Imagem de Os problemas destrutivos e mortais da perfuração por petróleo no megacurioso

Derramamento de óleo e poluição não são nem a ponta do iceberg

<head></head><body>A data 27 de agosto de 1859 marca o início da era moderna na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118155-exxon-valdez-um-dos-maiores-derramamentos-de-petroleo-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">perfuração por petróleo</a>, quando o primeiro poço foi cavado por Edwin Drake, na Pensilvânia, por meio da empresa American Merrimac Company.De lá para cá, o petróleo dominou todos os aspectos da vida moderna, sendo fonte de combustível para transporte, matéria para muitos produtos químicos e usado para fabricar itens cruciais, como válvulas cardíacas e lentes de contato.Atualmente, o produto representa cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), enquadrando-se como uma das commodities mais importantes do mundo, com seus derivados de petróleo podendo ser encontrados em tudo, desde equipamentos de proteção individual até roupas. Os lucros combinados de algumas maiores empresas petrolíferas do mundo totalizaram, só em 2022, quase US$ 200 bilhões.Mas quais são&nbsp;os problemas que a perfuração de petróleo acarreta?<h2>Impacto profundo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29160238669336.jpg" alt="(Fonte: CNN/Reprodução)">(Fonte: CNN/Reprodução)Como em tudo que impacta a economia, o debate sobre os problemas na exploração de petróleo se divide entre os<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124550-os-5-desastres-ambientais-mais-terriveis-causados-pelo-homem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;efeitos ambientais</a> contra a criação de empregos e a indústria. No início de 2023, o futuro incerto no que diz respeito aos impactos do controverso Projeto Wilow, a movimentação da ConocoPhillips para construir e operar plataformas de perfuração no Alasca, tornou o tópico ainda mais espinhento; despertando medos sobre o quão longe a indústria está indo e como isso pode afetar ainda mais o meio ambiente.O problema da exploração por petróleo está bem mais fundo do que os clássicos<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124201-como-as-fezes-humanas-estao-sendo-usadas-para-construir-casas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;derramamentos de óleo</a> e falhas catastróficas em plataformas de perfuração que estampam capas de jornais no mundo inteiro. Se na superfície a imagem já fica ruim, em águas profundas, onde câmera nenhuma chega, a poluição e perturbação ecológica são ainda piores – e começam muito antes de uma plataforma ser instalada.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29160401347338.jpg" alt="(Fonte: Environment/Reprodução)">(Fonte: Environment/Reprodução)Quando equipes de pesquisa enviam seus equipamentos para mapear a região, o processo bombardeia o ecossistema com luz e som não naturais que podem ser detectados a milhares de quilômetros de distância. O ruído prejudica a vida marinha, interrompendo completamente a capacidade de comunicação, podendo até causar danos físicos, em alguns casos.A instalação das plataformas corrompe para sempre o fundo do mar com sua pressão, infligindo danos irreparáveis a ecossistemas frágeis, como recifes de corais. Além disso, o lixo líquido dessas estruturas, uma mistura de água e óleo, começa a fluir e continua a vazar para o oceano durante toda a operação da plataforma.<h2>A perturbação sem fim</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29160804625340.jpeg" alt="(Fonte: Amazon Frontlines/Reprodução)">(Fonte: Amazon Frontlines/Reprodução)A saúde humana também se deteriora com a perfuração ativa de petróleo. Quanto mais plataformas são instaladas, mais pessoas precisam viver nas proximidades delas. Atualmente, nos Estados Unidos, oito milhões de pessoas vivem próximo do epicentro de atividade, e estão sujeitas a vários tipos diferentes de câncer, sendo o câncer infantil o que mais possui correlação com a operação do petróleo.Os equipamentos de perfuração têm uma participação na causa de problemas respiratórios, cardiovasculares e neurológicos; além do desenvolvimento de anomalias médicas, como problemas de tireoide e falência de fígado. Enquanto isso, as pessoas que trabalham nessas plataformas estão expostas a altos índices de hidrocarbonetos, associados a danos ao DNA, e a sangramentos nasais até danos neurológicos significativos, oriundos da inalação do gás de sulfeto de hidrogênio.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The New York Times&nbsp;" data-fonte-url="https://static01.nyt.com/images/2022/01/21/world/21Peru-Tonga-04/21Peru-Tonga-04-articleLarge.jpg?quality=75&amp;auto=webp&amp;disable=upscale"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29160857151343.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodução)">(Fonte: The New York Times/Reprodução)No relatório Pessoas e Poluição: Os impactos Sociais dos Derramamentos de Petróleo a Nível Comunitário, Alyssa Gray, do Escritório de Resposta e Restauração, observou que os vazamentos de petróleo causaram um estresse psicológico permanente nas pessoas que viviam perto do local. Isso porque elas sentiam que simplesmente não tinham mais controle de suas vidas ao também serem bombardeadas com a atenção do resto do mundo.No Sudão e Nigéria, a população local próxima às plataformas sofreu de um fenômeno de exclusão social, uma situação em que a população não tem voz nas decisões em todo o país, nem ganha nada dele. Entre os efeitos estão a perpetuação da pobreza, eliminação de oportunidade para membros da comunidade, e destruição de terras importantes para a população local, dificultando ou impossibilitando as tradições culturais.&nbsp;Tudo isso e muito mais constitui o efeito subjetivo da perfuração de petróleo.</body>

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Os problemas destrutivos e mortais da perfuração por petróleo

Imagem de Espartilhos para gravidez na Era Vitoriana: para que serviam? no megacurioso

Peça servia tanto para dar mais conforto quanto para dar mais liberdade

<head></head><body>Os espartilhos da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123732-6-fatos-bizarros-sobre-a-vida-na-era-vitoriana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Era Vitoriana</a> (1837 a 1901) são muito conhecidos por deixarem as mulheres com a cintura fina e a aparência de uma ampulheta, mesmo que fossem desconfortáveis. O que talvez você não saiba é que eles também eram usados por mulheres grávidas.&nbsp;Pode até parecer estranho, mas antes da invenção das roupas de maternidade, as mulheres usavam espartilhos especiais para ajustar suas barrigas e proporcionar maior conforto durante a gravidez.<h2 style="text-align: justify;">Saúde e conforto</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/27/27095724588060.jpg" alt="Espartilho de gravidez da Era Vitoriana exposto no Museu Maidstone, na Inglaterra. (Fonte: Maidstone Museum/Divulgação)">Espartilho de gravidez da Era Vitoriana exposto no Museu Maidstone, na Inglaterra. (Fonte: Maidstone Museum/Divulgação)Os espartilhos de maternidade do século XIX foram projetados para se adaptarem facilmente ao corpo em crescimento. Ao contrário dos tradicionais, que eram amarrados nas costas, esses espartilhos possuíam laços duplos nas laterais para facilitar o ajuste conforme a barriga da gestante aumentava. Dessa maneira, não pressionavam o feto, pois deixavam a parte inferior da barriga livre.&nbsp;Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122277-espartilho-de-opressao-a-simbolo-de-empoderamento-feminino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espartilhos</a> de gravidez eram mais vantajosos que os modelos normais porque eram feitos de materiais mais macios, menos apertados e, por consequência, muito mais confortáveis.&nbsp;<h2 style="text-align: justify;">Estilo e elegância</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/27/27100129240066.jpg" alt="O espartilho era usado para acentuar a feminilidade. (Fonte: GettyImages/Reprodução)">O espartilho era usado para acentuar a feminilidade. (Fonte: GettyImages/Reprodução)Como a moda da época ditava que a roupa íntima não deveria ser vista em público, as mulheres usavam modelos com amarrações, laços ou alfinetes para ajustar facilmente a roupa à medida que suas figuras mudavam.Esses truques permitiam que as mulheres tivessem vestuários mais modestos, não sendo preciso comprar roupas novas durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123249-gravidez-silenciosa-como-e-possivel-estar-gravida-e-nao-saber.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gravidez</a> (até porque os tecidos eram caros na época) e fazendo com que as peças durassem muitos anos.Os espartilhos durante o século XIX eram semelhantes em construção, usando camadas duplas de tecido resistente, ossos de baleia ou metal e ilhós de renda para ajustar à cintura apertada.<h2 style="text-align: justify;">Sobrevivência</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/27/27100410724067.jpg" alt="Usar espartilho de maternidade ajudava a esconder a gestação. (Fonte: GettyImages/Reprodução)">Usar espartilho de maternidade ajudava a esconder a gestação. (Fonte: GettyImages/Reprodução)Nem todas as mulheres usavam espartilhos de maternidade para se sentirem mais confortáveis no período de gestação. Na verdade, muitas delas usavam o adereço como uma forma de esconder que estavam grávidas, já que a gravidez representava um risco para sua vida em sociedade.Durante o século XIX, para muitas mulheres, a gravidez significava uma perda de liberdade. Na classe trabalhadora, o problema era ainda maior, pois elas frequentemente perdiam o emprego, atingindo diretamente sua capacidade financeira e, logicamente, sua independência.Vale lembrar que a Revolução Industrial estava a todo vapor no século XIX. Assim, a gravidez incomodava os empresários (como acontece até hoje em menor escala), já que a mulher não conseguiria mais realizar as tarefas por longas horas e com a velocidade necessária. Por isso as mulheres tentavam esconder a barriga o máximo que conseguiam.Nesse sentido, os espartilhos tinham papel essencial. Além das dificuldades de emprego, as mulheres de classe média e alta enfrentavam expectativas sociais para se concentrar exclusivamente em seus papéis como esposas e mães, deixando pouco espaço para seus próprios interesses e objetivos pessoais.</body>

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Espartilhos para gravidez na Era Vitoriana: para que serviam?

Imagem de Como Operação Condor ensinou a tortura ao Brasil da ditadura no megacurioso

A operação instalou uma grande rede de opressão, desaparecimentos, morte e tortura pela América

<head></head><body>Depois da guerra, o que mais foi visto na segunda metade do século XX foi a repressão em todas as suas formas, da China aos Estados Unidos, este que prosperava no pânico causado pela ideia da “ameaça vermelha”.O governo americano se mostrou disposto a fazer qualquer coisa para suprimir atividades supostamente <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120195-comunismo-e-socialismo-existe-diferenca-entre-as-duas-coisas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">comunistas</a> e antiautoritárias em todo o mundo durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120180-quando-o-mundo-quase-entrou-numa-guerra-nuclear-em-1983.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Fria</a>, não poupando esforços, nem que isso significasse financiar <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121525-grupo-wagner-os-mercenarios-que-podem-mudar-o-curso-da-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">grupos armamentistas</a> fascistas e apoiar financeira e belicamente regimes autoritários – como fizeram durante o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118211-ditadura-militar-como-e-por-que-aconteceu-o-golpe-de-1964.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Golpe de 1964</a>, que instaurou uma Ditadura Militar no Brasil.Na Europa, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120887-operacao-gladio-as-redes-espias-que-queriam-inibir-o-comunismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Operação Gladio</a> estabeleceu redes espiãs para inibir a atividade do comunismo, enquanto os EUA criaram a Operação Condor, que prendeu, sequestrou e abusou física e sexualmente de milhares de pessoas em uma verdadeira rede de esquadrões militares e paramilitares da morte associados à subversão política de maneira transnacional.&nbsp;<h2>Como aconteceu</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29143327546262.jpg" alt="(Fonte: The Guardian/Reprodução)">(Fonte: The Guardian/Reprodução)Revolucionários que lutaram ativamente contra as ditaduras militares, indígenas, membros de sindicatos ou democratas — todos foram vistos como inimigos dos EUA durante a Operação Condor, oficialmente implementada em novembro de 1975 pelas ditaduras de direita do Cone Sul (o triângulo geográfico formado por Chile, Argentina, Uruguai e Brasil, que possuem características geopolíticas semelhantes).Mas a campanha foi muito além, apoiando material e financeiramente os regimes militares também da Bolívia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai; procurando criar um ambiente altamente hostil para membros de organizações antiautoritárias viverem – ou seja, livre de oposição.Com uso da inteligência, os EUA vigiaram os países que faziam parte do pacto da Operação Condor por meio de dispositivos de criptografia fornecidos por uma empresa de propriedade da Agência Central de Inteligência (CIA). Portanto, a todo o momento, o governo americano sabia o que estava acontecendo nesses países, podendo também controlar as atividades repressivas. Isso significava que eles ensinaram como as autoridades locais deveriam torturar.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29143441102264.jpg" alt="(Fonte: Al Jazeera/Reprodução)">(Fonte: Al Jazeera/Reprodução)No Paraguai, foram encontrados os denominados "Arquivos do Terror", contendo até 700 mil documentos compilados durante a operação, com dados de reuniões, fotografias e movimentos de quem defendia a reforma social. Tudo isso foi feito por meio de lentes de telefoto usadas para a vigilância de reuniões e de qualquer cidadão, de professores a pastores. Todos estavam sujeitos à vigilância.Só no Paraguai, mais de 100 mil pessoas foram executadas ou desapareceram. Os arquivos também mostraram que a rede espiã massiva foi usada para coordenar vários assassinatos, como o carro-bomba que tirou a vida dos exilados Carlos Prats González e Sofía Cuthbert, na Argentina, após fugirem do Chile quando o governo caiu sob o golpe de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119666-como-o-governo-militar-brasileiro-apoiou-o-golpe-de-pinochet-no-chile.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pinochet</a>.<h2>Os voos da morte</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29143550508266.jpg" alt="(Fonte: EBC/Reprodução)">(Fonte: EBC/Reprodução)Desse modo, fica mais fácil entender como surgiu, por exemplo, a Casa da Morte. Estabelecida em Petrópolis, no Rio de Janeiro, o local foi um centro clandestino de tortura e assassinatos criado pelos órgãos de repressão da ditadura militar, que usou métodos ensinados pela CIA e o Escritório de Segurança Pública (OPS) dos EUA.Esses dois órgãos forneceram assistência para os países que integraram a Operação Condor por meio de manuais bem específicos sobre como os dissidentes deveriam ser tratados pelos policiais e oficiais.Muitos deles receberam treinamento na Escola das Américas, fundada em 1946 no Panamá para formar militares da América Latina e do Caribe na doutrina da segurança nacional, tida como a base de toda a operação. Na instituição, os aprendizes eram treinados em abusos de direitos humanos e, antes de torturar, eles foram ensinados a como sumir com as pessoas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29143643475267.jpg" alt="(Fonte: Canal Ciências Criminais/Reprodução)">(Fonte: Canal Ciências Criminais/Reprodução)Uma vez encarcerados, os dissidentes eram colocados em interrogatórios que poderiam durar meses, onde eram brutalmente torturados. No regime paraguaio de Alfredo Stroessner Matiauda, os métodos usados pela Direção Nacional de Assuntos Técnicos incluíam inserir agulhas sob as unhas, submersão em banheira de dejetos e crucificação. Já no Brasil, de Castelo Branco a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119824-milagre-economico-como-o-brasil-cresceu-na-ditadura-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Emílio Médici</a>, os militares aprenderam técnicas francesas de tortura que envolviam espancamento para induzir abortos, choques elétricos nas genitálias e empalação.Só no Chile e Paraguai, de 40 mil a 70 mil pessoas desapareceram durante a Operação Condor, mortas por acidente ou intencionalmente, durante ou após os interrogatórios perturbadores. Os cadáveres foram despejados em valas comuns no Chile, sepultados em várias regiões do imenso deserto do Atacama, que possui restos mortais de ativistas e indígenas.A Argentina usou o método denominado "voo da morte", em que os corpos eram lançados de aviões para a imensidão do oceano Atlântico. E para impedir que os restos mortais chegassem até as praias, os oficiais removiam os intestinos das vítimas para que gases não se acumulassem neles e fizessem o cadáver flutuar.Assim foi até o fim da Operação Condor, em meados de 1983, quando as ditaduras militares de direita começaram a cair por todos os países ocupados.</body>

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Como Operação Condor ensinou a tortura ao Brasil da ditadura

Imagem de 5 fatos sobre a Revolução Americana que não te contaram na escola no megacurioso

A Revolução Americana foi o movimento que levou à proclamação da independência dos Estados Unidos

<head></head><body>Na história dos Estados Unidos, a Revolução Americana é um marco fundamental à formação do país, bem como preponderante no cenário global, até então recheado de grandes colônias por todo o continente. Mesmo que muito estudada, determinados aspectos históricos desse momento são pouco abordados, quando não negligenciados de forma consciente.Para oferecer a você, leitor, uma visão mais ampla sobre esse importante momento, elaboramos uma lista com detalhes nem sempre explicados sobre a revolução. É interessante notar que certos aspectos aqui citados podem ajudar a explicar a sociedade norte-americana atual. Confira.<h2>1. O impacto sobre os indígenas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/28/28080627511004.png" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Nos Estados Unidos, a relação com os povos originários é bastante controversa até os dias atuais - e muito mais complexa do que no Brasil, por exemplo. O que pouco se fala é da importância que os diversos nativos norte-americanos tiveram para que o país se tornasse independente da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122342-ingles-x-britanico-qual-e-a-diferenca-entre-aos-termos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grã-Bretanha</a>.Assim como em todas as nações da América, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118460-onde-vivem-os-indigenas-brasileiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">indígenas</a> estavam dispersos em centenas de tribos, muitas sem contato entre si. Todavia, mesmo entre um mesmo povo, havia divergências sobre quem deveriam apoiar, o que pode levar a crer que se mantiveram apartados do conflito.Na realidade, muitas tribos desempenharam papel importante nas batalhas, de ambos os lados. Porém, o impacto foi gigantesco para todos, independente do lado que estivessem, com perdas de terras e de sua própria soberania.<h2>2. Colonos tentaram inicialmente a diplomacia</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d4/First_continental_Congress_at_Prayer.jpg/640px-First_continental_Congress_at_Prayer.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/28/28080912534005.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Antes de um conflito armado, os colonos desejavam resolver o conflito com o governo britânico de modo pacífico. É importante ter em mente que a Revolução Americana foi coordenada pela burguesia colonial, dando contornos financeiros aos incômodos com a Grã-Bretanha.Por duas vezes, integrantes das 13 colônias se reuniram na Filadélfia para discutir medidas diplomáticas no trato com os britânicos. Elas envolveram, inicialmente, boicotes a produtos vindos de seus colonizadores. É no segundo congresso em que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119978-thomas-jefferson-e-sua-contraditoria-relacao-com-a-escravidao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Declaração da Independência dos Estados Unidos</a> é redigida.<h2>3. Os norte-americanos tiveram muitos aliados</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/28/28081204390006.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)A burguesia colonial teve muitos apoios durante a Revolução Americana, em especial da França, Espanha e Holanda, rivais do Império Britânico. E esse apoio não foi, necessariamente, bélico.Os franceses, por exemplo, davam aval para que navios vindos dos Estados Unidos vendessem seus produtos, inclusive para eles. Já os espanhóis emprestavam dinheiro aos colonos, de modo a lidar com sanções impostas pelos britânicos. O envolvimento holandês, assim como o francês, também passou pela comercialização de produtos.<h2>4. Atuação feminina foi ativa</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/28/28081433106009.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Outro aspecto negligenciado da Revolução Americana é a participação feminina. Mesmo sem direito a voto, ou de participar dos congressos, as mulheres tiveram papel significativo na luta pela independência. Muitas delas estavam envolvidas nos atos de protesto e nos boicotes aos produtos vindos da Grã-Bretanha.Em outros momentos, agiam como espiãs, contrabandeando suprimentos ou mesmo trabalhando como enfermeiras. Por fim, e não menos importantes, nomes como Deborah Sampson participaram ativamente da luta armada, ainda que algumas precisassem se disfarçar de homens — como no caso de Deborah.<h2>5. Inspirou outras independências</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/28/28082708836012.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)O <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121817-conheca-os-5-filosofos-iluministas-mais-influentes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pensamento iluminista</a> se espalhava pelo mundo. Suas ideias e ideais, como a liberdade e a democracia, estavam intimamente ligadas aos movimentos pela independência norte-americana, resultado da Revolução Americana. Acontece que o sucesso do movimento nos Estados Unidos não deixou de ser notado em outros lugares do globo.Outras colônias, ao notarem que era possível desafiar o domínio das monarquias europeias e obter suas independências, assim o fizeram. O mesmo no caso da instalação da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120949-5-enganos-historicos-sobre-a-revolucao-francesa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">república</a> em certos países. Casos emblemáticos envolvem os franceses, os haitianos e nós, brasileiros.É importante frisar que, em todos os casos, haviam fatores locais próprios que motivavam o interesse por independência, mas é inegável o papel da Revolução Americana em demonstrar que era possível questionar a estruturas políticas da época e ter sucesso em sua missão.</body>

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5 fatos sobre a Revolução Americana que não te contaram na escola

Imagem de Banquete das Castanhas: a noite de prostituição da Igreja Católica no megacurioso

O episódio infame envolveu o papa e todo o mais alto escalão da Igreja em uma orgia com 50 prostitutas

Em 1880, o alemão Heinrich Lossow pintou a tela Die Versündigung (O Pecado) retratando um padre com as mãos nos seios avantajados de uma freira, enquanto a penetrava com uma expressão de prazer inigualável. O artista conseguiu ser ferrenhamente criticado pela sociedade por seu ato de blasfêmia, bem como a Igreja, que o acusou de todos os pecados mortais possíveis.Contudo, a tela de Lossow não era apenas fruto de sua liberdade criativa ou alguma espécie de crítica social – ainda que pudesse ser –, mas a retratação de uma das festas mais infames da história medieval: o Banquete das Castanhas, quando o mais alto escalão da Igreja Católica se reuniu no Palácio Papal da família Bórgia para se refocilar em uma noite com prostitutas, entretenimento nudista e jogos sexuais noturnos.<h2>Luxúria e poder</h2><span class="img-fc" data-fonte="(Fonte: Wikimedia Commons)" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c4/Portrait_of_Pope_Alexander_VI_Borgia_%28Vatican_Museums_-_Musei_Vaticani%2C_Vatican%29.jpg/732px-Portrait_of_Pope_Alexander_VI_Borgia_%28Vatican_Museums_-_Musei_Vaticani%2C_Vatican%29.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/30/fonte-wikimedia-commons-30185020181414.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)"><span class="img-fc desc" data-fonte="(Fonte: Wikimedia Commons)" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c4/Portrait_of_Pope_Alexander_VI_Borgia_%28Vatican_Museums_-_Musei_Vaticani%2C_Vatican%29.jpg/732px-Portrait_of_Pope_Alexander_VI_Borgia_%28Vatican_Museums_-_Musei_Vaticani%2C_Vatican%29.jpg">Papa Alexandre VI. (Fonte: Wikimedia Commons)A <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122527-conheca-as-esquisitices-da-vida-cotidiana-dos-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Roma&nbsp;</a>do século XVI foi um período de vaidade e autoindulgência, regida pela influência da controversa família Bórgia, que dominou todos os aspectos da grande cidade renascentista, ocupando todos os cargos de poder, inclusive o de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124511-sinodo-do-cadaver-o-papa-retirado-de-sua-sepultura-e-julgado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">papa</a>. Alexandre VI, nascido Rodrigo Bórgia, foi o 214º papa da Igreja Católica, e o filho César Bórgia, representaram a corrupção e devassidão escancarada do período, com seus eventos sociais luxuosos para grupos privilegiados com uma lista de convidados bastante restrita.Do século XV ao XVI, a Casa dos Bórgia, de Aragão, na Espanha, se envolveu com assuntos políticos da Igreja e ascenderam como o pilar social da época, principalmente depois que o Papa Calixto III, nascido Alfonso de Bórgia, se tornou autoridade papal e governou de 1455 a 1458. Demorou até 1492 para que Rodrigo Lanzol Bórgia se tornasse Papa Alexandre VI. Em apenas 11 anos de reinado, ele conseguiu deixar um rastro de infâmia por onde passou, sendo a noite de 30 de outubro de 1501 o ponto mais alto.Naquela noite, os Bórgia organizaram um banquete no Palácio Papal apenas para os funcionários da Igreja Católica, com direito a todos os tipos de pecado da carne que eles repudiavam – ou deveriam.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29142605074249.jpg" alt="&quot;Die Versündigung&quot;, por Heinrich Lossow. (Fonte: Narrative Painting/Reprodução)">"Die Versündigung", por Heinrich Lossow. (Fonte: von Zezschwitz/Web Archive/Wikimedia Commons)Os anfitriões garantiram que tivesse comida durante o Banquete das Castanhas, com carnes assadas, frutas secas, todos os tipos de iguarias doces, e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124495-sapa-romanos-antigos-se-envenenaram-com-acucar-de-chumbo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">melhor vinho que Roma</a> tinha a oferecer. Enquanto faziam uma refeição em nada frugal, os convidados podiam aproveitar as 50 prostitutas inclusas na festa.O evento ganhou a alcunha de Banquete das Castanhas porque, quando os empregados colocaram os candelabros no chão para dar início a segunda parte da noite, as cortesãs começaram a dançar sedutoramente e a se despirem enquanto castanhas eram espalhadas pelo chão. As mulheres se arrastavam pelo piso, pegando castanhas com as bocas ou com os seios, e colocando-as em suas genitálias.<h2>Os "homens de Deus"</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29142733722250.jpg" alt="(Fonte: The Raven Report/Reprodução)">(Fonte: National Gallery of Ireland/Wikimedia Commons)O Papa Alexandre VI anunciou que aqueles que mais ejaculassem durante a festa ganhariam prêmios, como túnicas de seda e enfeites de ouro. No entanto, ainda que não ganhassem nada, apenas a festa já era o suficiente para os padres, bispos e cardeais aproveitarem.O banquete aconteceu bem no dia do Halloween, então chamado All Hallows, uma estação de fartura e um feriado sagrado para a Igreja e relação com os mortos. Nessa época, os cemitérios eram abertos, cadáveres vestidos elegantemente e exibidos, com fazendeiros comemorando o fim de um ano produtivo onde suas despensas estavam cheias, em um espírito de abundância.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29142842105254.jpg" alt="(Fonte: Everett Collection/Reprodução)">(Fonte: Everett Collection/Bridgeman Images/Reprodução)Além do tom sobrenatural, a última ação da autoridade papal determinava o sucesso do próximo período de férias, de quem a sociedade esperava mais folia e festividade – obviamente que não nos termos que aconteceu a festa na morada dos Bórgia.Até hoje, o Banquete das Castanhas é contestado pela Igreja Católica, cujas bases afirmam que o episódio foi uma tentativa de deslegitimar a unidade de fé e sua relevância daquele tempo.&nbsp;O protonotário apostólico e mestre de cerimônias Johann Buchard foi quem escreveu o documento que denunciou a imoralidade do ofício papal, sobretudo ao redor do governo dos Bórgia, com o qual não possuía uma boa relação. Buchard colocou em cheque a natureza dúbia e imperfeita da autoridade religiosa, reforçando que os ditos "homens de Deus" – ele incluso – ainda são homens mundanos, e que estão longes de serem puros.

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Banquete das Castanhas: a noite de prostituição da Igreja Católica

Imagem de Pueblo Revolt: a luta que forçou os espanhóis a saírem do México no megacurioso

Em 1680, um curandeiro chamado Po'pay liderou a revolta nativa mais bem-sucedida da história norte-americana

<head></head><body>A história humana é moldada por diversos conflitos armados pelos séculos, sendo alguns mais conhecidos que outros. No entanto, uma história bem curiosa e pouco falada dentro desse segmento é a Pueblo Revolt, ou a Revolta de Pueblo, a primeira revolução americana que viu os povos indígenas do Novo México expulsarem com sucesso os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/105841-os-astecas-achavam-mesmo-que-os-colonizadores-espanhois-eram-deuses.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">colonizadores espanhóis</a> de suas terras.A população de Pueblo foi dominada pelo regime opressivo espanhol por diversos anos, o que causou um desgaste muito grande entre os povos nativos. Os colonos católicos eram conhecidos por forçá-los a se converterem de suas religiões nativas e os puniam brutalmente se recusassem. Conheça mais sobre esse evento histórico nos próximos parágrafos!<h2>Opressão espanhola</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29003939898001.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Em 1598, os conquistadores espanhóis colocaram seus pés pela primeira vez no Novo México, que hoje é um dos 50 estados dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124200-5-bizarrices-que-os-norte-americanos-acreditam-segundo-pesquisas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Estados Unidos da América</a> (EUA). Não demorou muito para que eles descobrissem que o povo Pueblo já vivia na área, o que não impediu em nada as tentativas de assumir controle do território.Segundo historiadores, os espanhóis passaram a escravizar homens e mulheres nativos e forçá-los a praticar o cristianismo. As práticas religiosas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118460-onde-vivem-os-indigenas-brasileiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">indígenas</a> tradicionais foram completamente proibidas, com punição pública para quem resistisse. Foi assim que o povo Pueblo teve seus fossos cerimoniais queimados e objetos sagrados destruídos.&nbsp;Os colonizadores também foram responsáveis por levar inúmeras doenças para a região, como a varíola, sarampo e tifo, que mataram milhares de pessoas. A humilhação e opressão perdurou décadas, criando condições maduras para uma rebelião. Porém, a situação estourou de verdade quando um homem santo chamado Po'pay foi preso, em 1678.<h2>A importância de Po'pay</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29004009191002.jpg" alt="(Fonte: Fred Kabotie/Museu de Arte e Cultura Indígena/Reprodução)">(Fonte: Fred Kabotie/Museu de Arte e Cultura Indígena/Reprodução)Em meados da década de 1670, 47 pessoas de Pueblo foram presos por praticar feitiçaria após se recusarem a se converter ao cristianismo. Três deles foram enforcados e o resto foi açoitado publicamente. Entre eles estava Po'pay, um curandeiro e capitão de guerra da tribo Ohkay Owingeh.&nbsp;Durante quatro anos, Po'pay conspirou em segredo na aldeia de Taos Pueblo, tendo até mesmo matado seu próprio genro quando suspeitou que ele falava da rebelião para outras pessoas. Ele também foi responsável por reunir líderes de diversas tribos, incluindo algumas que estavam localizadas a muitos quilômetros de distância.No dia 10 de agosto de 1680, a batalha começou. O povo de Pueblo decidiu atacar os colonizadores em conjunto, fazendo de tudo que tinham em mãos para se livrar do domínio espanhol — roubar cavalos, saquear empresas, bloquear estradas e vandalizar igrejas.Em 11 dias, mais de 400 espanhóis morreram, incluindo 21 padres. Outros 2 mil decidiram fugir da área, não retornando por 12 anos. A revolta foi vista como bem-sucedida e as comemorações envolveram a destruição de mais igrejas e anulação de todos os casamentos cristãos ocorridos durante o regime. A luta nativa norte-americana não só deu fim a anos de muita tortura, mas também criou condições para que a cultura de Pueblo pudesse continuar prosperando.&nbsp;</body>

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Pueblo Revolt: a luta que forçou os espanhóis a saírem do México

Imagem de Varfarina: como o antigo veneno de ratos salva vidas no megacurioso

E que foi, acidentalmente, inventado por um recruta da Marinha que tentou suicídio

Assim como toda a insalubridade, morte, medo e situa&ccedil;&atilde;o de desolamento que assolou os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119035-pesadelo-a-vida-nas-trincheiras-durante-a-1-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">brit&acirc;nicos nas trincheiras em 1914</a>, o mesmo aconteceu com os soldados norte-americanos na d&eacute;cada de 1950 com o envolvimento dos Estados Unidos nos conflitos b&eacute;licos da &Aacute;sia, como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119223-fragging-o-ato-de-matar-os-proprios-companheiros-de-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra do Vietn&atilde;&nbsp;</a>e a Guerra da Coreia.
Pela primeira vez em muito tempo, os soldados norte-americanos tiveram contato com a necessidade de desertar, abandonando princ&iacute;pios considerados fundamentais do patriotismo que permeia todos os aspectos da sociedade dos EUA, sobretudo em uma &eacute;poca em que havia a forte ideia de que isso era o que havia levado a na&ccedil;&atilde;o at&eacute; onde estava.
Essa &eacute; a hist&oacute;ria de como um desertor suicida inventou a varfarina, o f&aacute;rmaco que impede co&aacute;gulos&nbsp;e tamb&eacute;m salvou a vida do presidente Dwight Eisenhower.
<h2>O trevo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29153814468315.jpg" alt="(Fonte: Keir Morse/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Keir Morse/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Um soldado da Marinha deu entrada no Hospital Naval da Filad&eacute;lfia, EUA, em 4 de abril de 1951, com o nariz jorrando sangue e sentindo dores abdominais fort&iacute;ssimas. Aquele estado acendeu nos m&eacute;dicos a possibilidade de que o trauma tinha algo a ver com envenenamento &ndash; e eles estavam certos, afinal, o pa&iacute;s estava em meio a Guerra da Coreia, e atitudes de desertar como aquela eram cada vez mais comuns.
No entanto, o recruta acabou se arrependendo de sua decis&atilde;o no meio do processo, mas j&aacute; havia ingerido o veneno de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115982-utopia-dos-ratos-experimento-previu-a-extincao-da-humanidade-.htm#:~:text=Em%202%20anos%20de%20experimento,estudo%20por%20mais%2024%20vezes." rel="noopener noreferrer" target="_blank">rato</a>. A carga que o homem tomou era o bastante para mat&aacute;-lo assim que entrasse em contato com seu organismo, no entanto, s&oacute; o fez se contorcer de dor &ndash; o que duraria quatro longos dias.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29153922834318.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
O homem n&atilde;o morreu porque recorreu &agrave; subst&acirc;ncia varfarina, que diminui a capacidade do corpo humano de coagular o sangue. O agente t&oacute;xico incolor e inodoro, um not&oacute;rio veneno que al&eacute;m de afetar o gado, &eacute; usado para matar morcegos-vampiros e ratos ao for&ccedil;ar uma hemorragia interna, faz parte de uma poderosa fam&iacute;lia de anticoagulantes naturais.
Ela foi encontrada acidentalmente por fazendeiros que n&atilde;o entendiam o motivo de seu gado sangrar at&eacute; a morte ao comer trevo-de-cheiro (Melilotus indicus) estragado.
Acontece que, quando o mofo impregna a planta, consegue reprogramar um determinado produto qu&iacute;mico nela. Sendo assim, enquanto em animais o anticoagulante os mata, em humanos evita que o sangue coagule em situa&ccedil;&otilde;es de risco. A capacidade da planta foi usada para essa finalidade durante as cirurgias dos soldados da Segunda Guerra Mundial.
<h2>A situa&ccedil;&atilde;o que mudou tudo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29154004563320.jpg" alt="Dwight Eisenhower. (Fonte: NPS/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Dwight Eisenhower. (Fonte: NPS/ENHS/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Quando os pesquisadores da Wisconsin Alumni Research Foundation faziam testes para encontrar mais vers&otilde;es dos anticoagulantes com base na subst&acirc;ncia qu&iacute;mica do trevo, descobriram o composto que apelidaram varfarina, que se provou muito &uacute;til para matar ratos.
N&atilde;o demorou muito para os EUA usarem a subst&acirc;ncia no controle de pragas enquanto pesquisas ainda eram feitas sobre o desempenho de suas propriedades em contato com o sangue humano. Depois que o soldado arrependido chegou at&eacute; um hospital com o est&ocirc;mago cheio do composto, ele s&oacute; n&atilde;o morreu porque seu quadro p&ocirc;de ser revertido com vitamina K, que atua na coagula&ccedil;&atilde;o sangu&iacute;nea ao estimular o processamento de importantes prote&iacute;nas no organismo.
Apesar de um ato impensado, foi assim que estudos come&ccedil;aram a ser feitos com base nos efeitos da varfarina no corpo humano, descobrindo que, al&eacute;m de prevenir co&aacute;gulos sangu&iacute;neos fatais, a subst&acirc;ncia pode tamb&eacute;m restaurar o fluxo sangu&iacute;neo em v&iacute;timas de derrame.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29160046369335.jpg" alt="(Fonte: Dra. Regina Biasoli/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images)
Com isso, um rem&eacute;dio foi formulado e rapidamente aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) para seu uso no tratamento de co&aacute;gulos sangu&iacute;neos, que aconteceu da forma mais emblem&aacute;tica o poss&iacute;vel, na sexta-feira de 23 de setembro de 1955, enquanto o ent&atilde;o presidente dos EUA, Dwight Eisenhower, visitava amigos e familiares em Denver.
Em um instante o chefe de Estado estava bebendo e conversando, no outro j&aacute; estava no ch&atilde;o, arrebatado por um infarto do mioc&aacute;rdio que, a princ&iacute;pio, ele atribuiu o desconforto que sentia ao hamb&uacute;rguer que havia comido no almo&ccedil;o.
Temendo que os co&aacute;gulos errantes pelo corpo do presidente pudessem causar um derrame, levando-o ao &oacute;bito ou o incapacitando, os m&eacute;dicos administraram a Eisenhower uma dose da rec&eacute;m-aprovada varfarina. Em poucas horas, o presidente estava bem e teve uma recupera&ccedil;&atilde;o mais r&aacute;pida do que imaginavam.
Naquele dia, o curso da hist&oacute;ria mudou porque um aspirante a marinheiro tomou uma atitude impensada 4 anos antes, e a ci&ecirc;ncia p&ocirc;de vasculhar o caso e descobrir que um veneno podia salvar vidas.

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Varfarina: como o antigo veneno de ratos salva vidas

Imagem de Joias da Coroa: 5 deslumbrantes tesouros da realeza britânica no megacurioso

Com mais de 100 objetos e 23 mil pedras preciosas, as joias da Coroa do Reino Unido são um símbolo do poder real

Conhecidos como os mais famosos tesouros do Reino Unido, as joias da Coroa cont&ecirc;m itens deslumbrantes e extraordin&aacute;rios. A maioria delas parte da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122915-por-que-a-monarquia-britanica-ainda-tem-tanto-poder.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">monarquia</a> desde o s&eacute;culo XVII, quando foram criadas para celebrar a coroa&ccedil;&atilde;o do rei Carlos II, em 1661. Contudo, o item mais antigo data do s&eacute;culo XII.
O conjunto todo simboliza o direito e a autoridade do monarca sobre o trono e seu povo, e re&uacute;ne mais de 100 objetos e 23 mil pedras preciosas. Entre as pe&ccedil;as est&atilde;o objetos usados em coroa&ccedil;&otilde;es, coroas de diferentes monarcas, pratos, ins&iacute;gnias, roupas, medalhas e pias batismais. Conhe&ccedil;a os mais preciosos tesouros desta cole&ccedil;&atilde;o!
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123700-6-fatos-sobre-a-realeza-britanica-que-the-crown-te-ensinou-errado.htm" target="_blank" rel="sponsored">6 fatos sobre a realeza brit&acirc;nica que The Crown te ensinou errado</a>
<h2>1. Coroa de Santo Eduardo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/22/22090434458039.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
A Coroa de Santo Eduardo foi criada para substituir a antiga coroa medieval, derretida em 1649 para abastecer os cofres p&uacute;blicos. Pesando 2,23 quilos, ela &eacute; um magn&iacute;fico objeto com moldura em ouro maci&ccedil;o adornada por pedras semipreciosas.
Elaborada para a coroa&ccedil;&atilde;o de Carlos II, &eacute; considerada a mais importante e sagrada de todas as coroas da monarquia brit&acirc;nica, restritamente utilizada apenas na cerim&ocirc;nia de coroa&ccedil;&atilde;o. Seu &uacute;ltimo uso aconteceu em 1953, quando a rainha Elizabeth II foi empossada, e ser&aacute; vista novamente em maio, quando <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122905-o-que-esperar-do-rei-charles-iii-do-reino-unido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Carlos III</a> tomar&aacute; posse oficialmente.
<h2>2. Coroa Imperial do Estado</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/22/22090228619037.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Muito mais recente, a Coroa Imperial do Estado foi criada com ouro e &eacute; cravejada com 2868 diamantes, 17 safiras, 11 esmeraldas, 269 p&eacute;rolas e 4 rubis. Entre todas as joias da coroa brit&acirc;nica, ela &eacute; a que cont&eacute;m partes mais famosas da cole&ccedil;&atilde;o, como o rubi do Pr&iacute;ncipe Negro, a safira Stuart e o diamante Cullinan II.
Ela &eacute; utilizada pelo monarca no momento em que ele deixa a Abadia de Westminster ap&oacute;s a coroa&ccedil;&atilde;o, e em raras ocasi&otilde;es de Estado, como a abertura anual do Parlamento. Foi feita para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123032-cadeira-da-coroacao-a-jornada-do-movel-mais-precioso-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">coroa&ccedil;&atilde;o</a> do rei George VI, em 1937, em substitui&ccedil;&atilde;o &agrave; coroa que havia sido feita para a rainha Vit&oacute;ria.
<h2>3. Orbe do Soberano</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/22/22090130092035.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Quem v&ecirc; as imagens da rainha <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118108-3-curiosidades-sobre-elizabeth-ii-na-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Elizabeth II</a> ap&oacute;s sua coroa&ccedil;&atilde;o enxerga o Orbe do Soberano em uma de suas m&atilde;os. O que poucos sabem &eacute; que ele &eacute; um objeto datado de 1661, tradicionalmente "dado" ao monarca no momento de sua coroa&ccedil;&atilde;o, representando seus poderes e responsabilidades.
O Orbe do Soberano &eacute; um globo dourado com uma cruz cravejada de pedras, que serve como recado ao monarca para que n&atilde;o se esque&ccedil;a que seu poder vem de Deus. Ele tem 16,5 cent&iacute;metros de di&acirc;metro e pesa 1,2 quilos.
<h2>4. Cetro do Soberano com Cruz</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/22/22090618493040.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
O Cetro do Soberano com Cruz &eacute; um dos dois cetros entregues ao monarca no momento da coroa&ccedil;&atilde;o, tendo sido utilizado em todas as cerim&ocirc;nias de posse real desde Carlos II, em 1661. Sofreu uma altera&ccedil;&atilde;o substancial em 1910, quando o rei George V ordenou que fosse acrescentado ao cetro o diamante Cullinan I &ndash; o <a href="https://www.megacurioso.com.br/minerais/86832-maior-diamante-em-100-anos-e-encontrado-na-africa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maior diamante</a> lapidado incolor do mundo, com 530 quilates.
Os fechos que seguram o diamante podem ser abertos, de modo que o Cullinan I possa ser removido para ser usado como pingente. Com 92 cent&iacute;metros de comprimento e pesando 1,17 quilos, o cetro &eacute; s&iacute;mbolo do poder temporal como chefe de Estado.
<h2>5. Diamante Koh-i-Noor (na Coroa da Rainha Elizabeth)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/22/22085957418033.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Criada em 1937 para uso da rainha Elizabeth, a Rainha M&atilde;e, para a coroa&ccedil;&atilde;o de seu esposo, Jorge VI; de todas as pe&ccedil;as das joias da Coroa, essa &eacute; a &uacute;nica feita inteiramente de platina. Decorada com mais de 2.800 diamantes, o destaque fica para o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123068-koh-i-noor-a-historia-das-joias-britanicas-e-de-seu-sangrento-passado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">diamante Koh-i-Noor</a>, no meio da cruz frontal.
Um dos mais famosos do mundo, o diamante indiano foi tomado do Maraj&aacute; Duleep Singh, o &uacute;ltimo l&iacute;der do imp&eacute;rio Sikh, conhecido como Pr&iacute;ncipe Negro. A lenda diz que deveria ser usado apenas em pe&ccedil;as femininas, para impedir que uma maldi&ccedil;&atilde;o reca&iacute;sse sobre o homem.

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Joias da Coroa: 5 deslumbrantes tesouros da realeza britânica

Imagem de 7 mentiras clássicas nas quais você ainda acredita no megacurioso

Em um mundo apinhado de fake news por toda parte, é sempre importante sabermos no que acreditar

&Eacute; muito comum mantermos em nossa mem&oacute;ria aqueles conhecimentos &ldquo;clich&ecirc;s&rdquo;, coisa passada de pai para filho, de um amigo para o outro, e que consideramos anedotas interessant&iacute;ssimas e, mais que isso, verdades absolutas.
Qualquer roda de amigos ou mesa de bar &eacute; a oportunidade perfeita para mandar aquele &ldquo;sabia que a feijoada foi inventada pelos escravos?&rdquo; ou, para impressionar algu&eacute;m em quem se est&aacute; de olho, &ldquo;saudade &eacute; uma palavra imposs&iacute;vel de se traduzir para outras l&iacute;nguas&rdquo;.
Pois saiba que essas duas afirma&ccedil;&otilde;es &mdash; al&eacute;m de algumas outras que listamos aqui &mdash; s&atilde;o grandes mentiras. Confira aqui algumas coisas que praticamente todo mundo j&aacute; ouviu falar, mas que n&atilde;o passam de fake news (a aproveite para desmentir quem continuar contando essas bobagens por a&iacute;!).
<h2>&nbsp;1.&nbsp;Feijoada N&Atilde;O foi inventada por escravizados</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/29172626499382.jpg" alt="a" />A feijoada brasileira nasceu da feijoada portuguesa. (Fonte: Getty Images)
A feijoada, considerada o prato derradeiro que representa a verdadeira culin&aacute;ria brasileira, n&atilde;o foi inventada por escravizados no <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122889-200-anos-da-independencia-do-brasil-toda-a-historia.htm" target="_blank" title="200 anos da Independ&ecirc;ncia do Brasil: toda a hist&oacute;ria!">Brasil colonial</a>, como muita gente acredita e gosta de contar por a&iacute;. O prato tem origem portuguesa, onde j&aacute; se comia um cozido de feij&otilde;es com carne de porco chamado &ldquo;feij&atilde;o gordo&rdquo; e ganhou uma vers&atilde;o abrasileirada com o tempo do per&iacute;odo da coloniza&ccedil;&atilde;o at&eacute; hoje.
Esse tipo de comida, com leguminosas cozidas acompanhadas de carnes, era bastante comum na pen&iacute;nsula Ib&eacute;rica e na Fran&ccedil;a. Na terra de Napole&atilde;o, inclusive, existe um prato bastante similar &agrave; feijoada, o cassoulet, que consiste em um&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119164-5-alimentos-processados-que-sao-melhores-que-suas-versoes-in-natura.htm" target="_blank" title="5 alimentos processados que s&atilde;o melhores que suas vers&otilde;es in natura">cozido de feij&atilde;o</a> &mdash; muitas vezes branco &mdash;acompanhado de carnes como lingui&ccedil;a, salsicha, pato, ganso etc.
O que ajuda a refor&ccedil;ar essa mentira hist&oacute;rica &eacute; o fato de os cortes do porco usados na receita n&atilde;o serem os mais apreciados atualmente &mdash; como orelhas, p&eacute;s, rabo etc. &mdash;, ent&atilde;o inventou-se que os escravizados em suas senzalas aproveitariam as partes menos nobres do animal, descartadas por seus senhores, para fazer o cozido.
Acontece que esses cortes eram muito utilizados na cozinha portuguesa e de nenhuma maneira seriam descartados para o proveito dos escravizados. A feijoada com o tempo foi ganhando esse &ldquo;formato&rdquo; que conhecemos hoje, acompanhada de arroz, couve refogada, torresmo, bisteca, farofa, laranja e outros ingredientes e por isso, l&aacute; em Portugal, o prato &eacute; conhecido como &ldquo;feijoada brasileira&rdquo;, justamente para diferenci&aacute;-la da feijoada original que deu origem a ela.
<h2>&nbsp;2.&nbsp;Criado-mudo N&Atilde;O &eacute; um termo racista</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/a-29172833021383.jpg" alt="a" />O criado-mudo s&oacute; &eacute; racista na fake news. (Fonte: Getty Images)
N&atilde;o se sabe exatamente quando essa hist&oacute;ria foi inventada e caiu nas gra&ccedil;as do povo, mas suspeita-se de uma&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/109389-veja-16-pecas-publicitarias-antigas-de-marcas-que-existem-ate-hoje.htm" target="_blank" title="Veja 16 pe&ccedil;as publicit&aacute;rias antigas de marcas que existem at&eacute; hoje">campanha publicit&aacute;ria</a> de uma marca de m&oacute;veis.
Segundo historiadores especialistas no assunto, n&atilde;o existe nenhuma comprova&ccedil;&atilde;o documental de que em algum momento da hist&oacute;ria do Brasil tenham se referido a alguma classe de escravizados como criados-mudos, que seriam pessoas que deveriam ficar de p&eacute; e calados ao lado da cama de seu senhor para servi-lo quando necess&aacute;rio. Nem o nome, nem essa fun&ccedil;&atilde;o s&atilde;o registradas na hist&oacute;ria do pa&iacute;s.
A origem do termo, no entanto, ainda &eacute; um mist&eacute;rio. Etimologicamente, &eacute; poss&iacute;vel ligar esse nome a uma tradu&ccedil;&atilde;o do ingl&ecirc;s dumbwaiter (algo como &ldquo;criado burro&rdquo; em portugu&ecirc;s), que s&atilde;o aqueles pequenos elevadores em forma de m&oacute;vel usados em casas mais luxuosas e hot&eacute;is para transportar itens da cozinha para outros c&ocirc;modos em andares diferentes.
<h2>&nbsp;3.&nbsp;&ldquo;Feito nas coxas&rdquo; N&Atilde;O &eacute; um termo racista</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/a-29173053251385.jpg" alt="a" />Telha nunca foram moldadas em coxas na hist&oacute;ria do Brasil. (Fonte: Getty Images)
Outra hist&oacute;ria que guias de turismo adoram contar em cidades hist&oacute;ricas do Brasil: que a express&atilde;o &ldquo;feito nas coxas&rdquo;, que remete a algo malfeito, tem origem tamb&eacute;m ligada aos escravizados do Brasil colonial. Segundo essa fake news, durante a constru&ccedil;&atilde;o de casas e outros edif&iacute;cios antigamente, os escravos moldariam as telhas de barro em suas pr&oacute;prias pernas e o resultado nunca era bom, pois as pessoas t&ecirc;m coxas em tamanhos diferentes umas das outras.
Historiadores e arquitetos discordam dessa origem por diversos motivos &mdash; al&eacute;m de n&atilde;o haver nenhum relato dessa atividade em toda a hist&oacute;ria do Brasil, basta olharmos para as telhas fabricadas no per&iacute;odo colonial para vermos que seus tamanhos s&atilde;o completamente incompat&iacute;veis com o tamanho da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120855-de-pe-e-andando-a-historia-da-mobilidade-humana.htm" target="_blank" title="De p&eacute; e andando: a hist&oacute;ria da mobilidade humana">coxa de um ser humano</a>, sendo sempre muito maiores.
Ent&atilde;o de onde viria essa express&atilde;o? Ningu&eacute;m sabe ao certo, mas uma das teorias mais consideradas diz respeito ao ato do coito interrompido, um dos poucos&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123103-anticoncepcional-uso-indiscriminado-traz-riscos-diz-estudo.htm" target="_blank" title="Anticoncepcional: uso indiscriminado traz riscos, diz estudo">m&eacute;todos anticoncepcionais</a> dispon&iacute;veis na &eacute;poca. &ldquo;Fazer nas coxas&rdquo; remeteria &agrave; a&ccedil;&atilde;o do homem ejacular nas pernas da mulher para evitar a gravidez &mdash; algo que, convenhamos, tem tudo para dar errado.
<h2>&nbsp;4.&nbsp;Van Gogh n&atilde;o arrancou a pr&oacute;pria orelha</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/a-29173226774386.jpg" alt="a" />A orelha de Van Gogh: machucada, mas n&atilde;o por ele mesmo. (Fonte: Getty Images)
Se voc&ecirc; quer impressionar aquela pessoa que voc&ecirc; conhece que manja muito do mundo das artes, por favor, N&Atilde;O comente que o pintor&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120017-van-gogh-novo-desenho-e-descoberto-e-sera-exposto-pela-primeira-vez.htm" target="_blank" title="Van Gogh: novo desenho &eacute; descoberto e ser&aacute; exposto pela primeira vez">Vincent Van Gogh</a> cortou a pr&oacute;pria orelha com uma l&acirc;mina em um surto de loucura depois de brigar com seu amigo Gauguin, pois, obviamente, n&atilde;o foi isso o que aconteceu.
Segundo especialistas na vida do artista, o que aconteceu foi que Van Gogh teve uma discuss&atilde;o com seu colega tamb&eacute;m pintor e Gauguin, com raiva, o atacou com uma espada, arrancando um peda&ccedil;o do l&oacute;bulo de sua orelha. Com os &acirc;nimos mais tranquilos, quando foi necess&aacute;rio dar satisfa&ccedil;&otilde;es sobre o acontecido para a pol&iacute;cia, Van Gogh disse que ele pr&oacute;prio havia se machucado para proteger o &mdash; apesar de tudo &mdash; amigo Gauguin.
Uma mentirinha para proteger o amigo acabou tomando propor&ccedil;&otilde;es hist&oacute;ricas e enganou n&atilde;o apenas a pol&iacute;cia da &eacute;poca, mas muitas pessoas at&eacute; hoje.
<h2>5.&nbsp;D&aacute;, SIM, para traduzir &ldquo;saudade&rdquo; para outras l&iacute;nguas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/a-29173428108387.jpg" alt="a" />A saudade &eacute; um sentimento universal. (Fonte: Getty Images)
Como nossa&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123460-como-a-obra-os-lusiadas-transformou-a-lingua-portuguesa.htm" target="_blank" title="Como a obra &ldquo;Os Lus&iacute;adas&rdquo; transformou a l&iacute;ngua portuguesa">l&iacute;ngua portuguesa</a> &eacute; linda, n&atilde;o &eacute; mesmo? Por&eacute;m, apesar de toda a po&eacute;tica em torno do nosso idioma, esse papo de que saudade &eacute; um conceito que s&oacute; existe em portugu&ecirc;s e que essa palavra &eacute; imposs&iacute;vel de ser traduzida &eacute; uma bel&iacute;ssima mentira.
&Eacute; claro que devemos levar em conta que saudade &eacute;, de fato, algo dif&iacute;cil de se definir. At&eacute; linguistas e grandes dicion&aacute;rios discordam em alguns pontos quando se tenta explicar o que &eacute; saudade, mas convenhamos que &eacute; uma sensa&ccedil;&atilde;o que pode ser considerada universal.
Realmente &eacute; bastante dif&iacute;cil traduzir o termo para outras l&iacute;nguas de maneira que a exata defini&ccedil;&atilde;o do termo seja contemplada &mdash; como no exemplo sempre muito usado do ingl&ecirc;s, onde se substitui por miss, longing, homesick ou algo similar, sem nunca acertar na mosca. J&aacute; a l&iacute;ngua espanhola, muito mais &ldquo;aparentada&rdquo; da nossa, tem palavras como soledad ou a&ntilde;oranza, que acertam no que queremos dizer com a saudade.
Mas em um mundo com algo que pode ultrapassar as 7 mil l&iacute;nguas existentes, n&atilde;o d&aacute; para dizer que nenhuma delas seja capaz de produzir um termo que significa a exata sensa&ccedil;&atilde;o que temos de saudade.
<h2>&nbsp;6.&nbsp;A muralha da China N&Atilde;O pode ser vista do espa&ccedil;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/a-29173754316388.jpg" alt="a" />A muralha &eacute; enorme, mas v&ecirc;-la do espa&ccedil;o j&aacute; &eacute; demais. (Fonte: Getty Images)
Por mais grandiosa que tenha sido a constru&ccedil;&atilde;o da muralha da China pelos chineses do passado, n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel v&ecirc;-la do espa&ccedil;o a olho nu. Nem ela, nem nenhuma outra estrutura de cria&ccedil;&atilde;o humana aparece para os astronautas na Esta&ccedil;&atilde;o Espacial Internacional, por exemplo, mas esse mito acaba sendo refor&ccedil;ado pelas imagens que vemos registradas por essa tripula&ccedil;&atilde;o.
Acontece que eles utilizam dispositivos fotogr&aacute;ficos de grande capacidade que conseguem dar aquele zoom na Terra e, a&iacute; sim, mostras l&aacute; de cima a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121991-parte-da-muralha-da-china-foi-feita-com-ajuda-de-sopa-de-arroz.htm" target="_blank" title="Parte da Muralha da China foi feita com ajuda de sopa de arroz">muralha da China</a>, as pir&acirc;mides do Egito e muitas outras estruturas humanas. Mas a&iacute; n&atilde;o vale, n&eacute;!
Esse mito pode ter sido originado com a afirma&ccedil;&atilde;o do astronauta americano Gene Cernan, que afirma ter visto o monumento chin&ecirc;s a bordo da Apollo 17 em 1972. Por&eacute;m, em 2003, o taiconauta Yang Liwei girou em torno da Terra 14 vezes a bordo da Shenzhou 5 e n&atilde;o viu nenhum sinal sequer da Grande Muralha de seu pa&iacute;s.
<h2>&nbsp;7.&nbsp;A &aacute;gua N&Atilde;O desce girando em sentidos opostos nos Hemisf&eacute;rios Norte e Sul</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/29/a-29174331868394.jpg" alt="a" />A &aacute;gua gira independentemente do hemisf&eacute;rio. (Fonte: Getty Images)
Se voc&ecirc; j&aacute; visitou alguma cidade por onde passa a linha do Equador, j&aacute; deve ter visto alguma atra&ccedil;&atilde;o tur&iacute;stica que mostra como a &aacute;gua desce girando em sentidos invertidos por um buraco quando colocada no lado do Hemisf&eacute;rio Norte e do Hemisf&eacute;rio Sul.
Pois se j&aacute; viu isso e se maravilhou, pode se sentir feito de bobo sim. Na verdade, existe uma for&ccedil;a chamada Coriolis que determina o sentido de ciclones e grandes massas de ar de acordo com o hemisf&eacute;rio em que se encontra, mas isso tem zero efeito em pequenas quantidades de &aacute;gua.
O que acontece &eacute; que esse sentido de giro da &aacute;gua pode mudar de acordo com uma s&eacute;rie de outros fatores, como o vento, o formato do recept&aacute;culo onde est&aacute;, a maneira como a &aacute;gua foi colocada nesse lugar etc. Por&eacute;m, pela pequena quantidade do l&iacute;quido usado, de maneira nenhuma a for&ccedil;a Coriolis seria capaz de alterar o sentido de seu giro.

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7 mentiras clássicas nas quais você ainda acredita

Imagem de 5 pratos italianos que não são tão "tradicionais" quanto pensávamos no megacurioso

Confira cinco pratos considerados uma parte da antiga tradição italiana que são mais 'atuais' do que imaginamos

<head></head><body>A culinária italiana é mundialmente famosa e venerada, com alguns de seus pratos sendo considerados parte de uma antiga tradição que sobrevive até os dias atuais. Porém, o acadêmico Alberto Grandi decidiu dedicar sua carreira para revelar que, na verdade, algumas dessas iguarias são mais recentes do que muitos imaginam, tendo surgido apenas após a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122424-7-principais-e-datas-acontecimentos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> e até mesmo por influência de outras culturas.“Quando uma comunidade se vê privada de seu senso de identidade, devido a qualquer choque histórico ou fratura com seu passado, ela inventa tradições para atuar como mitos fundadores”, explicou Grandi para o Financial Times.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/30/30151533162309.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)O estudioso explica que parte dessa "nova mitologia" surgiu devido a um crescimento econômico no pós-guerra, de 1958 a 1963, levando italianos que viviam antes em um duro racionamento alimentar a vivenciar uma abundância desconhecida. "A nação precisava de uma identidade que a ajudasse a esquecer as lutas do passado, enquanto os que emigraram para a América precisavam de mitos que dignificassem suas origens humildes", afirmou Alberto.Com isso em mente, confira abaixo cinco pratos italianos cujas histórias são bem diferentes do que imaginávamos:<h2>5. Panetone</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/30/30150816776300.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)Aparentemente, antes do século XX, o panetone era só um pão fino com algumas passas, sendo consumido apenas pelos mais pobres e sem nenhum contexto natalino.O produto como conhecemos hoje foi uma invenção industrial, concebido na década de 1920 por Angelo Motta, dono de uma marca de alimentos que criou uma nova receita para a massa, além de inventar o formato icônico.Além disso, foi apenas na década de 1970 que ele passou a ser confeccionado por padarias independentes que queriam concorrer com supermercados, finalmente atingindo o posto de um item artesanal.<h2>4. Tiramisù</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/30/30151430531305.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)Esta famosa sobremesa é outro prato que teve sua origem envolta em diversas histórias fantasiosas. Porém, antes de 1960, era muito difícil encontrar seu ingrediente principal — o queijo mascarpone — fora de Milão. Além disso, sua receita só apareceu pela primeira vez em livros de culinária a partir dos anos 1980, então, tem muita gente por aí que é mais velha que o tiramisù...<h2>3. Parmesão</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/30/30152359571317.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)O parmesão é um queijo extremamente antigo, com suas origens remontando há quase um milênio. Porém, antes da década de 1960, sua textura era mais gordurosa e macia, e ele era envolto por uma crosta preta. “Alguns até dizem que esse queijo, como sinal de qualidade, tinha que soltar uma gota de leite ao ser prensado”, explicou Grandi.&nbsp;Inesperadamente, a única forma de encontrar a receita original dessa iguaria é em Wisconsin, nos Estados Unidos. Isso porque os descendentes dos imigrantes italianos mantiveram fielmente a tradição lá, enquanto na própria Itália ele acabou se tornando mais duro e com uma crosta clara.<h2>2. Carbonara</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/30/30153326495326.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)De acordo com Luca Cesari, um historiador gastronômico, o icônico carbonara não surgiu até a Segunda Guerra Mundial, quando o chef italiano Renato Gualandi o preparou pela primeira vez, em 1944, durante um jantar para o exército norte-americano e convidados.“Os americanos tinham bacon fabuloso, creme de leite muito bom, um pouco de queijo e gema de ovo em pó”, afirmou Gualandi mais tarde.Além disso, os ingredientes considerados tradicionais desse prato variaram muito nos primeiros anos, com as receitas incluindo queijo gruyère, presunto e até cogumelos salteados e cortados em fatias finas — nada a ver com a "tirânica" regra de se usar apenas queijo pecorino romano, guanciale (a bochecha do porco sem defumar) e ovos frescos.<h2>1. Pizza</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/30/30154414686331.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)Por mais que o conceito de um disco de massa coberto com ingredientes tenha sido difundido por séculos em torno do Mediterrâneo, a pizza como conhecemos era uma comida exótica para muitos italianos até 1970! Grandi explica que o motivo é que esse prato famoso só era encontrado em poucas cidades no sul da Itália, sendo preparado e consumido apenas pelas classes mais baixas.&nbsp;Inclusive, soldados ítalo-americanos despachados para Sicília em 1943 escreveram incrédulos para suas famílias por não haver <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124021-as-6-melhores-pizzarias-do-mundo-em-2022.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pizzarias</a> em lugar nenhum. E de forma extremamente surpreendente, o primeiro restaurante especializado nessa iguaria não teria surgido na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124695-os-5-fatos-mais-surreais-sobre-o-jardim-dos-monstros-da-italia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Itália</a>, mas sim em Nova York, em 1911.</body>

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