humanos para a Aboli&ccedil;&atilde;o da Pena de Morte.

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O Brasil já teve pena de morte?

Imagem de Símbolos escravagistas: por que só nos importamos com os dos outros? no megacurioso

No último sábado, dia 24/07, a estátua do bandeirante Borba Gato foi incendiada, e a situação polarizou as opiniões nas redes sociais

Mais de 100 anos depois do fim da escravid&atilde;o no pa&iacute;s, podemos presumir que a maioria das pessoas concorda que escravizar outros seres humanos pela diferen&ccedil;a da cor da pele &eacute; algo absolutamente errado e absurdo. Embora a escravid&atilde;o tenha acabado legalmente em 1888, o seu legado, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118286-5-expressoes-que-sao-racistas-e-voce-nao-sabia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">racismo</a>, ainda existe na sociedade. Infelizmente, isso ocorre n&atilde;o s&oacute; do Brasil, mas tamb&eacute;m em outras na&ccedil;&otilde;es, como os Estados Unidos (para citar apenas um).
Em uma r&aacute;pida visita ao centro das cidades, &eacute; f&aacute;cil encontrar <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/114798-estatuas-de-personalidades-racistas-sao-destruidas-na-europa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">monumentos ou est&aacute;tuas</a> de pessoas que pavimentaram a hist&oacute;ria de uma forma n&atilde;o muito positiva. Se essas a&ccedil;&otilde;es negativas est&atilde;o historicamente marcadas, por que os s&iacute;mbolos foram criados e ainda est&atilde;o l&aacute; at&eacute; hoje?
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/26/26114305894136.jpg" alt="A est&aacute;tua do bandeirante Borba Gato foi incendiada, levantando o debate da relev&acirc;ncia de s&iacute;mbolos hist&oacute;ricos de personalidades que foram respons&aacute;veis por mortes, estupros e ca&ccedil;as de ind&iacute;genas e negros na &eacute;poca da escravid&atilde;o. (Fonte:Twitter/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />A est&aacute;tua do bandeirante Borba Gato foi incendiada, levantando o debate da relev&acirc;ncia de s&iacute;mbolos hist&oacute;ricos de personalidades que foram respons&aacute;veis por mortes, estupros, bem como ca&ccedil;as a ind&iacute;genas e negros na &eacute;poca da escravid&atilde;o. (Fonte:Twitter/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>A relev&acirc;ncia de monumentos hist&oacute;ricos&nbsp;</h2>
Os defensores dos monumentos, al&eacute;m de apontarem os atos como vandalismo e depreda&ccedil;&atilde;o de obras p&uacute;blicas, dizem que o debate deve ser feito de forma mais apaziguadora e que os monumentos servem para "recontar" a hist&oacute;ria. Em contrapartida, quem apoia o fim das homenagens diz que se &eacute; para relembrar o passado a fim de evit&aacute;-lo, por que isso n&atilde;o &eacute; feito em museus e de forma mais elaborada, como ocorre em Auschwitz, na Pol&ocirc;nia?
No contexto sobre as lutas raciais, h&aacute; uma compara&ccedil;&atilde;o entre as atitudes dos brasileiros e as dos norte-americanos. Nos Estados Unidos, h&aacute; uma radicaliza&ccedil;&atilde;o muito maior tanto com os s&iacute;mbolos escravagistas como com o racismo em si. O caso de George Floyd e do movimento Black Lives Matter t&ecirc;m um impacto social muito maior l&aacute; do que os movimentos ocorridos aqui.
<h2 style="text-align: justify;">Por que a indigna&ccedil;&atilde;o com s&iacute;mbolos escravagistas &eacute; diferente nos EUA e no Brasil?</h2>
Desde 2016, no governo de Barack Obama, o Estado adotou pol&iacute;ticas de retirada das &aacute;reas p&uacute;blicas monumentos e s&iacute;mbolos racistas e confederados. O Brasil teve 100 anos a mais de escravid&atilde;o do que nos EUA, totalizando 353 anos, mas ainda ignoramos os debates sobre o nosso passado escravista e tratamos como vandalismo interven&ccedil;&otilde;es em monumentos racistas.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/26/26115148258140.jpg" alt="Nos Estados Unidos, houve a retirada da est&aacute;tua do general confederado Robert E. Lee, s&iacute;mbolo dos Estados escravistas do sul na Guerra Civil Americana. (Fonte: Getty Images/AFP)" />Nos Estados Unidos, houve a retirada da est&aacute;tua do general confederado Robert E. Lee, s&iacute;mbolo dos Estados escravistas do sul na Guerra Civil Americana. (Fonte: Getty Images/AFP)
Os historiadores apontam que o hist&oacute;rico do movimento por direitos civis trouxe uma consci&ecirc;ncia pol&iacute;tica muito maior para os norte-americanos do que a disseminada no Brasil. Como aqui nunca houve pol&iacute;tica expl&iacute;cita de segrega&ccedil;&atilde;o, as pessoas acreditam no mito da democracia racial e n&atilde;o conseguem associar as discrimina&ccedil;&otilde;es que ocorrem contra negros e ind&iacute;genas (seja no mercado de trabalho, seja na vida pessoal) ao racismo estrutural.
Assim, a sociedade brasileira n&atilde;o reconhece como racismo a perpetua&ccedil;&atilde;o desses s&iacute;mbolos. Al&eacute;m disso, o debate &eacute; feito de modo muito superficial e n&atilde;o inclui refer&ecirc;ncias do movimento negro ou do&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/cultura/99410-deuses-brasileiros-conheca-7-divindades-da-cultura-indigena.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ind&iacute;gena</a> para ir a fundo na relev&acirc;ncia desses monumentos na hist&oacute;ria desses povos.

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Símbolos escravagistas: por que só nos importamos com os dos outros?

Imagem de História das Olimpíadas: da antiguidade aos tempos modernos no megacurioso

Conheça os Jogos Olímpicos através dos séculos

A cada 4 anos, atletas de v&aacute;rios pa&iacute;ses se re&uacute;nem para competir em diversas modalidades de esportes nas Olimp&iacute;adas. Hoje, o evento tem uma import&acirc;ncia mundial, movimenta bilh&otilde;es de d&oacute;lares, gera empregos e, claro, atrai milhares de esportistas de todo o mundo. Mas como tudo isso come&ccedil;ou? De que modo foi o caminho at&eacute; aqui?&nbsp;
<h2>O in&iacute;cio</h2>
Registros hist&oacute;ricos apontam que as <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119445-por-que-as-olimpiadas-comecam-antes-da-cerimonia-de-abertura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">primeiras Olimp&iacute;adas</a> foram realizadas em 776 a.C. na regi&atilde;o de Ol&iacute;mpia, um local situado no sul da Gr&eacute;cia. De acordo com historiadores, o evento era uma forma de homenagem ao mais famoso e poderoso deus da antiga Gr&eacute;cia: Zeus. A mitologia conta que H&eacute;rcules foi o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119447-como-a-cerimonia-de-abertura-das-olimpiadas-mudou-ate-hoje.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">primeiro idealizador dos jogos</a>.
A adora&ccedil;&atilde;o a Zeus era um dos poucos aspectos que os gregos costumavam concordar de modo un&acirc;nime. Naquela &eacute;poca, a Gr&eacute;cia era dividida em diferentes cidades-estado, e guerras entre elas eram frequentes.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23100225454048.jpg" alt="Zeus" />Zeus.
Contudo, mesmo em per&iacute;odos de duras batalhas, esses centros de poder declaravam uma tr&eacute;gua para que seus atletas pudessem participar das Olimp&iacute;adas. Apenas homens podiam competir e com um detalhe muito importante: participavam das disputas nus!
Muitas modalidades que surgiram no passado, como luta livre e corrida, ainda fazem parte das Olimp&iacute;adas modernas com algumas adapta&ccedil;&otilde;es, enquanto outras deixaram de existir, a exemplo das corridas de bigas.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23101823833071.jpg" alt="Com o tempo, novas modalidades foram adicionadas &agrave;s Olimp&iacute;adas" />Com o tempo, novas modalidades foram adicionadas &agrave;s Olimp&iacute;adas.
H&aacute; ainda aquelas esquecidas no tempo, como o pankration. O evento beirava o absurdo, pois se tratava de uma luta onde n&atilde;o havia classes de peso ou limites de tempo. Apenas duas regras: os participantes n&atilde;o podiam morder nem arrancar os olhos de seus advers&aacute;rios. A luta acabava com a desist&ecirc;ncia ou a morte de um dos envolvidos.
<h2>O retorno dos jogos</h2>
As Olimp&iacute;adas gregas perduraram de 776 a.C. at&eacute; 393 d.C., sendo necess&aacute;rios 1503 anos para que os jogos fossem retomados. As primeiras Olimp&iacute;adas modernas aconteceram em Atenas, Gr&eacute;cia (no ano de 1896) e s&oacute; foram poss&iacute;veis gra&ccedil;as a um jovem chamado Bar&atilde;o Pierre de Coubertin, que lan&ccedil;ou a ideia em 1894. &nbsp;
Originalmente, o bar&atilde;o queria Paris como sede. Por&eacute;m, delegados e representantes de mais de 30 na&ccedil;&otilde;es gostaram tanto do conceito que convenceram o idealizador a realizar os jogos em 1896 e ter Atenas como a primeira cidade anfitri&atilde;.
<h2>Fogo ol&iacute;mpico</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23100641920055.jpg" alt="" />
Sem d&uacute;vidas, a tocha ol&iacute;mpica &eacute; o s&iacute;mbolo maior das Olimp&iacute;adas. Contudo, o revezamento da tocha s&oacute; foi inaugurado nos jogos de 1928, em Amsterd&atilde;, nos Pa&iacute;ses Baixos. Por&eacute;m, apenas em 1936, por ocasi&atilde;o dos Jogos Ol&iacute;mpicos de Berlim, na Alemanha, &eacute; que se tornou uma marca oficial.
<h2>Pol&iacute;tica nas Olimp&iacute;adas</h2>
A pol&iacute;tica tamb&eacute;m faz parte dos Jogos Ol&iacute;mpicos, e isso acontece desde os tempos antigos, quando guerras eram interrompidas para a realiza&ccedil;&atilde;o das competi&ccedil;&otilde;es.&nbsp;
No s&eacute;culo XX, a ideologia do nacionalismo se espalhou pelo mundo. A Alemanha nazista aproveitou os jogos de 1936, em Berlim, para divulgar sua causa. Mesmo ap&oacute;s a queda do regime nazista, as Olimp&iacute;adas continuaram envolvidas na pol&iacute;tica mundial.
Em 1956, L&iacute;bano, Iraque e Egito boicotaram os Jogos de Melbourne (Austr&aacute;lia) como protesto pela captura do Canal de Suez&nbsp;pelos franceses e brit&acirc;nicos. J&aacute; Su&iacute;&ccedil;a, Espanha e Holanda resolveram ficar de fora do evento devido &agrave; invas&atilde;o da Hungria pela antiga URSS. Em 1968, na Cidade do M&eacute;xico, dois corredores afro-americanos usaram o p&oacute;dio como palanque contra as pol&iacute;ticas raciais adotadas pelos EUA.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23101147354061.jpg" alt="Smith (ao centro) e Carlos protestaram contra a discrimina&ccedil;&atilde;o racial" />Smith (ao centro) e Carlos protestaram contra a discrimina&ccedil;&atilde;o racial.
Em 1972, nas Olimp&iacute;adas de Munique, na Alemanha, uma trag&eacute;dia: 11 atletas israelenses foram mortos por terroristas palestinos. Quatro anos mais tarde, nos jogos de 1976 em Montreal, no Canad&aacute;, o boicote partiu de 33 pa&iacute;ses africanos. A iniciativa envolveu cerca de 400 atletas em um protesto contra o Apartheid, pol&iacute;tica de segrega&ccedil;&atilde;o racial adotada pela &Aacute;frica do Sul.
As interrup&ccedil;&otilde;es mais recentes e s&eacute;rias das Olimp&iacute;adas modernas aconteceram em 1980, quando o Comit&ecirc; Ol&iacute;mpico dos Estados Unidos votou pela n&atilde;o participa&ccedil;&atilde;o nos jogos porque os sovi&eacute;ticos invadiram o Afeganist&atilde;o 1 ano antes. Nessa &eacute;poca, cerca de 40 pa&iacute;ses, incluindo China e Jap&atilde;o, seguiram os EUA e deixaram a URSS sem a mais importante competi&ccedil;&atilde;o atl&eacute;tica do mundo.
Em 1984, os jogos de inverno realizados em Sarajevo (Iugosl&aacute;via) aconteceram sem problemas. Por outro lado, nos jogos de ver&atilde;o em Los Angeles, o boicote foi liderado pela URSS como uma vingan&ccedil;a pelo que os EUA fizeram em 1980.
Ent&atilde;o, chegamos &agrave;s Olimp&iacute;adas de 2020 sem nenhum embate pol&iacute;tico, mas com uma pandemia que <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/113862-6-vezes-em-que-as-datas-das-olimpiadas-foram-alteradas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">adiou o evento por 1 ano</a>. Tem quem diga que os jogos ol&iacute;mpicos de 2021 est&atilde;o sendo os mais peculiares da hist&oacute;ria moderna, mas olhando da Antiguidade at&eacute; os dias atuais, sempre existe algo ainda mais surpreendente para ser adicionado aos livros.

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História das Olimpíadas: da antiguidade aos tempos modernos

Imagem de Borba Gato: o escravizador de indígenas tomado por herói no megacurioso

Borba Gato foi retratado como herói, mas a história real mostra um caçador de riquezas e escravizador de indígenas

No &uacute;ltimo s&aacute;bado (24), novamente a est&aacute;tua de Borba Gato, situada na zona sul da cidade de S&atilde;o Paulo, foi alvo de depreda&ccedil;&otilde;es. Desta vez, um grupo de pessoas decidiu atear fogo ao monumento, erguido para homenagear o bandeirante. Mas qual &eacute; a raz&atilde;o de tanta rejei&ccedil;&atilde;o a esse personagem da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/103907-o-que-a-historia-nao-conta-5-curiosidades-sobre-a-independencia-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hist&oacute;ria brasileira</a>?
<h2>Borba Gato: de her&oacute;i a inimigo popular</h2>
Manuel de Borba Gato (1628-1718) foi um dos mais conhecidos e bem-sucedidos bandeirantes, tendo desempenhado um importante papel no processo de explora&ccedil;&atilde;o de outras regi&otilde;es do pa&iacute;s pelos paulistas entre os s&eacute;culos XVI e XVII.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/26/26123732153175.jpg" alt="Imagem falsa e romantizada de Borba Gato" />Imagem falsa e romantizada de Borba Gato.
Borba Gato sempre esteve envolvido com os desbravadores e chegou a se casar com Maria Leite, filha de Fern&atilde;o Dias, outro importante bandeirante. Ali&aacute;s, ele fez parte do grupo criado por Dias para sair em expedi&ccedil;&atilde;o pelo pa&iacute;s em busca de pedras de esmeralda.&nbsp;Um dos feitos mais importantes na trajet&oacute;ria de Borba Gato foi a descoberta do fil&atilde;o de ouro nas minas da regi&atilde;o de Sabar&aacute;, no Estado de Minas Gerais.
Outros nomes comuns s&atilde;o os de Ant&ocirc;nio Raposo Tavares, Domingos Jorge Velho, Bartolomeu Bueno da Veiga e Manuel Preto, importantes bandeirantes que <a href="https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/98777-estas-15-fotos-epicas-contam-um-pouco-da-historia-do-brasil-e-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">partiram em expedi&ccedil;&otilde;es</a> para o interior da Am&eacute;rica do Sul em busca de riquezas como ouro, esmeraldas e prata.
Muitos consideram essenciais as iniciativas desses personagens hist&oacute;ricos, afinal em v&aacute;rios casos contribu&iacute;ram para o aumento territorial do pa&iacute;s no per&iacute;odo colonial, assim como de suas riquezas. No entanto, os bandeirantes n&atilde;o se deslocavam para zonas desconhecidas apenas em busca de pedras e metais preciosos. Entre as atribui&ccedil;&otilde;es desses grupos, tamb&eacute;m constavam o exterm&iacute;nio de quilombos e a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118395-como-as-terras-indigenas-sao-demarcadas-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">captura de ind&iacute;genas para serem escravizados</a>.
Lan&ccedil;ado em 1929, o livro Vida e Morte do Bandeirante, do pesquisador Alc&acirc;ntara Machado, &eacute; composto de relatos detalhados sobre como os grupos de bandeirantes capturavam e mandavam para a escravid&atilde;o negros e ind&iacute;genas que encontravam em suas viagens. Como resultado desse processo, etnias inteiras foram dizimadas em confrontos violentos.
<h2>A pol&ecirc;mica da est&aacute;tua</h2>
Nomes de bandeirantes, como Fern&atilde;o Dias, Borba Gato e Raposo Tavares, s&atilde;o facilmente encontrados em ruas, avenidas e monumentos no Estado de S&atilde;o Paulo. Nunca foi segredo o objetivo das expedi&ccedil;&otilde;es e as mortes que elas causavam por onde passavam. Contudo, os bandeirantes passaram a ter outro papel com a Revolu&ccedil;&atilde;o de 1932, um movimento liderado pela oligarquia paulista que exigia uma nova constitui&ccedil;&atilde;o e atacava o autoritarismo de Get&uacute;lio Vargas.
As lideran&ccedil;as da &eacute;poca precisavam de algo que despertasse na popula&ccedil;&atilde;o um sentimento de uni&atilde;o e identidade. E &eacute; aqui que entra em cena o bandeirante Borba Gato, que passou a ser lembrado e homenageado como her&oacute;i, ganhando enorme peso como s&iacute;mbolo paulista. Com isso, a hist&oacute;ria de 300 mil ind&iacute;genas capturados e escravizados, assim como das mortes ocorridas, da destrui&ccedil;&atilde;o de quilombos e dos confrontos sangrentos provocados pelas bandeiras, foi deixada de lado.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: El Pa&iacute;s/ Tha&iacute;s Haliski/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://brasil.elpais.com/brasil/2021-07-24/estatua-do-borba-gato-simbolo-da-escravidao-em-sao-paulo-e-incendiada-por-ativistas.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/26/26123900606177.jpeg" alt="Est&aacute;tua em chamas de Borba Gato" />Est&aacute;tua de Borba Gato em chamas.
A est&aacute;tua de Borba Gato incendiada no &uacute;ltimo fim de semana foi inaugurada em 1963. Com a redescoberta dos feitos negativos desta e de outras personalidades do passado, v&aacute;rios grupos come&ccedil;aram a questionar qual &eacute; o valor ou a necessidade de manter algo como homenagem a algu&eacute;m cuja hist&oacute;ria envolve sangue, morte e destrui&ccedil;&atilde;o. Algumas iniciativas est&atilde;o surgindo, como projetos de lei para a retirada de monumentos, bem como troca de nomes de ruas e avenidas cuja origem s&atilde;o personagens com atitudes reprov&aacute;veis.

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Borba Gato: o escravizador de indígenas tomado por herói

Imagem de Virginia Irwin entrou para a história da Segunda Guerra Mundial no megacurioso

A jornalista quebrou barreiras machistas e arriscou a vida para relatar o que aconteceu na frente de guerra

Nascida em Chicago, Estados Unidos, em 29 de junho de 1908, Virginia Irwin come&ccedil;ou sua carreira jornal&iacute;stica escrevendo para uma coluna de culin&aacute;ria antes de ser contratada pelo editor da revista Everyday, em 1934.
Por ser mulher, ela foi designada para escrever sobre cuidados infantis, etiqueta, casamento, div&oacute;rcio e problemas dom&eacute;sticos, conseguindo se destacar e atrair um grande prest&iacute;gio entre o p&uacute;blico masculino e feminino com o seu trabalho.&nbsp;
Assim que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115610-bat-bombs-o-plano-dos-eua-de-atacar-o-japao-com-morcegos-bomba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pearl Harbor</a> foi atacado pela marinha imperial japonesa, em 7 de dezembro de 1941, declarando a entrada dos Estados Unidos na <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/118129-criancas-lobo-os-orfaos-quase-esquecidos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, o trabalho de Irwin assumiu um tom mais s&eacute;rio para falar apenas sobre os diret&oacute;rios da guerra.
Em 1943, ela viajou pelo oeste do pa&iacute;s para tentar conseguir credenciamento para relatar os eventos na Europa como correspondente de guerra, o que nunca havia sido feito por uma mulher. Seus chefes se recusaram a patrocinar uma mulher no exterior, por&eacute;m lhe deram uma licen&ccedil;a de 1 ano, e ela partiu para a Inglaterra usando o pr&oacute;prio sal&aacute;rio para se manter.
<h2>Narrativas humanas</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;St. Louis Post-Dispatch&nbsp;" data-fonte-url="https://bloximages.newyork1.vip.townnews.com/stltoday.com/content/tncms/assets/v3/editorial/a/1d/a1dd7c49-90e1-5f97-94be-97877ee96a9a/4dcc9a05f3d8f.image.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/17/17004106465004.jpg" alt="(Fonte: St. Louis Post-Dispacth/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: St. Louis Post-Dispacth/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ap&oacute;s se tornar finalmente uma correspondente credenciada do Post-Dispatch, Irwin contribuiu para o jornalismo com mat&eacute;rias humanizadas, em primeira pessoa, relatando suas experi&ecirc;ncias e ressaltando tanto as dificuldades quanto a decad&ecirc;ncia que os soldados enfrentavam na guerra, lembrando a todos que eles n&atilde;o eram nenhum tipo de "m&aacute;quina feita para matar".
Ela tamb&eacute;m fez quest&atilde;o de mostrar o tipo de perigo ao qual os homens se expunham para tentar derrotar o inimigo alem&atilde;o, como a vez que ela se escondeu atr&aacute;s de uma chamin&eacute; enquanto as balas ricocheteavam ao seu redor.
No entanto, nada do que escreveu se comparou com o furo de reportagem que trouxe ao mundo dias antes de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119235-operacao-greif-a-ultima-tentativa-de-hitler-vencer-a-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler</a> cometer suic&iacute;dio em seu bunker em Berlim, em 27 de abril de 1945. Ela descreveu ao mundo os combatentes em confronto com o que restava das tropas nazistas no limiar da queda da Alemanha.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/17/17004305010005.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ap&oacute;s o epis&oacute;dio, infelizmente Irwin perdeu a luta para o ex&eacute;rcito dos Estados Unidos, que nunca lidou bem com sua presen&ccedil;a na frente de guerra. Eles retiraram suas credenciais, impedindo-a de reportar, e a enviou para casa apesar de seus protestos. Al&eacute;m disso, as mat&eacute;rias da jornalista foram duramente censuradas pelo ex&eacute;rcito, visto que este regulava o que seria despachado para os Estados Unidos.
Ainda assim, ao voltar para casa, Virginia Irwin j&aacute; era considerada uma celebridade, recebendo diversas homenagens e sendo convidada para relatar suas experi&ecirc;ncias em Berlim em almo&ccedil;os e entrevistas. Todos admiravam e se orgulhavam do trabalho da jornalista, que havia enfrentado o sistema machista e o horror da guerra para conseguir manter o mundo informado.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/17/17004600573007.jpg" alt="(Fonte: BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ela foi de uma sala com v&aacute;rios homens onde trabalhava em Saint Louis, no Missouri, &agrave; Nova York, onde desfrutou de 14 anos de autonomia para escrever sobre artes e pol&iacute;tica. Contudo, a jornalista terminou de novo em Saint Louis escrevendo sobre brigas de bairro e problemas conjugais.
Depois disso, Virginia Irwin se aposentou e foi viver em uma fazenda no Missouri, perto de sua fam&iacute;lia. Por&eacute;m, em 1944, quando estava escrevendo da Fran&ccedil;a, ela previu que, ao se aposentar, suas "mem&oacute;rias prevalecentes ser&atilde;o de guerra... amontoadas sobre um velho fog&atilde;o e soprando na brisa com os rapazes que est&atilde;o lutando".

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