Imagem de Como a demarcação de terras indígenas ajuda o meio ambiente? no megacurioso

Demarcação de terras indígenas se mostrou eficiente na preservação de florestas

As <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121264-aquecimento-global-e-efeito-estufa-qual-e-a-diferenca-entre-eles.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas</a> t&ecirc;m feito com que as pessoas passem a refletir sobre a import&acirc;ncia da preserva&ccedil;&atilde;o ambiental. Mais do que repensar h&aacute;bitos, como reciclar o lixo, assuntos como a demarca&ccedil;&atilde;o de terras ind&iacute;genas, desmatamento e legisla&ccedil;&atilde;o ambiental tamb&eacute;m tem despertado interesse &mdash; e essa parece ser uma tend&ecirc;ncia global.
Uma pesquisa conduzida pela Getty Images ouviu 5 mil pessoas em 26 pa&iacute;ses e os resultados mostraram que 91% dos entrevistados disseram que a forma como tratamos o planeta hoje trar&aacute; consequ&ecirc;ncias futuras.
Contudo, entender temas ambientais pode ser complicado. No Brasil, um assunto ainda gera muitas d&uacute;vidas: a demarca&ccedil;&atilde;o de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120576-por-que-centenas-de-mineradores-invadiram-o-rio-madeira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terras ind&iacute;genas</a>. Ao contr&aacute;rio do que muitas pessoas imaginam, esse assunto n&atilde;o tem apenas a ver com os interesses desses povos.
<h2>O que s&atilde;o as &ldquo;terras ind&iacute;genas&rdquo;?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/29/a-29123940529153.jpg" alt="a" />
Como voc&ecirc; j&aacute; sabe, o continente americano era uma grande terra ind&iacute;gena antes da coloniza&ccedil;&atilde;o. Ap&oacute;s a chegada dos europeus, milh&otilde;es de ind&iacute;genas foram exterminados, incas, astecas, apalaches, guaranis, tupis etc. Todos sofreram com a viol&ecirc;ncia e com as doen&ccedil;as trazidas da Europa.
No Brasil, essa viol&ecirc;ncia continuou e continua. S&oacute; entre os anos de 1946 e 1988 mais de 8 mil ind&iacute;genas foram mortos no Brasil. Essa viol&ecirc;ncia s&oacute; foi poss&iacute;vel gra&ccedil;as &agrave; coniv&ecirc;ncia dos governos da &eacute;poca.
Para tentar trazer mais dignidade a essas pessoas, a Constitui&ccedil;&atilde;o de 1988 deu aos ind&iacute;genas o direito de viverem em paz em terras espec&iacute;ficas, as chamadas &ldquo;terras ind&iacute;genas&rdquo;. Esses territ&oacute;rios n&atilde;o s&atilde;o escolhidos ao acaso. &Eacute; preciso comprovar <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118510-conheca-5-curiosidades-sobre-as-linguas-indigenas-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rela&ccedil;&atilde;o cultural e hist&oacute;rica</a> com aquela regi&atilde;o.
<h2>Como &eacute; o processo de demarca&ccedil;&atilde;o das terras ind&iacute;genas?</h2>
Trata-se de um processo lento e burocr&aacute;tico que envolve an&aacute;lises diversas e &eacute; conduzido por &oacute;rg&atilde;os especiais do governo, como a Funai. Desde 1988, apenas 31,43% das terras reivindicadas pelos povos ind&iacute;genas (408 territ&oacute;rios) foram demarcados.&nbsp;
H&aacute; ainda uma disputa pelo entendimento do que &eacute; uma terra ind&iacute;gena. Setores da sociedade, como ruralistas, argumentam que apenas terras ocupadas pelos ind&iacute;genas na data da promulga&ccedil;&atilde;o da Constitui&ccedil;&atilde;o devem ser demarcadas.&nbsp;
Uma terra demarcada n&atilde;o &eacute; de propriedade dos ind&iacute;genas. Eles n&atilde;o podem lote&aacute;-la ou vend&ecirc;-la, por exemplo. Esse territ&oacute;rio fica sob responsabilidade da Uni&atilde;o.
<h2>Qual a vantagem das terras ind&iacute;genas para a sociedade?</h2>
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Um levantamento publicado pela Mapbiomas, iniciativa formada por universidades e ambientalistas, revelou que o desmatamento em terras ind&iacute;genas foi de apenas 1% nos &uacute;ltimos 30 anos. Nas &aacute;reas privadas, como fazendas, o desmatamento chegou a 68,4% no mesmo per&iacute;odo. A m&eacute;dia do desmatamento nos &uacute;ltimos 3 anos cresceu 1,7 vezes na compara&ccedil;&atilde;o com o per&iacute;odo de 2016 a 2018.
N&atilde;o &eacute; apenas no Brasil que as terras ind&iacute;genas se mostram eficazes na prote&ccedil;&atilde;o do meio ambiente. Na Austr&aacute;lia, terras antes devastadas mostraram sinais de regenera&ccedil;&atilde;o desde que foram demarcadas para uso de povos origin&aacute;rios.
As terras ind&iacute;genas representam pouco mais de 13% do territ&oacute;rio brasileiro. A soma das maiores fazendas do pa&iacute;s chega a 21,5% do territ&oacute;rio nacional, at&eacute; agora.
Esp&eacute;cies nativas de animais e plantas podem representar curas para doen&ccedil;as e novas possibilidades para diversas ind&uacute;strias, como de cosm&eacute;ticos e a farmac&ecirc;utica. Para isso, &eacute; preciso que essas esp&eacute;cies sobrevivam ao tempo, at&eacute; que os cientistas consigam estud&aacute;-las &mdash; e os n&uacute;meros mostram que os ind&iacute;genas podem ajudar nessa miss&atilde;o.
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Como a demarcação de terras indígenas ajuda o meio ambiente?

Imagem de Quanto calor as florestas da Terra podem suportar? no megacurioso

Para os pesquisadores, limitar o aumento da temperatura da Terra é fundamental

Hoje sabemos que algumas florestas antigas, como as do leste da Am&eacute;rica do Norte, conseguem ser mais resistentes &agrave;s <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113321-clima-mundial-deve-atingir-temperaturas-recordes-antes-de-2025.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas</a> do que as florestas mais jovens.
Por&eacute;m, at&eacute; agora, os cientistas n&atilde;o sabiam dizer com certeza o qu&atilde;o mais quente e seco poderia ser considerado o ponto final para as florestas da Terra.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/26/26184559779483.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Shutterstock/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>O estudo</h2>
O estudo feito pela equipe liderada pelo ecofisiologista de plantas da Universidade da Fl&oacute;rida, William Hammond, foi publicado recentemente na revista de estudos cient&iacute;ficos Nature Communications.
Segundo a publica&ccedil;&atilde;o, essa pesquisa permitiu a compila&ccedil;&atilde;o do primeiro banco de dados global&nbsp;sobre eventos poss&iacute;veis que causariam a extin&ccedil;&atilde;o das florestas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/26/26184602591484.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Shutterstock/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Um dos fatores que tornam essa pesquisa extremamente importante &eacute; a sua abrang&ecirc;ncia: ele conta com dados precisos de florestas de todos os continentes. Foram analisados mais de 670 locais e feitos levantamentos que remontam a d&eacute;cada de 1970.
<h2>Resultados</h2>
Segundo Hammond, para se chegar a uma base da&nbsp;temperatura clim&aacute;tica, sua equipe analisou dados de estudos feitos nas &uacute;ltimas d&eacute;cadas sobre os locais e a &eacute;poca da morte das florestas e, posteriormente, verificaram qual era o clima por ocasi&atilde;o do evento de mortalidade.
Em comunicado &agrave; imprensa, Hammond diz que ap&oacute;s essas observa&ccedil;&otilde;es e an&aacute;lises foi poss&iacute;vel notar haver um padr&atilde;o em escala global.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/26/26184605420486.jpg" alt="(Fonte:Shutterstock/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte:Shutterstock/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O pesquisador e sua equipe denominaram esse padr&atilde;o de &ldquo;impress&atilde;o digital da seca mais quente&rdquo;. Ou seja, trata-se do ponto extremo do quanto seca e quente uma floresta precisa estar para correr risco de ser extinta.
Segundo o pesquisador, essa impress&atilde;o digital permitiu concluir que as florestas ficaram mais vulner&aacute;veis e suas &aacute;rvores morreram quando o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112734-clima-alarmante-11-mil-cientistas-advertem-sobre-crise-iminente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">clima nos meses mais quentes do ano ficou ainda mais intenso</a>.
<h2>Ponto de inflex&atilde;o</h2>
Essa pesquisa documentou a mortalidade de &aacute;rvores causada pelo clima nas &uacute;ltimas d&eacute;cadas em uma gama diversificada de florestas, desde as tropicais at&eacute; a boreal.
Dois estudos anteriores, um liderado por Giuliano Locosselli, pesquisador da Universidade de S&atilde;o Paulo, e o outro por Roel Brienen, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, j&aacute; apontaram algumas das possibilidades observadas nos dados reunidos por Hammond.
Ambos os estudos mostraram uma rela&ccedil;&atilde;o entre o desenvolvimento mais r&aacute;pido de &aacute;rvores de florestas tropicais e o aumento da taxa de mortalidade impulsionada pelo aumento das temperaturas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/26/26184607841487.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Shutterstock/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Analisando florestes de zonas temperadas e tropicais os pesquisadores verificaram que quanto mais alta a temperatura, mais r&aacute;pido o crescimento. Mas h&aacute; um limite em que a rela&ccedil;&atilde;o longevidade-crescimento sai do controle: 25 graus Celsius.
Em seu estudo, o pesquisador da USP destaca que as taxas de crescimento nos tr&oacute;picos est&atilde;o muito pr&oacute;ximas desse limite. Logo, se a temperatura subir, a taxa de crescimento das &aacute;rvores n&atilde;o ser&aacute; impactada significativamente. Por outro lado, a taxa de longevidade cai drasticamente quando a temperatura &eacute; superior a 25 &deg;C.
Esse fen&ocirc;meno j&aacute; &eacute; observado em algumas regi&otilde;es da Amaz&ocirc;nia nos locais em que o limite cr&iacute;tico de 25 &deg;C foi ultrapassado.
A perspectiva &eacute; de que as taxas maiores de mortalidade &aacute;rvores percebidas no centro e norte da Amaz&ocirc;nia se espalhem para a parte sul da floresta tropical at&eacute; 2050, visto que a tend&ecirc;ncia &eacute; termos um clima cada vez mais quente. A segunda maior floresta tropical do mundo, a da Bacia do Congo, pode ter o mesmo destino.

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Quanto calor as florestas da Terra podem suportar?

Imagem de A Ursa Polar: falamos com os diretores do novo filme da Disney no megacurioso

Misto de documentário e drama narrativo, A Ursa Polar será lançado em 22 de abril com exclusividade no Disney+

Previsto para chegar &agrave; plataforma digital da Disney em 22 de abril, A Ursa Polar&nbsp;promete comover os espectadores ao apresentar a emocionante jornada de uma fam&iacute;lia de ursos-polares em um &Aacute;rtico sob efeitos das mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas. Misturando document&aacute;rio com drama narrativo, a obra evidencia as consequ&ecirc;ncias das a&ccedil;&otilde;es humanas na natureza e revela como esses impactos determinam o nicho ecol&oacute;gico das esp&eacute;cies, especialmente das que vivem em condi&ccedil;&otilde;es extremas.
Para apresentar um pouco mais sobre a obra, o Mega Curioso teve a oportunidade de conversar com exclusividade com os diretores e investigar suas motiva&ccedil;&otilde;es para a realiza&ccedil;&atilde;o do longa. &Agrave; frente do filme, est&atilde;o os renomados criadores da Disneynature, Alastair Fothergill (Deep Blue, Planet Earth) e Jeff Wilson (Frozen Planet, Penguins), que empreenderam um longo processo de estudos e filmagens para apresentar um conte&uacute;do cientificamente rico e emocionante.
<iframe width="909" height="511" src="https://www.youtube.com/embed/hNbMymEdLrY" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
<h2>Confira a entrevista</h2>
Mega Curioso: Minha primeira pergunta &eacute; &oacute;bvia: como foi a experi&ecirc;ncia de filmar A Ursa Polar? Houve alguma diferen&ccedil;a, por ess&ecirc;ncia, entre esse filme e as produ&ccedil;&otilde;es anteriores?
Alastair Fothergill: A grande diferen&ccedil;a entre os document&aacute;rios em que Jeff e eu trabalhamos, em&nbsp;Frozen Planet&nbsp;e s&eacute;ries como essa, &eacute; que&nbsp;A Ursa Polar&nbsp;&eacute; um filme, e as pessoas esperam uma narrativa muito forte de uma produ&ccedil;&atilde;o do tipo; uma hist&oacute;ria que vai envolver voc&ecirc;. E escrevemos um roteiro tradicional de Hollywood, com 40 a 50 p&aacute;ginas. Claro, os ursos nunca leram esse roteiro. E provavelmente nosso principal desafio como diretores &eacute; garantir que tenhamos sempre o enredo em mente. E um enredo que atrair&aacute; o p&uacute;blico amplo da Disneynature. Essa &eacute; a principal diferen&ccedil;a entre [esse e] nossos outros trabalhos.
Mega Curioso: A Ursa Polar funciona como uma orquestra: trilha sonora, visuais, montagem e muito mais contribuem para o despertar de v&aacute;rias sensa&ccedil;&otilde;es. Entretanto, o tom familiar, memorialista e &iacute;ntimo &eacute; ineg&aacute;vel. A participa&ccedil;&atilde;o de Catherine Keener &mdash; dona da voz que narra a produ&ccedil;&atilde;o &mdash; buscou aproximar o filme de todos os p&uacute;blicos? &Eacute; interessante educar, de uma forma did&aacute;tica e realista, as pessoas mais jovens para que elas percebam os impactos das a&ccedil;&otilde;es humanas no meio ambiente?
Jeff Wilson: Acho que todas as coisas que voc&ecirc; listou s&atilde;o realmente essenciais para ajudar nosso p&uacute;blico a se envolver com a ursa. Acho que nosso trabalho &eacute; comunicar essa hist&oacute;ria e a mensagem por tr&aacute;s dela para um p&uacute;blico que vai de 4 a 104 anos. E, para fazer isso, contamos com uma trilha fant&aacute;stica do incr&iacute;vel Harry Gregson-Williams, de nossos editores fant&aacute;sticos, de nosso cen&aacute;rio fant&aacute;stico e de Catherine, que apresentou uma narra&ccedil;&atilde;o absolutamente linda, cheia de emo&ccedil;&atilde;o e cheia de insights. E a voz dela era perfeita para o nosso roteiro. Ent&atilde;o todas essas coisas s&atilde;o muito importantes. Sabemos que Alastair e eu tivemos a sorte de assistir a este filme em grupo em uma sala cheia de pessoas e ver pessoas de idades de 8 a 80 anos sendo igualmente movidas pelas imagens e a hist&oacute;ria que colocamos em sua frente. Isso nos tocou mais do que em filmes nos quais trabalhamos antes.
Mega Curioso: O contraste entre a atmosfera fant&aacute;stica do &Aacute;rtico e a desola&ccedil;&atilde;o das paisagens, causadas pelo derretimento das geleiras, &eacute; algo angustiante. Houve alguma inten&ccedil;&atilde;o por tr&aacute;s dessa apresenta&ccedil;&atilde;o? Poderia isso ser o choque de realidade causado pelo impacto das mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas na regi&atilde;o?
Alastair Fothergill: N&atilde;o h&aacute; d&uacute;vida de que Jeff e eu quisemos alcan&ccedil;ar esse ponto. Como dissemos, ao longo de 20 anos, houve uma mudan&ccedil;a significativa. A quantidade de gelo marinho e como ele derrete rapidamente &eacute; uma mudan&ccedil;a dr&aacute;stica. E essa &eacute; uma das raz&otilde;es para querermos fazer o filme. As pessoas falam muito sobre mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas, mas como voc&ecirc; v&ecirc; isso? Como voc&ecirc; enxerga isso? E um dos principais privil&eacute;gios de trabalhar no &Aacute;rtico &eacute; que voc&ecirc; pode ver por meio dos olhos de um urso polar e de suas lutas como &eacute; poss&iacute;vel suportar tudo para lidar com este mundo em mudan&ccedil;a.
<h2>A Ursa Polar: fique de olho</h2>
A Ursa Polar&nbsp;vai ao ar ainda neste m&ecirc;s e voc&ecirc; ter&aacute; acesso a uma an&aacute;lise completa do filme aqui no Mega Curioso. Fique de olho em nossas redes sociais e n&atilde;o deixe de acompanhar tudo sobre um filme que certamente comover&aacute; bastante os espectadores.

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A Ursa Polar: falamos com os diretores do novo filme da Disney

Imagem de 6 "cemitérios" inusitados que são feitos de lixo no megacurioso

Frutos do crescimento da produção industrial, cemitérios inusitados têm surgido mundo afora, reunindo problemas ambientais e muito lixo

<head></head><body>O crescimento da indústria em todo o mundo acaba sempre levantando uma questão fundamental: o que fazer com os resíduos da produção das indústrias mundo afora? A resposta, infelizmente, é que esse material acaba se tornando cemitérios de lixo a céu aberto.&nbsp;Apesar de alguns casos serem cômicos, há o problema ambiental gerado pelo acúmulo destes resíduos, seja pela quantidade, seja pela queima de muitos materiais, algo corriqueiro. Pensando, também, em levantar uma reflexão sobre o lixo gerado pela produção industrial, trazemos aqui 6 cemitérios mais inusitados compostos por lixo.<h2>1. Cemitério de Roupas (Atacama, Chile)</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Reprodução/G1&nbsp;" data-fonte-url="https://s2.glbimg.com/P3FH5yjDrSYNqyDAzEjuhJr6xD8=/0x0:1024x682/1008x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/W/H/3JIz2eTVi0l2Q7GSzKxw/000-9pk6n2-1-.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/31/31192319850678.jpg" alt="(Fonte: Reprodução/G1)">(Fonte: Reprodução/G1)A 1.800 km de Santiago, no meio do imenso deserto do Atacama, está um cemitério dos mais curiosos. Empilhados, sapatos, camisetas, roupas íntimas, vestidos, meias e outras tantas peças de roupa criam um lixão a céu aberto de roupas usadas.Essas roupas são abandonadas no deserto, algo em torno de 40 mil toneladas de peças importadas, descartadas nos Estados Unidos, Europa e Ásia. O cemitério de roupas fica próximo à Zona Franca de Iquique, um paraíso de compras em que estão instaladas as importadoras de roupas usadas.Especialistas em meio ambiente alertam que ao menos 60% do que chega ao país vai parar em lixões clandestino.<h2>2. Cemitério de Bombas da Segunda Guerra (Dique de Beaufort, Irlanda do Norte)</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/J9hBYzozCDI" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Entra e Irlanda do Norte e a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121163-425-corpos-sao-encontrados-em-escavacao-na-gra-bretanha.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grã-Bretanha</a>, uma distância de 20 quilômetros está no centro de um ambicioso plano do governo local: a criação de uma ponte ou túnel que ligue os dois lados. Parece notícia nova, mais a mais de um século se debate essa possibilidade.Entretanto, esse recorte geográfico também é uma trincheira de guerra abandonada. Dique de Beaufort, como é conhecida a região, possui o maior cemitério de bombas dos militares britânicos conhecido, com mais de um milhão de toneladas de munições não detonadas durante a Segunda Guerra Mundial.Por decisão do Ministério da Defesa do Reino Unido, uma imensa quantidade de armas químicas e lixo radioativo foram despejadas ali. Atualmente, é a razão para que a ponte não seja construída, já que exigiria a limpeza do dique.<h2>3. Selva de Plástico (Malásia)</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/38KNEHTm-Ds" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Na Malásia, um cemitério conhecido como "selva de plástico" é um tema de debate público. Isso porque o governo do país patrocinou a montagem de um negócio de reciclagem baseado na importação de resíduos plásticos de outros países.A ideia era transformar isso em um negócio rentável a médio prazo, mas rapidamente se tornou um lixão a céu aberto, que tem causado inúmeros problemas ambientais. A importação de <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/233317-cientistas-brasileiros-criam-plastico-biodegradavel-comestivel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">plástico</a> acabou ocorrendo mais do que a sua reciclagem. Hoje, organizações sociais tentam reverter o cenário, ainda que o próprio governo defenda a política de importação.<h2>4. Cemitério de Lixo Eletrônico (Agbogbloshie, Gana)</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/31/31193244881683.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Próximo à capital de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117454-a-realidade-marginal-de-ruanda-nigeria-gana-e-africa-do-sul.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Gana</a>, um cemitério de lixo eletrônico toma conta da vista. Computadores, televisores, notebooks, placas, fios de cobre e muitos outros elementos eletrônicos estão dispostos a céu aberto, em um local considerado um dos mais poluídos do mundo.Milhares de toneladas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120525-incidentes-com-lixo-espacial-esta-preocupando-cientistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lixo</a> eletrônico migram para lá, oriundas da Europa e América do Norte, sendo um negócio lucrativo para o país, mas péssimo em termos de meio ambiente. A fumaça completa a vista, exalando uma fumaça preta tóxica pelo ar.<h2>5. Cemitério de Carros (Geórgia, EUA)</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/WYfFp2MynII" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Old Car City é o maior cemitério de carros do mundo. Localizado na Georgia, Estados Unidos, ele existe há mais de 55 anos, tendo migrado de uma loja de auto peças para um centro de descarte de automóveis.A fama da região fez com que fosse convertido em um museu a céu aberto, onde a visitação é permitida às quartas-feiras. São 130 mil metros quadrados com mais de 4 mil carros clássicos, muitos deles desmanchados e tomados por vegetação.<h2>6. Cemitério de Pneus (Sulaibiya, Kuwait)</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/y0ah6QZpI3M" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Em Sulaibiya, mais de 50 milhões de pneus se espalham por quilômetros a perder de vista. Entre 1980 e 2001, como em outros casos desta lista, o governo local apostou em montar um negócio de reciclagem de pneus. Para isso, investiu na importação de pneus velhos de vários locais do mundo, principalmente dos Estados Unidos e Europa.Acontece que a importação se tornou maior que a saída, o que criou um gigantesco cemitério de pneus, que costuma sofrer com incêndios frequentes, que causam muitos danos ambientais. Ainda por cima, são difíceis de controlar, o que faz com que se gaste muitos recursos para apagá-los.</body>

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6 'cemitérios' inusitados que são feitos de lixo

Imagem de Técnicas agrícolas que podem diminuir o uso de fertilizantes no megacurioso

Suspensão de importação de fertilizantes russos evidenciou nossa dependência. Técnicas agrícolas utilizadas pela agricultura familiar poderiam diminuí-la

A guerra na Ucr&acirc;nia iniciada pela invas&atilde;o da R&uacute;ssia reduziu a oferta de fertilizantes para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/45541-sabia-que-o-surgimento-da-agricultura-quase-causou-o-colapso-da-humanidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">agricultura</a> brasileira e gerou uma cascata de crises financeiras mundo afora. Agora, um grupo de pesquisadores levanta a hip&oacute;tese de que, com algumas t&eacute;cnicas agr&iacute;colas, seria poss&iacute;vel reduzir, substituir ou at&eacute; eliminar o uso de adubos qu&iacute;micos nas lavouras do pa&iacute;s.
Alguns dos m&eacute;todos sugeridos j&aacute; s&atilde;o aplicados h&aacute; s&eacute;culos, enquanto outros est&atilde;o em fase de expans&atilde;o, sendo apresentados a pessoas e grupos integrantes do agroneg&oacute;cio, cuja redu&ccedil;&atilde;o de custo e diversifica&ccedil;&atilde;o da produ&ccedil;&atilde;o sejam objetivos. Por&eacute;m, o Brasil tem outros problemas a serem resolvidos, fruto do uso excessivo de fertilizantes.
<h2>Depend&ecirc;ncia e esgotamento: o uso excessivo de fertilizantes</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/27/27194408508010.jpg" alt="(Fonte: Pexels)" />(Fonte: Pexels)
O <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120964-russia-e-ucrania-entenda-o-conflito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">conflito na Ucr&acirc;nia</a> tem afetado o valor dos alimentos e, tamb&eacute;m, de outros setores. Soja, milho, cana-de-a&ccedil;&uacute;car e algod&atilde;o, maior parte da produ&ccedil;&atilde;o vegetal no pa&iacute;s, respondem por 90% dos fertilizantes consumidos. Desse montante, 23% s&atilde;o adubos qu&iacute;micos oriundos da R&uacute;ssia.
Com o in&iacute;cio da guerra, o governo Putin suspendeu as exporta&ccedil;&otilde;es ap&oacute;s as san&ccedil;&otilde;es internacionais que lhe foram impostas. Esse movimento jogou o pre&ccedil;o dos produtos para valores muito altos. Para tentar contornar, o governo brasileiro criou um projeto de reduzir o uso de fertilizantes importados no pa&iacute;s em at&eacute; 30 anos.
A iniciativa foi criticada por &oacute;rg&atilde;o nacionais de agroecologia, que afirmam que o problema da produ&ccedil;&atilde;o no pa&iacute;s &eacute; mais complexo. O primeiro deles &eacute; que o adubo utilizado no pa&iacute;s &eacute; nitrogenado, produzido a partir de combust&iacute;veis f&oacute;sseis, um recurso natural n&atilde;o renov&aacute;vel.
O segundo problema apontado por organiza&ccedil;&otilde;es &eacute; que o uso excessivo empobrece o solo, diminuindo a presen&ccedil;a de micro-organismos respons&aacute;veis por reciclar a mat&eacute;ria org&acirc;nica. H&aacute; como solucionar?
<h2>As li&ccedil;&otilde;es que ensina a agricultura familiar</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Pexels&nbsp;" data-fonte-url="https://www.pexels.com/pt-br/foto/cultive-agricultores-etnicos-trabalhando-na-terra-com-ferramentas-de-jardinagem-entre-videiras-5529587/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/27/27194601023012.jpg" alt="(Fonte: Pexels)" />(Fonte: Pexels)
A agricultura familiar, cujo cultivo da terra e dire&ccedil;&atilde;o dos neg&oacute;cios &eacute; realizado por pequenos propriet&aacute;rios rurais em que a m&atilde;o de obra utilizada nas atividades econ&ocirc;micas &eacute; da pr&oacute;pria fam&iacute;lia, &eacute; de extrema import&acirc;ncia para o pa&iacute;s. Mais de 20% dos alimentos produzidos no Brasil t&ecirc;m origem em propriedades familiares, de acordo com dados do Censo Agropecu&aacute;rio 2018.
&Eacute; dela que algumas pr&aacute;ticas de cultivo podem contribuir para diminui&ccedil;&atilde;o da depend&ecirc;ncia por fertilizantes. O faxinal, praticado em propriedades no Paran&aacute;, &eacute; um sistema em que animais s&atilde;o criados em meio &agrave; floresta de arauc&aacute;rias, onde se alimenta de pinh&atilde;o e frutos nativos. J&aacute; a caruca, praticada na Bahia, a mata &eacute; raleada para cultivo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120987-porque-comer-chocolate-diariamente-pode-ser-bom-para-a-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cacau</a> em meio a outras &aacute;rvores, em condi&ccedil;&otilde;es pr&oacute;ximas ao ambiente original da esp&eacute;cie.
Em comum, essas t&eacute;cnicas se aproveitam da diversidade e abund&acirc;ncia de biomassa vegetal para conferir ao solo a fertilidade necess&aacute;ria ao sistema produtivo. Ainda que eficientes, elas s&atilde;o pouco reconhecidas pela agronomia tradicional, como afirma o engenheiro-agr&ocirc;nomo Walter Steenbock, doutor em recursos gen&eacute;ticos vegetais.
<h2>Especialistas defendem transi&ccedil;&atilde;o gradual</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/27/27194225711008.jpg" alt="(Fonte: Pexels)" />(Fonte: Pexels)
Em entrevista &agrave; BBC, integrantes da Confedera&ccedil;&atilde;o da Agricultura e Pecu&aacute;ria do Brasil (CNA) afirmaram que n&atilde;o &eacute; vi&aacute;vel para o agroneg&oacute;cio abrir m&atilde;o do uso de fertilizantes qu&iacute;micos, ao menos n&atilde;o em curto prazo. Na mesma reportagem, a agr&ocirc;noma Irene Maria Cardoso defendeu que &eacute; poss&iacute;vel suavizar a aplica&ccedil;&atilde;o dos adubos qu&iacute;micos para realizar uma transi&ccedil;&atilde;o para outro modelo agr&iacute;cola.
H&aacute; consenso entre especialistas que essa transi&ccedil;&atilde;o gradual &eacute; a melhor sa&iacute;da, j&aacute; que oferece uma abordagem mais plaus&iacute;vel e de menor impacto em termos de custo. No livro A Arte de Guardar o Sol &mdash; Padr&otilde;es da Natureza na reconex&atilde;o entre florestas, cultivos e gentes, o agr&ocirc;nomo Walter Steenbock lista v&aacute;rias pr&aacute;ticas simples que poderiam ser &uacute;teis.
Entretanto, na mesma obra, o Steenbock evidencia como os grandes homens do agroneg&oacute;cio t&ecirc;m resist&ecirc;ncia com a aplica&ccedil;&atilde;o de novas t&eacute;cnicas agr&iacute;colas, que &eacute; ainda maior com as usadas em pequenas comunidades rurais e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120006-e-possivel-produzir-sem-desmatar-a-amazonia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ind&iacute;genas brasileiras</a>, consideradas por eles como atrasadas. A luta, pelo visto, &eacute; longa.

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Técnicas agrícolas que podem diminuir o uso de fertilizantes

Imagem de O que aconteceria se a indústria da carne acabasse? no megacurioso

Os efeitos são mistos, podendo ir de avassaladores a extremamente positivos

<head></head><body>De acordo com dados fornecidos pelo Portal do Comércio Exterior (Comex), órgão do Ministério da Economia, a indústria da carne movimenta cerca de US$ 14 milhões por mês no Brasil — cerca de R$ 67 milhões —, dos quase US$ 1 bilhão mensal — ou em torno de R$ 5 bilhões — que o país exporta de proteínas animais.Em escala global, os números impressionam ainda mais. Atualmente, o setor de carnes está estimado em US$ 838,3 bilhões — quase R$ 4 trilhões —, como as estatísticas de 2020 mostraram, com previsão de aumentar para US$ 1,157 trilhão — aproximadamente R$ 5,5 trilhões — até 2025.Ou seja, os números falam por si só sobre o valor inestimado da pecuária para a economia, principalmente no ramo da importação de cada país, por gerar não apenas divisas valiosas, como também economias através da substituição de importações. A indústria da carne oferece a oportunidade de converter recursos não exportáveis em um importante componente da economia de cada país.<h2>E se isso tudo acabasse?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/27/27231148538014.jpg" alt="(Fonte: The Atlantic/Reprodução)">(Fonte: The Atlantic/Reprodução)Apesar de sermos considerados naturalmente onívoros, os seres humanos consomem 346,14 milhões de toneladas de carne por ano, sendo que há projeções para um aumento de 44% nos números até 2030, alcançando 453 milhões por ano.Segundo a pesquisa do Statista Global Consumer Survey, em média 86% das pessoas entrevistadas em 39 países disseram que mantêm uma dieta com a presença de carne, apesar de fazer substituição por outros tipos de fontes de proteínas.Nessa quantidade toda de números, os países mais carnívoros do mundo são os Estados Unidos, em primeiro lugar, com 120 kg de carne em consumo per capita por ano, seguidos pela Austrália, Uruguai, Argentina e Hong Kong.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The New York Times&nbsp;" data-fonte-url="https://static01.nyt.com/images/2020/05/22/opinion/21foer-sub/merlin_172507344_fe3c9da7-3451-4038-af53-b3575e1d652e-mediumSquareAt3X.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/27/27231235210015.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodução)">(Fonte: The New York Times/Reprodução)Para começar, se a carne fosse eliminada da dieta dos seres humanos, em termos ambientais, um quarto a um terço de todas as emissões antropogênicas de gases de efeito estufa seria reduzido — um fator muito importante e bastante negligenciado.“A maioria das pessoas não pensa como os alimentos impactam nas mudanças climáticas”, disse Tim Benton, especialista em segurança alimentar da Universidade de Leeds, em entrevista à&nbsp;BBC Future. “Mas apenas comer um pouco menos de carne agora pode tornar as coisas muito melhores para nossos filhos e netos”.O estudo de Marco Springmann, pesquisador do programa Future of Food, da Oxford Martin School, fez uma projeção do que aconteceria se todos aderissem ao vegetarianismo até 2050, e os resultados indicaram que as emissões de gases relacionados à indústria pecuária cairiam cerca de 70%. Apesar desse cenário não ser muito realista, ele reforça a importância que as emissões teriam no futuro.<h2>O que aconteceria com os animais?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/27/27232118710018.jpg" alt="(Fonte: The Vegetarian Chance/Reprodução)">(Fonte: The Vegetarian Chance/Reprodução)Sessenta e oito por cento dos 5 bilhões de hectares de terras agrícolas do mundo são destinados à pecuária. Se a carne fosse eliminada da mesa dos seres humanos, pelo menos 80% dessas terras seriam dedicadas à restauração de pastagens e florestas, responsáveis por capturarem o carbono e aliviar ainda mais o cenário climático.A conversão das pastagens em habitats nativos alavancaria a biodiversidade, gerando muito resultado inclusive para grandes herbívoros, como os búfalos, expulsos para dar lugar ao gado. Entre 10% a 20% das pastagens poderiam ser cultivadas mais culturas para preencher as lacunas na oferta de alimentos, compensando a perda da carne, visto que um terço da terra, atualmente, é destinada às plantações e à produção de alimentos para o gado, em vez de para humanos.Tudo isso levaria tempo e investimento, visto que o processo de restauração ambiental não acontece da noite para o dia. “Você não pode simplesmente tirar as vacas da terra e esperar que ela se torne uma floresta primária novamente por conta própria”, disse Andrew Jarvis, do Centro Internacional de Agricultura Tropical da Colômbia, na matéria da BBC.<h2>O que aconteceria com os humanos?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/27/27232303429019.jpg" alt="(Fonte: Greatlist/Reprodução)">(Fonte: Greatlist/Reprodução)A começar pelas questões econômicas e pessoais, haveria uma grande onda de desemprego de trabalhadores da pecuária, e seriam necessários instrumentos de assistência em larga escala para ajudar essas pessoas na transição de carreira de modo que não fossem abandonadas ou negligenciadas no meio do caminho.Se o sistema deixar ou se negar a fornecer alternativas claras de carreira e meios de subsídios para ex-funcionários relacionados à pecuária, o mundo enfrentará desemprego e grande convulsão social em comunidades rurais cuja vida é norteada pela indústria da carne.Com relação à saúde, o efeito do vegetarianismo é misto, visto que o hábito alimentar levaria a uma redução global da mortalidade em até 10% em 2050 devido à diminuição de doenças cardíacas, diabetes, derrames e alguns tipos de câncer — visto que a carne vermelha é responsável por metade desses problemas de saúde.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Plastic Pollution Coalition&nbsp;" data-fonte-url="https://images.squarespace-cdn.com/content/v1/55b29de4e4b088f33db802c6/1550702435944-P26MKB7VI3MSKQIDANFM/rawpixel-577480-unsplash.jpg?format=1500w"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/28/28110916721136.jpg" alt="(Fonte: Plastic Pollution Coalition/Reprodução)">(Fonte: Plastic Pollution Coalition/Reprodução)Em ampla escala, cerca de 7 milhões de mortes por ano seriam evitadas, e menos pessoas sofreriam de doenças crônicas relacionadas à alimentação, reduzindo significantemente o gasto em contas médicas e sobrecarga dos sistemas de saúde pública, gerando uma economia de 2% a 3% do PIB global.No entanto, seria necessário, mais uma vez, um sistema aprimorado de acompanhamento nutricional para que as pessoas pudessem recorrer a um substituto que fornecesse a mesma quantidade de nutrientes que a carne. Se isso não fosse feito da maneira adequada, poderia gerar uma crise de saúde global.&nbsp;Além disso, toda essa mudança poderia ser ainda mais perigosa para os países subdesenvolvidos, podendo fazer explodir os níveis de fome e pobreza extrema, visto que esse plano de futuro ideal seria mais facilmente implementado em países avançados e ricos.No fim das contas, "o problema é a transição", como disse o escritor e bioquímico Isaac Asimov.</body>

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O que aconteceria se a indústria da carne acabasse?

Imagem de 3 desastres ambientais causados pelo homem no megacurioso

Os cientistas não consideram mais nenhum tipo de catástrofe da natureza como algo natural

Existe um longo debate cient&iacute;fico de quando exatamente o homem come&ccedil;ou a alterar a Terra, por&eacute;m nenhuma das teorias conseguiu chegar a um consenso, ent&atilde;o ficou determinado que houve v&aacute;rios come&ccedil;os, seja na era do Antropoceno ou no in&iacute;cio do s&eacute;culo XX &mdash; que definitivamente teve um papel fundamental na degrada&ccedil;&atilde;o.
Devido a algumas atividades diretas ou indiretas que resultaram no abalo do meio ambiente em escala global, como crescimento populacional, desmatamento, emiss&atilde;o de poluentes, contamina&ccedil;&atilde;o, explora&ccedil;&atilde;o excessiva e consumo excessivo &mdash; estima-se que pelo menos 70% do planeta j&aacute; foi alterado, principalmente no que diz respeito &agrave; terra, tanto para cultivar plantas quanto manter animais.
Essa viola&ccedil;&atilde;o em excesso fez que a maioria dos fen&ocirc;menos considerados naturais, como terremotos e furac&otilde;es, sejam atualmente entendidos como reflexos dos desvios criados pelo homem, configurando um caso de altera&ccedil;&atilde;o indireta. Nada mais na Terra &eacute; consequ&ecirc;ncia natural.
Contudo, a necessidade de colonizar e expandir, intr&iacute;nseca ao DNA da civiliza&ccedil;&atilde;o humana, impede que ela tenha controle sobre sua pr&oacute;pria natureza, portanto continua criando mais caos indireto que contribui diretamente na destrui&ccedil;&atilde;o da Terra.
Aqui est&atilde;o tr&ecirc;s desastres causados pelo homem:
<h2>1. Love Canal (1978)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/30/30221200229621.jpg" alt="(Fonte: Pensylvania Environmental Council/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pensylvania Environmental Council/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A vizinhan&ccedil;a pr&oacute;xima &agrave;s Cataratas do Ni&aacute;gara, em Nova York (Estados Unidos), come&ccedil;ou a sofrer altera&ccedil;&otilde;es ainda em 1890, muito antes do desastre pelo qual ficaria conhecida. A regi&atilde;o de 6 hectares foi planejada para ser transformada em um canal hidrel&eacute;trico conectando os rios Ni&aacute;gara superior e inferior.
O problema come&ccedil;ou assim que o dinheiro parou de ser investido no empreendimento, deixando um canal parcialmente escavado ao ar livre. O governo da cidade ent&atilde;o se apropriou da vala e fez dela um aterro sanit&aacute;rio.
No final da d&eacute;cada de 1940, a Hooker Chemical Company comprou a &aacute;rea e enterrou 21 mil toneladas de barris recheados com materiais c&aacute;usticos, alcalinos, &aacute;cidos graxos e hidrocarbonetos clorados da fabrica&ccedil;&atilde;o de corantes, perfumes, solventes para borracha e resinas sint&eacute;ticas no canal a uma profundidade de 7 metros, at&eacute; 1952. A imensa quantidade de argila usada n&atilde;o impediu que esses res&iacute;duos vazassem.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/30/30221338042622.jpg" alt="(Fonte: Damn Interesting/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Damn Interesting/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com o aumento populacional da cidade Niagara Falls, a Hooker Chemical vendeu o terreno para o Distrito Escolar da Cidade de Niagara Falls, que precisava dele para construir novas escolas. Segundo o censo de 1950, a popula&ccedil;&atilde;o cresceu 31%, cerca de 100 mil pessoas.
O resultado veio apenas em 1978, quando uma s&eacute;rie de invernos &uacute;midos fez que os tambores com qu&iacute;micos vazassem no solo, subindo &agrave; superf&iacute;cie e causando uma explos&atilde;o.&nbsp;
A vegeta&ccedil;&atilde;o morreu em massa, crian&ccedil;as sofreram queimaduras qu&iacute;micas, casas foram infectadas e muitas pessoas desenvolveram doen&ccedil;as graves, como epilepsia, defeitos cong&ecirc;nitos e c&acirc;nceres.
<h2>2. Grande Inc&ecirc;ndio de Peshtigo (1871)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/30/30221427760623.jpg" alt="(Fonte: Door County Pulse/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Door County Pulse/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 8 de outubro de 1871, enquanto Chicago estava em chamas, a cidade de Peshtigo, no Wisconsin (Estados Unidos), era v&iacute;tima de um inc&ecirc;ndio ainda maior e mortal. O ver&atilde;o daquele ano foi o mais seco desde ent&atilde;o para a regi&atilde;o de Green Bay, por&eacute;m isso n&atilde;o impediu que as obras para a expans&atilde;o das linhas f&eacute;rreas fossem interrompidas ou supervisionadas para impedir que eventos como aquele acontecessem.&nbsp;
Os trabalhadores usavam o fogo de maneira desenfreada para limpar o mato, e foi quando o controle das chamas escapou que levou apenas 2 horas para floresta se transformar em um inferno indom&aacute;vel.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;UpNorthNews&nbsp;" data-fonte-url="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSMPyN7IHxSoT71EEqG05-5bELkwgs1ruqqUC67pOMO7BhJMb9vSgwX_JMgVj5hRHXoX-w&amp;usqp=CAU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/30/30221534011624.jpg" alt="(Fonte: UpNorthNews/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: UpNorthNews/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
As chamas devastaram grande parte da metade sul da Pen&iacute;nsula de Door e partes da Pen&iacute;nsula Superior do Michigan. O inc&ecirc;ndio em Peshtigo transformou em cinzas cerca de 1,2 milh&atilde;o de acres, mais de 64 quil&ocirc;metros de &aacute;rea verde, configurando o inc&ecirc;ndio florestal mais mortal registrado na Hist&oacute;ria, com 1,5 mil a 2,5 mil mortes.
Segundo o Servi&ccedil;o Nacional de Meteorologia, o calor foi t&atilde;o grande que muitas v&iacute;timas em fuga entraram em combust&atilde;o espont&acirc;nea, tendo o mesmo fim que os moradores de Pompeia durante a erup&ccedil;&atilde;o do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121071-plinio-o-jovem-a-testemunha-ocular-da-erupcao-do-monte-vesuvio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Monte Ves&uacute;vio</a>, em 79 d.C. Muitos s&oacute; conseguiram sobreviver porque se abrigaram em p&acirc;ntanos ou rios.
<h2>3. Mar de Aral (1959)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/30/30221708464627.jpg" alt="(Fonte: National Geographic Portugal/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: National Geographic Portugal/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O Mar de Aral j&aacute; foi considerado um verdadeiro o&aacute;sis, formado pelos rios Syr Darya e Amy Darya, localizado na &Aacute;sia Central, entre as prov&iacute;ncias de Aqt&ouml;be e Qyzylorda, e a regi&atilde;o aut&ocirc;noma usbeque de Caracalpaquist&atilde;o. O quarto maior lago do mundo, o ber&ccedil;o dos imp&eacute;rios antigos, come&ccedil;ou a perder esse posto em 1959, quando era controlado pela Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica.
Assim que assumiram o controle, os sovi&eacute;ticos instalaram um projeto massivo de cultivo de algod&atilde;o, desviando as &aacute;guas dos rios Syr Darya e Amy Darya. Em 21 anos, a &Aacute;sia Central Sovi&eacute;tica estava produzindo 9 milh&otilde;es de toneladas de algod&atilde;o, em um empreendimento considerado o &aacute;pice do sucesso.
Contudo, essa quantidade toda de &aacute;gua sendo sistematicamente retirada dos rios causou o colapso do Mar de Aral, que se tornou salino e t&oacute;xico, depois secou e se transformou em um deserto. Por anos o leito do lago ficou exposto com suas quantidades imensas de metais pesados e pesticidas acumulados, uma fonte venenosa durante as tempestades de poeira.
A Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (ONU) chamou o caso de "o desastre mais impressionante do s&eacute;culo XX".

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3 desastres ambientais causados pelo homem

Imagem de O que é o invasivorismo e como isso virou tendência alimentar? no megacurioso

Tendência gastronômica foca em espécies invasoras

<head></head><body>Você já ouviu falar sobre o invasivorismo? Essa <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120683-as-3-dietas-perturbadoras-que-moldaram-a-sociedade-do-seculo-xix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tendência gastronômica</a> tem ganhado cada vez mais espaço nos últimos anos, mas ela é tudo menos nova: os seres humanos comem espécies invasoras há muito tempo.O invasivorismo&nbsp;tem sido apontado pelos seus adeptos como uma excelente maneira de equilibrar o interesse culinário com a sustentabilidade e questões ecológicas importantes.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/31/31185554693620.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock/ Reprodução)">(Fonte: Shutterstock/ Reprodução)<h2>O que é invasivorismo?</h2>A ideia base do <a href="https://www.megacurioso.com.br/papo-de-bar/69667-conheca-5-das-dietas-mais-curiosas-ja-inventadas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">invasivorismo</a> é que devemos comer espécies invasoras propositalmente. O objetivo é ajudar a diminuir seu número e os impactos negativos que estão causando em uma determinada região. Ou seja, os praticantes escolhem e moldam sua alimentação visando evitar a devastação causada pelas espécies invasoras no meio ambiente local.Os adeptos da prática vão desde pessoas comuns a chefes renomados da gastronomia mundial.<h2>Quem são os invasores?</h2>Qualquer espécie que seja introduzida em um novo ambiente por meio da ação humana pode ser considerada uma invasora. A atenção aqui é mais voltada para aquelas que quando crescem geram danos ecológicos e/ou econômicos na região.Sendo assim, os invasores podem ser mamíferos, peixes, bivalves e até plantas. Algumas podem ser muito sinistras, a exemplo da kudzu, uma trepadeira que parece inocente, mas que ultrapassa facilmente árvores e cobre postes de luz e casas abandonadas. Outras passam quase que despercebidas, como o dente-de-leão.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/31/31185557005621.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock/ Reprodução)">(Fonte: Shutterstock/ Reprodução)Os invasores podem ser saborosos, como um javali, ou ter um gosto para poucos paladares, a exemplo de uma lampreia. Até mesmo minúsculos mexilhões-zebra que entopem canos de residências entram no cardápio.De qualquer maneira, espécies invasoras sempre seguiram o ser humano ao redor do mundo desde que nós aprendemos a nos mover.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/31/31185559911622.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock/ Reprodução)">(Fonte: Shutterstock/ Reprodução)<h2>Ativismo acima dos dados</h2>O problema do <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121471-respiratorianismo-a-perigosa-dieta-das-pessoas-que-vivem-de-ar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">invasivorismo&nbsp;</a>é que sua popularidade veio antes dos estudos científicos sólidos sobre sua eficiência. O que temos no momento são pequenos experimentos que ainda estão em andamento, mas nenhuma análise de dados em larga escala.Além disso, o invasivorismo, muitas vezes, sai do campo ambientalista e passa para algo mais extremo: muitos levam o consumo das espécies invasoras a outro nível comendo qualquer animal que os incomode, por exemplo, animais que aparecem nos jardins e quintais de suas casas. Ou seja, não importa se o bicho está causando danos ao meio ambiente local, se entrou na propriedade sem ser convidado, vai parar na panela.</body>

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O que é o invasivorismo e como isso virou tendência alimentar?

Imagem de Tundra: 6 curiosidades sobre o bioma gelado no megacurioso

Caracterizada pelo frio extremo, baixa diversidade biológica e invernos longos, a tundra é um dos biomas mais intrigantes do planeta

<head></head><body>De todos os tipos de terreno fascinantes que podemos encontrar no nosso planeta, a paisagem bruta da <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/115917-cratera-gigante-em-forma-de-funil-e-descoberta-em-tundra-na-siberia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tundra</a> talvez seja a mais intrigante de todas. Com condições climáticas extremas, esse bioma gelado possui baixa diversidade biológica, longos invernos e breves estações de crescimento.&nbsp;Mesmo assim, isso não significa que não existe vida por essas regiões. A extensão global do bioma da tundra é considerável, representando cerca de 10% da superfície da Terra. Curiosos para conhecer mais sobre esse tema? Então veja só essa lista com seis coisas que você provavelmente não sabia sobre a tundra!<h2>1. Origem do nome</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/25/25154200486373.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)A palavra tundra tem origem no termo finlandês "Tunturia", que significa nada mais que "terra sem árvores". Essa é uma descrição bem precisa a respeito da aparência desse tipo de bioma, uma vez que o frio intenso e as condições de terreno não permitem o crescimento de grandes plantas.Apesar da falta de árvores, no entanto, há muita vida vegetal, animal e uma enorme quantidade de insetos a serem encontrados nessa região.<h2>2. Frio congelante</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/25/25154203064374.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)A tundra é o bioma mais frio de todos que existem na Terra, possuindo uma temperatura média anual inferior aos 5ºC. A neve profunda e fria torna a vida na tundra muito difícil, fazendo com que todos animais precisem se adaptar para sobreviver. Alguns têm pelo grosso que fica branco durante o inverno, enquanto outros encontram lugares para hibernar durante os meses mais frios.Para se ter ideia, até mesmo as plantas possuem seus mecanismos de defesa. Mesmo que congelem enquanto estão florescendo, algumas plantas da região continuam a se desenvolver e produzem sementes após o descongelamento.&nbsp;<h2>3. Tundra alpina</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/24/24103905165088.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Encontrada principalmente no Hemisfério Norte, a tundra alpina é um bioma que cobre aproximadamente 3% da superfície da Terra. Este habitat pode ser encontrado em áreas montanhosas em todo o mundo, ocorrendo em altitudes elevadas onde as temperaturas são muito baixas e os ventos são muito fortes para o crescimento das árvores.&nbsp;Como a tundra alpina está localizada em várias regiões amplamente separadas da Terra, não há espécies animais comuns a todas as áreas dela. Entretanto, o papagaio-da-nova-zelândia, marmotas, cabras da montanha, ovelhas, alces e pika são alguns dos animais notáveis dessa região.<h2>4. População animal</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/24/24104059446091.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Embora a Tundra não seja um bioma completamente sem vida, sua população animal costuma variar bastante ao longo do ano. Isso acontece porque muitos deles entram no estado de hibernação durante o inverno —acordando periodicamente para comer e permanecendo 10 meses protegidos do frio.Além disso, outras populações migrarão para fora do bioma durante o inverno e retornarão durante os breves meses de verão. Dessa forma, são poucas as espécies que continuam expostas o ano todo.&nbsp;<h2>5. Aquecimento global</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/25/25154205736375.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)A tundra ártica está mudando drasticamente devido ao aquecimento global, termo também chamado de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117276-18-imagens-da-nasa-mostrando-os-impactos-das-mudancas-climaticas-no-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudanças climáticas</a> pelos cientistas. Os impactos nesta região são amplos e um tanto imprevisíveis. Animais que são normalmente encontrados mais ao sul, como a raposa vermelha, estão se movendo para o norte na tundra.&nbsp;Isso significa que a raposa vermelha agora está competindo com a raposa-do-ártico por comida e território, e o impacto a longo prazo pode ser terrível para as duas espécies. Além disso, o bioma tem sofrido diversas outras alterações que comprometem a diversidade ecológica da região.<h2>6. Fauna e flora</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/25/25154208220376.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)Como o solo da tundra passa a maior parte do tempo congelado, não há degelo suficiente para permitir que qualquer coisa com um sistema radicular profundo se instale e sobreviva aos próximos meses de inverno. Porém, você ficaria surpreso de saber que existem mais de 400 tipos diferentes de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118668-por-que-e-importante-plantar-flores-em-sua-horta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">flores</a> que crescem lá.&nbsp;Essa é uma quantidade impressionante quando paramos para notar que somente 48 espécies de animais habitam essa região e metade delas migra para lugares mais quentes durante a maior parte do ano.&nbsp;</body>

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Tundra: 6 curiosidades sobre o bioma gelado

Imagem de Seca de quase 75% da água do Pantanal indica escassez do bioma no megacurioso

Com a perda de 3/4 do volume de água em pouco menos de 40 anos, estimativas apontam escassez completa do Pantanal até 2092

O mapeamento realizado pelo especialista Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas, revelou que o Pantanal j&aacute; perdeu quase 75% de seu volume de &aacute;gua desde 1988, quando a &uacute;ltima cheia no bioma foi registrada. Segundo o projeto, o d&eacute;ficit h&iacute;drico dever&aacute; ser agravado nos pr&oacute;ximos anos e poder&aacute; ocasionar o surgimento de novos desastres naturais, atuando como vetor de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120175-incendios-zumbis-o-fenomeno-que-esta-destruindo-as-florestas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inc&ecirc;ndios</a> e como respons&aacute;vel por uma poss&iacute;vel extin&ccedil;&atilde;o da cobertura vegetal at&eacute; 2092.
Os dados surpreendentes, identificados por meio de mais de 150 mil imagens geradas por sat&eacute;lites Landsat e auxiliadas por intelig&ecirc;ncia artificial, apontaram que o Pantanal perdeu aproximadamente 68% de seu territ&oacute;rio, contra 15% da caatinga, 13% da Amaz&ocirc;nia, 4,6% da Mata Atl&acirc;ntica e 0,4% do pampa. Esse total sugere uma redu&ccedil;&atilde;o de 5,9 milh&otilde;es de hectares para apenas 1,5 milh&otilde;es, as menores dimens&otilde;es catalogadas nos &uacute;ltimos 36 anos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/22/22135603845345.jpg" alt="(Fonte: SOS Pantanal / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: SOS Pantanal/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O agravamento dos per&iacute;odos de seca e os impactos das mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas trabalharam ao lado da a&ccedil;&atilde;o humana para danificar as terras do bioma. Nas &aacute;reas de planalto e plan&iacute;cies, houve aumento nos casos de pastagens degradadas, escassez de florestas protetoras de nascentes e rios, constru&ccedil;&atilde;o de hidrel&eacute;tricas e esta&ccedil;&otilde;es de drenagem, e maior deposi&ccedil;&atilde;o de sedimentos que reduzem a vaz&atilde;o da &aacute;gua, resultando em mais inc&ecirc;ndios.
Estima-se que 57% do territ&oacute;rio do Pantanal foi queimado ao menos uma vez desde 1985, n&uacute;meros equivalentes a 86.403 km&sup2; de extens&atilde;o. Ao todo, 93% desse fogo ocorreu em vegeta&ccedil;&atilde;o nativa, contra apenas 7% relatado em &aacute;rea antr&oacute;pica, ou seja, &aacute;reas de pastagens e agriculturas que incrementaram as regi&otilde;es de cultivo em mais de 250% entre 1985 e 2020, com destaque para o uso agropecu&aacute;rio na Bacia do Alto Paraguai.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/22/22135429672344.jpg" alt="(Fonte: ECOA / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: ECOA/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Antes a gente tinha muito receio de falar isso, mas eu n&atilde;o tenho mais d&uacute;vida. O desmatamento na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120006-e-possivel-produzir-sem-desmatar-a-amazonia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Amaz&ocirc;nia</a> est&aacute; reduzindo a quantidade de &aacute;gua na pr&oacute;pria Amaz&ocirc;nia e no Centro-Sul&rdquo;, garante Tasso Azevedo. &ldquo;Estamos em uma trajet&oacute;ria em que n&atilde;o h&aacute; nenhum elemento para voltarmos ao que era antes. As condi&ccedil;&otilde;es est&atilde;o dadas para perdermos mais &aacute;gua. &Eacute; poss&iacute;vel que estejamos criando as condi&ccedil;&otilde;es para acabar com o recurso.&rdquo;
<h2>Reflexos da crise clim&aacute;tica</h2>
Um relat&oacute;rio do Painel Intergovernamental de Mudan&ccedil;a do Clima (IPCC) informou que a crise clim&aacute;tica surge como maior impulsionador nas altera&ccedil;&otilde;es no Pantanal e no Brasil. Seus dados apontam a ocorr&ecirc;ncia de chuvas concentradas em um curto per&iacute;odo, expandindo os per&iacute;odos de seca e favorecendo a perman&ecirc;ncia de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121264-aquecimento-global-e-efeito-estufa-qual-e-a-diferenca-entre-eles.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gases estufa</a>.&nbsp;
Essa quest&atilde;o, aliada ao desmatamento na Amaz&ocirc;nia e a diminui&ccedil;&atilde;o do efeito de absor&ccedil;&atilde;o das florestas, estaria permitindo o uso de recursos h&iacute;dricos limitados em detrimento da expans&atilde;o da fronteira agr&iacute;cola. Dessa forma, tratar as pr&aacute;ticas de explora&ccedil;&atilde;o no pa&iacute;s e conscientizar sobre a import&acirc;ncia da prote&ccedil;&atilde;o dos mananciais &eacute; a forma mais eficiente de frear os problemas, mesmo com os &iacute;ndices desfavor&aacute;veis e sugestivos a uma prov&aacute;vel escassez do bioma.

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